sábado, 16 de maio de 2015

ARQUEOLOGIA

O arqueólogo estuda as sociedades e culturas humanas por meio de objetos fabricados e utilizados no passado. Com conhecimento de história, ele observa marcas deixadas num território e, assim, compreende como ele foi ocupado. Com isso, traça hipóteses e teorias sobre a evolução das sociedades. Pode trabalhar em centros de pesquisa, universidades, e também como consultor na elaboração de relatórios de sítios arqueológicos, antes da construção de grandes empreendimentos, como hidrelétricas, rodovias ou indúst

Arqueologia

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Antigo teatro romano em AlexandriaEgito.
Arqueologia (do grego, « arkhé », O que está à frente e por isso é o começo ou o princípio de tudo, e « logos », discurso; linguagem; pensamento ou razão; conhecimento de; explicação racional de; estudo de) é a disciplina científica que estuda as culturas e os modos de vida do passado a partir da análise de vestígios materiais. É uma ciência social que estuda as sociedades já extintas, através de seus restos materiais, sejam estes móveis (como por exemplo um objeto de arte) ou objetos imóveis (como é o caso das estruturas arquitectónicas). Incluem-se também no seu campo de estudos as intervenções feitas pelo homem no meio ambiente.
A maioria dos primeiros arqueólogos, que aplicaram sua disciplina aos estudos das antiguidades, definiram a arqueologia como o estudo sistemático dos restos materiais da vida humana já desaparecida. Outros arqueólogos enfatizaram aspectos psicológico-comportamentais e definiram a arqueologia como a reconstrução da vida dos povos antigos.
A disciplina da arqueologia envolve trabalhos de prospecção, escavação e eventualmente analises de informação recolhida para aprender mais sobre o passado humano. Na maioria das vezes, a arqueologia depende de trabalhos de investigações multidisciplinares. A arqueologia baseia-se também em conceitos em torno de variadas áreas de conhecimento e ciências como a antropologia, história, história de arte, etnoarqueologia, geografia, geologia, linguística, semiologia, física, ciências da informação, química, estatísticas, paleoecologia, paleontologia, paleozoologia, paleoetnobotânica.
Em alguns países a arqueologia é considerada como uma disciplina pertencente à antropologia enquanto que em países, como em Portugal, esta foi considerada uma disciplina pertencente ao ramo cientifico da História e dependente deste. Enquanto a antropologia se centra no estudo das culturas humanas contemporâneas, a arqueologia dedica-se mais ao estudo das manifestações culturais e materiais destas desde o surgimento do Homem ( transição do Australopitecos para o Homo habilis) até ao presente. Deste modo, enquanto as antigas gerações de arqueólogos estudavam um antigo instrumento de cerâmica como um elemento cronológico que ajudaria a pôr uma data à cultura que era objeto de estudo, ou simplesmente como um objeto com um verdadeiro valor estético, os arqueólogos dos dias de hoje veriam o mesmo objetocomo um instrumento que lhes serve para compreender o pensamento, os valores e a própria sociedade a que pertenceram.
Os arqueólogos podem ter de actuar em situações de emergência, como quando existem obras que põem a descoberto vestígios arqueológicos até então desconhecidos, sendo, nestes casos, criados e enviados para o local piquetes de emergência. Deste modo, procuram desenvolver medidas para minimizar o impacto negativo que essas obras possam ter no património arqueológico podendo ser feitas alterações pontuais no projecto inicial. Só em casos excepcionais os achados arqueológicos são suficientemente importantes para justificar a anulação de obras de grande envergadura (ex.: barragem de Foz Côa). Em certos casos, a destruição parcial ou total dos vestígios arqueológicos poderá ser inevitável, nomeadamente por motivo de obras de superior interesse público, o que exige um registo prévio o mais exaustivo possível.
A fim de se minimizarem os riscos de destruição do património arqueológico devido a obras públicas ou privadas de grande amplitude, tem-se procurado, nos últimos anos, integrar arqueólogos nas equipas que elaboram os estudos de viabilidade e de impacto ambiental. A tendência actual é para substituir uma arqueologia de salvamento por uma arqueologia preventiva.
A arqueologia passou a ser vista com interesse e tornou-se uma ciência popular graças à propaganda feita pela saga Indiana Jones, em que o herói, representado por Harrison Ford, era um professor de arqueologia. Essa a associação da ciência e o gosto de aventuras glamorizadas pelo personagem criado por Steven Spielberg e George Lucas catapultou assim para o imaginário público um ideal romantizado do que é a investigação arqueológica.

Investigação arqueológica[editar | editar código-fonte]

A investigação arqueológica dedicou-se fundamentalmente à pré-história e às civilizações da antiguidade; no entanto, ao longo do último século, a metodologia arqueológica aplicou-se a etapas mais recentes, como a Idade Média ou o período Moderno. Na atualidade, os arqueólogos dedicam-se cada vez mais a fases tardias da evolução humana,e a disciplinas transversais como a arqueologia industrial e a arqueologia sub-aquática.
A investigação arqueológica faz uso dos conhecimentos e metodologias de vários outros ramos científicos (ciências naturais e sociais), assim como do conhecimento empírico da população que nos rodeia, pois a fonte oral é muitas vezes o ponto de início para o desenvolvimento de algum estudo. Costuma-se dizer que "cada velho que morre é uma biblioteca que arde", pois é informação que se perde.
Uma investigação arqueológica começa pela investigação bibliográfica ou, em alguns casos, pela prospecção, que faz parte do levantamento arqueológico. Há uma grande diferença entre prospecção e sondagem, a primeira é para o levantamento e consiste em metodologias não intrusivas enquanto a segunda requer já a alteração do local em estudo e padece assim não só de metodologia extremamente rigorosa mas também de autorizações próprias.
No levantamento, é sempre importante se observar as especificidades de um local: a abrupta mudança de coloração do solo (camadas estratigráficas), a presença de plantas não nativas, a presença de animais e outros aspetos.
A arqueologia é amostral, porque dedica-se ao estudo dos vestígios arqueológicos mas também trabalha com a totalidade da história do local onde usa como motor outras ciências auxiliares como a geologia, história, arquitectura, história de arte, entre outras ciências e áreas de conhecimento.

Panorama português[editar | editar código-fonte]

Referência à arqueologia, na fachada da Sociedade Martins Sarmento, em Guimarães
Em Portugal, actualmente, para se ser arqueólogo profissional (pós-bolonha) é necessário tirar uma licenciatura em Arqueologia - ou História variante Arqueologia - mais o mestrado também em Arqueologia. É ainda necessário co-coordenar pelo menos uma intervenção arqueológica - em colaboração com um arqueólogo coordenador - para poder dirigir uma intervenção arqueológica. Quem tutela e autoriza as intervenções arqueológicas perante pedido de autorização do arqueólogo é a DGPC - Direcção Geral do Património Cultural. O arqueólogo (como o cidadão comum) pode pedir ao DGPC para embargar uma obra em caso desta ultima violar as leis do património cultural móvel e imóvel. Artigo 77.º 4A realização de trabalhos arqueológicos será obrigatoriamente dirigida por arqueólogos e carece de autorização a conceder pelo organismo competente da administração do património cultural.( Lei 107/2001).
Nos termos da Lei n.o 13/85, de 6 de Julho, os bens arqueológicos móveis constituem património nacional. Aos crimes praticados contra bens culturais aplicam-se as disposições previstas no código penal, com as especialidades constantes na presente lei (Lei 107/2001 Artigo 100.º). No Artigo 103.º - Crime de destruição de vestígios da mesma lei, quem, por inobservância de disposições legais ou regulamentares ou providências limitativas decretadas em conformidade com a presente lei, destruir vestígios, bens ou outros indícios arqueológicos é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa até 360 dias.
A arqueologia tem sido praticada em Portugal desde há dois séculos, sendo então essencialmente um hobby de militares ou pessoas com algumas posses e conhecimentos históricos. Só a partir dos anos 80 a Arqueologia gradualmente se tornou profissionalizante e passou a ser tutelada pelo Estado português com direitos e deveres jurídicos próprios dos cidadãos para com ela.
A questão das gravuras do Vale do Côa, em 1996, veio abrir as portas a uma maior difusão da profissão de arqueólogo e deu um impulso importante ao reconhecimento da arqueologia em Portugal, com a criação do IPA e da APA e com a aprovação de legislação específica para a área, sendo criados novos cursos universitários de arqueologia, como o curso da Universidade do Minho ou o da Universidade do Porto (uma vez que antigamente eram cursos não autónomos, dependentes dos cursos de História).
Alguns arqueólogos, como Martins Sarmento, no século XIX, ou Cláudio Torres, na atualidade, são figuras reconhecidas no meio cultural português.rias.Arqueologia é a disciplina que estuda a cultura material de sociedades que têm escrita ou não. É um ramo da ciência que possibilita ao pesquisador estudar, conhecer e reconstituir o modo de vida das sociedades coloniais e pré-coloniais. 
A palavra ARQUEOLOGIA tem origem grega, em que Archaios significa passado / antigo e Logos significa ciência / estudo. Somando-se essas duas palavras, podemos definir a Arqueologia como a ciência que estuda o passado. 
A partir dessa ciência, o arqueólogo (pesquisador que estuda a arqueologia) identifica objetos que pertenceram aos povos do passado, como: fragmentos de cerâmica, ferramentas em pedra, instrumentos de caça e pesca, restos de alimentos, ossos, restos de habitações, dentre outros achados. 
Com base na análise minuciosa desses vestígios materiais é possível obter informações sobre as culturas antigas, reconstituindo aspectos socioculturais e ambientais da vida dessas populações. 
Essas informações permitirão ao arqueólogo resgatar dados referentes às primeiras formas de organização social e do espaço, da economia, das manifestações culturais e dos aspectos políticos de grupos que ocuparam uma determinada área no passado longínquo (pré-colonial) ou não muito distante (colonial).  
Diante das definições acima, pode-se diferenciar duas ciências que estão ligadas, mas que são completamente distintas. São elas a Arqueologia e a Paleontologia. 
Durante muito tempo a imagem do arqueólogo ficou associada ao pesquisador que estuda os dinossauros. Mas essa função não diz respeito ao arqueólogo, e sim ao paleontólogo (profissional que se dedica ao estudo dos animais e vegetais fósseis). 
Enquanto o arqueólogo busca entender como viveram as sociedades em períodos passados, o paleontólogo se preocupa em reconstituir a vida dos animais extintos há milhares de anos. 
O registro arqueológico é formado pelo resultado da ação do homem em criar ou destruir materiais que chamamos de artefatos. Esses restos de objetos deixados no solo pelo homem permitirão contar a história destes povos que tinham, ou não, o domínio da escrita. 
Por este motivo, separamos a Pré-história da História (ou período pré-colonial do colonial, conforme a nova terminologia utilizada por alguns arqueólogos para definir, respectivamente, o período anterior e posterior ao contato com o europeu). A pré-história seria o período anterior a escrita. Mas, levando em consideração que a escrita obteve desenvolvimento diferenciado entre as diversas partes do mundo, o limite entre a Pré-história e a História é variado. 
No Egito e na Mesopotâmia, tem-se registro de que a escrita surgiu por volta de 4.000 a.C., limitando-se neste período a pré-história e a história com o advento da civilização. No entanto, só a partir do século XV, com a colonização europeia, marca-se a transição desse período na África Central, na Austrália e na América. 
Aqui no Brasil, por exemplo, chamamos de pré-história o período anterior ao descobrimento do Brasil pelos portugueses, ou seja, antes do ano 1500. 
Durante a pré-história, o Brasil foi ocupado apenas por grupos que não tinham o domínio da escrita, mas que tinham o hábito de caçar, pescar e coletar alimentos, produzir cerâmicas e desenvolver a prática da agricultura. 
No litoral, antes do descobrimento oficial do Brasil, o país foi habitado por um povo ainda mais antigo do que os índios, denominados sambaquieiros. 
Chamamos de sambaquieiros, grupos de pescadores-caçadores-coletores que ocuparam a costa brasileira por volta dos 6000 anos AP (antes do presente), que tinham o hábito de amontoar conchas nos locais de sua moradia que denominamos de sambaqui (palavra de origem Tupi). 
Essa atividade repetitiva, durante muito tempo, resultou em grandes montes de conchas com dimensões que variam entre 2,0m e 30m de altura. Nestes montes artificiais de conchas, encontram-se presentes: sepultamentos, restos faunísticos, artefatos líticos, ossos, material malacológico (moluscos), zoolitos (esculturas animais em pedra) dentre outros elementos. 
Os elementos deixados no solo (cerâmicas, artefatos líticos, adornos ou qualquer outro objeto), tanto por grupos indígenas que ocuparam o interior do Brasil quanto pelos grupos sambaquieiros, foram-se acumulando com o passar do tempo, formando pistas (como um quebra-cabeça) que permitem ao arqueólogo remontar a vida desses povos pré-históricos. 
Já o período histórico (em que havia a presença do homem branco a partir da colonização), é caracterizado pela existência de documentos que auxiliam o seu estudo. Neste período, elementos como mapas, textos, fotografia, monumentos e construções ajudam a entender a vida das sociedades históricas mais antigas, enquanto o período pré-histórico é estudado apenas por vestígios registrados no solo e que foram utilizados pelos homens pré-históricos para as suas atividades. 
O arqueólogo que estuda a pré-história terá que se dedicar à procura de todos os elementos que lhe permitam entender a vida social dos homens, ainda que se levando em consideração que as atividades dos homens não se fazem necessariamente à superfície do solo e à arte rupestre (pinturas e gravuras realizadas nas pedras) marcadas em grandes paredões de rocha. 
Nesse artigo, numa perspectiva de adquirir subsídios que permitam ampliar a discussão a respeito da vida cotidiana dos grupos pré-coloniais, optamos por uma abordagem essencialmente pré-histórica. 
Os temas vinculados ao período histórico, apesar de não se apresentarem independentes, têm certa autonomia, em função da disponibilidade de registros (textos, fotografias, mapas, documentos), podendo ser estudados separadamente. 
É evidente que não se pretende apresentar um texto completo sobre a pré-história brasileira, mas discutir itens que consideramos importantes na busca da identidade humana, formulando argumentos e apontando informações sobre ângulos pouco explorados ou apresentados sob forma não convencional ao público leigo. 
Para estudar as descobertas arqueológicas, o arqueólogo utiliza métodos específicos da arqueologia e de outras ciências para interpretar os vestígios encontrados. Mais adiante discutiremos a aplicação destes métodos.









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