O forró é uma dança popular de origem nordestina. Esta dança é acompanhada de música, que possui o mesmo nome da dança. A música de forró possui temática ligada aos aspectos culturais e cotidianos da região Nordeste do Brasil. A música de forró é acompanhada dos seguintes instrumentos musicais: triângulo, sanfona e zabumba.
História do Forró
De acordo com pesquisadores, o forró surgiu no século XIX. Nesta época, como as pistas de dança eram de barro batido, era necessário molhá-las antes, para que a poeira não levantasse. As pessoas dançavam arrastando os pés para evitar que a poeira subisse.
Origem do nome
A origem do nome forró tem várias versões, porém a mais aceita é a do folclorista e pesquisador da cultura popular Luiz Câmara Cascudo. Segundo ele, a palavra forró deriva da abreviação de forrobodó, que significa arrasta-pé, confusão, farra.
Características
Uma das principais características do forró é o ato de arrastar os pés durante a dança. Esta é realizada por casais, que dançam com os corpos bem colados, transmitindo sensualidade.
Embora seja tipicamente nordestino, o forró espalhou-se pelo Brasil fazendo grande sucesso. Foram os migrantes nordestinos que espalharam o forró, principalmente nas décadas de 1960 e 1970.
Atualmente, existem vários gêneros de forró: forró eletrônico, forró tradicional, forró universitário e o forró pé de serra.
Principais cantores e bandas de forró:
- Alceu Valença
- Banda Calypso
- Beto Barbosa
- Calcinha Preta
- Chico Salles
- Dominguinhos
- Elba Ramalho
- Frank Aguiar
- Genival Lacerda
- Jackson do Pandeiro
- Limão com mel
- Luiz Gonzaga
- Mastruz com leite
- Oswaldinho do Acordeon
- Sivuca
- Zé Ramalho
Dia do Forró
- É comemorado em 13 de dezembro o Dia Nacional do Forró.
Conheça as origens e a evolução do forró, o ritmo da festa de São João
Estilo passou por três grandes fases desde que surgiu, nos anos 1940.
Evolução causa disputa, mas formatos podem conviver, dizem críticos.
Começa nesta semana o principal momento da maratona de forró nas festas de São João no Nordeste. Com a aproximação da noite oficial de comemoração do santo, na próxima sexta-feira (24), é quase impossível ouvir algum tipo de música diferente nesta época nas cidades que se transformam em principais focos da festa, como Campina Grande (PB) e Caruaru (PE).
Mas dizer que todos tocam forró não quer dizer necessariamente que a música é a mesma. Ao longo das sete décadas desde que surgiu e se espalhou pelas mãos de Luiz Gonzaga, o estilo musical que é símbolo do Nordeste passou por transformações em sua forma. Ele deixou de ser uma música puramente regional tocada com sanfona, zabumba e triângulo, se adaptou à modernidade, incorporou elementos do pop, do axé e do tecnobrega. Bandas de forró mais novas têm uma produção comparável a grandes shows de pop do mundo. Um desses grupos, Calcinha Preta, fez até mesmo apresentações em 360 graus, como as do U2.
A transformação gera controvérsias e disputas. O secretário de cultura da Paraíba, o cantor Chico César, criticou as bandas mais “modernas”, que chamou de “forró de plástico”. No mesmo tom, Dominguinhos, fiel ao forró original, já alegou que as bandas novas mudaram tanto o estilo que “não dá pra dizer que aquilo é forró”. Apesar da evolução e dos contrastes, os diferentes estilos do forró podem “conviver”, segundo Expedito Leandro Silva, autor de “Forró no Asfalto: mercado e identidade cultural”, em que trata da evolução e urbanização do estilo musical que é marca do São João no Nordeste. “O primeiro não deixa de existir, e o segundo continua a se modernizar e acentua suas diferenças em relação ao original”, disse ao G1.
Pesquisadores do tema costumam dividir o estilo em três grandes fases: Forró tradicional (também chamado de pé-de-serra), Forró Universitário e Forró Eletrônico. Elas são marcadas pela urbanização, incrementação técnica e adaptação do estilo ao mercado em diferentes épocas.
Surgimento
Logo que apareceu, o forró era uma criação artística autêntica do universo rural do sertanejo, e teve em Luiz Gonzaga seu principal divulgador e representante. A música era normalmente tocada com apenas três instrumentos e trazia nas letras temas saudosistas, regionais e com forte sotaque interiorano.
Logo que apareceu, o forró era uma criação artística autêntica do universo rural do sertanejo, e teve em Luiz Gonzaga seu principal divulgador e representante. A música era normalmente tocada com apenas três instrumentos e trazia nas letras temas saudosistas, regionais e com forte sotaque interiorano.
O pé-de-serra continua presente em sua forma clássica na grande festa do Nordeste. Seja pelas mãos de artistas já consagrados nacionalmente, como Dominguinhos, ou por nomes mais locais, como Santana, ainda há quem mantenha vivo o estilo original.
Reciclagem
As primeiras grandes mudanças vieram a partir de 1975, quando músicos populares da época, como Alceu Valença, Zé e Elba Ramalho e Geraldo Azevedo se enveredaram pelo forró, adaptando o estilo à época e à forma que já tocavam. Era o forró Universitário, que tinha o nome tirado do público jovem e urbano a que apelavam.
As primeiras grandes mudanças vieram a partir de 1975, quando músicos populares da época, como Alceu Valença, Zé e Elba Ramalho e Geraldo Azevedo se enveredaram pelo forró, adaptando o estilo à época e à forma que já tocavam. Era o forró Universitário, que tinha o nome tirado do público jovem e urbano a que apelavam.
O estilo foi retomado em estilo parecido duas décadas depois, quando grupos como Falamansa e Trio Rastapé se tornaram populares nacionalmente com o “pé-de-serra adaptado ao mundo atual”, como explicou Ricardo Cruz, do Falamansa, ao G1.
“A semelhança entre a gente e Alceu Valença e Zé Ramalho existe por termos seguido um mesmo movimento de buscarmos nas fontes originais, tradicionais, como Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro, aliando ao momento que vivemos. No meu caso, é a contemporaneidade, misturando o pé-de-serra” com influências de reggae, rock e MPB. Buscamos fazer pé-de-serra junto com nosso cotidiano, nossa realidade”, disse.
Revolução
Apesar da continuidade do forró tradicional e da mudança de sotaque sem grande transformação do universitário, nos anos 1990 o estilo passou por sua maior transformação. Foi quando incorporou instrumentos novos, bailarinas, roupagem mais colorida e elementos de músicas sertaneja, romântica, brega e até do axé para criar o forró eletrônico.
Apesar da continuidade do forró tradicional e da mudança de sotaque sem grande transformação do universitário, nos anos 1990 o estilo passou por sua maior transformação. Foi quando incorporou instrumentos novos, bailarinas, roupagem mais colorida e elementos de músicas sertaneja, romântica, brega e até do axé para criar o forró eletrônico.
Também chamado forró estilizado ou até mesmo “oxente music”, o movimento começou no início da década, com grupos como Mastruz com Leite e Magníficos, e foi se tornando maior e mais transformador ao longo dos anos.
A mudança nas últimas décadas foi tão intensa, chegando a grupos como Aviões do Forró e Calcinha Preta, que, segundo o pesquisador Expedito Silva, mudaram tanto a proposta original que se aproximam mais do tecnobrega de que do forró propriamente dito.
Em entrevista ao G1, o fundador da banda Magníficos, uma das primeiras do forró estilizado, explicou que o que eles fazem é música popular romântica misturada com forró. “É como se pegássemos uma música de Roberto Carlos, por exemplo, e tocássemos em ritmo de forró”, disse José Inácio, o Jotinha.
A banda Magníficos, na verdade, começou com músicas tradicionais, pé-de-serra, mas decidiu mudar. “Luiz Gonzaga nos influenciou muito, mas adaptamos o pé-de-serra tradicional ao romântico. Gostamos e respeitamos, mas não é o que queremos fazer. Você tem que acompanhar a evolução das coisas”, disse.
Segundo Silva, que estudou a evolução do forró, o principal diferencial entre o estilo clássico e o eletrônico é que as bandas novas lidam melhor com o mercado, vendem mais. “O estilo é preferido pelas pessoas mais jovens, que se identificam mais. O que acontece é que quem gosta de forró, especialmente no Nordeste, não confunde o eletrônico com o tradicional. Ele vê o estilizado como lazer, diversão, passatempo, mas respeita o forró tradicional”, disse.
Atribui-se a estes diferentes significados, de tal forma que é difícil encontrar um único significado. É assim que "forró" pode designar uma festa, um gênero musical, um local, uma dança, etc.Faz-se necessário aprofundarmos nosso conhecimento sobre o Forró por este ser parte da cultura brasileira.
Não somente conhecermos as características estruturais dos passos das danças, mas sim todo o movimento cultural do qual o Forró é constituído.
Etimologia da Palavra
Há três versões muito difundidas e que disputam entre si para ser origem histórica da palavra "forró". A primeira, talvez a mais conhecida, é a que diz que o termo surgiu no final do século XIX, nas construções das estradas de ferro no Nordeste pelos ingleses. Estes realizavam festas freqüentemente, mas nem sempre abertas à população. Quando a festa era aberta à todos, escrevia-se na entrada "For All" (isto é, "para todos"). Então, o termo Forró teria surgido como variação da pronúncia da expressão inglesa citada. A segunda versão é muito parecida, porém, quem realizariam as festas seriam os soldados norte americanos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
O termo forrobodó - expressão africana que segundo o historiador Câmara Cascudo significa "algazarra", "festa para a ralé", "arrasta-pé" - é mais antigo
que as duas outras versões. Além do mais, segundo Aurélio Buarque de Holanda, "forró" é a contração de "forrobodó".
O Fenômeno Forró
O termo "forró" a princípio designa a festa onde se dança, se toca, enfim, onde há diversão. Mas não qualquer festa, qualquer música. Deve ser uma seqüência de ritmos nordestinos, tais como xaxado, côco, baião, xote, entre outros. Porém, nota-se uma crescente aceitação do termo designando um gênero musical, e, por conseqüência, uma dança, já que todo gênero musical pode ter uma dança; e também designando uma dança, já que ouvimos muito "Vamos dançar esse forró?", quando se refere a qualquer um dos gêneros acima, não fazendo diferença se é um xote ou um baião, por exemplo.
Existe três categorias de Forró, enquanto festa, mas existem conflitos a respeito do surgimento do forró universitário. Alguns pesquisadores dizem que o forró universitário surgiu no ano de 1975, mas naquela época o forró chegou no meio universitário sem sofrer nenhuma alteração se dançava forró de maneira tradicional. Existiu um movimento de forró na região sudeste nesta época mas ele não sofreu nenhuma mudança em seu estilo. Vindo sim a ser alterado para o seguimento do forró universitário que conhecemos hoje somente na década de 1990.
Forró Pé-de-serra
É caracterizado por ter como fonte de inspiração artística o universo rural do sertanejo, e tem origem em meados da década 1940, no Nordeste. É tocado por trios de zabumba, sanfona e triângulo dando característica tímbrica singular à música e, na dança é comum vermos o passo básico e variações simples, tais como giros simples da dama, não sendo muito freqüentes. Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro e Dominguinhos são exemplos de músicos que tocam forró pé de serra.
Forró Universitário
Surgido quando os jovens sulistas começam a tocar e a dançar o forró pé de serra de maneira diferente da original, com fortes influências do Rock`n Roll, do Samba, do Funk e do Reggae, nas décadas de 1990/2000. Estas influências introduziram
características peculiares no passo básico (marcação atrás) e em variações, tais como giros mais complexos, e aqui, além de não serem somente da dama, são freqüentes. A cidade de Itaúnas, no Espírito Santo, é a Meca do forró no sul do país. O forró universitário é constituído principalmente por três das inúmeras danças constituintes do forró pé de serra: baião, xote e, menos freqüente, xaxado. Na música, há a introdução de instrumentos no trio acima mencionado, como violão, contra-baixo e percussão (os mais comuns) além de bateria, entre outros. Entre as bandas que tocam o forró universitário podemos citar: Fala Mansa, Rastapé e Forróçana.
Forró Eletrônico
Também originado na década 1990, mostra uma linguagem estilizada e um visual chamativo, com grande destaque para os instrumentos eletrônicos (guitarra, contra-baixo e principalmente o órgão eletrônico, o qual substituiria a sanfona). A dança também é mais estilizada, não sendo mais “miudinha” (passos pequenos) como no forró pé de serra e no forró universitário. Aqui estão incluídos Frank Aguiar, Genival Lacerda e as bandas Mastruz com Leite e Calypso.
Mais sobre o Forró.
O forró possui semelhanças com o toré e o arrastar dos pés dos índios, com os ritmos binários portugueses e holandeses, porque são ritmos de origem européia a Chula, denominada pelos nordestinos de simplesmente "Forró", xote("Xotis"), o termo correto, e variedades de Polkas européias que são chamadas pelos nordestinos de arrasta-pé e ou quadrilhas. Além do jeito europeu de dançar, essas danças adquiriram também o balançar dos quadris dos africanos. A dança do forró tem influência direta das danças de salão européias, como evidencia nossa história de colonização e invasões européias.
Forró
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Forró | |
---|---|
Escultura em barro pintado de um sanfoneiro, um dos músicos que integram as bandas de forró.Caruaru, Pernambuco. | |
Origens estilísticas | Polca, Contradança |
Contexto cultural | Início do século XIX, noSertão nordestino |
Instrumentos típicos | Sanfona, Triângulo,Zabumba |
Popularidade | Popular no Nordeste do Brasil, especialmente emSergipe, Pernambuco,Piauí, Paraíba e Ceará. |
Subgêneros | |
xote, xaxado, baião, forró universitário, forró eletrônico | |
Formas regionais | |
Região Nordeste |
Forró, é um ritmo e dança típicos da Região Nordeste do Brasil, praticada nas festas juninas e outros eventos. Diante da imprecisão do termo, é geralmente associado o nome como uma generalização de vários ritmos musicais do Nordeste, como baião, a quadrilha, o xaxado, que têm influências holandesas e o xote, que tem influência portuguesa. São tocados, tradicionalmente, por trios, compostos de um sanfoneiro (tocador de acordeão, que no forró é tradicionalmente a sanfona de oito baixos), umzabumbeiro e um tocador de triângulo. Também é chamado arrasta-pé, bate-chinela, fobó.
O forró possui semelhanças com o toré e o arrastar dos pés dos índios, com os ritmos binários portugueses e holandeses, porque são ritmos de origem europeia a chula, denominada pelos nordestinos simplesmente "forró", xote e variedades de polcas europeias que são chamadas pelos nordestinos de arrasta-pé e ou quadrilhas. A dança do forró tem influência direta das danças de salão europeias, como evidencia nossa história de colonização e invasões europeias.
Além do forró tradicional, denominado pé-de-serra, existem outras variações, tais como o forró eletrônico, vertente estilizada e pós-modernizada do forró surgida no início da década de 90 que utiliza elementos eletrônicos em sua execução, como a bateria, o teclado, o contrabaixo e a guitarra elétrica; e o forró universitário, surgido na capital paulista no final da década de 90, que é uma especie de revitalização do forró tradicional, que eventualmente acrescenta contrabaixo e violão aos instrumentos tradicionais, sendo a principal característica os três passos básicos, sendo um deles o "2 para lá 2 para cá", que veio da polca.
Conhecido e praticado em todo o Brasil, o forró é especialmente popular nas cidades brasileiras de Caruaru, Campina Grande, Mossoró e Juazeiro do Norte, que sediam as maiores Festa de São João do país. Já nas capitais Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Natal, Maceió, Recife, e Teresina, são tradicionais as festas e apresentações de bandas de forró em eventos privados que atraem especialmente os jovens.
Índice
[esconder]História[editar | editar código-fonte]
Origem do nome[editar | editar código-fonte]
O termo "forró", segundo o filósofo pernambucano Evanildo Bechara, é uma redução de forrobodó, que por sua vez é uma variante do antigo vocábulo galego-portuguêsforbodó, corruptela do francês faux-bourdon, que teria a conotação de desentoação1 . O elo semântico entre forbodó e forrobodó tem origem, segundo Fermín Bouza-Brey, na região noroeste da Península Ibérica (Galiza e norte de Portugal), onde "a gente dança a golpe de bumbo, com pontos monorrítmicos monótonos desse baile que se chama forbodó"2 3 .
Na etimologia popular (ou pseudoetimológica) é frequente associar a origem da palavra "forró" à expressão da língua inglesa for all (para todos). Para essa versão foi inventada uma engenhosa história: no início doséculo XX, os engenheiros britânicos, instalados em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western, promoviam bailes abertos ao público, ou seja for all. Assim, o termo passaria a ser pronunciado "forró" pelos nordestinos. Outra versão da mesma história substitui os ingleses pelos estadunidenses e Pernambuco por Natal (Rio Grande do Norte) do período da Segunda Guerra Mundial, quando uma base militar dosEstados Unidos foi instalada nessa cidade.4
Apesar da versão bem-humorada, não há nenhuma sustentação para tal etimologia do termo. Em 1912, estreou a peça teatral "Forrobodó", escrita por Carlos Bettencourt (1890-1941) e Luís Peixoto (1889-1973), musicada por Chiquinha Gonzaga5 e em 1937, cinco anos antes da instalação da referida base militar em território potiguar, a palavra "forró" já se encontrava registrada na história musical na gravação fonográfica de “Forró na roça”, canção composta por Manuel Queirós e Xerém3 .
Histórico[editar | editar código-fonte]
Os bailes populares eram conhecidos em Pernambuco por "forrobodó" ou "forrobodança" ou ainda "forrobodão"já em fins do século XIX.6
O forró tornou-se um fenômeno pop em princípios da década de 1950. Em 1949, Luiz Gonzaga gravou "Forró de Mané Vito", de sua autoria em parceria com Zé Dantas e em 1958, "Forró no escuro". No entanto, o forró popularizou-se em todo o Brasil com a intensa imigração dos nordestinos para outras regiões do país, especialmente, para as capitais: Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Nos anos 60 grandes forrozeiros fizeram sucesso, tais como Luiz Wanderley, Nino e Trio Paranoá, Sebastião do Rojão, Zé do Baião e muitos outros que, posteriormente, caíram no mais completo esquecimento. Uma possível causa para esse ostracismo vivido pelos cantores de forró dos anos 60 e 70 na atualidade pode ser o desinteresse do grande público pelo forró tradicional, aliado à falta de apoio por parte dos grandes artistas da MPB regional.
Nos anos 1970, surgiram, nessas e noutras cidades brasileiras, "casas de forró". Artistas nordestinos que já faziam sucesso tornaram-se consagrados (Luís Gonzaga, Marinês, Dominguinhos, Trio Nordestino,Genival Lacerda) e outros surgiram. Foi nessa década que surgiu a moda do duplo sentido, consagrada pelas composições e interpretações de João Gonçalves. Outros grandes cantores do período foram Zeniltone Messias Holanda.
A década de 1980 foi de crise para o forró, o que fez com que grandes nomes do gênero carregassem na maliciosidade das letras para atrair a atenção do público. Foi a década do chamado "forró malícia" representado por nomes como Genival Lacerda, Clemilda, Sandro Becker, Marivalda entre outros. Foi nessa década que a bateria (esporadicamente utilizada nos anos 70) foi inserida oficialmente na instrumentação do gênero, assim como a guitarra, o contrabaixo e, mais raramento, os metais. A década de 1980 terminou sem que o gênero conseguisse recuperar o prestígio e, nos anos 1990, surgia um movimento que procurou dar novo fôlego ao forró, adaptando-o ao público jovem; era o nascimento do reinado das bandas de "forró eletrônico", surgidas no Ceará, cuja pioneira foi a Mastruz com Leite. Outros grandes nomes desse movimento são Calcinha Preta (que impulsionou o crescimento do forró pelo Brasil e pelo mundo a fora), Cavalo de Pau, Magníficos e Limão com Mel.
Gêneros musicais[editar | editar código-fonte]
O forró é dançado ao som de vários ritmos brasileiros tipicamente nordestinos, entre os quais destacam-se: o xote, o baião, o xaxado, a marcha (estilo tradicionalmente adotado em quadrilhas) e coco.
Estilos da dança[editar | editar código-fonte]
O forró é dançado em pares que executam diversas evoluções, diferentes para o forró nordestino e o forró universitário:
O forró nordestino é executado com mais malícia e sensualidade, o que exige maior cumplicidade entre os parceiros. Os principais passos desse estilo são a levantada de perna e a testada (as testas do par se encontram), também conhecido pelo termo "Cretinagem".4
O forró universitário possui mais evoluções. Os passos principais são:
- atrás e ao lado - abertura lateral do par;
- caminhada - passo do par para a frente ou para trás;
- comemoração (xique xique) - passo de balançada, com a perna do cavalheiro entre a perna da dama;
- giro simples;
- giro do cavalheiro;
- oito (costas com costas) - o cavalheiro e a dama ficam de costas e passam um pelo outro;
- giro junto;
- giro solto;
- aviãozinho;
- giro ninja;
- quebra de braço;
- panamericano;
- manivela;
- portinha;
- controle de mão;
- facão;
- chanel;
- banana;
Modernização do forró[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Forró eletrônico
A modernização do forró teve início a partir do final da década de 1970, quando a bateria passou a ser utilizada de forma sutil em disco de artistas como Trio Nordestino, Os 3 do Nordeste, Genival Lacerda e outros. Na década de 1980 a bateria, a guitarra e o contra-baixo já faziam parte oficialmente da instrumentação dos discos de forró. Luiz Gonzaga passou a fazer uso constante desses instrumentos a partir do seu álbum de 1984, intitulado "Danado de Bom." A partir do início da década de 1990, com a saturação do forró tradicional conhecido como pé-de-serra, surgiu no Ceará um novo meio de fazer forró, com a introdução do teclado e a exclusão de zabumba e triângulo. Também as letras deixaram de ter como o foco o modo de vida dos sertanejos, e passaram a abordar conteúdos que atraíssem os jovens, tranformando o gênero numa espécie de música pop com influências de forró. O precursor do movimento foi o ex-árbitro de futebol, produtor musical e empresário Emanuel Gurgel, responsável pelas bandas Mastruz com Leite, Cavalo de Pau, Alegria do Forró e Catuaba com Amendoim. O principal instrumento de divulgação do forró na década de 1990 foi a a rádio Som Zoom Sat e a gravadora Som Zoom Estúdio pertencentes a Gurgel. Tal pioneirismo teve críticas de transformar o forró num produto. Em entrevista à revista Época, declarou Gurgel: "Mudamos a filosofia do forró: Luiz Gonzaga só falava de fome, seca e Nordeste independente. Agora a linguagem é romântica, enfocada no cotidiano, nas raízes nordestinas, nas belezas naturais e no Nordeste menos sofrido, mais alegre e moderno(...)".4
Grande parte das bandas de forró fazem versões de clássicos do pop internacional, numa demonstração da real afinidade dessas bandas, qual seja, a música pop.
A partir da década de 2000, surgiu um novo tipo de forró eletrônico, fortemente influenciado pela axé music. Exemplos dessa nova tendência são as bandas Aviões do Forró e Wesley Safadão.
A banda de rock Raimundos fez muito sucesso nos anos 90 misturando o forró com o hardcore, desde a composição musical até as letras.
Referências
- ↑ BECHARA, Evanildo. Minidicionário da Língua Portuguesa. [S.l.]: Nova Fronteira, 2009. 957 p. ISBN 9788520921852
- ↑ Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, verbete "forrobodó"
- ↑ a b Sobre Palavras - Forró vem de "for all"? Conta outra!, Sérgio Rodrigues, Revista Veja, 4 de agosto de 2011
- ↑ a b c Mvirtual. Forró - Origens e Manifestações atuais. Visitado em 13 de janeiro de 2012.
- ↑ ChiquinhaGonzaga.com - peças teatrais
- ↑ Enciclopédia da Música Brasileira: p. 301.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Enciclopédia da Música Brasileira: Erudita, folclórica, popular. 2ª. ed. rev. e atual. Art Editora/Itaú Cultural, 1998.
- Alvarenga, Oneyda. Música Popular Brasileira. São Paulo. "Lundu e Danças Afins". P.177. 2ª Edição. Livraria Duas Cidades, 1942.
- Carvalho, Rodrigues de. Cancioneiro do Norte. Paraíba do Norte. 71. 2º Edição, 1928.
- Câmara Cascudo, Luís da. Vaqueiros e Cantadores. p. 143 (em Almeida RJ, José Alberto de. 1997. Os Cantadores de Cordel do Nordeste Brasileiro: Relentara de Uma Prática Medieval. p. 6. Universidade Estadual do Ceará. CNPq - PIBIC).
- Câmara Cascudo, Luís da. Dicionário do Folclore Brasileiro. 2ª ED. Rio de .Janeiro. Instituto Nacional do Livro. Ministério da Educação e Cultura, 1962.
- Câmara Cascudo, Luís da. Dicionário do Folclore Brasileiro. 6ª Edição. Belo Horizonte, Itatiaia - São Paulo. p. 95. Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
- Enciclopédia Brasileira Globo. Vol.II - 14ª. Porto Alegre. Edição. Editora Globo, 1975.
- Buarque de Holanda Ferreira, Aurélio. Minidicionário da Língua Portuguesa. 1ª Ed. 5ª Impressão. Rio de Janeiro. p. 207. Editora Nova Fronteira, 1977.
- Phaelante, Renato. Forró: Identidade Nordestina. Fundação Joaquim Nabuco (Instituto de Pesquisas Sociais, Departamento de Antropologia). Recife, 1995.
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