Apesar das inúmeras reportagens orientando sobre o golpe do Falso Seqüestro, ainda é comum vermos pessoas serem extorquidas por marginais que se aproveitando do estado emocional das vitimas conseguem aplicá-lo.
O marginal liga aleatoriamente para um número de telefone e diz que seqüestrou alguém da família, geralmente falam “filha ou filho” e a vitima ouve alguém do outro lado da linha chorando e pedindo socorro.
É nesse momento que aproveitando do estado emocional da vitima o marginal consegue obter informações, pois quem está recebendo a ligação acaba associando o choro com seu familiar e sem perceber acaba até falando o nome.
Com essa informação já cedida pela vitima o marginal começa a pedir dinheiro, alegando que se não receber vai matar o suposto seqüestrado.
É bom esclarecer as diferenças básicas entre um seqüestro real e o falso seqüestro.
Num seqüestro real o seqüestrador passa algumas informações sobre a vitima e desliga dizendo que irá ligar novamente, pois ele não quer ser localizado nem identificado.
No falso seqüestro geralmente a ligação é de um código de área de outro Estado ou de número bloqueado. Ele não fala dados sobre a vitima e espera obter alguma informação através do estado emocional da pessoa que está recendo a ligação para então comentar sobre a identidade do suposto seqüestrado. Ele pressiona a vitima para não desligar o telefone até que receba o dinheiro, pois assim tenta evitar que se entre em contato com o suposto seqüestrado e consigam desmascarar o golpe.
* Em primeiro lugar, apesar da pressão psicológica que irá receber, procure manter a calma;
* Evite falar o nome do suposto seqüestrado e peça informações que confirmem se há realmente alguém feito de refém;
* Procure entrar em contato com a pessoa que alegam ter sido seqüestrado;
* Se não conseguir, pergunte algo que apenas aquela pessoa saberia responder (nome de um avô, do melhor amigo, nome do cachorro,…..,).
E tenha consciência que em praticamente a totalidade dos casos é apenas um golpe que estão tentando aplicar para lhe extorquir dinheiro e quanto mais calmo conseguir se manter, mais rápido irá conseguir se livrar e desligar o telefone.
E procure sempre registrar a ocorrência, pois somente assim a polícia poderá tentar identificar o autor da ligação para poder responsabilizá-lo.
Qualquer dúvida ou comentário encaminhe para : coronelcosta181@gmail.com
* O Coronel Jorge Costa Filho é consultor em segurança. Formado em Administração de Empresas, tem doutorado em Segurança Pública. Profissional experiente, já comandou a Polícia Militar em Curitiba.Este golpe faz parte da safra de "novos" golpes tipicamente brasileiros, que desfrutam peculiaridades sociais e econômicas do país e são organizados sobretudo por presos ou facções criminosas.
O golpe sinteticamente funciona assim, os criminosos ligam para a vítima contando que um familiar dela foi seqüestrado e que, se não for depositada uma quantia (normalmente entre 2 mil e 10 mil R$) imediatamente, será ferido ou morto.
Em alguns casos os golpistas solicitam também o fornecimento de um certo número de códigos de cartões de recarga para celulares pré-pagos (servem para os presos se comunicarem desde os presídios).
A performance teatral dos golpistas muitas vezes inclui gritos no fundo do telefonema e fornecimento de detalhes da pessoa supostamente seqüestrada para assustar e convencer o interlocutor a pagar rapidamente.
Técnicas de "engenharia social" são também usadas pelas quadrilhas mais evoluídas e estruturadas.
Na realidade o tal membro da família não foi seqüestrado, mas provavelmente recebeu logo antes um telefonema de alguém que com alguma desculpa (participação num concurso ou programa televisivo, sorteio, cadastramentos de algum tipo, suposta clonagem de cartões de crédito ou celular etc...) conseguiu obter várias informações pessoais (que foram usadas depois pra convencer os parentes que a pessoa foi mesmo seqüestrada), inclusive o telefone do familiar vítima que irá receber as ameaças.
Muitas vezes ficam ligando direto no numero do suposto seqüestrado para manter-lo ocupado de forma que não seja possível para os familiares fazer contato e verificar se está mesmo seqüestrado. Em outra variante os golpistas ligam antes para o celular do suposto seqüestrado e, dizendo ser da companhia telefônica e com a desculpa de fazer controles contra clonagem ou algo do tipo, solicitam que deixe o telefone desligado por 1 ou 2 horas (além de coletar informações como descrito acima).
Nestes casos ganhe tempo, verifique através de outros números onde está a pessoa supostamente seqüestrada... use qualquer recurso para conseguir falar com ela.
Se necessário desligue na cara dos golpistas logo no início da conversa (para deixar a linha disponível para você tentar contatar a pessoa), depois poderá sempre dizer que caiu a linha.
Descobrirá que a pessoa não é seqüestrada e que está muito bem.
Não se deixe amedrontar pelas ameaças e leve em conta que, quando os golpistas disserem que não pode desligar, é exatamente porque não querem que você tenha a chance de verificar o que eles afirmam pois, assim, descobriria que não houve seqüestro algum.
De forma geral, durante a conversa, NUNCA forneça ou confirme qualquer dado seu ou de seus familiares, quais endereços, local de trabalho etc... Se forem verdadeiros seqüestradores já saberão tudo, se não forem é melhor não muni-los de informações sobre você e sua família.
Uma vez verificado que é golpe, o conselho é que ligue para a polícia denunciando o fato (inclusive o número de origem da ligação, sempre um celular) e deixando eles tomarem as medidas cabíveis.
Não atenda nunca mais telefonemas vindo daquele número, em hipótese alguma. Lembre-se que estará tratando com criminosos e presidiários sem muitos escrúpulos.
SSP orienta população para não cair no golpe do falso sequestro
Informe ao (Ciops) pelo 190 ou com Disque Denúncia (3223 5800 - capital e 0800 313 5800 - interior).
Paralelo às investigações para identificar e prender suspeitos que cometem o crime do falso sequestro seguido de extorsão, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), por meio da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) da Polícia Civil, visando diminuir os índices de vítimas desse tipo de crime em São Luís e, em cidades do interior, alerta a população sobre os riscos e como evitar para não se tornar mais uma vítima do golpe.
De acordo com dados da Seic, foram registrados nos últimos meses, seis casos de pessoas que foram lesadas pela ação criminosa. Em três, o plano dos criminosos foi interrompido, pois as vítimas detectaram que se tratava de um golpe. No último caso registrado na capital, uma vítima teria sacado cerca de R$ 10 mil e depositado em conta laranja, utilizada para guardar o dinheiro. Estima-se que no estado, os prejuízos cheguem a R$ 20 mil. Estados como São Paulo e Minas Gerais são os locais onde há o maior índice de registros do caso, e com quantias maiores de dinheiro exigido pelos criminosos.
Segundo o delegado Augusto Barros, do Grupo de Resposta Tática (GRT) da Seic, o crime realizado aqui na capital utiliza a forma clássica desse tipo de golpe, em que o criminoso, de dentro de um presídio, utiliza um telefone celular e faz ligações para residências em qualquer lugar do país. “Duas formas desse crime são as mais comuns. Em uma, o criminoso se passa por um bombeiro ou policial, avisando que alguém da casa sofreu um acidente. Essa farsa é com o objetivo de colher informações, e logo depois anunciar o sequestro, tentando extorquir grande quantidade de dinheiro. A outra é, ao fazer o telefonema, o criminoso forjar, desde o início da ligação, ter sequestrado algum morador da casa”, explicou.
O delegado, ainda, alerta sobre algumas características típicas desse delito. “Alguns atos são sempre repetidos nestas ligações, entre eles, como perguntar se a pessoa tem filhos, pai ou mãe e se estes se encontram em casa. E para intimidar ainda mais a vítima, eles colocam uma pessoa chorando se passando pelo parente sequestrado, forçando o interlocutor a pagar rapidamente. É necessário ter muito cuidado e manter a calma nessa hora”, continua.
De acordo com Augusto Barros, o criminoso utiliza o estado emocional da família para concretizar o plano. Nesse momento, conforme o delegado, é que a vítima sem perceber, fornece informações sobre todo o grupo familiar. Os criminosos utilizam a lista telefônica para descobrir os números de telefones e endereços de possíveis vítimas.
DICAS DE PREVENÇÃO PARA NÃO CAIR NO GOLPE
1. Mantenha a calma ao atender qualquer chamada que esteja relacionada a este crime. Esta medida ajuda a reconhecer se a ligação é verdadeira ou não;
2. Alerte todos os moradores de sua residência, principalmente idosos, crianças e funcionários a não fornecerem dados pessoais, como número de quantas pessoas reside no local, telefone ou hábitos sobre os moradores da casa. Estas informações podem ser utilizadas para o criminoso conhecer sua família;
3. Ao realizar a ligação, o criminoso sempre demonstra ter pressa em finalizar as negociações;
4. Tente prolongar a conversa com o suposto negociador, e enquanto isso se certifique que a ‘suposta’ pessoa sequestrada esteja bem. Para isso, utilize outro telefone celular e tente localizar o mais rápido possível a pessoa indicada no sequestro;
5. Procure a polícia urgentemente. Ao ser vítima desse golpe, informe imediatamente as autoridades policiais. Em São Luís, a Seic fica localizada no prédio atrás do Plantão Central da Reffesa. A partir do 15 de abril, a Superintendência passará a funcionar no antigo prédio da Rádio Timbira, no Bairro de Fátima.Os telefones para contato são (98) 3214 8659 e 3214 8662, que também estão a disposição do cidadão;
6. Outra opção é manter contato com o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) pelo 190 ou com o Disque Denúncia (3223 5800 - capital e 0800 313 5800 - interior).
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