sexta-feira, 7 de agosto de 2015

COLONOSCOPIA

O que é a colonoscopia

Colonoscopia - Getty Images
Colonoscopia analisa todo o intestino grosso e a parte final do intestino delgado
A colonoscopia é um exame que permite ao médico analisar o revestimento interno do intestino grosso e parte do delgado, correspondente ao reto e ao cólon. A colonoscopia ajuda a encontrar pólipos, tumores, inflamações, úlceras e outras alterações do órgão. A colonoscopia hoje é tida como um dos principais métodos de rastreamento do câncer de cólon e reto.  

Outros nomes

Colonoscopia virtual                                            

Qual médico faz o exame?

A colonoscopia é feita por um gastroenterologista ou um colonoscopista.

Quando o exame é pedido:

A colonoscopia pode ser pedida para:                                              
  • Procurar um câncer de cólon e reto ou pólipos
  • Procurar a causa de sangue nas fezes ou hemorragia retal
  • Analisar a causa de fezes escuras ou pretas
  • Encontrar a causa de uma diarreia crônica
  • Encontrar uma possível causa para anemia ferropriva
  • Analisar a causa de uma perda de peso inexplicável
  • Analisar o cólon após resultados anormais de um exame de fezes
  • Acompanhar ou tratar a colite
  • Procurar a causa de dor de barriga crônica.

Contraindicações:

 A colonoscopia é contraindicada para pacientes com:                        
  • Abdômen agudo perfurativo
  • Diverticulite aguda
  • Megacólon tóxico.
Algumas condições fazem com que o exame de colonoscopia seja adiado:                     
  • Infarto recente do miocárdio
  • Embolia pulmonar recente
  • Neutropenia importante
  • Gravidez
  • Aneurisma de aorta ou de ilíaca
  • Esplenomegalia.

Preparo para a colonoscopia:

Antes de fazer o seu exame de colonoscopia, o médico pedirá para você interromper o uso de alguns medicamentos durante dois ou três dias, principalmente suplementos de fibras e medicamentos que contenham ferro. Outros medicamentos, como anti-inflamatórios, anticoagulantes e insulinadevem ser discutidos com o médico, que irá avaliar se devem ser interrompidos. Converse com seu médico sobre quaisquer dúvidas que você tem o exame de colonoscopia. 
Nos dias que antecedem a colonoscopia, você precisará seguir alguns cuidados para limpar seu cólon. No geral, você precisará parar de comer alimentos sólidos um ou dois dias antes da colonoscopia e não ingerir nada vermelho ou roxo, como suco de uva. O consumo de bebida alcoólica está proibido no dia do exame e no dia anterior em função dos sedativos, pois seus efeitos podem se intensificar. O médico irá receitar um medicamento laxativo, que deverá ser ministrado conforme suas instruções. Isso porque o intestino grosso, onde ficam depositadas as fezes, deverá estar limpo para que o médico possa fazer a análise do órgão. Nos dias anteriores ao exame você irá ao banheiro diversas vezes, por conta da medicação laxativa. Você irá ao banheiro até que a evacuação seja apenas uma água transparente. Essa é a de que o cólon está limpo, preparado para fazer o exame, pois só assim é possível enxergar a mucosa e encontrar lesões. 
É importante beber muito líquido enquanto puder, de preferência com cores claras (como suco de maçã), para não ficar desidratado. Descanse na noite anterior à colonoscopia e pare de comer e beber qualquer coisa no mínimo oito horas antes do exame. Pode ser também que você tome outra solução no dia da colonoscopia, para que em três horas você consiga evacuar tudo o que está no intestino. 
Para fazer a colonoscopia, é importante que você esteja acompanhado, pois o exame é feito com uma sedação e seus efeitos podem durar horas, impedindo você de praticar atividades como dirigir ou trabalhar. 

Como é feita a colonoscopia:

A colonoscopia deverá ser feita em um consultório médico, clínica ou um hospital. Você vai precisar tirar a maioria de suas roupas e será dada uma vestimenta própria para o exame. Após o intestino estar totalmente limpo, é aplicada a sedação e você ficará deitado de lado, com os joelhos dobrados e encostados na sua barriga. Quando a sedação fizer efeito e você dormir completamente, o colonoscopista irá colocar gentilmente em seu ânus para verificar se há obstrução. Se estiver tudo bem, ele irá inserir um tubo em seu ânus, chamado colonoscópio. O colonoscópio é uma haste flexível da espessura de um centímetro - aproximadamente um dedo indicador -, com cerca de um metro de comprimento. Ele tem uma câmera na sua extremidade, que capta a imagem e transmite para um monitor de televisão, assim como uma fonte de luz para iluminar tudo. O médico irá inserir o colonoscópio até o início do intestino delgado, pois é essa extensão do intestino que geralmente fica doente. Caso a sedação não seja geral, você poderá sentir cólicas ou dores agudas, consequentes da movimentação do tubo. Você também poderá sentir vontade de evacuar. 
O médico também pode utilizar pequenas ferramentas, como fórceps ou cotonetes, para recolher amostras de tecido (biópsia) ou retirar pólipos. Normalmente, as pessoas não sentem nada. Ao final da colonoscopia, o tubo é lentamente puxado para fora de seu ânus e a sua área anal será limpa. 
A colonoscopia geralmente dura de 30 a 45 minutos, mas pode demorar mais, dependendo do que for encontrado e que é feito durante o teste. Após a colonoscopia, você ficará sob observação durante uma ou duas horas. Quando estiver acordado e capaz de andar, você poderá ir para casa. 

Usos terapêuticos da colonoscopia

Colonoscopia - Getty Images
Pólipos são necrosados durante a colonoscopia com uma corrente elétrica
 A colonoscopia também pode ser usada como procedimento terapêutico, uma vez que não requer incisões. A colonoscopia pode ser usada para:
  • Retirada de pólipos (polipectomias): com ajuda de uma alça na ponta do colonoscópio, o médico laça a base do pólipo e emite uma pequena corrente elétrica pela alça, em toda a volta do pólipo
  • Colocação de próteses no intestino
  • Remoção de corpos estranhos (moedas engolidas por crianças, por exemplo)
  • Tratamento de lesões sangrantes.

Possíveis efeitos colaterais:

Após o exame de colonoscopia, você poderá sentir algum inchaço e cólicas nas primeiras horas após o exame. Você terá gases e sentirá vontade de evacuar com frequência. Se a foi feita ou biópsia ou retirado um pólipo, você pode ter traços de sangue nas fezes. Após o período de evacuação mais frequente, pode ser que você passe vários dias sem evacuar.

Recomendações pós-exame:

Se pólipos foram retirados, o médico pode aconselhá-lo a não tomar aspirina e anti-inflamatórios durante uma ou duas semanas. Ao chegar em casa no dia do exame, você pode começar a se alimentar, com líquidos à vontade e um lanche pequeno. É importante tomar bastante líquido para evitar uma desidratação. Nas primeiras seis horas, deve ser feita uma dieta mais leve, com alimentos de fácil digestão. Após esse período, se você estiver se sentindo bem, pode fazer uma dieta normal.

Possíveis complicações e riscos:

A chance de acontecer qualquer problema em uma colonoscopia é muito pequena. No entanto, pode ser que as ferramentas utilizadas durante o exame perfurem o revestimento do cólon, causando sangramentos. No geral, o médico percebe esse sangramento durante o próprio exame, já fechando a ferida no mesmo procedimento. Também pode ocorrer uma perfuração tardia, no geral em decorrência de uma ressecção de pólipo, que pode gerar uma necrose mais profunda, causando sangramento nos dias seguintes ao exame. Nesse caso, o paciente deve ser encaminhado ao médico para tratar a ferida de forma adequada. Ligue para o seu médico se você:
  • Tiver um sangramento persistente nas fezes
  • Tiver uma dor de barriga grave
  • Desenvolver uma febre
  • Ficar muito tonto
  • Vomitar
  • Ficar com a barriga inchada e firme.

Periodicidade do exame:

Pessoas com histórico familiar de câncer de cólon e reto ou doenças do intestino devem começar a fazer colonoscopias após os 50 anos, anualmente, no sentido de rastrear qualquer recorrência. Seu médico pode recomendar o exame mais cedo se o seu risco para câncer de cólon e reto for muito alto. Se você estiver fazendo acompanhamento para alguma doença intestinal, os exames podem ser mais frequentes.

O que significa o resultado do exame?

Por ser um procedimento no qual o resultado é mostrado ao vivo, o colonoscopista será capaz de dizer os resultados imediatamente após o procedimento. Qualquer alteração na cor ou textura da mucosa do intestino, ou mesmo presença de sangramentos, indicam um problema. As amostras de tecido são enviadas para um laboratório, onde serão avaliadas. Outros resultados do teste são preparados em dois a quatro dias, ou então semanas, dependendo da avaliação.

Resultados normais:

O revestimento do cólon deve parecer suave e cor de rosa, com um monte de dobras normais. Não pode haver crescimentos, bolsas, sangramento ou inflamações.

O que significam resultados anormais:

A colonoscopia pode indicar hemorroidas, pólipos, tumores, uma ou mais feridas (úlceras), bolsas na parede do cólon (diverticulose), inflamações, colite e câncer de cólon e reto.

colonoscopia é o exame responsável por detectar o aparecimento de câncer no intestino
Foto: Getty Images
Qual a melhor forma de saber se tudo anda em ordem pelo intestino? Para muitos especialistas é a realização da colonoscopia.
Conhecida como uma endoscopia feita pelo ânus, a colonoscopia flagra inflamações na parede intestinal, além de verrugas - os pólipos -, que podem ser pré-cancerosas, e tumores propriamente ditos. Muito melhor do que a cirurgia que abre o abdômen até atingir o intestino grosso - usada até a década de 1970, quando a colonoscopia chegou ao Brasil.

Quando fazer

"O exame é obrigatório para quem tem mais de 50 anos, e a partir dos 30 anos para pessoas com casos de câncer na família", avisa o coloproctologista João Calache Neto, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo. Sangue nas fezes e dor contínua no lado esquerdo também merecem essa investigação.
Já a frequência, "depende dos achados de quando ele é feito pela primeira vez", o coloproctologista Pedro Basílio, presidente da regional carioca da Sociedade Brasileira de Cirurgiões Oncológicos. Se ela não encontrar nada, a sugestão oficial - pelo menos até o momento - é que seja repetida a cada dez anos. Muitos médicos, porém, preferem indicar o repeteco a cada cinco. É mais seguro.
"A evolução do pólipo para o câncer pode demorar até uma década", explica o oncologista Rafael Kaliks, do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Quando a metamorfose ocorre, ela é traiçoeira. Dores, diarreias alternadas com constipações e sangramentos costumam aparecer na fase avançada da doença. Então, o tratamento é drástico.

Entenda o exame

1. Com o paciente sedado e deitado, o médico introduz um tubo de 1 metro de comprimento pelo ânus. Enquanto percorre as cinco primeiras curvas do cólon, uma minicâmera na ponteira transmite as imagens, aumentadas até 150 vezes, para a tela de um computador.

2. Se flagrar alterações na mucosa, como uma inflamação, o médico ativa uma pinça que retira um fragmento da lesão para biópsia.

3. Mas, ao esbarrar em lesões malignas, o próprio colonoscópio pode retirá-las de maneira segura. Tudo isso costuma durar cerca de 20 minutos.
Colonoscopia - o exame que detecta o câncer de intestino
Além da colonoscopia, outros exames complementam a avaliação
Foto: Dreamstime

Outros exames

Há mais testes, complementares, que ajudam a detectar problemas no intestino.

· Sangue oculto nas fezes
No laboratório, procuram-se rastros de sangue nas fezes, o que denunciaria lesões. Mas o exame não localiza de onde vem o sangramento. Às vezes a origem está no estômago, por exemplo. E aprenda: pólipos intestinais não sangram. Portanto, se há sangue proveniente do intestino, ou ele vem de simples hemorroidas ou, se é tumor, o câncer já avançou.

· Retosigmodoscopia
É parecida com a colonoscopia, mas só visualiza lesões no reto e no lado esquerdo do cólon. A grande crítica é deixar à mercê da sorte o lado direito.

· Colonoscopia virtual
O método faz uma tomografia do intestino sem introduzir um tubo no ânus para saber se há pólipos. Mas é preciso insuflar ar por ali para obter as imagens, o que pode doer. Vale a pena? Há quem diga que não, até porque pequenas lesões escapam ao exame.

· DNA nas fezes
Essa análise molecular ainda não está disponível no país. Ela confere a presença de DNA de células cancerosas que teriam descamado do cólon. O senão é o preço altíssimo.

· Hemograma simples
Ele não flagra o câncer em si. Mas muitos tumores, especialmente no lado direito do intestino, sangram a ponto de provocar anemia. Ela é tão forte e repentina que o paciente sente até taquicardia. Daí o recado: quem está com anemia tem um bom pretexto para fazer uma colonoscopia.
Colonoscopia - o exame que detecta o câncer de intestino
Comer alimentos ricos em fibras é essencial para manter o intestino em funcionamento e evitar o surgimento do câncer
Foto: Dreamstime

A influência dos hábitos

Conheça as atitudes que podem contribuir para o aparecimento do câncer de intestino e as que ajudam a afastá-lo.

Para o bem
Uma dieta rica em fibras (grãos, frutas, legumes e verduras) não só faz o intestino trabalhar direito como ainda o preserva contra tumores ao arrastar mais depressa substâncias cujo contato é tóxico. O exercício físico também é bem-vindo.

Para o mal
Há evidências de que um cardápio gorduroso, abarrotado de carnes vermelhas, frituras e embutidos, favoreça o desenvolvimento da doença. Provavelmente porque contém substâncias capazes de irritar as paredes intestinais. O cigarro é outro inimigo do intestino - o que pouca gente desconfia. Mais uma vez, a razão está nos componentes tóxicos, que prejudicam as células do órgão.No futuro, ninguém morrerá de câncer do intestino.
Primeiro, porque tumores malignos localizados no intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo) são raríssimos; depois, porque as lesões que se desenvolvem no intestino grosso (cólon, sigmoide e reto) podem ser retiradas pela colonoscopia ainda na fase pré-maligna.
Na maioria dos casos, o câncer de intestino se instala em lesões precursoras que adquirem a forma de pequenos cogumelos com pedículos de comprimento variável: os pólipos.
Em sua apresentação inicial, eles são formados por arranjos glandulares de arquitetura muito semelhante à da mucosa normal: são os pólipos adenomatosos ou adenomas. À medida que o processo de transformação progride, esses adenomas podem crescer e suas células se tornarem cada vez mais alteradas, para constituir os pólipos hiperplásicos.
Ao longo desse processo de multiplicação e de transformação celular, eventualmente, ocorrem as mutações de DNA características das células malignas. Só, então, surge o câncer de intestino, que mais tarde se disseminará para outros órgãos.
Nos últimos trinta anos, os avanços na tecnologia das fibras ópticas permitiram obter fibroscópios flexíveis capazes de visualizar a mucosa que vai do reto à válvula ileocecal, local em que o íleo desemboca no intestino grosso.
Os fibroscópios modernos não possibilitam apenas acesso visual às lesões da mucosa, estão acoplados a pinças cortantes que permitem retirá-las. A colonoscopia, portanto, não é simples exame diagnóstico; é procedimento cirúrgico capaz de evitar o aparecimento do câncer de cólon.
Embora seguro, o exame não é desprovido de riscos: em cada 1.000 procedimentos, um a dois pacientes sofrem complicações que vão de sangramentos a perfurações da parede intestinal.
Além disso, há a questão dos custos, a necessidade de anestesia e de pessoal treinado e o desconforto do preparo com laxantes para esvaziar completamente o conteúdo intestinal.
Por essas limitações, a prevenção por meio da colonoscopia não deve ser indicada aleatoriamente, mas ater-se às situações em que existe risco maior de desenvolver câncer de cólon.
Por exemplo, os que sofrem de doenças inflamatórias intestinais (doença de Crohn, retocolite ulcerativa e outras) devem submeter-se ao exame com maior frequência. Famílias que apresentam vários membros com múltiplos pólipos intestinais (polipose familiar), também.
Além desses e de outros grupos de risco menos comuns, os parentes de primeiro grau de mulheres e homens que tiveram câncer de cólon, precisam ser acompanhados com mais cuidado, a partir de uma idade mais precoce. Embora não haja unanimidade, a maioria dos especialistas aconselha que o primeiro exame nesses casos seja realizado cinco a dez anos antes da idade em que o parente mais jovem recebeu o diagnóstico.
Aqueles que não pertencem a nenhum grupo de risco nem tiveram parentes com câncer de cólon devem fazer a primeira colonoscopia entre os 50 e os 55 anos, idade em que o risco se torna significativo. Se nesse exame forem encontrados e retirados um ou mais pólipos, a colonoscopia deverá ser repetida no ano seguinte.
Há discordância, no entanto, quanto ao intervalo ideal para a repetição nos casos em que o exame anterior foi normal. Pesquisadores da Universidade de Indiana acabam de publicar um estudo no The New England Journal of Medicine, sobre essa questão.
Em mulheres e homens com idade média de 56,7 anos, os autores realizaram 2.436 colonoscopias em que nenhum pólipo foi encontrado. Num período médio de 5,34 anos, o exame foi repetido.
Nesse segundo exame, um ou mais adenomas pequenos foram encontrados em 16% dos casos; e adenomas maiores do que 1 cm, em 1,5%. Não houve um caso sequer de câncer de cólon.
Conclusão: repetir colonoscopias de resultado normal antes de 5 anos é exagero de indicação. A American Cancer Society vai mais longe: sugere que nessa eventualidade elas sejam repetidas 10 anos mais tarde.

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