sexta-feira, 7 de agosto de 2015

UMBU

Intitulado por Euclides da Cunha como a “árvore sagrada do sertão”, o umbuzeiro é também conhecido como imbuzeiro (nome cientifico: Spondias tuberosa). O seu fruto é o umbu ou imbu. A palavra que lhe deu esse nome é o “ymbu”, de origem tupi-guarani, que significa “árvore que dá de beber”, uma referência a sua característica de armazenamento de água, especialmente da raiz, qualidade necessária para sobrevivência nos longos períodos de seca no seu habitat natural, a Caatinga. A planta pode alcançar sete metros, tem tronco curto e copa em forma de guarda-chuva. As flores são brancas, agrupadas, perfumadas, com néctar que é retirado pelas abelhas para se alimentarem e produzirem mel.
Umbuzeiro - a árvore do umbu
Umbuzeiro – a árvore do umbu (Foto: DoDesign-s)
O fruto é pequeno e arredondado, de casca lisa ou com pequenos pelos, que lhe conferem uma textura levemente aveludada. Com cheiro doce e sabor agradável, levemente azedo, o umbu tem a coloração verde-amarelada. Grande parte da sua composição é aquosa e possui consideráveis propriedades nutricionais, sendo rico em vitamina C. É muito apreciado para consumo humano in natura ou beneficiado, na produção de polpas de fruta, sorvete, geleias e doces. Vale salientar que o fruto maduro dura no máximo dois ou três dias, o que dificulta o consumo in natura. O fruto e a folha do umbuzeiro também são utilizados na alimentação animal.
Umbu, frutos
Umbu, frutos (Foto: DoDesign-s)
Como a maioria das plantas na Caatinga, o umbuzeiro perde todas as suas folhas nos períodos de seca, mas volta a florescer assim que começam a cair as primeiras chuvas. A frutificação segue o mesmo percurso, estando os frutos maduros 60 dias após a abertura das flores.
As raízes do umbuzeiro, em formato de batatas, podem ser utilizadas na culinária popular e apresentam um sabor adocicado. As populações tradicionais utilizam o suco da raiz nos casos de escorbuto, doença que tem como sintomas hemorragias nas gengivas em decorrência de carência grave de vitamina C. Em períodos de estiagem forte, a água armazenada nas raízes pode ser consumida por pessoas e animais. Ainda se atribui a ela propriedades medicinais antidiarreicas.Spondias tuberosa L., popularmente conhecido como umbuzeiro, imbuzeiro e jique,1 é uma árvore de pequeno porte (mede até seis metros de altura), pertencente àfamília das anacardiáceas, de copa larga (até quinze metros de largura), originária dos chapadões semiáridos do Nordeste brasileiro, que se destaca por fornecer sombra e aconchego. Dada a importância de suas raízes, foi chamada "árvore sagrada do Sertão" por Euclides da Cunha. Sua raiz conserva água e produz uma batata, que em época de grande estiagem, é utilizada como alimento. O umbuzeiro vive mais ou menos 100 anos, e é um símbolo de resistência.

Uso pelo homem[editar | editar código-fonte]

A partir de projetos de beneficiamento do umbu em minifábricas do sertão baiano, essa fruta passou a ter importância na geração de renda e organização das comunidades rurais daquela região.2 Suas folhas, de grande valor alimentício, com gosto "azedinho", também são usadas como alimento pelos seres humanos. O fruto do umbuzeiro é denominado umbu ou imbu.3 O seu fruto é muito apreciado e consumido, tanto pelo homem como pela fauna, possuindo um caroço revestido por uma suculenta polpa e, na superfície, por uma película esverdeada, tendendo, à medida que amadurece, para a cor amarela. O umbu tem, em média, de três a quatro centímetros de diâmetro.
Muito rico em vitamina C e com característico sabor azedinho, o umbu, além de ser consumido ao natural, é utilizado em preparos culinários, como sorvetes, geleias, doces e umbuzada, iguaria preparada com leite e açúcar, muito apreciada no Nordeste do Brasil.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

"Imbu" e "umbu" provém do termo tupi ïm'bu.4 Nos tempos do Brasil Colônia, era chamado de ambuimbu e ombucorruptelas da palavra tupi-guarani "y-mb-u", que significava "árvore-que-dá-de-beber" (embora haja a possibilidade de que seja, de fato, uma palavra de origem Kariri).5
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Ir para cima FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 919.
  2. Ir para cima Globo Rural, em reportagem de maio de 2010, disponível em http://organicos-e-sustentaveis.blogspot.com/2010/05/umbu-organico-melhora-vida-no-sertao-da.html.
  3. Ir para cima FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 919.
  4. Ir para cima FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 919.
  5. Ir para cima "Umbu, palavra Karirí?", Notas de Leitura, Biblioteca Digital Curt Nimuendajú; http://biblio.etnolinguistica.org/doc:15
Ícone de esboçoEste artigo sobre a ordem Sapindales, integrado no Projeto Plantas é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.O umbuzeiro foi batizado por Euclides da Cunha em, Os Sertões, como uma árvore sagrada da caatinga. Graciliano Ramos também o descreve em Infância e Gilberto Freyre disseminou a receita de um doce de calda preparado com umbu verde.
Árvore com até 6 m de altura de copa ampla em forma de guarda-chuva com diâmetro de 10 a 15 m projetando sombra densa sobre o solo.
O umbuzeiro perde totalmente as folhas durante a época seca e reveste-se de folhas após as primeiras chuvas.
Flores brancas, aromáticas e melíferas. A floração, pode iniciar-se após as primeiras chuvas independentemente da planta estar ou não enfolhada; a abertura das flores dá-se entre 0 hora e quatro horas (com pico as 2 horas).
Frutos tipo drupa de forma arredondada, de 2 a 4 cm de comprimento, casca amarelo-esverdeada com um caroço. Polpa comestível branca, mole, suculenta e de sabor agridoce. 60 dias após a abertura da flor o fruto estará maduro.
Frutificação no verão.
O umbu é utilizado na fabricação de polpa, suco, sorvete, doce, geléia e uma grande variedade de produtos. Industrializado o fruto apresenta-se sob forma de sucos engarrafados, de doces, de geléias, de vinho, de vinagre, de acetona, de concentrado para sorvete, polpa para sucos.
O umbu possui metade de vitamina C do suco de laranja.
A resistência à seca é a principal característica do umbuzeiro, uma planta originária do semi-árido nordestino. É na raiz que se encontra o cheropódio, uma espécie de batata que armazena água utilizada pela planta nos períodos mais secos. Um umbuzeiro adulto vive em média 100 anos e pode até armazenar dois mil litros de água em suas raízes. 
Seu nome em tupi-guarani é "y-mb-u", que significava "árvore que dá de beber"
Agricultores e agricultoras das regiões do Cariri e Curimataú paraibano participaram, em 2003, de uma visita de intercâmbio de experiências de plantio e beneficiamento de frutos de umbu na agricultura familiar nos estados de Pernambuco e Bahia. Durante a visita à Embrapa Semi-árido, em Pernambuco e Remanso, na Bahia conheceram diversas experiências. A semente de umbu pode ser conservada por vários anos se não for atacada pelo gorgulho. Após ser utilizada pelos caprinos, bovinos, ovinos e outros animais, já vem enriquecida em nitrogênio e outros nutrientes com uma capacidade de germinação acima de 80%. Quando o umbu é consumido fresco a sua semente deve ser guardada por um período de 6 meses para só então ser plantada. Porém, se o agricultor ou agricultora pretende plantar logo, deve tratá-la. Primeiro, deve deixá-la em um balde, com uma parte de esterco para três partes de água, por 12 horas. Depois, deve-se coar e colocar as sementes na água coada, por mais 24 horas. Então elas podem ser semeadas em saquinhos ou canteiros. As mudas podem ser transplantadas para o campo com três meses de idade. O umbu pode ser usado como cavalo de cajá, seriguela, umbu-cajá, cajarana, cajá-manga, umbuguela. Isso possibilita o cultivo dessas plantas que não são adaptadas às características da caatinga como o umbu. A enxertia pode ser também de umbu sobre umbu, o que reduz o tempo de frutificação de seis para dois anos e meio. Além disso, pode-se utilizar como copa de plantas que apresentam características desejadas. Uma prática importante para antecipar o início de produção de frutos é fazer ao redor da planta, na projeção da copa, uma “bacia” no solo, para captação de água da chuva. Assim, uma única chuva acumula a quantidade de água equivalente a dez chuvas de mesma intensidade. O prazo de frutificação passa de 9 a 10 anos, para 5 anos. Na visita realizada ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Remanso, na Bahia, os agricultores Janete Silva Ferreira e Ivonaldo Nepomuceno Ferreira, ensinaram a fazer suco, doce de corte, doce cremoso, geléia, compota e a armazenar polpa em condições ambientais e sob refrigeração para posterior processamento. Os visitantes foram também conhecer a propriedade do seu Bartolomeu, na comunidade de Baião, em Pilão Arcado, também na Bahia. Ele plantou umbu há 15 anos e com 3 anos as plantas começaram a produzir. Plantou estacas de 2 metros, enterradas aproximadamente meio metro no solo. Ao devolver a terra para a cova tomou cuidado para não socar a terra. A época boa de plantio é agosto, setembro e outubro, quando a planta está sem folhas. Ele tem 12 pés de umbu que já estão produzindo.

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