Cânone é um termo que deriva do grego “kanón”, utilizado para designar uma vara que servia de referência como unidade de medida. Na Língua Portuguesa o termo adquiriu o significado geral deregra, preceito ou norma. Em determinados contextos, a palavra cânone pode ter significados mais específicos.
Na literatura, é um conjunto de livros considerados como referência num determinado período, estilo ou cultura. "Macunaíma", de Mário de Andrade, ou "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa, podem ser consideradas obras cânones da literatura brasileira.
No contexto da religião, cânone conjunto de livros considerados de inspiração divina. Na religião católica é também o nome dado a uma das partes em que se divide a liturgia ou às regras estabelecidas num concílio.
Cânone nas artes
Nas Belas-artes, cânone era uma regra que estabelece as proporções ideais da figura humana. O Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, é considerado um cânone das proporções humanas. Posteriormente foi aplicada também na arquitetura. Os seus principais teóricos foram Policleto, Leonardo da Vinci (Tratatto Sulle Proporcioni) e Dürer, entre outros.
Cânone musical
Na música, cânone é uma composição a duas ou mais vozes entoando uma mesma melodia, que se caracteriza por essas vozes serem entoadas desfasadas no tempo. O cânone de Pachelbel é uma das composições famosas nesse estilo. Chico Buarque compôs a canção "Sem Fantasia" no estilo cânone.
É a forma mais rigorosa do estilo imitativo. As vozes, de número ilimitado, entram sucessivamente a distâncias exatas, e são iguais na sua extensão, complementando-se, todavia, harmonicamente, razão pela qual também em polifonia é preciso ter um conta o conceito de harmonia, embora tomado em sentido diferente.
É importante acrescentar que a distância dos intervalos pode ser diversa (cânone ao uníssono, à oitava, à segunda, etc).
Originalmente o cânone é uma das formas mais antigas da arte do contraponto, pois tem a sua raiz nos cantos coreografados (rondellus, rota) usados na música folclórica e remonta ao século XIII, o que pode ser comprovado pelo célebre cânone inglês Summer is icumen In.
O cultivo do cânone alcançou o seu apogeu nos séculos XV-XVI na Holanda. J.S. Bach se imortalizou nas Variações Goldberg, publicadas em 1741.
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