Seringueiro é o profissional que trabalha com e extração do látex, um líquido grosso da árvore chamada Seringueira, matéria-prima da borracha natural. Para a extração do látex, o profissional sangra a árvore, fazendo talhos, e coloca sobre a sangria uma cuia ou bacia para aparar o líquido. Depois o látex é defumado, para ser endurecido e transformado em bolas, chamadas pélas, que chegam a pesar até 40 quilos. Atualmente, já existem muitas técnicas de produção da borracha industrialmente, que elimina as impurezas da matéria-prima e tem como produto final uma borracha resistente e imperecível. As Seringueiras se encontram no meio de florestas e matas, sempre em lugares de difícil acesso, portanto o seringueiro deve sempre conhecer bem a região e as características da árvore.
QUAIS AS CARACTERÍSTICAS NECESSÁRIAS?
Para ser um seringueiro é necessário ter conhecimento sobre a região explorada, sobre as características da planta e sobre as técnicas utilizadas na produção da borracha. Outras características interessantes são: força física metodologia facilidade de lidar com a natureza responsabilidade consciência ambiental resistência técnica
QUAL A FORMAÇÃO NECESSÁRIA?
Não existe formação específica necessária para ser um seringueiro, entretanto, por ser uma atividade extrativista, é necessário conhecimento de diversas técnicas, de características da árvore e do meio ambiente em que está inserida. Além disso, por ser uma atividade econômica muito importante, na extração em grande escala, há todo um planejamento, e, muitas vezes, há um profissional projetista ou engenheiro ambiental que coordena o trabalho dos seringueiros.
PRINCIPAIS ATIVIDADES
reconhecer o ambiente e a região a ser explorada verificar as condições das Seringueiras preparar o equipamento necessário realizar a sangria recolher o material extraído defumar a borracha realizar técnicas de produção vender o látex defumado, ou a própria matéria-prima para indústrias, ou até mesmo confeccionar objetos
ÁREAS DE ATUAÇÃO E ESPECIALIDADES
O seringueiro trabalha sempre na extração de látex da Seringueira, podendo recolher até 20 litros de látex por dia. É uma atividade muito importante para a economia, porém, o seringueiro fica com a menor parte do que produz, pois geralmente precisa dar, ou vender uma parte da produção para o dono das terras (a maioria dos casos é de arrendamento), ou pode ainda vender diretamente às fábricas. Como o produto bruto sempre tem menos valor do que o elaborado e processado, o seringueiro não tem grande participação nos lucros da borracha.
MERCADO DE TRABALHO
O mercado de trabalho para o seringueiro é restrito à região Norte, por ser, a Seringueira, de lá originária.
CURIOSIDADES
Os primeiros a descobrir e fazer uso das propriedades da borracha foram os índios centro-americanos, entretanto, foi na Floresta Amazônica que se desenvolveu a atividade de extração da borracha, a partir da Seringueira (Havea brasiliensis), uma árvore pertencente à família das Euphorbiaceae, também conhecida como "árvore da fortuna". Do caule da seringueira é extraído um líquido branco, chamado látex, em cuja composição ocorre, em média, 35% de hidrocarbonetos, destacando-se o 2-metil-1,3-butadieno (C5H8), comercialmente conhecido como isopreno, o monômero da borracha. A história da borracha no Brasil é composta por ciclos: Primeiro ciclo (1879-1912): com a Revolução Industrial e o desenvolvimento tecnológico na Europa a procura pela borracha natural, produto até então exclusivamente da Amazônia, aumentou vertiginosamente, juntamente com seu preço. A atividade extrativista do látex na Amazônia revelou-se de imediato muito lucrativa. A borracha natural logo conquistou um lugar de destaque nas indústrias da Europa e da América do Norte, o que fez com que diversas pessoas viessem ao Brasil na intenção de conhecer a seringueira e os métodos e processos de extração, com o objetivo de lucrar também com esse produto. Nessa época, Belém e Manaus, que já existiam, passaram então por importante transformação e urbanização. Manaus foi a primeira cidade brasileira a ser urbanizada e a segunda a possuir energia elétrica - a primeira foi Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro. Segundo ciclo (1942 - 1945): Após o apogeu e declínio do primeiro ciclo da borracaha, a Amazônia viveria outro ciclo da borracha durante a Segunda Guerra Mundial, embora por pouco tempo. Como forças japonesas dominaram militarmente o Pacífico Sul nos primeiros meses de 1942 e invadiram também a Malásia, o controle dos seringais passou a estar nas mãos dos nipônicos, o que culminou na queda de 97% da produção da borracha asiática.Isto resultaria na implantação de mais alguns elementos, inclusive de infra-estrutura, apenas em Belém, desta vez por parte dos Estados Unidos. A exemplo disso, temos o Banco de Crédito da Borracha, atual BASA; o Grande Hotel, luxuoso hotel construído em Belém em apenas 3 anos, onde hoje é o Hilton Hotel; o aeroporto de Belém; a base aérea de Belém; entre outros. Os finais abruptos do primeiro e do segundo ciclo da borracha demonstraram a incapacidade empresarial e falta de visão da classe dominante e dos políticos da região. O final da guerra conduziu, pela segunda vez, à perda da chance de fazer vingar esta atividade econômica. Não se fomentou qualquer plano de efetivo desenvolvimento sustentado na região, o que gerou reflexos imediatos: assim que terminou a segunda guerra mundial, tanto as economias de vencedores como de vencidos se reorganizaram na Europa e na Ásia, fazendo cessar novamente as atividades nos velhos e ineficientes seringais da Amazônia.Seringueiro é o personagem típico da região dos seringais. É aquele que extrai o látex das seringueiras e viabiliza sua transformação em borracha natural. Seringalista é o proprietário do seringal.
A seringueira é uma planta brasileira (hevea brasiliensis) da família das euforbiáceas, originária da Amazônia. É uma árvore que atinge 50m de altura e de cujo caule, através de incisões oblíquas na casca, escorre um látex com que se produz borracha de primeira qualidade. Suas sementes contêm uma amêndoa donde se extrai um óleo amarelado, utilizado na indústria de vernizes e tintas.
A floresta amazônica é muito rica em seringueiras e garante ao Acre o primeiro lugar nacional na produção de borracha.
Embora seja uma planta nativa de climas tropicais úmidos a seringueira é cultivada em diversos estados do Brasil (Bahia, Mato Grosso, São Paulo, Minas Gerais e outros), pois, além de rústica, apresenta grande capacidade de adaptação.
Os seringueiros têm uma história de luta, com realização de atos de protesto contra a política para a borracha nativa, contra a fome e contra a devastação da floresta amazônica.
Os trabalhadores dos seringais foram responsáveis por muitas manifestações políticas em vários municípios do Acre. Eles queriam conseguir do governo federal não apenas o reconhecimento oficial das reservas extrativas, mas também que as condições para execução desse trabalho fossem definidas e caracterizadas.
Os seringueiros e suas entidades de apoio utilizam o termo “empate”, como símbolo de suas resistências, de suas lutas e de suas reivindicações.
Os seringueiros que realizaram os primeiros “empates”, na região acreana, não imaginavam que suas experiências de resistência chegassem a proporções que chegaram.
Para Chico Mendes, sindicalista de Xapurí, assassinado em 1988, a prática do “empate” teve início em 1976.
Chico Mendes viveu essa experiência à frente das motosserras de fazendeiros, tentando evitar, juntamente com seringueiros, o desmate de áreas de seringais na região de Xapurí.
Mas, nem só de luta e trabalho vivem os seringueiros. Eles são, em sua maioria, “apaixonados” por festas, por danças de forró. São bons dançarinos de ritmos originários do Nordeste. A festa de forró é uma tradição que remonta aos primeiros tempos de ocupação do Acre pelos nordestinos.
A família para o seringueiro significa ter com quem dividir o cotidiano de um seringal que é de trabalho, mas também de lazer e solidariedade. É na família que os filhos de seringueiros aprendem o ofício (extração do látex). Os pais levam os filhos para as Estradas de Seringa, lugares em que as experiências com o trabalho são vivenciadas.
Recife, 11 de maio de 2004.
(Atualizado em 14 de setembro de 2009).
FONTES CONSULTADAS:
GRANDE Enciclopédia Larousse Cultural.[São Paulo]: Nova Cultural, 1998.
HOUAISS, Antônio (Dir.). Pequeno dicionário enciclopédico Koogan Larousse. Rio de Janeiro: Ed. Larousse do Brasil, 1979.
PEREIRA, José Veríssimo da Costa. Seringueiros. In: TIPOS e aspectos do Brasil. 10. ed. Rio de Janeiro: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE, 1975.
SOUZA, Carlos Alberto Alves de. Os “empates” como forma de resistência : modo de vida dos seringueiros da Amazônia Ocidental. Clio: Série História do Nordeste, Recife, v.1, n.18, p.37-51, 1998.
COMO CITAR ESTE TEXTO:
Fonte: ANDRADE, Maria do Carmo. Seringueiros. Pesquisa Escolar Online, Fundação Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/>. Acesso em: dia mês ano. Ex: 6 ago. 2009.Hevea brasiliensis L., conhecida pelos nomes comuns de seringueira e árvore-da-borracha[1] , é uma árvore da família das Euphorbiaceae. Apresenta folhas compostas, flores pequeninas e reunidas em amplas panículas. Sua madeira é branca e leve e, de seu látex, se fabrica a borracha. Seu fruto encontra-se em uma grande cápsula comsementes ricas em óleo, que pode servir de matéria-prima para resinas, vernizes e tintas.[2]
O trabalhador que retira o látex da seringueira chama-se seringueiro.
A seringueira é uma árvore originária da bacia hidrográfica do Rio Amazonas, onde existia em abundância e com exclusividade, características que geraram o extrativismoe o chamado ciclo da borracha, período da história brasileira de muita riqueza e pujança para a região amazônica. A espécie foi introduzida no estado da Bahia, no Brasil, por volta de 1906.[3]
O ciclo brasileiro da borracha entrou em declínio quando grandes hortos foram plantados por ingleses, para fins de exploração, no continente africano tropical, na Malásia e no Sri Lanka.
Índice
[esconder]Etimologia[editar | editar código-fonte]
"Seringueira" vem de "seringa"[1] . "Árvore-da-borracha" refere-se a aplicação do látex da planta para a fabricação de borracha.
História[editar | editar código-fonte]
A partir de 1827, o Brasil iniciou a exportação de borracha natural, cujo uso como matéria-prima para a indústria se generalizou. Na década de 1840, a invenção do processo de vulcanização, por Charles Goodyear, possibilitou o início da produção de pneus - a princípio, para veículos de tração animal.
O crescimento da exploração da seringueira no Amazonas estimulou o crescimento demográfico da região, graças ao aumento da imigração. Em 1830, a população deManaus era de 3 000 habitantes; em 1880, passou a 50 000 habitantes.
Uma das expressões da riqueza gerada pela borracha é o suntuoso Teatro Amazonas, em 1896. Mesmo as ruas do seu entorno foram calçadas com borracha, para que os espetáculos não sofressem a interferência do tráfego de carruagens.
Em 1906, já estavam sendo exportadas mais de 80.000 toneladas de látex para todo o mundo.
Mas, já a partir de 1875, o botânico inglês Henry Wickham, a serviço do Império Britânico, havia coletado sementes da seringueira no vale do Tapajós, enviando-as para Sir Joseph Dalton Hooker, director dosReais Jardins Botânicos de Kew, nos arredores de Londres. Posteriormente, o material foi levado para as colônias britânicas, na Ásia, iniciando-se o processo de multiplicação da Hevea brasiliensis no Sudeste Asiático, sobretudo na Malásia. Ali a produção acabou por superar a do Amazonas. Em consequência, inicia-se o esgotamento do ciclo da borracha, com um gradual esvaziamento econômico da região.[4]
Produção de Borracha[editar | editar código-fonte]
Atualmente, o estado São Paulo é o maior produtor brasileiro de borracha natural, apontam as estatísticas. Recentemente, a demanda por borracha tem crescido muito devido à qualidade do material em comparação com os materiais de origem fóssil e às preocupação com o meio ambiente. Apesar de novos estados como Mato Grosso estarem também produzindo borracha, o Brasil só produz 35 por cento do que consome, ou seja, grande parte da borracha consumida é importada.
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