sábado, 17 de outubro de 2015

BONDERLINE

O Síndrome de Borderline, também conhecido por transtorno de personalidade limítrofe, é uma doença psicológica grave que provoca oscilação de humor, medo de ser abandonado pelos amigos e comportamentos impulsivos, como gastar dinheiro de forma descontrolada ou consumo exagerado de comida, por exemplo.
Geralmente, os indivíduos com Síndrome de Borderline têm momentos em que estão estáveis, que alternam com surtos psicóticos, manifestando comportamentos descontrolados. Esses sintomas começam a se manifestar na adolescência e se tornam mais frequentes no início da vida adulta.
Por vezes, este síndrome é confundido com doenças como esquizofrenia ou doença bipolar, porém a duração e intensidade das emoções é diferente, sendo fundamental o paciente ser avaliado por um psiquiatra para saber o diagnóstico correto e iniciar o tratamento adequado.

Sintomas da Síndrome de Borderline

Os sintomas mais comuns da Síndrome de Borderline podem ser:
  • Alterações do humor ao longo do dia, variando entre momentos de euforia e de profunda tristeza;
  • Sentimentos de raiva, desespero e pânico;
  • Irritabilidade e ansiedade que pode provocar agressividade;
  • Medo de ser abandonado por amigos e familiares;
  • Impulsividade e dependência por jogos, gasto de dinheiro descontrolado, consumo exagerado de comida, uso de substâncias e, em alguns casos, não cumprindo regras ou leis;
  • Baixa autoestima;
  • Sensação de solidão e de vazio interior.
Os portadores deste transtorno têm medo que as as emoções fujam do seu controle, demonstrando tendência para se tornarem irracionais em situações de maior estresse e criando uma grande dependência dos outros para conseguirem estar estáveis.
Em alguns casos mais graves, pode ocorrer automutilação e até suicídio, devido à enorme sensação de mal-estar interior. Conheça mais detalhes sobre os sintomas em:Saiba se é síndrome de borderline.

Diagnóstico da Síndrome de Borderline

O diagnóstico deste transtorno é feito através da descrição do comportamento relato pelo paciente e observadas por um psicólogo ou psiquiatra.
Além disso, é importante fazer exames fisiológicos, como hemograma e sorologia, para a exclusão de outras doenças, pois as suas características são semelhantes a outras doenças, como depressão ou esquizofrenia, por exemplo.

Causas da Sindrome de Boderline

O transtorno de personalidade limítrofe​ pode ocorrer devido a predisposição genética, no entanto, experiencias emocinais fortes enquanto criança, como enfrentar uma doença ou morte e situações de abuso sexual ou de negligência podem levar ao desenvolvimento desta sindrome.

Tratamento da Síndrome de Borderline

O tratamento do Sindrome de Borderline é realizado com o uso de medicamentos anti-depressivos, estabilizadores de humor e calmantes indicados pelo psiquiatra.
Além do tratamento com remédios, é necessário manter acompanhamento psicológico para realizar psicoterapia e ajudar o individuo a controlar suas emoções negativas, como saber enfrentar momentos de maior estresse. Conheça algumas técnicas que podem ajudar em: 4 passos para controlar as emoções negativas.
Este tratamento é fundamental para o paciente se manter controlado, mas requer paciência e força de vontade do indivíduo.Hoje me sobrou um pouco mais de tempo para rever algumas anotaçoes e bibliografias a respeito desse transtorno. 
É chamado "Borderline" o transtorno de personalidade na qual quase todos nós conheçemos individuos pessoas que se consideram ou são consideradas como "Impulsivas" "Irritadiças" entre outros adjetivos... O termo deriva de "fronteiriço" se refere ao limite entre um estado normal e um quase psicótico, assim como às instabilidades de humor. Esta vasão entre as polaridades de prazer e desprazer não encontras barreiras ou ele é tenue demais para conter tamanha pulsão. A proporção exata ainda não se conheçe, mas é fato público que as mulheres por inumeros motivos que tentaremos ilustrar abaixo, apresentam um numero maior de insidências.




Alguns Sintomas
  • Medo de abandono: uma necessidade constante, agoniante de nunca se sentirem sozinhas, rejeitadas e sem apoio.
  • Dificuldade de administrar emoções e comportamentos.
  • Impulsividade.
  • Instabilidade de humor. As oscilações de humor dos disturbios bipolares duram semanas ou meses, mas as pessoas com esse transtorno têm oscilações de minutos, horas, dias. Essas oscilações de humor incluem depressões, ataques de ansiedade, irritabilidade, ciúme patológico, hetero e/ou auto-agressividade.  
  • Mudanças de planos profissionais, de círculos de amizade.
  • Problemas de auto-estima e de desvalorização, incompreendidas, vazias. Não tem uma visão muito objetiva de si mesmos.
  • Desenvolvem admiração e desencanto por alguém muito rapidamente. Criam situações idealizadas sem que o parceiro objeto do afeto muitas vezes nem tenha idéia de que o relacionamento era tão profundo ou raso assim.
  • Alta sensibilidade a qualquer sensação de rejeição. Pequenas rejeições provocam grandes tempestades emocionais.
  • A mistura de idealização por alguém e a extrema sensibilidade às pequenas rejeições são a receita ideal para relacionamentos conturbados e instáveis, para rompimentos e estabelecimento imediato de novos relacionamentos com as mesmas idealizações, trazendo problemas futuros.

A causa provável
  • Vivências traumáticas (reais ou imaginarias) na infância, negligência, terror psicológico ou físico, separação dos pais, orfandade.
  • Vulnerabilidade individual.
  • Stress ambiental que desencadeia o aparecimento do comportamento.
Tratamento

A integração de tratamentos medicamentosos mais psicoterápico trouxe grandes progressos no tratamento do Transtorno Borderline. 

Psicoterapia

Através de ferramentas psicanalíticas focais apropriadas e voltadas a análise da repressão de impulsos infantis, espelhos sintomáticos da vida adulta bem como o acolhimento e atenção as principais angustias do paciente, impulsionam com enorme eficácia o efeito "carambola"...
Certamente não é tarefa fácil, pois todos os agravantes da vida do paciente são trazidos ao consultório: instabilidade, alternância de amor e ódio, idealização e desapontamento com o terapeuta, sedução, impulsividade, etc, porém com a continuação e confluências das diversas escolas e técnicas terapeuticas a cognição traz sua contribuição. 

Medicação

O tratamento medicamentoso inclui inumeras drogas conhecidas (mesmo que não se trate de DAB) pois eles ajudam a conter a impulsividade e as oscilações de humor.
Antidepressivos e Tranqüilizantes não tem a mesma eficácia que teriam em casos de depressões ou ansiedades mas certamente tem sua utilidade neste transtorno, porém a medicamentalização dos sentimentos pode causar problemas em outras áreas,ou seja nada recomendado como inicio de tratamento. Em casos mais severos e perenes talvez...nunca no início. 

É importante salientar a importância e que o leitor NUNCA "vista" os sintomas descritos pois eles podem ser frutos de outras patologias, aumentando assim a resistência a transferência, o que realmente não é valido.
Entenda-se...Ouça-se...Ajude-se;Autora de best-sellers sobre psicopatia, bullying e TOC, a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva se volta para um transtorno ainda pouco conhecido no país: o da personalidade borderline. Em seu novo livro, “Corações descontrolados” (Ed. Fontanar), ela conta como são as pessoas que vivem no limite de suas emoções e também como lidar com elas. E dá exemplos: “A Carminha, de Avenida Brasil, é totalmente border”
O nome do seu livro é "Corações descontrolados. Ciúmes, raiva, impulsividade, o jeito borderline de ser". Que jeito é esse?
Todos nós apresentamos momentos de explosões de raiva, tristeza, impulsividade, teimosia, instabilidade de humor, ciúmes intensos, apego afetivo, desespero, descontrole emocional, medo de rejeição, insatisfação pessoal. E, quase sempre, isso gera transtornos e prejuízos para nós mesmos e/ou para as pessoas ao nosso redor. Porém, quando esses comportamentos se apresentam de forma frequente, intensa e persistente, eles acabam por produzir um padrão existencial marcado por dificuldades de adaptação do indivíduo ao seu ambiente social. Quando isso ocorre, podemos estar diante do transtorno da personalidade borderline. Os borders apresentam hiperatividade emocional, ou seja, é muito sentimento e muita emoção sempre. E costumam lidar muito mal com qualquer tipo de adversidade, especialmente as que envolvem rejeição, desaprovação e/ou abandono. Quando se deparam com uma situação dessas, desencadeiam uma reação de estresse muito mais intensa e abrangente do que o esperado. E chama-se borderline por isso, porque vivem no limite das emoções.
É o transtorno do amor?
É o transtorno dos afetos. Porque o amor deve ser funcional, positivo. O que o border tem é um afeto disfuncional.
Existe uma personalidade borderline e um transtorno de personalidade borderline? Como é isso? Qual a linha divisória?
A personalidade é o jeitão de cada um. É a parte biológica somada ao que aprendemos, à cultura. A junção dessas duas partes vai gerar uma série de comportamentos recorrentes, que caracterizam a personalidade de cada um. A personalidade borderline é marcada pela dificuldade nas relações interpessoais, pela baixa autoestima, instabilidade reativa do humor e impulsividade. Quando essas características se apresentam de forma muito disfuncional, nós a chamamos de transtorno.
Tipos diferentes de personalidades, mesmo com traços aparentemente negativos, podem ser requisitos para determinadas atividades, não? Quer dizer, não é qualquer tipo de pessoa que pode ser, por exemplo, um médico voluntário, trabalhando em meio à fome na África ou ajudando sobreviventes do terremoto no Haiti.
Só é transtorno quando apresenta problemas sérios para a pessoa, quando é tão disfuncional que a pessoa deixa de ser produtiva. Tirando isso, a personalidade border, ou, como dizemos, o traço border, pode ser muito interessante, se a pessoa não tem ataques de fúria, dependência. Grandes causas sociais, como você mencionou, demandam pessoas com grande capacidade de sentir empatia, com grande sensibilidade e que precisam de um alto grau de aceitação. Uma outra característica comum nessas pessoas é a fluidez na autopercepção. Por isso, pessoas com traço border dão grandes atores. Quando tratamos alguém com o transtorno, temos que ter em mente que, antes de mais nada, essa é uma maneira de ser, uma base estabelecida que não muda. O que buscamos no tratamento é transformar o transtorno em traço: ou seja, a pessoa vai continuar a ser sensível, emotiva, mas ela não vai capotar naquilo, vai canalizar para coisas produtivas.
O quanto do transtorno é biológico e o quanto é fruto do meio? No livro, a maior parte das pessoas com o transtorno teve vidas muito duras, marcadas por abuso sexual, agressão física, abandono. Como se pode dizer que isso é biológico?
Sabemos é que 50% são biológicos e 50% estão relacionados à criação, ao meio, à cultura. Quando a pessoa tem a biologia, mas vive num meio normal, o transtorno vai se apresentar de uma forma muito mais branda ou como traço. A estrutura genética não muda, mas é possível moldar a forma como se apresenta.
Como é a vida de quem tem o transtorno?
A pessoa tem uma dificuldade muito grande nos relacionamentos. Ela tem a autoestima destruída. Se vê muito pior do que é, de maneira depreciativa, e acha que a solução está no outro; é na dependência afetiva do outro que ela busca segurança e legitimidade. E é muito impulsiva. Mas essa impulsividade se manifesta de uma forma muito específica: ela está relacionada a explosões de raiva e ira. O border, como dizemos, é aquela pessoa que, literalmente, fica cega de raiva. Todo mundo que já viveu uma paixão alucinada sabe como é ser border: esse é o jeito border de ser. O estado da paixão, de acordo com a ciência, dura de dois meses a dois anos justamente porque, se durar mais, ninguém aguenta. Mas o border vive assim.
Trata-se de um transtorno que acomete muito mais mulheres do que homens. A neurociência explica por quê?
Sabemos que 75% dos pacientes são mulheres. Não sabemos exatamente por quê, mas não chega a ser uma grande surpresa se pensarmos que o transtorno está relacionado a uma hiperatividade do sistema límbico, que é o nosso verdadeiro coração, a região do cérebro que regula as emoções. No border, o sistema funciona demais, no extremo das emoções. Nos momentos de maior impulsividade, é como se houvesse uma pane total no sistema, um curto-circuito. Como a questão das emoções já é naturalmente mais marcada para as mulheres, é de se esperar que elas sejam a maior parte dos pacientes. Por outro lado, os homens, com cérebros mais racionais, são a maioria dos que sofrem de transtorno de psicopatia — em que o sistema límbico não funciona ou funciona muito pouco, o que os torna incapazes de ter empatia, de se sensibilizar com o sofrimento dos outros.
A adolescência é uma época em que as emoções já são muito mais intensas. Como é o transtorno nessa fase da vida?
O transtorno surge pela primeira vez nessa fase que é, em geral, quando ocorre o primeiro rompimento ou afeto não correspondido. Essa rejeição desencadeia o curto-circuito. A adolescência é a época das paixões, da impulsividade, da sexualidade, do comportamento de risco. Tudo isso faz parte, o adolescente tem que arriscar para aprender. É uma erupção emocional. No border, no entanto, é uma hemorragia. A automutilação é um comportamento recorrente. E se você perguntar por que ele fez aquilo, vai dizer que é para aliviar a angústia, o vazio.
E alivia mesmo? Por quê?
Sim. Ele se sente muito melhor porque deixa de sentir angústia. Quando há uma ameaça física ao corpo, o sistema de defesa e estresse é acionado. A substância liberada para tamponar a agressão é a endorfina, que é um anestésico. Por isso, um tratamento ótimo é a atividade física intensa, que libera endorfina.
A Carminha, de Avenida Brasil, é border?
Totalmente. Basta ver aquelas explosões de fúria, de ódio, sua instabilidade emocional. E, ao mesmo tempo, o grande pavor que tem da rejeição. Aquela família é seu alicerce, ela jamais se separaria, embora diga o contrário.
Existe tratamento?
É possível diminuir a hiperatividade do sistema límbico com medicações específicas em doses específicas — muitas vezes mínimas. Com isso, você reduz muito os ataques de fúria, os atos destrutivos, as agressões; baixa a bola do sistema mesmo. Mas, paralelamente, é preciso terapia, uma terapia muito específica, mais direcionada para o presente do que para o passado, que vai treinar a pessoa a viver com menos intensidade, a sangrar menos. A não morrer de hemorragia.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/borderline-um-transtorno-de-personalidade-no-limite-das-emocoes-6463834#ixzz3opKu2lR3 
© 1996 - 2015. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário