ste é um assunto sobre o qual tinha especial desejo de escrever há já alguns meses mas, por motivos de tempo, foi sendo protelado até que finalmente surgíu o mês certo para o ver nascer – Agosto. Tudo tem um tempo certo para ser como é e acontecer como acontece. Todo o ser humano tem mediunidade. Umas pessoas têm muita mediunidade (designamos de médiuns), outras têm menos. Esta é uma faculdade, em diversos graus, que todo o ser humano apresenta.
A mediunidade apresenta-se de formas diferentes conforme o seu tipo. Séries de televisão como “Medium” protagonizada pela Patricia Arquette que interpreta a médium Allison DuBois, “Ghost Whisperer” (na SIC, em Portugal, “Entre vidas”) protagonizada pela Jennifer Love Hewitt que interpreta a médium Melinda Gordon ou filmes de terror como “The Eye” (versão americana de 2008) protagonizado por Jessica Alba que interpreta Sidney Wells habituaram o ser humano comum, ávido consumidor de media que apele às emoções casadas do medo e curiosidade, terror e mistério, a construir uma imagem, embora não errada, porém redutora e simplista, do médium ou do que é ser médium.
A ideia de que «ser médium é ver espíritos desencarnados (“mortos”) e falar com eles» é redutora e escondeu, infelizmente, para muitas pessoas, incluindo algumas com elevado índice de mediunidade sem as próprias disso terem consciência, todas as outras manifestações mediúnicas mais subtis todavia, nem por isso, menos dignas de consideração. Esse é o perigo dos estereótipos. Um estereótipo de um grupo de pessoas é geralmente mais sedutor do que o estudo sério e dedicado que implica o conhecimento das características comuns às pessoas que constituem o grupo e que se afinizaram por sintonia de experiências e conhecimento.
Uma das características do médium é a sua apurada intuição abstracta. Intuição abstracta é uma faculdade que permite obter factos e conhecimento sem ter tido qualquer contacto prévio ou experiência (na encarnação actual) com elementos onde os mesmos pudessem ter sido aprendidos. Em contrapartida, intuição pragmática refere-se às múltiplas experiências que a pessoa teve em determinada actividade, ao longo de, por exemplo, 40 ou 50 anos, em que acede a recursos mentais (memória e casos similares mas não idênticos) para obter respostas a problemas sem sequer necessitar de percorrer um caminho lógico para as obter.
Mediunidade de incorporação
É provável que o número de pessoas com mediunidade de incorporação seja bem maior do que aquele que é conhecido dado que as próprias pessoas que dispõem desta capacidade demoram, por vezes, 20, 30 ou 40 anos a aperceberem-se até que surja o momento em que ela é informada por alguém próximo atento ou um médium e passa a aceitar esse facto em si. Novamente, a ficção de Hollywood entra em acção no seu papel de fazer sonhar as mentes mas ao mesmo tempo de as distrair e desinformar dos factos tendo-nos habituado aos filmes de terror em que a pessoa que incorpora um espírito desencarnado (normalmente um demónio) se manifesta de forma ruidosa.
O nível de capacidade deste tipo de mediunidade varia enormemente desde a incorporação mais subtil em que raras vezes a pessoa e os que lhe são próximos se apercebem que o espírito que está naquele corpo não é mais o mesmo que estava à segundos atrás até aos casos em que a diferença é notória e se passa a tratar de uma emergência espiritual em que a pessoa tem de ser atendida num centro espírita ou por alguém com conhecimentos espirituais para doutrinar o espírito e o encaminhar para o seu plano respectivo, geralmente, com a ajuda de guias ou mentores espirituais.
Mediunidade na infância
As crianças estão mais abertas à mediunidade. É comum os pais, mais frequentemente as mães, em particular, que são quem geralmente estão mais atentas às crianças a brincarem no chão da sala de estar ou no quarto, aperceberem-se, em alguns momentos, de alguns comportamentos estranhos.
Alguns bebés (com elevado índice de mediunidade) começam a chorar, de repente, no berço, sem motivo aparente com os olhos esbugalhados, fixados no vazio aparente perante o olhar confuso e preocupado da progenitora que tem a certeza de que todas as suas necessidades biológicas estão satisfeitas e de o bebé se encontrar sem doença ou causa de dor física. Por vezes, os adultos mais sensíveis à energia, sentem uma carga negativa no ar do quarto que não conseguem explicar. Podem tratar-se de energias negativas dado que as positivas, em geral, não assumem formas hediondas embora seja importante lembrar que as energias (espíritos) podem assumir a roupagem flúidica que lhes aprouver. A energia não tem forma. A oração e a defumação com arruda, alecrim e alfazema podem ajudar a amenizar esse tipo de eventos traumáticos para o bebé perante o sentimento de impotência da progenitora que tudo tenta para proteger a sua cria contra algo que nem sequer, em quase todas as vezes, excepto se for vidente, consegue enxergar.
No que concerne à progenitora, o misto de raiva contra a entidade que aparece sem ser convidada, a confusão mental que se instala pela própria situação em si, o sentimento desesperante de impotência para defender o seu petiz com armas físicas ou materiais que a própria desconhece face ao choro angustiante do bebé, obriga-a muitas vezes a rever todos os seus conceitos de vida e morte, matéria e espírito. É então que face à situação se criam duas categorias: mães que acreditam e, mais do que isso, sentem a energia e a presença da entidade negativa (ou das entidades) e vão procurar ajuda espiritual para compreender a situação e aliviar o seu tormento e o do seu rebento e as mães cépticas, ignorando a dimensão espiritual da situação que se está a passar, resolvem levar os seus filhos ao médico na esperança de que um comprimido mágico resolva a situação. É importante ressalvar que, a menos que a mãe tenha a certeza de se tratar de um problema espiritual e de como o resolver, deve igualmente, procurar um médico para investigar se existe alguma causa física que pode ser desconhecida. Isso é o mais indicado e prudente. Os problemas do ser humano devem ser sempre analisados numa perspectiva holística, isto é, não apenas física e não apenas espiritual. As duas complementam-se.
Hora de despertar do médium
Numerosas pessoas relatam as suas experiências de despertar mediúnico. Embora não obrigatório, algumas dessas experiências ocorrem mais particularmente à noite, por vezes, durante uma viagem astral (designada igualmente de projecção astral ou desdobramento psíquico) na qual os guias ou mentores espirituais se apresentam ao médium informando-o da sua condição e de que é chegada a “hora de trabalhar”, significando, o momento de o médium assumir o compromisso que estabeleceu com Deus antes de reencarnar para mais uma etapa evolutiva aqui na Terra, começar a estudar e a desenvolver-se e, por fim, colocar-se ao serviço dos que sofrem, aliviando-lhes as suas dores físicas, emocionais, mentais e espirituais e doutrinando-os de forma a relembrar-lhes o seu propósito, a razão do seu sofrimento e nutrindo-os com Amor, Sabedoria e Humildade e, por vezes, com a sua própria energia, para que os irmãos em Cristo que os procuram possam prosseguir o seu caminho. Essa é a missão do médium.
O médium nasce médium mas isso não significa que ele não tenha de passar por um processo de depuração e preparação para se colocar ao serviço de seus irmãos.
Os guias que aparecem em dado momento da vida do médium podem ser santos, anjos, arcanjos, médicos espirituais (Dr. André Luíz, Dr. José Bonifácio, Dr. Sousa Martins, etc), pretos velhos (Pai João de Angola, Pai Francisco de Aruanda, Pai Francisco das Matas, etc), caboclos ou até mesmo o divino e amado mestre Jesus ou a Virgem Maria. Eles podem, como foi referido, aparecer em determinados sonhos lúcidos e projecções astrais bem como, em alguns casos e dependente do grau de mediunidade, materializar-se em episódios singulares quando o médium se encontra sozinho em estado meditativo, relaxado, em oração ou simplesmente a descansar na sua cama sem pensar em nada. Podem, de igual forma, não se manifestar de forma visual, em estado de sonho ou de vigília do médium, mas apenas mentalmente. Nesse caso, o médium ouve uma voz dentro da sua cabeça que sente vir de um local diferente da voz habitual e familiar do seu próprio ego.
De referir que existem médiuns em todas as culturas e povos. Assim é comum que médiuns orientais possam ter como guias ou mentores espirituais, divindades orientais, por exemplo, budas e bodhisattvas, que poderão ser menos familiares aos ocidentais mas que expressam o mesmo tipo de energia – Amor, Compaixão, Paz, Justiça, Sabedoria, etc.
Relação do médium com os outros no plano profissional
As relações laborais são, muitas vezes, fruto de grande sofrimento para algumas pessoas mas, mais em particular, para o médium. No quadro da sua vida profissional quando ainda não conciliada com as suas atribuições espirituais (por exemplo, contabilistas, professores, médicos, engenheiros, electricistas, cozinheiros, operários), dada a sua aguçada intuição, o médium pressente quando colegas de trabalho o tentam prejudicar de alguma forma, querendo usurpar os seus méritos, as suas funções e a sua reputação. A sua sensibilidade aumentada em relação à energia dos outros num contexto empresarial de aguerrida e bravia corrida aos lucros, ambição sem medida por parte dos superiores hierárquicos que não olham a meios para atingir os objectivos traçados e bónus de produtividade, a ganância desmesurada dos líderes empresariais que no propósito de abater a concorrência sacrificam os seus subordinados com horários extra de trabalho e pressão psicológica, tornam o médium ainda mais susceptível ao stress.
A inexistência de afinidades no local de trabalho (com base em sistema de crenças e energia), variando conforme a área profissional (mais mental – Engenharia, mais financeira – Comercial, Banca e Seguros ou mais humana – Psicologia, Educação e Saúde) prejudicam a interacção social com os seus colegas de trabalho a qual, muitas vezes, é a base que sustenta a parca satisfação com um ambiente de trabalho hostil às relações pessoais e focado no lucro e na produtividade in extremis.
O médium encontra alguma paz nas profissões que se coadunam com o acto de tratar e cuidar dos outros – médicos, enfermeiros, psicólogos, terapeutas, assistentes sociais, etc.
A vida familiar do médium
No que tange à sua vida familiar, mais uma vez, as dificuldades assomem às vivências do médium. Quando casado e se o período de despertar mediúnico se inicia durante a relação matrimonial, surge o desafio da incompreensão por parte do cônjuge, em umas vezes, desinformado da dimensão espiritual e em outras com um ódio acirrado a tudo o que atenta contra a sua mente racionalista e baseada no Positivismo comptiano.
Com a abertura mediúnica, ficam igualmente abertos, por vezes, outros tipos de comportamento por parte do companheiro que, por sua irregularidade, fazem suspeitar tratar-se de apenas mais uma provação que o médium terá que passar, exactamente num período onde o médium mais precisava de apoio, compreensão e carinho.
Esses episódios de incompreensão dão-se mais frequentemente quando a mulher é médium do que quando se trata do homem. No primeiro caso, a mulher tende a ser alvo mais frequente de incompreensão e até de chacota por parte do companheiro de mente mais racional e avesso a tudo aquilo que não possa ser comprovado cientificamente e que só pode ser sentido.
Por vezes, a incompreensão por parte do companheiro em relação à nova condição da companheira redunda em divórcio ou separação. Um facto curioso que, por vezes, sucede é que de quando em vez o próprio companheiro também tem um certo nível de mediunidade embora ainda não aflorada por não ter chegado o momento, vindo o próprio por vezes, por ironia do destino, a constatar esse facto mais tarde.
Para além da própria família que o médium pode vir a criar (companheiro(a) e filhos), por vezes, já vem habituado à incompreensão daquela à qual ele pertence (pais e irmãos) que ora negam os seus atributos espirituais, ora não os compreendem, ora se envergonham deles, preferindo ocultá-los, para não serem julgados pelos restantes familiares, amigos e vizinhos.
Sonhos premonitórios
A mediunidade manifesta-se variadas vezes na capacidade de precognição através dos sonhos sendo um tipo de mediunidade algo frequente. Para desespero dos possuidores deste dom, estes sonham com eventos no futuro que os deixam alarmados por envolverem alguns conhecidos seus mas sem capacidade de fazerem algo para o evitar por não disporem de mais informação. Mais tarde, os eventos, pré-anunciados através de sonhos ou pesadelos recorrentes, sucedem-se e o médium pré-cognitivo sente-se, por vezes, responsável dado ter sabido de antemão de um evento negativo (uma separação, morte de um familiar ou conhecido) e não ter feito nada para o evitar.
Da mesma forma, de vez em quando, acontece que o espírito, quando o corpo físico adormece, sai para se encontrar com outros espíritos com os quais não se encontrou ainda fisicamente naquela encarnação para fazerem acordos evolutivos (muitas vezes, um acordo energético redunda em uma simples mensagem que um espírito necessita transmitir a outro no dia seguinte e que mudará a vida deste). Quando a pessoa acorda pode não se lembrar de nada mas quando se encontrar, no plano físico, com a pessoa com a qual nunca teve contacto na encarnação actual, terá uma forte sensação de já a conhecer, sendo nesse momento que a outra pessoa lhe poderá passar, no decurso de uma conversa de circunstância, uma mensagem que fará ressonância em si e que lhe poderá mudar a sua vida.
Esses acordos denominam-se acordos energéticos e poderão surgir numa Leitura de Aura. Nem sempre os sonhos premonitórios têm conteúdo negativo. Por vezes, são até bastante positivos, nomeadamente, alguns médiuns sonham com o seu futuro(a) companheiro(a) o que lhes dá, em contrapartida, aquando do primeiro encontro no plano físico (terceira dimensão), uma enorme alegria ao saberem, sem sombra de dúvida, que aquela pessoa lhe estava destinada, ainda que a pessoa visada reaja por vezes com cepticismo, descrença, surpresa, dúvida, admiração ou uma expressão facial, variante entre a presunção, o interesse considerativo e o humor de «o que tu queres, sei eu…».
Lascívia exagerada do médium e companheiro(a)
O médium atrai muitos espíritos desencarnados até si não tendo alguns deles, as melhores intenções. Algumas das intenções que esses espíritos negativos têm, excluindo-se aqueles que procuram os médiuns em busca de um elo com o mundo físico para transmitir mensagens aos seus familiares, para pedir orações ou para os encaminharem para os planos astrais superiores onde serão devidamente atendidos por diversos assistentes espirituais, são usar o corpo do médium para gozar dos prazeres terrenos que tinham enquanto encarnados. Os vícios do sexo, do tabaco, do álcool, das drogas e da negatividade não desaparecem com o desencarne (morte do corpo físico). Pelo contrário, eles continuam do outro lado do véu, porém, com muito maiores dificuldades para serem satisfeitos. Nesses casos, o corpo do médium é visto como uma grande oportunidade. Assim, não raras vezes, aproximam-se os espíritos do corpo emocional e mental do médium e começam a sugestioná-los grandemente com desejo de sexo, podendo o médium, dependendo da sua sensibilidade e nível de consciência, aperceber-se do estímulo do chakra das emoções e dos seus órgãos sexuais, os quais estão a ser estimulados por fonte externa. Quando o médium não tem um elevado nível de consciência, por vezes, é levado a pensar que aquela súbita volúpia está a partir de si próprio, devendo portanto considerá-la natural e procurando satisfazê-la o mais brevemente possível já que ela se revela bastante imperativa.
Em outros casos, não é o médium que é atacado desta forma mas sim o seu(sua) companheiro(a) que passa a revelar para surpresa deste, um aumento considerável no apetite sexual bem como uma forma mais animal de o satisfazer. O que acontece na prática é que o médium não está a ter relações sexuais apenas com o seu companheiro mas também com um, dois ou mais espíritos desencarnados que o estão a excitar para através dele se comprazerem. Em umas vezes, o médium tem noção disso, em outras não.
Quando o tipo de mediunidade é de incorporação, o problema adensa-se, passando a vítima a ter fortes pensamentos sexuais, sonhos dessa natureza, vontade muito frequente de ter relações sexuais e um aumento considerável de promiscuidade (vontade de ter relações com familiares, incluindo pais, irmãos, filhos, colegas de trabalho comprometidos, pessoas do mesmo sexo sem no entanto ter orientação homossexual, necrofilia, pedofilia, zoofilia). O resultado dessa situação extremamente constrangedora e penosa para o médium resulta numa quebra enorme de confiança do médium em si mesmo, num sentimento profundo de vergonha e nojo de si próprio. Isso faz com que o médium se passe a ver a si próprio como um mero objecto dos espíritos inferiores, alguém impuro, incapaz de fazer frente às tentações que lhe chegam do lado do mal, alguém que passa a recusar ligar-se às entidades de luz, Cristo, Maria, aos seus guias e mentores espirituais por considerar que pecou e que, encontrando-se tão “sujo”, não merece sequer dirigir-se a entidades de tão grande evolução tamanha a sua vergonha por ter participado de tão ignominiosos actos, mesmo que “obrigado” (para um espírito incorporar tem sempre de haver uma certa autorização, consciente ou inconsciente, por parte do médium ou uma dívida kármica a um obsessor que o médium aceitou pagar antes de reencarnar).
A energia sexual terrivelmente excitada desta forma sob a acção forte dos espíritos inferiores que dela se alimentam em conjunto com a negação consciente e constante do médium, pode levar a pessoa médium a um quadro clínico de loucura. Nestes casos, a pessoa deve ser atendida o mais rapidamente possível num centro espírita para que a sua energia possa ser reequilibrada e os seus obsessores possam ser removidos e doutrinados (se eles quiserem).
Nos casos em que o médium não preparado e desconhecedor da sua condição pede ajuda a meios mais tradicionais – Psicologia – pode ser-lhe recomendada a mudança de pensamentos (algo ineficaz dado essa ser evidentemente a primeira solução que o médium tentará), mudança de foco das suas acções, mudança de hábitos, masturbação para exaurir a sua energia sexual (ineficaz dado enfraquecer a vontade do espírito do médium e aumentar o controlo dos obsessores sobre o primeiro para além de os alimentar com energia aquando do orgasmo – vide O Livro das Energias de Rubens Saraceni) ou, simplesmente, ceder à vontade da relação sexual desenfreada com o companheiro(a) sempre que as energias obsessivas quiserem, tornando-se uma marioneta das mesmas, cujos cordelinhos se localizam na mente do obsidiado e no chakra das emoções.
Caso ainda não esteja muito comprometido, o médium irá tentar orar para Deus ou alguma entidade de luz para o livrar do problema. Porém, quando o problema está já muito avançado, a Sombra do médium bem como as energias negativas podem aliar-se, intrometendo-se no caminho e projectando no ecrã de sua consciência, por breves microsegundos, imagens despertadores da líbido, plenas de luxúria, por vezes, incluindo até as próprias divindades às quais se está a pedir auxílio de forma a invalidar todo o esforço de correção do médium por meio da oração e sabotar todas as suas tentativas de se limpar, causando-lhe desesperança e falta de fé, fé essa que é uma das principais armas de um médium para ajudar a seus irmãos.
Quando numa relação e se o problema não for tratado, o médium cedendo à tentação de múltiplas relações sexuais num curto espaço de tempo, para além de esgotar recursos do sistema nervoso e a sua energia vital, pode criar desequilíbrio na relação com o companheiro que passa a desconfiar de tamanha e tão frequente vontade imperiosa de ter relações sexuais. Ao esgotar a energia vital, as doenças começam a aparecer no corpo físico dado que as defesas do organismo dela necessitavam.
Este é um problema que pode ser facilmente endereçado pelos Seres de Luz numa sessão deTerapia Multidimensional já que permite reequilibrar a energia do médium, os seus chakras bem como encaminhar os seus obsessores (se for chegado o momento) e doutriná-los.
Ataques sexuais por parte de espíritos desencarnados
Durante a viagem astral consciente, muitos perigos espreitam, quando não orientada devidamente sob a guarda e proteção dos guias do médium. A mente do médium quando deixada livre durante o dia com pensamentos libidinosos de natureza negativa, aquando da passagem do estado de vigília para o estado de sono, arrasta o espírito para o astral inferior, plano para onde todas as emoções e os pensamentos negativos de toda a humanidade encarnada na terceira dimensão escorrem como água pluvial para um esgoto no qual os espíritos inferiores se alimentam.
Alguns médiuns relatam terem sido violados por espíritos ou apenas atacados sexualmente enquanto dormiam ou sonhavam. Esses ataques são mais frequentes aquando de uma viagem astral. Outras descrições constatam o facto de terem sentido presenças à noite no escuro, ao seu lado ou em cima de si na cama, quando dormiam sozinhos ou com o(a) companheiro(a) dormindo ao lado na cama. Relatam o facto de terem sentido inclusivé a respiração de alguém pairando sobre o seu corpo, o cheiro a tabaco ou bebida alcoólica, um bafo nauseabundo, cheiro a enxofre e uma leve pressão sobre certas partes do seu corpo apesar da imobilidade do corpo físico do médium bem como a sensação de que as mantas se moviam como que actuadas por alguém.
Essas energias são por vezes obsessores da vítima que vêm cobrar (por justa causa ou não) algo que acham que têm direito. Esses obsessores podem ser o próprio esposo ou esposa do médium que não aceitam o seu desencarne e insistem em manter-se junto do seu(sua) antigo(a) companheiro(a) como podem ser outras energias que vêm por razões kármicas. Normalmente, existe uma relação anterior, na encarnação actual ou passada, que conferíu o direito de o espírito vir obsidiar a sua “vítima”. Deus não joga aos dados. Há sempre uma causa. As energias desencarnadas nunca atacam sem motivo. Tem sempre que haver uma autorização da própria vítima para ser obsidiada pelo espírito de outrém bem como a permissão de Deus para que tal suceda. Tal acontece para que haja um reequilíbrio kármico.
A viagem astral não é um privilégio de alguns médiuns. É um fenómeno bem mais comum do que se imagina e alguns factores podem aumentar grandemente a sua ocorrência, tais como:
- dormir de barriga para cima com os braços e as pernas descruzados
- tomar 400mg ou 800mg de galantamina antes de adormecer
- ingerir alimentos ricos em triptofano (precursor do neurotransmissor serotonina) tal como queijo ou outros produtos lácteos antes de adormecer
- usar adesivos de nicotina ou, sendo fumador habitual, não fumar durante um ou dois dias seguidos
Limpeza espiritual para pessoas com mediunidade em desequilíbrio
Pessoas com muita mediunidade, de uma forma natural e sem que o possam controlar embora se apercebam, atraem outras pessoas que de uma forma espontânea e não solicitada, começam a contar-lhes a sua vida e os seus problemas pessoais. Isto acontece nos mais diversos locais tal como uma paragem de autocarro ou de metro, numa loja de roupa ou numa sala de espera. Essas pessoas vêm buscar energia ao médium que lha cede automaticamente só com o simples facto de dar atenção à pessoa.
Uma das características mais desagradáveis para as pessoas com muita mediunidade consiste em absorver a energia negativa de pessoas e ambientes. Ao longo de dias e semanas, o médium vai ficando cada vez mais “carregado” de energias negativas que vai absorvendo à medida que lida com outras pessoas ou está em ambientes com muita negatividade (medo e apreensão num consultório de dentista, num hospital, stress numa empresa, etc).
Assim, dado que o médium cede muitas vezes a sua energia em função de outras pessoas e absorve para si as energias negativas, ele tem a necessidade de se limpar energeticamente. Se não se limpar, começa a acumular fluidos negativos de outras pessoas (raiva, medo, tristeza, apatia, melancolia, tédio, ansiedade, nervosismo) o que mais cedo ou mais tarde, para além da parte psicológica, acaba por afectar a parte física.
Como equilibrar a mediunidade
A prática da meditação é uma poderosa ajuda para o médium onde não só este pode restaurar o equilíbrio energético como pode, de uma forma segura, desenvolver a sua mediunidade aguçando a sua intuição. A oração como forma de meditação também ajuda o médium dado que o faz focar-se em energias divinas e amorosas e, ao focar-se numa energia divina, começa a assumir as mesmas características.
A prática regular do Reiki em modo de auto-tratamento também é altamente aconselhável bem como quaisquer outras terapias alternativas (Acupunctura, Terapia Multidimensional, Cura Reconectiva, Cura Quântica Estelar, Mesa Radiónica, Pêndulo Hebreu, etc).
É também recomendável rodear-se de pessoas positivas, com uma forma de pensar positiva, felizes e gratas pela vida e afastar-se de pessoas negativas, rancorosas, cépticas em relação a uma vida feliz e em equilíbrio bem como ler livros de auto-ajuda e Espiritualidade que vão educar a pessoa para uma vida mais feliz. Deverá afastar-se quando considerar que não consegue transformar pessoas negativas para algo mais positivo ou que não está ainda em condições de o fazer, quer porque não se sente preparado ou porque essas mesmas pessoas não desejam mudar.
Marcação de sessão de Limpeza Espiritual
A Limpeza Espiritual realizada pelos Seres de Luz (presencialmente no espaço Paulo Nogueira Terapias ou à distância) serve o propósito de limpar pessoas com mediunidade que absorvem muito a energia de espaços e de outras pessoas, Índigos e Cristal, harmonizar-lhes o campo energético, reequilibrar-lhes a mediunidade conferindo-lhes uma paz maior para períodos mais tumultuosos bem como para limpeza espiritual da residência do médium dado que este atrai muitos espíritos desencarnados. O formulário abaixo serve para a marcação da sua sessão de Limpeza Espiritual (para Portugal, Brasil, Angola, EUA, Reino Unido ou qualquer outro país).Mediunidade é a faculdade humana pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos. É uma faculdade natural, inerente a todo ser humano, por isso, não é privilégio de ninguém. Em diferentes graus e tipos, todos a possuimos. O que ocorre é que, em certos indivíduos mais sensíveis à influência espiritual, a mediunidade se apresenta de forma mais ostensiva, enquanto que, em outros, ela se manifesta em níveis mais sutis.
A mediunidade é, pois, a faculdade natural que permite sentir e transmitir a influência dos espíritos, ensejando o intercâmbio e a comunicação entre o mundo físico e o espiritual. Trata-se de uma sintonia entre os encarnados (vivos) e os desencarnados (mortos), permitindo uma percepção de pensamentos, vontades e sentimentos. O Espiritismo vê a mediunidade como uma oportunidade de servir, de praticar a caridade, sendo uma benção de Deus que faculta manter o contato com a vida espiritual. Graças ao intercâmbio, podemos ter aqui não apenas a certeza da sobrevivência da vida após a morte, mas também o equilíbrio para resgatarmos com proficiência os “débitos”, ou seja, desajustes adquiridos em encarnações anteriores.
É graças à mediunidade que o homem tem a antevisão de seu futuro espiritual e, ao mesmo tempo, o relato daqueles que o precederam na viagem de volta à erraticidade, trazendo informes de segurança, diretrizes de equilíbrio e a oportunidade de refazer o caminho pelas lições que absorve do contato mantido com os desencarnados. Assim, possui uma finalidade de alta importância, porque é graças a ela que o homem se conscientiza de suas responsabilidades de espírito imortal.
Sendo inerente ao ser humano, a mediunidade pode aparecer em qualquer pessoa, independentemente da doutrina religiosa que abrace. A história revela grandes médiuns em todas as épocas e todos os credos. Além disso, a mediunidade não depende de lugar, idade, sexo ou condição social e moral.
A ação dos espíritos
Diz a questão 459 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec: “Os espíritos influem sobre nossos pensamentos e ações? A este respeito, sua influência é maior do que podeis imaginar. Muitas vezes, são eles que vos dirigem”.
A idéia da ação dos espíritos não nasceu com o Espiritismo, já que sempre existiu desde as épocas mais remotas da vida humana na Terra. Todas as religiões pregam sobre a ação dos espíritos de forma direta ou indireta e nenhuma nega completamente estas intervenções. Inclusive, criaram dogmas e cerimônias relativas a elas, como promessas (pedir alguma forma de ajuda para um espírito em troca de um sacrifício) e exorcismos (cerimônia religiosa para afastar o “demônio” ou os espíritos maus).
A ação mediúnica não está limitada às sessões, vivemos mediunicamente entre dois mundos e em relação permanente com entidades espirituais. Isto se dá porque muitos espíritos povoam os mesmos espaços em que vivemos, muitas vezes nos acompanhando em nossas atividades e ocupações, indo conosco aos lugares que freqüentamos, seguindo-nos ou evitando-nos conforme os atraimos ou repelimos.
Estamos cercados por espíritos e sua influência oculta sobre os nossos pensamentos e atos se faz sentir pelo grau de afinidade que mantivermos com eles. Inúmeros espíritos benfeitores também se comunicam conosco, por via inspirativa ou intuitiva, todas as vezes em que nos dispomos a ser úteis aos nossos irmãos em nossa vida social. Quantas vezes um conselho sensato e oportuno que damos sob a intuição de um benfeitor espiritual consegue mudar o rumo de uma vida e até, em certos casos, salvar ou evitar que uma família inteira seja precipitada no abismo de uma desgraça? O amor verdadeiro e desinteressado não requer lugar nem hora especial para ser praticado, pois o nosso mundo, com o sofrimento da humanidade torturada, é igualmente um vasto campo de serviço redentor.
Entretanto, não julguemos que a mediunidade nos foi concedida para um simples passatempo ou para a satisfação de nossos caprichos. Ela é coisa séria e, possuindo-a, devemos procurar suavizar os sofrimentos alheios. Ao desenvolvermos a mediunidade, lembremo-nos de que ela nos é dada como um arrimo para conseguirmos mais facilmente a perfeição, para liquidarmos mais suavemente os pesados “débitos” que contraímos em existências passadas e para servirmos de guia aos irmãos que se encontram mais desajustados espiritualmente.
Mediunidade em desarmonia
Existem alguns sinais mais freqüentes do aparecimento da mediunidade em desarmonia, que são: cérebro perturbado, sensação de peso na cabeça e ombros, nervosismo (ficamos irritados por motivos sem importância), desassossego, insônia, arrepios (como se percebêssemos passar alguma coisa fria), sensação de cansaço geral, calor (como se encostássemos em algo quente), falta de ânimo para o trabalho e profunda tristeza. Precisamos usar nosso bom senso para percebermos com clareza se os sintomas acima citados são frutos de uma obsessão espiritual, indicando uma mediunidade desequilibrada, ou o resultado de uma auto-obsessão, um desequilíbrio nosso mesmo, gerando neuroses e outros tipos de distúrbios. Muitas vezes, a ajuda de um psicólogo, de preferência espírita ou espiritualista, é necessária.
Mas o que o médium deve fazer nestes momentos de alterações emocionais? Todo iniciante, a fim de evitar inconvenientes na prática mediúnica, primeiramente deve se dedicar ao indispensável estudo prévio da teoria e jamais se considerar dispensado de qualquer instrução, já que poderá ser vítima de mil ciladas que os espíritos mentirosos preparam para lhe explorar a presunção.
Junto com o conhecimento teórico, o médium deve procurar desdobrar a percepção psíquica sem qualquer receio ou temor. Na orientação do desenvolvimento mediúnico, é importante que ele procure as instruções espíritas, para evitar percalços e dissabores. É aconselhável o desenvolvimento mediúnico em grupos especialmente formados para isto, pois pessoas bem orientadas, que se reúnem com uma intenção comum, formam um ambiente coletivo bem favorável ao intercâmbio. É importante também que o médium jamais abuse da mediunidade, empregando-a para a satisfação da curiosidade.
Reforma Íntima – o fundamental
Educar e desenvolver a mediunidade é aprender a usá-la. Para que sejamos bem-sucedidos, devemos cultivar virtudes como a bondade, a paciência, a perseverança, a boa vontade, a humildade e a sinceridade. A mediunidade não se desenvolve de um dia para o outro, por isso, devemos ter muita paciência. Sem perseverança, nada se alcança, pois o desenvolvimento exige que sejamos sempre persistentes. Ter boa vontade é comparecer às sessões espíritas com alegria e muita satisfação. A humildade é a virtude pela qual reconhecemos que tudo vem de Deus e, se faltarmos com a sinceridade no desempenho de nossas funções mediúnicas, mais cedo ou mais tarde sofreremos decepções.
Ensinamentos é que não faltam em todas as circunstâncias de manifestações da vida. A faculdade mediúnica em harmonia pode fazer grandes coisas. A educação pode começar no simples modo de falar aos outros, transmitindo brandura, alegria, amor e caridade em todos os atos da vida.
A mediunidade se desenvolve naturalmente nas pessoas de maior sensibilidade para a captação mental e sensorial de coisas e fatos do mundo espiritual que nos cerca, o qual nos afeta com suas vibrações psíquicas e afetivas. Da mesma forma que a inteligência e as demais faculdades humanas, a mediunidade se desenvolve no processo de relação.
Quando a mediunidade aflorar sem um preparo prévio do médium, é preciso orientá-lo para que os fenômenos se disciplinem e ele empregue acertadamente sua faculdade. Não se deve colocar em trabalho mediúnico aqueles que apresentam perturbações ou que possuam desconhecimento sobre o assunto. Primeiramente, é preciso ajudar a pessoa a se equilibrar no aspecto psíquico, através de passes, vibrações e esclarecimentos doutrinários.
É fundamental que o médium busque sua reforma íntima com sinceridade. Através de uma compreensão maior acerca da vida, despertando sentimentos como compaixão, respeito, humildade etc, e da prática da caridade, seremos, com certeza, instrumentos do Amor Universal. O médium também precisa ser amigo do estudo e da boa leitura, além de moderado. Por fim, deve sempre cultivar a oração diária, pois ela é um poderoso fortificante espiritual e um benéfico exercício de higiene mental.
Mediunidade, ou canalização, designa a alegada comunicação entre humanos (encarnados) e espíritos (desencarnados); ou a manifestação espiritual via corpo físico que não lhe pertence.[1] [2] [3] Apesar de disseminada pela maioria das sociedades ao longo da história humana, foi a partir do século XIX que a mediunidade começou a ser um objeto de intensa investigação científica.[1] [4]
Embora não provada através da ciência stricto sensu, a mediunidade é corroborada por diversas doutrinas e correntes espiritualistas, sendo parte das raízes greco-romanas e judaico-cristãs da sociedade ocidental, bem como dos orientais hinduísmo e budismo tibetano.[1]
Assim, em perspectiva espiritualista um espírito que deseja comunicar-se entra em contato com a mente do médium ativo, e, por esse meio, pode se comunicar por várias formas, como oralmente (psicofonia), pela escrita (psicografia), ou ainda se fazendo visível ao médium (vidência). Fenômenos de ordem física incluem levitações (poltergeist), batidas (tiptologia), escrita direta (pneumatografia), voz direta (pneumatofonia), voz eletrônica (electronic voice phenomena), etc. Também há a mediunidade de psicometria, que é muito usada como ajuda para a polícia, consiste em um médium ler impressões e recordações pelo contato com objetos comuns; e amediunidade de cura, como acontece através do médium João de Deus. Outras formas de comunicação com os espíritos podem ser encontradas em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec.[5]
Embora recorrente em diversas vertentes espiritualistas e grupos sociais, e dogma da Doutrina Espírita, a mediunidade não encontra-se estabelecida à luz da ciência, pois a existência de espíritos não é suportada pelos rigores do contemporâneo método científico.[6]
Objeto de estudo da pseudociência da parapsicologia, o consenso científico atual não suporta as alegações deste e de outros supostos fenômenos paranormais.[7]
Índice
[esconder]Outras designações[editar | editar código-fonte]
Enquanto no meio espírita utiliza-se a palavra médium para designar o indivíduo que serve de instrumento de comunicação entre os espíritos encarnados e espíritos desencarnados, outras doutrinas e correntes filosóficas utilizam termos como clarividente, intuitivo,sensitivo. No entanto, o significado desses termos pode ser considerado por alguns com o mesmo significado, porém cada um pode ser distinguido como uma faculdade mediúnica diferente.
Médium é aquele que serve de elo entre o mundo em que vivem os espíritos (plano espiritual, quarta vertical, quarta dimensão, mundo astral...) e o mundo terreno, assim este se abre para que o espírito se utilize dele.
Clarividente é aquele que tem capacidade de enxergar o plano espiritual através da "terceira visão".
Intuitivo é aquele que tem capacidade de sentir a cadeia dos acontecimentos e assim prevê-los, bem como o sensitivo que também se adequaria a esta faculdade. Kardec definiu no capítulo XIV de O Livro dos Médiuns as diversas faculdades mediúnicas, de acordo com o que julgou oportuno. Por isso outras designações que nomeiam a faculdade em outras correntes não são interessantes para o Espiritismo, a fim de não trazer ambiguidades para os termos.
Parapsicólogos forenses[editar | editar código-fonte]
Os parapsicólogos forenses, também conhecidos como investigadores psíquicos (do inglês Psychic Witness), são médiuns que trabalham em conjunto com a polícia na investigação de crimes de difícil solução[8] [9] [10] (inexistência de testemunhas, escassez de provas, excesso de suspeitos,...). O papel desses paranormais, segundo Sérgio Pereira Couto em artigo na revista Ciência Criminal [8], "consiste basicamente em captar sensações sobre o que aconteceu nos locais dos crimes e passar as informações para que os detetives tomem as devidas providências administrativas, incluindo a detenção de suspeitos para interrogatório".
Com o sucesso dos seriados em canais pagos que tratam do tema, as polícias de diversos estados americanos passaram a admitir em público o uso de paranormais em investigações onde a tecnologia mostra-se insuficiente.
O Discovery Channel elaborou um documentário dividido em vários episódios para tratar desse tema,[11] reportando as atividades de quinze investigadores psíquicos no apoio às polícias de diversos estados americanos, como a Califórnia, Ohio, a Pensilvânia, Carolina do Norte, a Louisiana, Texas e o Arizona. Entretanto, o documentário não apresenta casos onde tal ajuda não resultou em sucesso e vale frisar que a Lei americana obriga a polícia a ouvir todos os que dizem saber algo sobre a investigação, incluindo aqueles que se intitulam médiuns ou sensitivos, que voluntariamente se apresentam para ajudar, não fazendo parte do procedimento policial a busca de cartomantes, médiuns, etc para a solução de crimes.
Sally Headding, uma respeitada investigadora psíquica americana, formada em psicologia clínica e Ph.D. pela Universidade de Berkeley (Califórnia), aponta que atualmente o principal problema da popularidade dos investigadores psíquicos nos EUA é o surgimento de uma série de falsos paranormais que se apresentam para ajudar a polícia em casos de grande repercussão. No entanto, segundo as palavras de Sally, os verdadeiros paranormais dificilmente procuram a polícia, ao contrário, são convidados por esta para colaborar nas investigações.[12]
No Brasil, o Estado de Pernambuco, seguindo determinação da Constituição Estadual, prevê como obrigação daquele Estado e dos seus municípios a prestação de "assistência à pessoa dotada dessa faculdade, [desde que] comprovado por profissionais especializados". Essa comprovação é justamente um mecanismo para que se tenha certeza de não se tratar de um caso de charlatanismo.[8] O processo de definição pelo estado do que é charlatanismo ou não, não está claro.
Em matéria publicada no site do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) em dezembro de 2011,[13] são esclarecidos erros comuns relacionados à questão da possibilidade de uso de testemunhos paranormais em processos judiciais. O Artigo 174 da Constituição Estadual de 1989 apenas trata da assistência social dada a pessoas com dons paranormais. A assistência ao cidadão também é garantida a partir de determinação do Artigo 203 da Constituição Federal. Em nenhum ponto, a Constituição de Pernambuco trata do uso de testemunhos paranormais em processos, pois cabe, exclusivamente, à União definir o direito processual vigente no Brasil, assim definido no Artigo 22 da Constituição Federal. Não há, até o momento, nenhuma lei que trate do tema.
Textos psicografados por médiuns como Chico Xavier e Jorge José Santa Maria (da Sociedade Beneficente Espírita Amor e Luz, no Município de Porto Alegre) já foram incorporados a processos criminais na forma de provas documentais.[8]
Estudos científicos[editar | editar código-fonte]
A pesquisa sobre a mediunidade e sua relação mente-cérebro trouxe importantes contribuições científicas, sendo que muitos cientistas e intelectuais renomados empenharam-se em realizar tais estudos, entre eles: Allan Kardec, Alexander Moreira-Almeida, Alfred Russel Wallace, Alexandre Aksakof, Camille Flammarion, Carl Jung, Cesare Lombroso,Charles Richet, Gabriel Delanne, Frederic Myers, Hans Eysenck, Henri Bergson, Ian Stevenson, J. J. Thomson, J. B. Rhine, James H. Hyslop, Johann K. F. Zöllner, Lord Rayleigh,Marie Curie, Oliver Lodge, Pierre Curie, Pierre Janet, Théodore Flournoy, William Crookes, William James e William McDougall.[1] [14]
Entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX diversos médiuns foram levados por cientistas renomados a realizarem testes que tornaram supostamente plausível a existência de espíritos, por exemplo a médium estadunidense Leonora Piper e a médium britânica Gladys Osborne Leonard, que foram testadas por décadas. Os resultados obtidos com cada uma dessas duas médiuns foram bastante impressionantes para os cientistas que as testaram em profundidade, levando-os às considerarem paranormais autênticas.[1] [15] [16] Piper foi tão famosa que chegou a ser citada na Enciclopédia Britânica de 1911 em dois verbetes,[17] [18] e ainda admitida em discurso de William James publicado pela revista Science como possuidora de poderes paranormais.[19]
O neurocientista Núbor Orlando Facure diz que a mediunidade é um fenômeno fisiológico, universal comum a todas as pessoas, e que pode se manifestar de diferentes maneiras. Nos estudos que realiza, busca compreender a relação entre os núcleos de base dos automatismos psicomotores e aqueles que geram o fenômeno da mediunidade. Em entrevista dada à revista Universo Espírita (N°35, Ano 3), Facure aponta que os neurônios em espelho podem ser os responsáveis pela sintonia que permite sentirmos no lugar do outro. No entanto, Facure também diz que isso são apenas conjecturas e que atualmente não existe comprovação científica de que o fenômeno se dê dessa forma.[20]
Em pesquisa realizada por Frederico Leão e Francisco Lotufo, médicos psiquiatras da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, constatou-se uma melhora dos aspectos clínicos e comportamentais de "650 pacientes portadores de deficiências mental e múltiplas" ao submetê-los a um tratamento espiritual realizado através de reuniões mediúnicas. Como resultado do estudo, os autores sugerem a "aplicação do modelo de prática das comunicações mediúnicas como terapias complementares".[21]
Outra importante pesquisa foi realizada pelo psiquiatra e parapsicólogo Alexander Moreira-Almeida, que no dia 22 de fevereiro de 2005 defendeu a tese Fenomenologia das Experiências Mediúnicas, perfil e psicopatologia de médiuns espíritas, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, da Faculdade de Medicina da USP. A tese pretendeu traçar um perfil de saúde mental de 115 médiuns espíritas (escolhidos aleatoriamente), na qual foram testados e entrevistados com apurados instrumentos da Psiquiatria. Na conclusão do trabalho, Almeida diz que "os médiuns estudados evidenciaram alto nível socioeducativo, baixa prevalência de transtornos psiquiátricos menores e razoável adequação social. A mediunidade provavelmente se constitui numa vivência diferente do transtorno de identidade dissociativa. A maioria teve o início de suas manifestações mediúnicas na infância, e estas, atualmente, se caracterizam por vivências de influência ou alucinatórias, que não necessariamente implicam num diagnóstico de esquizofrenia". Desta forma, constatou-se que os médiuns estudados apresentaram boa saúde mental, apesar dos sintomas de visões ou interferências de pensamentos alheios, que não são sintomas de loucura, mas outro tipo de vivência, chamada pelos espíritas de Mediunidade.[22] [23]
O psiquiatra da Universidade da Virginia Ian Stevenson, junto a outros cientistas, publicou pesquisa científica descrevendo um notório caso que classificaram como "possessão", relatando que quando no transe, a paciente fornecia não apenas evidência de conhecimento, mas também complexo conjunto de comportamento e habilidades característicos de Shiva, uma mulher desconhecida da paciente e seus parentes que viveu a uma centena de quilômetros de distância e havia morrido recentemente. Através da "possessão", foram apresentadas vinte e três pessoas conhecidas de Shiva, além de uma variedade de comportamentos compatíveis com a personalidade da falecida, tais como modo de vestir, esnobismo de casta, senso de humor e maior fluência literária.[1] [24]
O programa de pesquisa VERITAS, que é realizado no Laboratório de Pesquisas Avançadas da Consciência e Saúde - pertencente ao Departamento de Psicologia da Universidade do Arizona - foi criado principalmente para analisar a hipótese da sobrevivência da consciência após a morte do corpo humano Tal programa é dirigido pelo Dr. Gary Schwartz (professor de psicologia, neurologia, psiquiatria e cirurgia) e já resultou na publicação de vários artigos científicos e livros que segundo Schwartz e seus colegas de pesquisa, fornecem evidências de que a comunicação entre seres humanos e espíritos realmente existe.[25][26]
Em uma pesquisa científica feita em 2008 nos EUA por cientistas da Universidade de São Paulo, da Universidade Federal de Juiz de Fora, da Universidade Federal de Goiás, daUniversidade da Pensilvânia e da Universidade Thomas Jefferson, usando recursos da Neurociência moderna foram medidas as atividades cerebrais de dez médiuns brasileiros saudáveis, enquanto psicografavam. Os cientistas constataram que durante os transes psicográficos, as áreas menos ativadas no cérebro dos médiuns foram as que são as mais ativadas enquanto qualquer pessoa escreve em estado normal de vigília (ou seja, as áreas relacionadas ao raciocínio, ao planejamento e à criatividade), sendo que os textos psicografados resultaram mais complexos que os produzidos em estado normal de vigília. Como a pesquisa registra, nos textos psicografados os médiuns produziram mensagens espelhadas - escritas de trás para a frente -, redigiram em línguas que não dominavam bem, descreveram corretamente ancestrais dos cientistas que os próprios cientistas diziam desconhecer, entre outras coisas. Para tais cientistas, os resultados da pesquisa são compatíveis com a hipótese que os médiuns defendem - a de que autoria dos textos psicografados não seria deles, mas sim dos espíritos comunicantes.[14] [27] [28]
Em artigo publicado na revista científica Neuroendocrinology Letters em 2013, cientistas compararam conhecimento médico recente com doze obras psicografadas pelo médium Chico Xavier atribuídas ao espírito André Luiz e identificaram nelas diversas informações corretas altamente complexas sobre a fisiologia da glândula pineal e que só puderam ser confirmadas cientificamente cerca de 60 anos após a publicação das obras. Os cientistas ressaltaram que o fato de que o médium possuía baixa escolaridade e não era envolvido no campo da saúde levanta questões profundas sobre as obras serem ou não fruto de influência espiritual.[29]
Apesar de todos os estudos citados, a posição científica strictu senso atualmente estabelecida é a de que não há - em acordo com os rigores do Método Científico - fatos estabelecidos que suportem de forma inequívoca a existência de espíritos - e por tal da mediunidade espírita. Os termos ciência e científicos que figuram junto aos estudos dos espíritos são por tal empregados em sentido lato - onde pressupõe-se que as fronteiras que separam os conhecimentos científico e não científico não são precisamente delineadas - e não em senso estrito - que vigora atualmente no meio acadêmico-científico e que define-se por meio de fronteira muito bem estabelecida.[6] [30] [31] [32] .
Organização Mundial de Saúde[editar | editar código-fonte]
Em termos de Medicina, indivíduos com sintomas como audição ou visão de espíritos já foram apontados como sendo portadores de transtornos mentais mas há muito, com as atualizações da Classificação internacional de doenças, a Medicina reconhece que esses sintomas não possuem necessariamente causas patológicas.[33]
A Classificação internacional de doenças (CID) em sua décima atualização, a CID-10, em seu item F.44.3 define os chamados "Transtornos de transe e possessão" como:
- "Transtornos caracterizados por uma perda transitória da consciência de sua própria identidade, associada a uma conservação perfeita da consciência do meio ambiente."
Contudo, explicitamente descreve em alínea seguinte:
- "Devem aqui ser incluídos somente os estados de transe involuntários e não desejados, excluídos aqueles de situações admitidas no contexto cultural ou religioso do sujeito."[34]
Nesse sentido é feita a distinção entre o estado de transe normal - a exemplo a hipnose, não mais considerado doença - e o transtorno dissociativo psicótico, uma patologia psiquiátrica. Exclui-se desse item também, entre outros, a esquizofrenia. Evidencia-se também na CID que os estados de transes tidos por espiritualistas como oriundos de "possessões espirituais" - comuns em ambientes religiosos - não são acobertados pelo item F.44.3 citado, e não são considerados patológicos; e apesar da CID reconhecer tais estados de transe ao excluí-los explicitamente, também não aponta "espíritos" como causa de transe algum, mesmo que alguns adeptos espiritualistas insistam em dizer o contrário.[35] [36]
A expressão "possessão" figura no referido item da CID com acepção que remete aos estados de agitação demasiada, de agressividade ou mesmo de fúria; e mediante tal acepção a leitura do item associado em íntegra implica, nitidamente, o não reconhecimento da tal causa "espiritual" (vide alínea). Argumento em favor da asserção inicial deriva também do fato de que o reconhecimento de tal causa pela Organização Mundial de Saúde implicaria a inserção compulsória dessa na CID bem como a necessidade de tratamento ou acompanhamento específicos visto serem tais estados de "possessão" prontamente reconhecidos, antes de mais nada pelos próprios espiritualistas, como situações muitas vezes prejudiciais à saúde do "possuído" e que requerem por tal tratamento ou mesmo acompanhamento "espiritual" imediato, tratamentos esses certamente fornecidos - segundo suas crenças - pelos referidos grupos ou autoridades religiosas capacitadas junto aos seus templos ou ambientes de reuniões; contudo não definidos, estabelecidos, tampouco cogitados pela Organização Mundial de Saúde.[37] [38] [39]
O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em sua quarta revisão (1994), incluiu advertência contra a interpretação equivocada de experiências espirituais ou religiosas como sendo transtornos mentais e distinguiu dos transtornos mentais uma outra categoria de problemas classificados como “outras circunstâncias que podem ser foco de atenção clínica”, incluindo-se a isto uma subcategoria específica denominada “problemas espirituais ou religiosos”, para a orientação de profissionais da saúde no diagnóstico e tratamento de alguns possíveis problemas não-patológicos dos pacientes.[40]
Representações notórias de médiuns no cinema e na TV[editar | editar código-fonte]
No cinema:
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Na TV:
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Polêmicas[editar | editar código-fonte]
Além das que envolvem a ciência stricto sensu, há polêmicas em torno da mediunidade baseadas nos argumentos apresentados por outras religiões cristãs, dizendo-se que a Bíblia condena a prática danecromancia (que difere da mediunidade) em Deuteronômio 18: Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; / 11. Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; / 12. Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti. / (...) / 14. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o SENHOR teu Deus não permitiu tal coisa. in: Bíblia Online.com.br.
Esse argumento encontra contradição no próprio fato de que já foram psicografados muitos textos com ensinamentos de acordo com os de Jesus. Para a Doutrina Espírita, a Bíblia não condena a prática mediúnica pois esta seria um fenômeno natural e O Evangelho Segundo o Espiritismo de Allan Kardec, capítulo XXVI (Dai gratuitamente o que gratuitamente recebestes), itens 7 a 10 (Mediunidade Gratuita) diz: ...Explorar alguém a mediunidade é, conseguintemente, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos Espíritos, das almas dos mortos, que ele põe a preço de moeda. Essa idéia causa instintiva repugnância. Foi esse tráfico, degenerado em abuso, explorado pelo charlatanismo, pela ignorância, pela credulidade e pela superstição que motivou a proibição de Moisés. O moderno Espiritismo, compreendendo o lado sério da questão, pelo descrédito a que lançou essa exploração, elevou a mediunidade à categoria de missão. (Veja-se: O Livro dos Médiuns, 2ª Parte, cap. XXVIII. – O Céu e o Inferno, 1ª Parte, cap. XI.)
Segundo O Evangelho segundo o Espiritismo, a Bíblia apresenta diversas provas de mediunidade e de reencarnação, tais como a conversa de Jesus com Moisés e Elias, quando estes últimos já há muitos séculos não pertenciam ao mundo dos encarnados: Passados oito dias, Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago e a João, e subiu ao monte para orar. Enquanto orava, transformou-se o seu rosto e as suas vestes tornaram-se resplandecentes de brancura. E eis que falavam com ele dois personagens; eram Moisés e Elias, que apareceram envoltos em glória, e falavam da morte dele, que se havia de cumprir em Jerusalém. Entretanto, Pedro e seus companheiros tinham deixado vencer-se pelo sono; ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois personagens em sua companhia. Quando estes se apartaram de Jesus, Pedro disse: "Mestre, é bom estarmos aqui. Podemos levantar três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias!..." Ele não sabia o que dizia. Enquanto ainda assim falava, veio uma nuvem, e encobriu-os com a sua sombra; e os discípulos, vendo-os desaparecer na nuvem, tiveram um grande pavor. Então da nuvem saiu uma voz: "Este é o meu Filho amado: ouvi-o!" E, enquanto ainda ressoava esta voz, achou-se Jesussozinho. Os discípulos calaram-se e a ninguém disseram naqueles dias coisa alguma do que tinham visto. in: Bíblia Online.com.br
Assim, conclui-se, que a Bíblia não condena a prática mediúnica quando esta é utilizada para fins nobres, como o crescimento moral dos homens.
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