o dia 21 de fevereiro deste ano escrevi um texto aqui no blog cujo título era “O São Paulo agoniza”. As palavras escritas ali, muito longe de derivarem de alguma capacidade paranormal minha, foram frutos de observações e conhecimento de tudo que se passava no clube do Morumbi desde 2010.
De lá pra cá, a situação continua piorando e a agonia de um clube que se denomina equivocadamente de soberano permanece, agora sob olhares de todo o mundo do futebol, que acompanha abertamente os vexames, as derrotas, as denúncias, as dívidas e as brigas dos vaidosos e incompetentes dirigentes.
A empáfia soberana e a incapacidade de se reinventar do São Paulo são assustadoras. Mesmo figurando entre as maiores receitas entre os clubes do Brasil, o clube tem apenas um título relevante desde 2009 e acumula seguidas derrotas vexatórias em campo, como as eliminações recentes para Ponte Preta, Bragantino e Penapolense, sem contar as campanhas pífias nas mais diversas competições.
Seus dirigentes, que agora optam por brigar em público, estão perdidos numa vaidade que os impede de enxergar o óbvio. As gestões recentes de Juvenal Juvêncio, seguida da atual de Carlos Miguel Aidar, representam o pior momento político e administrativo do clube, com reflexos evidentes em campo, culminando com um jejum de títulos constrangedor, uma relação causa e efeito muito clara e que não surpreende.
Diante deste cenário e por ter um elenco tecnicamente apenas razoável e desprovido de confiança e entrega, a quinta colocação da Série A e a semifinal da Copa do Brasil representam quase um milagre. Para piorar, Osorio, responsável direto pela sustentação da equipe diante do caos, já foi embora para a seleção mexicana, no que fez muito bem. Já os jogadores estão à deriva, assim como a torcida.Mesmo sem apresentar um futebol de primeira linha, o soberano Tricolor derrubou a Ponte nos embalos de sábado à noite, no Morumbi (12.145 torcedores).
Michel Bastos, Ganso (um dos melhores do time) e Wilder, mais um empurrãozinho do juiz no segundo gol, garantiram a vitória e a ascensão do time ao G4 (quarto lugar, com 34 pontos), na abertura da 21ª rodada do Brasileirão. A Macaca ocupa a 12ª posição, com 27.
O São Paulo começou a partida em alta velocidade e poderia ter marcado aos 12 minutos, mas o colombiano Wilder conseguiu perder um gol incrível. Sozinho, chutou na trave. No rebote, Pato arrematou e Marcelo Lomba defendeu.
A Macaca, por sua vez, procurou atrair o adversário a fim de explorar os contra-ataques, principalmente com os avanços de Rodinei pela direita. Chegou a dar algum trabalho.
Embora sem a mesma objetividade do início, o Tricolor não perdeu o comando das ações e, aos 34, Michel Bastos fez 1 a 0, após bela jogada de Ganso pela direita - os jogadores da Ponte reclamaram falta de Ganso.
Michel Bastos não corria para o abraço desde 8 de julho, nos 4 a 0 sobre o Vasco. Ele é o vice-artilheiro do time nesta temporada, com nove gols. Perde para Pato (21). Que, aos 44, fez ótima jogada pela esquerda, mas bateu para fora na saída de Lomba.
No segundo tempo, o São Paulo precisou somente de oito minutos para implodir a Ponte. Aos 4, Pato passou pela zaga e chutou. Lomba defendeu apenas parcialmente e Ganso, que finalmente teve uma boa atuação, completou para as redes. O meia estava impedido, mas sua senhoria, Marcelo Ribeiro de Souza, nada marcou. Aos 8, Wilder desencantou. Pato cruzou e o colombiano tocou de cabeça.
Daí para frente, o Tricolor limitou-se a esperar o tempo passar e só não abriu ainda mais a vantagem porque exagerou no preciosismo. O jogo pode ter marcado a despedida de Pato. O Corinthians, dono dos direitos do atleta, tenta negociá-lo ao Tottenham.
No ‘new Maraca' (17.940 espectadores), depois de abater o Urubu nas oitavas de final da Copa do Brasil, a nau vascaína voltou a navegar na marola do desespero do Brasileirão.
A equipe carioca perdeu para o Figueira por 1 a 0, gol de Marcão, aos 48 do segundo tempo. O talismã do time catarinense, que havia entrado no lugar de Alemão, ganhou na corrida do ‘vovô' Guiñazu e tocou na saída do goleiro Martín Silva. Há 15 dias, o Vasco também foi a pique contra o Coxa com um gol na bacia das almas.
O time do capitão gancho Eu-rico Miranda completou sete jogos sem vencer e 540 minutos sem balançar a rede do inimigo - a última vez foi na 15ª rodada, quando levou uma coça do Palmeiras (4 a 1).
O Vasco ilumina a lanterna do campeonato com 13 pontos em 63 possíveis. Agoniza num show de horrores. O destaque do time catarinense foi Muralha. Nos poucos momentos de lucidez que apresentou em campo, o Vasco parou nas luvas do goleiro do Figueira, que chegou a 26 pontos na 14ª posição.
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Saara. O Circo Brasileiro de Futebol atendeu as reclamações de jogadores e 'professores' contra o trem das 11, a maria-fumaça do Brasileirão: ninguém poderá mais chiar contra o calor porque serão permitidas 'duas paradas médicas', aos 30 minutos de cada tempo. De acordo com a samaritana casa maldita do ludopédio, os jogadores terão três minutos de descanso e hidratação quando a temperatura for superior a 28°C e sem chuva. Outra resolução: se o médico do clube observar algum desmaio, queda súbita ou choque de cabeça e não conseguir avisar ao árbitro, ele poderá entrar no gramado mesmo sem permissão. Jogadores e treinadores ficariam muito mais satisfeitos se os jogos das 11 horas levassem um cartão vermelho.
Zé Corneta. Peraí! Se o Tottenham pagou 30 milhões de euros ao Bayer Leverkusen pelo atacante sul-coreano Son Heung-Min, quanto não vale o santista Lucas Lima, principal estrela do Brasileirão?
Banana madura. Trinta jogos e 10 gols foram suficientes para Leandro Pereira, o 'Banana' da Chapecoense, render R$ 2 milhões de lucro ao Palmeiras. Que pagou R$ 5 milhões por 50% dos direitos do atleta, 23 anos, negociado por R$ 14 milhões ao Brugge, da Bélgica - R$ 7 milhões irão para o time catarinense.
Caiu na rede. Em bolas cruzadas, defesa do Flamengo dança mais que caroço de manga em boca de bêbado.
Bem, amiguinhos. O Corinthians está a três jogos de alcançar sua maior série invicta na história do Brasileirão: 15 partidas, em 1993. Sob o comando de Mário Sérgio, hoje comentarista, o time obteve 11 vitórias e quatro empates. Agora, com o ‘ professor' Tite, coleciona nove triunfos e três empates.
Sugismundo Freud. Engenhocas sociais, um pontapé no bom senso.
Bem, diabinhos. Há uma boa razão para o soberano São Paulo reclamar da vida, do tilintar das moedas: nos últimos seis anos, conseguiu, a duras penas, faturar irrisórios R$ 345 milhões com a venda de atletas. Só nesta temporada, o balcão de negócios do Morumbi arrecadou algo em torno de R$ 55 milhões. Ninguém ganha tanto no ludopédio nacional com a negociação de atletas. Mesmo assim, o clube pode fechar 2015 com um rombo superior a R$ 100 milhões. ‘A situação é muito grave. O São Paulo está à beira do abismo, pode ficar sem dinheiro em semanas', diz o conselheiro e corneteiro Abílio Diniz.
Dona Fifi. Por que os solertes representantes da mídia caolha assumem a palavra do vice-presidente do soberano São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, como primeira e única?
Túnel do tempo. Na falta de conquistas, nada como um mergulho no passado. O imortal Grêmio começa neste domingo a comemoração dos 20 anos da conquista da Libertadores de 1995. Antes da partida contra o Coxa, os campeões darão uma volta olímpica pela Arena com a taça do bicampeonato, conquistada com um empate de 1 a 1, diante do Nacional de Medellín, na Colômbia. No primeiro jogo, em Porto Alegre, vitória por 3 a 1.
Gilete press. De Ana Claudia Guimarães, no 'Globo': "Ronaldinho Gaúcho deixou a garotada que estuda no colégio militar, dentro do Forte da Urca, outro dia, desolada. Os meninos tentaram pedir uma assinatura, uma foto, mas o jogador correu para o seu carrão e deu no pé. Já... Neymar, no show do Tiaguinho, deu um show de gentileza. Distribuiu autógrafos e fez fotos com todos." Ecaaaaa.
De chaleira. O Botafogo está fazendo de tudo, e muito mais, para frequentar a Série B por mais um bom tempo.
Tititi d'Aline. O goleiro Victor e o volante Leandro Donizete encontraram na música sertaneja o consolo para a desclassificação do Galo na Copa do Brasil. A dupla curtiu o show de Chitãozinho e Xororó no Palácio das Artes, em BH. Tietes, eles tiraram várias fotos com os cantores.
Você sabia que... os 'professores' realizaram 1.173 substituições em 20 rodadas do Brasileirão?
Bola de ouro. Fluminense. Os 'professores' das equipes de base voltaram à sala de aula para fazer um curso de qualificação com instrutores da Uefa. O finlandês Kari Ukkonen e o americano Mike Keeney são os mestres. Ukkonen já deu palestras no Bayer Leverkusen.
Bola de latão. Caxias. A portentosa equipe gaúcha já disputou 13 jogos pela Série C e não conseguiu comemorar uma vitória. Compete com o Águia de Marabá pelo título ‘a gente somos inútil'.
Bola de lixo. Vanderlei Luxemburgo. Happy birthday: ‘pofexô' caminha para o quinto ano sem conquistar um título. A última brilhante vitória: o Carioquinha de 2011 com o Flamengo.
Bola sete. "Tenho certeza que o Cruzeiro não vai cair pela minha competência. As pessoas falam que estou ultrapassado, mas esquecem a minha história e conhecimento. Futebol não nasceu agora, é centenário, ou mais. Pela minha história e pelo que conheço, eu posso afirmar: o Cruzeiro não cai" (do ‘pofexô' Vanderlei Luxemburgo, repetindo uma velha ladainha).
Dúvida pertinente. Corinthians ou Galo, quem vai sentir mais a ressaca da eliminação da Copa do Brasil?
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