quarta-feira, 14 de outubro de 2015

TRISTEZA

A próxima vez que você se sentir triste,  considere não colocar esse sentimento de lado. Você acha que é o único a preferir evitar a sensação de tristeza ao invés de lidar com ela e a olhá-la de frente? Garanto-lhe que não, a maioria de nós não aceitamos este estado de abatimento, este estado melancólico que nos envia para um banco de memórias de perdas, erros, fracassos, dificuldades, dor, angústia, etc. Mesmo aqueles que consideramos supostamente mais fortes, até esses não gostam de falar abertamente sobre sentimentos negativos, pois temem que isso lhes retire capacidades, discernimento e os enfraqueça. Todos nós, em geral, evitamos os sentimentos negativos. Ninguém gosta de ter de lidar com eles.
De facto, uma das tendências mais consistentes que verifico na minha prática clínica é que tanto homens como mulheres repudiam a tristeza, como se de alguma forma fossem traídos por esse sentimento. Imagine, por exemplo, um executivo de publicidade expressar tristeza para um grupo de executivos numa sala de reuniões. Certamente ninguém se iria sentir confortável, nem sequer a mensagem seria transmitida de forma entusiasmada e enérgica. Quando nos sentimos deprimidos ou em baixo, normalmente sentimo-nos letárgicos e sem energia, como se não estivesse acontecendo nada de estimulante. Outros sentimentos negativos, como raiva, são muito mais atraentes porque sentimos que de certa forma nos dão capacidade, sendo mais apelativo: Você sente-se energizado, sente que sabe para onde dirigir o seu ímpeto e para quem. Mas a tristeza faz-nos sentir fora das coisas, é uma dose de nada, um sentimento amorfo que reduz o ímpeto, como se ficássemos ligeiramente anestesiados.
Tristeza (latim tristia, tristeza, aflição), é um estado afectivo duradouro caracterizado por um sentimento de insatisfação e acompanhado de uma desvalorização da existência e do real.[1]
A tristeza é uma das "seis emoções básicas" descritas por Paul Ekman, junto com felicidaderaivasurpresamedo e nojo.[2]

Na infância[editar | editar código-fonte]

A tristeza é uma experiência comum na infância e reconhecer tais emoções podem tornar mais fácil para as famílias enfrentarem problemas emocionais mais graves,[3]embora algumas famílias podem ter uma regra (consciente ou inconsciente) de que a tristeza não é "permitida".[4] Robin Skynner sugeriu que isso pode causar problemas, porque com a tristeza "desativada" ficamos um pouco superficial e maníacos.[5] :33, 36
A tristeza é parte do processo normal da criança separ uma simbiose precoce com a mãe e se tornar mais independente. Toda vez que uma criança se separa um pouco mais, ele ou ela terá que lidar com uma pequena perda. Se a mãe não pode permitir o sofrimento menor envolvido, a criança nunca aprenderá a lidar com a tristeza por si mesma.[5] O pediatra T. Berry Brazelton argumenta que estimular muito a criança para que supere uma tristeza, desvaloriza a emoção para elas;[6] e Selma Fraiberg sugere que é importante respeitar o direito da criança em experimentar uma perda completa e profundamente.[7]
Margaret Mahler viu a capacidade de sentir a tristeza como uma conquista emocional, ao contrário, por exemplo, de afastar-se através de hiperatividade inquieta.[8]

Referências

  1. Ir para cima Hilton Japiassú, Danilo Marcondes (1993). 'Dicionário básico de filosofia, Zahar. p. 271. ISBN 978-85-378-0341-7.
  2. Ir para cima Daniel Goleman, Emotional Intelligence, (Londres1996) p. 271
  3. Ir para cima T. Berry Brazleton, To Listen to a Child, (1992) p. 46 e p. 48
  4. Ir para cima Karen Masman (1 March 2009). Uses of Sadness: Why Feeling Sad Is No Reason Not to Be Happy. Allen & Unwin. pp. 8–. ISBN 978-1-74176-600-4.
  5. ↑ Ir para:a b A. C. Robin Skynner; John Cleese (1984). Families and how to Survive Them. Oxford University Press. pp. 158–159. ISBN 978-0-19-520466-7.
  6. Ir para cima Brazleton, p. 52
  7. Ir para cima Selma H. Fraiberg (1996). [The Magic Years: Understanding and Handling the Problems of Early Childhood. Simon and Schuster. pp. 274. ISBN 978-0-684-82550-2.
  8. Ir para cima M. Mahler et al, The Psychological Birth of the Human Infant (London 1975) p. 92

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A doença do século, muitos vezes é confundida com um sentimento de tristeza, e entender as diferenças é fundamental para o diagnóstico precoce.

É só tristeza? 
A tristeza é um sentimento momentâneo, considerado saudável e até importante pelos médicos. Ajuda na elaboração das perdas, ou sofrimentos ocasionais. As pessoas atingidas pela ocorrência de perdas, do emprego ou de entes queridos, atravessam uma fase de sofrimento e angústia, que pode se prolongar por um determinado período de tempo (cerca de 2 meses), mas esse quadro vai se atenuando e paulatinamente a vida vai retomando o ritmo normal. 

Agora, se a tristeza não passa, e começam a surgir sentimentos de apatia, indiferença, desesperança, falta de perspectivas ou prazer pela vida, saiba que esse é um sintoma claro de depressão. Os sintomas podem aparecer ou desaparecer de maneira sutil e quase imperceptível, mas é importante saber que eles podem voltar. A depressão é doença séria e assim deve ser tratada.

Os riscos da depressão: 
Em primeiro lugar, depressão não é um estado de tristeza profunda nem desânimo, preguiça, estresse ou mau humor. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Mesmo assim, podemos considerar a depressão como natural período de transição. São tempos de mudanças e crescimento, épocas que antecedem novos horizontes de amadurecimento do ser em constante processo de evolução.
Para entendermos melhor essa diversidade de sintomas depressivos, vamos considerar que, entre as pessoas, a depressão seria como uma bebedeira geral, onde cada pessoa alcoolizada ficasse de um jeito: uns alegres, outros tristes, irritados, engraçados, dorminhocos, libertinos... A única coisa que todos teriam em comum é o fato de estarem sob efeito do álcool, todos estariam tontos, com os reflexos diminuídos, etc. Na depressão também. Cada personalidade se manifestará de uma maneira.

Na verdade, ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.

Pode ser leve, moderada ou grave 
depressão encontra-se classificada no Grupo das Doenças Afetivas, ou seja, aquelas que tem uma evolução cíclica, em que se alternam períodos depressivos com fases de absoluta sanidade. Ao contrário do que se possa pensar, essa não é uma doença moderna. Hipócrates, considerado o pai da Medicina, descreveu seis doenças mentais, dentre elas a depressão, há aproximadamente 400 AC. 

Os sintomas podem se manifestar de uma forma branda, e é comum o paciente procurar um clínico-geral, acreditando estar com falta de vitaminas ou alguma doença mais grave. Outros, simplesmente acreditam ser apenas mais uma "fase ruim" e não procuram ajuda, agravando ainda mais o problema. Indivíduos apresentando quadros leves, raramente procuram  tratamento.

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