domingo, 1 de novembro de 2015

DIABETES TIPO 1

O diabetes tipo 1 acontece quando a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem de destruição autoimune. O pâncreas perde a capacidade de produzir insulina em decorrência de um defeito do sistema imunológico, fazendo com que nossos anticorpos ataquem as células que produzem a esse hormônio. Nesse cenário, o corpo acaba atacando as células que produzem insulina por não reconhecerem mais elas como sendo da pessoa. O diabetes tipo 1 ocorre em cerca de 5 a 10% dos pacientes com diabetes. Os portadores de diabetes tipo 1 necessitam injeções diárias de insulina para manterem a glicose no sangue em valores normais e há risco de vida se as doses de insulina não são dadas diariamente. O diabetes tipo 1, embora ocorra em qualquer idade, é mais comum ser diagnosticado em crianças, adolescentes ou adultos jovens.
Diabetes tipo 1 - SAIBA MAIS
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Causas

A diabetes tipo 1 se desenvolve porque o sistema imunológico do organismo destrói as células beta-pancreáticas, que são as responsáveis pela fabricação de insulina. Por isso, as pessoas com diabetes tipo 1 não pode fazer sua própria insulina em quantidades adequadas. O diabetes tipo 1 pode acontecer por uma herança genética em conjunto com fatores ambientais como infecções virais. A insulina é necessária para levar o açúcar do sangue às células, onde a glicose poderá ser estocada ou usada como fonte de energia. No diabetes tipo 1, as células beta produzem pouca ou nenhuma insulina. Isso faz com que a glicose não entre nas células, se acumulando no sangue e levando ao diabetes tipo 1.

Perguntas frequentes

Meu exame de glicemia está acima dos 100 mg/dl. Estou com diabetes?

Não necessariamente. O exame de glicemia do jejum é o primeiro passo para investigar o diabetes e acompanhar a doença. Os valores normais da glicemia do jejum ficam entre 75 e 110 mg/dL (miligramas de glicose por decilitro de sangue). Estar um pouco acima ou abaixo desses valores indica apenas que o indivíduo está com uma glicemia no jejum alterada. Isso funciona como um alerta de que a secreção de insulina não está normal, e o médico deve seguir com a investigação solicitando um exame chamado curva glicêmica, que define se o paciente possui intolerância à glicose, diabetes ou então apenas um resultado alterado.

Diabetes é contagioso?

O diabetes não passa de pessoa para pessoa. O que acontece é que, em especial no tipo 1, há uma propensão genética para se ter a doença e não uma transmissão comum. Pode acontecer, por exemplo de a mãe ter diabetes e os filhos nascerem totalmente saudáveis. Já o diabetes tipo 2 é uma consequência de maus hábitos, como sedentarismo e obesidade, que também podem ser adotados pela família inteira - explicando porque pessoas próximas tendem a ter a doença conjuntamente.

Posso consumir mel, açúcar mascavo e caldo de cana?

Apesar de naturais, esses alimentos tem açúcar do tipo sacarose, maior vilã do diabetes. Hoje, os padrões internacionais já liberam que 10% dos carboidratos ingeridos podem ser sacarose, mas sem o controle e a compensação, os níveis de glicose podem subir e desencadear uma crise. O paciente até pode consumir, mas ele deve ter noção de que não pode abusar e compensar com equilíbrio na dieta.

Insulina causa dependência química?

A aplicação de insulina não promove qualquer tipo de dependência química ou psíquica. O hormônio é importante para permitir a entrada de glicose na célula, tornando-se fonte de energia. Não se trata de dependência química e sim de necessidade vital. O paciente com diabetes precisa da insulina para sobreviver, mas não é um viciado na substância.

 sintomas

Sintomas de Diabetes tipo 1

  • Vontade de urinar diversas vezes ao dia
  • Fome frequente
  • Sede constante
  • Perda de peso (em alguns casos ela ocorre mesmo com a fome excessiva)
  • Fraqueza
  • Fadiga
  • Nervosismo
  • Mudanças de humor
  • Náusea e vômito.
Ao contrário do diabetes tipo 2, em que esses sintomas se instalam de maneira gradativa, no diabetes tipo 1 eles aparecem rapidamente, principalmente, vontade frequente de urinar, sede excessiva e emagrecimento. Se o diagnóstico de diabetes tipo 1 é tardio, as células do organismo podem não conseguir a glicose necessária para produzir toda a energia elas precisam. Nesse cenário, o corpo começa a quebrar a gordura e músculo para gerar energia. Quando a gordura é utilizada para produzir energia, corpos cetônicos são produzidos e entram na corrente sanguínea, causando um desequilíbrio chamado de cetoacidose diabética química. Os sintomas da cetoacidose diabética são:
- Pele avermelhada, quente e seca;Perda de apetite, dor abdominal e vômitos;Um odor frutado e forte na respiração, chamado de hálito cetônico;Respiração rápida e profunda;Agitação ou sonolência, dificuldade para acordar, confusão ou coma.

 diagnóstico e exames

Diagnóstico de Diabetes tipo 1

O diagnóstico de diabetes tipo 1 normalmente é feito usando três exames:

Glicemia de jejum

A glicemia de jejum é um exame que mede o nível de açúcar no seu sangue naquele momento, servindo para monitorização do tratamento do diabetes. Os valores de referência ficam entre 65 a 99 miligramas de glicose por decilitro de sangue (mg/dL). O que significam resultados anormais:
Valores acima de 100 mg/dL são indicativos para prosseguir a investigação com a curva glicêmica; Duas glicemias de jejum acima de 126 mg/dL são diagnósticas para diabetes tipo 1. Valores acima de 200 mg/dL também são considerados diagnósticos para diabetes tipo 1.

Hemoglobina glicada

Hemoglobina glicada (HbA1c) é a fração da hemoglobina (proteína dentro do glóbulo vermelho) que se liga a glicose. Durante o período de vida da hemácia - 90 dias em média - a hemoglobina vai incorporando glicose, em função da concentração deste açúcar no sangue. Se as taxas de glicose estiverem altas durante todo esse período ou sofrer aumentos ocasionais, haverá necessariamente um aumento nos níveis de hemoglobina glicada. Dessa forma, o exame de hemoglobina glicada consegue mostrar uma média das concentrações de hemoglobina em nosso sangue nos últimos meses. Os valores da hemoglobina glicada irão indicar se você está ou não com hiperglicemia, iniciando uma investigação para o diabetes tipo 1. Valores normais da hemoglobina glicada:
  • Para as pessoas sadias: entre 4,5% e 5,7%
  • Para pacientes já diagnosticados com diabetes: abaixo de 7%
  • Anormal próximo do limite: 5,7% e 6,4% e o paciente deverá investigar para pré-diabetes
  • Consistente para diabetes: maior ou igual a 6,5%.

Curva glicêmica

O exame de curva glicêmica simplificada mede a velocidade com que seu corpo absorve a glicose após a ingestão. O paciente ingere 75g de glicose e é feita a medida das quantidades da substância em seu sangue após duas horas da ingestão. No Brasil é usado para o diagnóstico o exame da curva glicêmica simplificada, que mede no tempo zero e após 120 minutos. Os valores de referência são:
  • Em jejum: abaixo de 100mg/dl
  • Após 2 horas: 140mg/dl
Curva glicêmica maior que 200 mg/dl após duas horas da ingestão de 75g de glicose é diagnóstico de diabetes tipo 1.
A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda como critério de diagnóstico de diabetes mellitus as seguintes condições:
  • Hemoglobina glicada maior que 6,5% confirmada em outra ocasião (dois testes alterados)
  • Uma dosagem de hemoglobina glicada associada a glicemia de jejum maior que 200 mg/dl na presença de sintomas de diabetes
  • Sintomas de urina e sede intensas, perda de peso apesar de ingestão alimentar, com glicemia fora do jejum maior que 200mg/dl
  • Glicemia de jejum maior ou igual a 126 mg/dl em pelo menos duas amostras em dias diferentes
  • Glicemia maior que 200 mg/dl duas horas após ingestão de 75g de glicose.

 tratamento e cuidados

Tratamento de Diabetes tipo 1

O tratamento correto do diabetes tipo 1 envolve manter uma vida saudável e o controle da glicemia, a fim de evitar possíveis complicações da doença. Os principais cuidados para tratar o diabetes incluem:

Exercícios físicos

A atividade física é essencial no tratamento do diabetes para manter os níveis de açúcar no sangue controlados e afastar os riscos de ganho de peso. A prática de exercícios deve ser realizadas de três a cinco vezes na semana. Há restrição nos casos de hipoglicemia, principalmente para os pacientes com diabetes tipo 1. Dessa forma, pessoas com a glicemia muito baixa não devem iniciar atividade física, sob o risco de baixar ainda mais os níveis. Por outro lado, caso o diabetes esteja descontrolado, com glicemia muito elevada, o exercício pode causar a liberação de hormônios contrarreguladores, aumentando mais ainda a glicemia. Em todos os casos, os pacientes com diabetes devem sempre combinar com seus médicos quais são as melhores opções. Lembrando que o ideal é privilegiar atividades físicas leves, pois quando o gasto calórico é maior do que a reposição de nutrientes após o treino, pode haver a hipoglicemia.

Controle da dieta

Pessoas com diabetes devem evitar os açúcares simples presentes nos doces e carboidratos simples, como massas e pães, pois eles possuem um índice glicêmico muito alto. Quando um alimento tem o índice glicêmico baixo, ele retarda a absorção da glicose. Mas, quando o índice é alto, esta absorção é rápida e acelera o aumento das taxas de glicose no sangue. Os carboidratos devem constituir de 50 a 60% das calorias totais ingeridas pela pessoa com diabetes, preferindo-se os carboidratos complexos (castanhas, nozes, grãos integrais) que serão absorvidos mais lentamente.
Quando for praticar exercícios é importante verificar o controle glicêmico antes do início da atividade, para então escolher o melhor alimento - se a glicemia está muito baixa, é aconselhável dar preferência aos carboidratos, assim como deve-se evitá-los se estiver alta. A escolha do alimento depende também do tipo de exercício: exercícios aeróbicos de grande duração (como corrida e natação) tendem a baixar a glicemia, sendo necessária uma ingestão maior de alimentos.

Verificar a glicemia

Todos os portadores de diabetes tipo 1 precisam tomar insulina diariamente. No entanto, é importante fazer o autoexame para verificar sua glicose em casa. Para fazer essa medida é necessário ter em casa um glicosímetro, dispositivo capaz de medir a concentração exata de glicose no sangue. Existem diferentes tipos de aparelhos. Normalmente, a pessoa fura o dedo com uma agulha pequena chamada lanceta. Uma pequena gota de sangue aparece na ponta do dedo. Coloca-se o sangue em uma tira reagente que é inserida no aparelho. Os resultados aparecem em cerca de 30 a 45 segundos.
O médico ou outro profissional que trabalhe com diabetes ajudará a definir um cronograma de testes feitos em casa. O médico o ajudará a definir as metas relativas às taxas de glicose do paciente, que deve se basear nos resultados dos testes para alterar as refeições, suas atividades ou os medicamentos e, assim, manter os níveis de glicose normalizados. Este procedimento pode ajudar a identificar as altas e as baixas taxas de glicose no sangue antes que causem problemas.
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Aplicador, glicosímetro e insulina são essenciais para paciente com diabetes tipo 1

Tipos de insulina

  • Insulina regular: é uma insulina rápida e tem coloração transparente. Após ser aplicada, seu início de ação acontece entre meia e uma hora, e seu efeito máximo se dá entre duas a três horas após a aplicação.
  • Insulina NPH: é uma insulina intermediária e tem coloração leitosa. A sigla NPH que dizer Neutral Protamine Hagedorn, sendo Hagedorn o sobrenome de um dos seus criadores e Protamina o nome da substância que é adicionada à insulina para retardar seu tempo de ação. Após ser aplicada, seu início de ação acontece entre duas e quatro horas, seu efeito máximo se dá entre quatro a 10 horas e a sua duração é de 10 a 18 horas.
  • Análogo de insulina: moléculas modificadas da insulina que o nosso corpo naturalmente produz, e podem ter ação ultrarrápida ou ação lenta. Existem alguns tipos de análogos ultrarrápidos disponíveis no mercado brasileiro, são eles: Asparte, Lispro e Glulisina. Após serem aplicados, seu início de ação acontece de cinco a 15 minutos e seu efeito máximo se dá entre meia e duas horas. São encontrados também dois tipos de ação longa: Glargina e Detemir. A insulina análoga Glargina tem um início de ação entre duas a quatro horas após ser aplicada, não apresenta pico de ação máxima e funciona por 20 a 24 horas. Já o análogo Detemir tem um início de ação entre uma a três horas, pico de ação entre seis a oito horas e duração de 18 a 22 horas.
  • Pré-mistura: consiste de preparados especiais que combinam diferentes tipos de insulina em várias proporções. Podem ser 90:10, ou seja 90% de insulina lenta ou intermediária e 10% de insulina rápida ou ultrarrápida. Eles também pode ter outras proporções, como 50:50 e 70:30.

Aplicação da insulina

A insulina deve ser aplicada diretamente no tecido subcutâneo (camada de células de gordura), logo abaixo da pele. A espessura da pele gira em torno de 1,9 a 2,4 milímetros (mm) nos locais de aplicação da insulina. As agulhas utilizadas podem ter 4, 5, 6 ou, no máximo, 8 mm. O ângulo de aplicação varia em função da quantidade de gordura da área de aplicação do paciente com diabetes. Por exemplo, no caso de uma pessoa magra e com pouca gordura na região de aplicação, corre-se maior risco de atingir os músculos quando se utiliza agulha mais longa e ângulo de aplicação de 90° em relação à superfície da pele. Nesses casos, pode-se optar por uma agulha mais curta, fazer uma prega cutânea (de pele) e aplicar em ângulo de 45°. Lembrando que a prega na pele para quem tem diabetes é utilizada a fim de evitar que a agulha atinja os músculos que se situam logo abaixo do tecido adiposo, pois nesse local a insulina pode ser absorvida mais rapidamente. Deve haver um rodízio entre os locais de aplicação, pois essa conduta diminui o risco de complicações na região da aplicação, tal como a hipertrofia (pontos endurecidos abaixo da pele) ou atrofia (depressões no relevo da pele ocasionado por perda de gordura). O ideal é aguardar 20 a 30 dias para voltar a aplicar no mesmo ponto. A distância entre dois pontos de aplicação deve ser de mais ou menos três centímetros (dois dedos). No abdome, as insulinas podem ser absorvidas de forma mais rápida do que nos braços e coxas. A escolha das agulhas pode seguir as seguintes recomendações:
Para os adultos:
  • Agulhas com 4, 5 ou 6 mm podem ser usadas por adultos obesos e não obesos e, geralmente, não requerem a realização de prega cutânea, especialmente para as agulhas de 4 mm
  • Em geral, quando são usadas agulhas curtas (4, 5 ou 6 mm), as aplicações deveriam ser feitas em ângulo 90º. Contudo, quando a aplicação for realizada nos membros ou em abdomes magros, uma prega cutânea pode ser feita para garantir que não haja injeção intramuscular, mesmo com agulhas de 4 e 5 mm. Neste caso, as injeções com agulha de 6 mm só deveriam ser usadas com a realização de uma prega cutânea ou em ângulo de 45º
  • Não há razão médica para usar agulhas mais longas do que 8 mm.
Para as criança e os adolescentes:
  • Agulhas com 4, 5 ou 6 mm podem ser utilizadas. Não há razão médica para usar agulhas mais longas
  • Crianças e adolescentes com diabetes magros e aqueles que injetam em braços e pernas podem precisar fazer uma prega cutânea, especialmente quando são usadas agulhas de 5 ou 6 mm. Quando for usada uma agulha de 6 mm, a aplicação com ângulo de 45º pode ser realizada no lugar da prega cutânea
  • Para a maioria das crianças, exceto aquelas muito magras, uma agulha de 4 mm pode ser inserida a 90º sem necessidade de prega cutânea. Se apenas uma agulha de 8 mm estiver disponível (que pode acontecer com usuários de seringas), realizar a prega cutânea e, além disso, inserir a agulha em ângulo de 45º.
Para as gestantes:
  • O aparecimento de ecmoses (manchas roxas) é comum no local de aplicação de insulina
  • As agulhas curtas (4, 5 ou 6 mm) podem ser usadas pelas gestantes
  • Quando apenas uma agulha de 8 mm estiver disponível, a região do abdome deve ser evitada e a aplicação realizada com a prega cutânea e em ângulo de 45°
  • É prudente realizar a prega cutânea em todos os locais de aplicação
  • Para evitar complicações, recomenda-se evitar a aplicação de insulina na região abdominal, especialmente ao redor do umbigo, no último trimestre da gestação. Recomenda-se a aplicação de insulina na região glútea (nádegas) para as gestantes magras. A região dos flancos do abdome pode ser usada, também, desde que se faça a prega cutânea.
Os melhores locais para a aplicação de insulina são:
  • Abdome (barriga)
  • Coxa (frente e lateral externa)
  • Braço (parte posterior do terço superior)
  • Região da cintura
  • Glúteo (parte superior e lateral das nádegas).
Passo-a-passo no momento de aplicação da insulina:
  • Separe todo do material: insulinas prescritas, seringa, agulha, algodão e álcool
  • Lave bem as mãos com água e sabão
  • Em seguida, limpe os locais de aplicação com algodão embebido em álcool. O ideal é utilizar uma nova seringa e agulha em cada aplicação
  • As insulinas NPH e as pré-misturas devem ser suavemente misturadas, rolando o frasco entre as mãos aproximadamente 20 vezes, sem agitar o frasco, até o líquido ficar leitoso e homogêneo. Esse procedimento não é necessário para as insulinas transparentes
  • Limpe a tampa de borracha da parte superior dos frascos com algodão embebido em álcool em um sentido único
  • Aspire uma quantidade de ar para dentro da seringa igual aquela prescrita mantendo a agulha tampada com a sua capa de plástico
  • Retire a capa da agulha e apoie o frasco em uma superfície plana. Introduza a agulha através da tampa de borracha do frasco de insulina e injete o ar que está dentro da seringa para dentro do frasco
  • Vire o frasco de cabeça para baixo e aspire a quantidade de insulina prescrita. Se houver bolhas na seringa, injetar a insulina de volta no frasco e repetir o procedimento
  • Retire a agulha do frasco
  • Limpe o local escolhido passando o algodão embebido em álcool sobre a pele sempre em um único sentido. Após passar o álcool, não aplicar a insulina até que a pele esteja completamente seca
  • Com a seringa entre os dedos, como se fosse uma caneta, deve-se fazer um movimento rápido em direção à pele (movimento de arremesso de um dardo) em ângulo de 90º ou 45º conforme orientado. Fazer a prega cutânea quando necessário. Já a injeção da insulina deve ser feita de maneira lenta. Aplicar a insulina na temperatura ambiente ajuda a reduzir a dor durante a aplicação. O ideal é retirar o frasco de insulina da geladeira 15 minutos antes da aplicação
  • Retire a agulha da pele e pressione o local suavemente com um algodão seco. Não se deve fazer massagem na região de aplicação, pois isso pode aumentar o fluxo sanguíneo e alterar a absorção da insulina. Tampe imediatamente a agulha com a capa para evitar contaminação a acidentes
  • O uso das canetas deve ser realizado de acordo com as instruções do fabricante de cada uma delas. Seu uso deve ser restrito a apenas um paciente. As agulhas devem ser imediatamente desconectadas da caneta e descartadas após a aplicação e usadas apenas uma vez para evitar contaminação e infecção. Após a aplicação da insulina, conte até 10 (dez segundos) para retirar da agulha. Quando forem aplicadas doses maiores, pode ser necessário contar até 20 segundos, a fim de evitar que parte da insulina volte para a superfície da pele quando a agulha for retirada. Essa contagem não é necessária para aplicação com seringas.
A insulina regular deve ser aplicada preferencialmente no abdômen para aumentar a taxa de absorção, enquanto a NPH deve ser aplicada, preferencialmente, nas coxas ou nas nádegas, para retardar a absorção e reduzir o risco de hipoglicemia. O aparecimento de ecmoses (manchas roxas) é comum no local de aplicação de insulina. Elas são decorrentes do extravasamento de sangue quando vasos sanguíneos são perfurados pela agulha.
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Aplicar a insulina no abdômen aumenta a taxa de absorção

Maneire no consumo de bebidas alcoólicas

O consumo de álcool não é proibido, mas deve ser moderado e sempre acompanhado de um alimento, pois o consumo isolado pode causar hipoglicemia. O que pode causar enjoo, tremores pelo corpo, fome excessiva, irritação e dores de cabeça. Também é importante fazer o monitoramento de glicemia antes e depois de consumir bebidas alcoólicas. Cuidado com cervejas e bebidas doces ou à base de carboidratos. Elas têm alto índice glicêmico e podem trazer problemas.

Evite saunas e escalda pés

O diabetes afeta a microcirculação, lesionando as pequenas artérias (arteríolas) que nutrem os tecidos, que atingem especialmente as pernas e os pés. Em função desta alteração circulatória, os riscos de exposição às altas temperaturas e aos choques térmicos podem agravar ou desencadear quadros de angiopatias e outros problemas cardíacos.

Aumente os cuidados com os olhos

As células da córnea do paciente com diabetes tipo 1 não têm a aderência que se encontra na maioria daqueles que não tem diabetes. Essa fragilidade é a porta de entrada para uma série de infecções oportunistas e doenças como catarata e glaucoma. É preciso fazer o exame do fundo de olho cinco anos após o diagnóstico para os tipo 1, e depois disso em uma frequência anual. Isso serve para ajudar a identificar precocemente alguma alteração na retina, como a retinopatia diabética.

Controle o estresse

Pessoas com diabetes tipo 1 têm maiores chances de ter ansiedade e depressão. Os pacientes podem sentir uma sensação de ansiedade em relação ao controle da hipoglicemia, da aplicação de insulina, ou com o ganho de peso.

Corte o cigarro

Diabetes tipo 1 e cigarro multiplicam em até cinco vezes o risco de infarto. As substâncias presentes no cigarro ajudam a criar acúmulos de gordura nas artérias, bloqueando a circulação. Consequentemente, o fluxo sanguíneo fica mais e mais lento, até o momento em que a artéria entope. Além disso, fumar também contribui para a hipertensão no paciente com diabetes.

Cuide da saúde bucal

A higiene bucal após cada refeição para o paciente com diabetes tipo 1 é fundamental. Isso porque o sangue dos portadores de diabetes, com alta concentração de glicose, é mais propício ao desenvolvimento de bactérias. Por ser uma via de entrada de alimentos, a boca acaba também recebe diversos corpos estranhos que, somados ao acúmulo de restos de comida, favorecem a proliferação de bactérias. Realizar uma boa escovação e ir ao dentista uma vez a cada seis meses é essencial.

Medicamentos para Diabetes tipo 1

Os medicamentos mais usados para o tratamento de diabetes tipo 1 são:
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Complicações possíveis

As complicações mais comuns do diabetes tipo 1 são:

Retinopatia diabética

Lesões que aparecem na retina do olho, podendo causar pequenos sangramentos e, como consequência, a perda da acuidade visual.

Arteriosclerose

Endurecimento e espessamento da parede das artérias

Nefropatia diabética

Alterações nos vasos sanguíneos dos rins que fazem com que ocorra uma perda de proteína pela urina. O órgão pode reduzir a sua função lentamente, mas de forma progressiva até a sua paralisação total.

Neuropatia diabética

Os nervos ficam incapazes de emitir e receber as mensagens do cérebro, provocando sintomas, como formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos, dores locais e desequilíbrio, enfraquecimento muscular, traumatismo dos pelos, pressão baixa, distúrbios digestivos, excesso de transpiração e impotência.

Pé diabético

Ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés de quem tem diabetes desenvolve uma úlcera (ferida). Seu aparecimento pode ocorrer quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado rapidamente para evitar complicações que podem levar à amputação do membro afetado.

Infarto do miocárdio e AVC

Ocorrem quando os grandes vasos sanguíneos são afetados, levando à obstrução (arteriosclerose) de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O bom controle da glicose, a atividade física e os medicamentos que possam combater a pressão alta, o aumento do colesterol e a suspensão do tabagismo são medidas imprescindíveis de segurança. A incidência desse problema é de duas a quatro vezes maior em pessoas com diabetes.

Infecções

O excesso de glicose pode causar danos ao sistema imunológico, aumentando o risco da pessoa com diabetes contrair algum tipo de infecção. Isso ocorre porque os glóbulos brancos (responsáveis pelo combate a vírus, bactérias etc.) ficam menos eficazes com a hiperglicemia. O alto índice de açúcar no sangue é propício para que fungos e bactérias se proliferem em áreas como boca e gengiva, pulmões, pele, pés, genitais e local de incisão cirúrgica.

Hipertensão

Ela é uma consequência da obesidade - no caso do diabetes tipo 2 - e da alta concentração de glicose no sangue, que prejudica a circulação, além da arteriosclerose que também contribui para o aumento da pressão.

 convivendo (prognóstico)

Convivendo/ Prognóstico

Pacientes com diabetes tipo 1 devem ser orientados a:
  • Realizar exame diário dos pés para evitar o aparecimento de lesões
  • Manter uma alimentação saudável
  • Utilizar os medicamentos prescritos
  • Praticar atividades físicas
  • Manter um bom controle da glicemia, seguindo corretamente as orientações médicas.

ExpectativasO diabetes mellitus tipo 1 é uma disfunção metabólica e uma das formas de diabetes mellitus. É uma doença autoimune que resulta em destruição das células beta dopâncreas, as quais produzem insulina.
O diabetes mellitus tipo 1 acomete aproximadamente de 5-10% da população de diabéticos. Sua incidência varia de acordo com a geografia, sendo mais prevalente em alguns países europeus. No Brasil, a incidência é de sete pacientes a cada 100 mil habitantes. [1] Os sintomas do Diabetes mellitus tipo 1 surgem geralmente na infância e adolescência, o que torna os pacientes dependentes de insulinoterapia por toda a vida.
Antigamente conhecido como diabetes juvenil, o diabetes tipo 1 é geralmente diagnosticado em crianças e jovens. Diferentemente do que ocorre nos casos de diabetes tipo 2, nos quais existe produção reduzida de insulina, no diabetes tipo 1 o corpo não produz insulina alguma.[2] Um subtipo de tipo 1, chamado de LADA (ou diabetes autoimune latente), é identificado pela presença de anticorpos contra células beta e tipicamente se desenvolve lentamente, aparecendo quando o indivíduo já é adulto, o que o leva a ser confundido com o tipo 2. Além disso, uma pequena proporção de casos de diabetes tipo 2 manifestam uma forma genética do doença conhecida como diabetes juvenil de início tardio.
A insulina é um hormônio necessário para promover a captação da glicose (presente no açúcar, amidos e outros tipos de alimentos) pelas células, de modo a fornecê-las a energia necessária para a vida diária. Sem insulina o bastante, muita glicose permanece na corrente sanguínea. A alta quantidade de glicose no sangue, chamadahiperglicemia, pode ser causada, por exemplo, ao se comer uma refeição maior do que a usual, perder uma dose de medicação ou insulina, estar doente, inativo ou até mesmo estressado. A baixa quantidade de glicose no sangue, chamada hipoglicemia, pode ocorrer caso haja muita insulina em seu organismo, se você não houver se alimentado corretamente ou pulado uma refeição ou caso você esteja muito ativo sem comer a quantidade necessária de carboidratos.
Outra condição que pode ser causada pelo diabetes tipo 1 é a cetoacidose, associada à hipoglicemia. Ela ocorre quando há pouca insulina na corrente sanguínea para ajudar a glicose a penetrar nas células e o corpo busca outros tipos de combustível para queimar.
Monitorar a glicemia (nível de glicose no sangue) e tomar uma ação para trazê-la de volta a uma variação saudável pode ajudar os pacientes a levar uma vida plena e com saúde.

Índice

Causas[editar | editar código-fonte]

O diabetes tipo 1 é induzido por um ou mais dos seguintes fatores: susceptibilidade genética, um ativador diabetogênico e/ou exposição a um antígeno diabetogênico.[3]

Genéticas[editar | editar código-fonte]

O Diabetes tipo 1 é uma doença poligênica, isto é, muitos genes diferentes contribuem para o seu aparecimento. O gene que mais influi para o desenvolvimento do diabetes tipo 1, IDDM1, está localizado na região do MHC Classe II do cromossomo 6, na região de marcação 6p21. Certas variantes deste gene aumentam os riscos para diminuição de histocompatibilidade em pacientes tipo 1, dentre elas DRB1 0401, DRB1 0402, DRB1 0405, DQA 0301, DQB1 0302 e DQB1 0201, as quais são comuns em norte-americanos de descendência europeia e em europeus. Algumas variantes também parecem ser protetoras.[4]
Os riscos de uma criança desenvolver o diabetes tipo 1 são de 8% se o pai possui a doença, 10% se um irmão a tiver, aproximadamente 4% se a mãe for diabética tipo 1 e tinha 25 anos de idade ou menos quando deu à luz, e de cerca de 1% se a mãe tinha mais de 25 anos. Caso ambos os pais tenham diabetes tipo 1, as chances da criança compartilhar a doença chega a 30%.[5]

Ambientais[editar | editar código-fonte]

Gêmeos idênticos, e que portanto possuem exatamente os mesmos genomas, apresentam diferenças na expressão do diabetes tipo 1. Pesquisas indicam que, se um dos irmãos possuir diabetes tipo 1, o outro terá de 30% a 50% de chances de compartilhar a condição. Isto sugere que fatores ambientais também atuam de maneira determinante no aparecimento da doença.[6]
Outras indicações de que existem fatores ambientais em jogo são encontradas nas estatísticas de prevalência da doença na Europa (entre caucasianos, há diferenças de mais de 10 vezes dependendo do país) e a tendência de imigrantes adquirirem a incidência da doença no país para o qual se mudaram.

Vírus[editar | editar código-fonte]

De acordo com uma teoria, o diabetes tipo 1 é uma resposta autoimune desencadeada por uma invasão viral[7] , na qual o sistema imune ataca as células infectadas pelos vírus juntamente com as células beta, produtoras de insulina, do pâncreas. Implicadas nesta hipótese estão as famílias de vírus Coxsackie ou rubéola. As evidências quanto a sua validade ainda são inconclusivas.
Nem todas as pessoas infectadas com vírus das famílias acima necessariamente desenvolvem o diabetes tipo 1. Isto sugere que há uma vulnerabilidade genética presente[8] , suportada pelos registros de hereditariedade na tendência de se desenvolver a condição. Esta vulnerabilidade foi associada a determinados genótipos HLA. Ainda assim, a conexão entre estes genótipos e o desencadeamento da reação autoimune ainda é pouco compreendida.

Dieta[editar | editar código-fonte]

Alguns pesquisadores acreditam, apesar de nenhuma ligação conclusiva ter sido até agora encontrada, que a resposta autoimune é influenciada por anticorpos contra proteínas do leite de vaca == Pesquisa realizada na Finlândia - país no qual a incidência de raios solares é baixa e onde, portanto, costumeiramente ingere-se vitamina D suplementar – observou que doses de 2000 IU por dia dadas durante o primeiro ano de vida de uma criança diminuíam em 80% as chances de ela desenvolver diabetes tipo 1 no futuro. A relação causal entre estes fatos continua obscura.

Substância químicas e drogas[editar | editar código-fonte]

Algumas substâncias químicas e drogas destroem preferencialmente células pancreáticas. O Pyrinuron (Vacor, N-3-piridimetil-N'-p-nitrofenil uréia), um veneno para roedores introduzido nos Estados Unidos em 1976, destrói seletivamente células beta do pâncreas, resultando em diabetes tipo 1 caso ingerido acidental ou intencionalmente. A droga foi retirada de circulação nos EUA em 1979, mas continua sendo empregada em outros países.
Zanosar é a marca registrada para a streptozotocina, um antibiótico e agente antineoplástico usado em quimioterapias contra câncer pancreático. Ele destrói também células beta, o que resulta em diminuição na produção de insulina.
Demais problemas pancreáticos, como trauma, pancreatite e tumores (tanto benignos quanto malignos) podem também levar à diminuição na produção insulínica.

Referências

  1. Ir para cima - Estatísticas Diabetes tipo 1
  2. Ir para cima http://www.diabeticool.com/perguntas-respostas/o-que-causa-diabetes/
  3. Ir para cima Knip, M.; Veijola, R.; Virtanen, S. M.; Hyoty, H.; Vaarala, O.; Akerblom, H. K. (2005). "Environmental Triggers and Determinants of Type 1 Diabetes". Diabetes 54: S125–S136. doi:10.2337/diabetes.54.suppl_2.S125
  4. Ir para cima Bluestone, J. A.; Herold, K.; Eisenbarth, G. (2010). "Genetics, pathogenesis and clinical interventions in type 1 diabetes". Nature 464 (7293): 1293. Bibcode 2010Natur.464.1293B
  5. Ir para cima http://www.diabeticool.com/o-que-e/diabetes-tipo-1/
  6. Ir para cima Ncbi.nlm.nih.gov. Retrieved 29 November 2011
  7. Ir para cima Nature Immunology 3, 338 – 340 (2002)
  8. Ir para cima "Donner", "Horst"; "Harald Rau, Paul G. Walfish, Jens Braun, Thorsten Siegmund, Reinhard Finke, Jürgen Herwig, Klaus H. Usadel and Klaus Badenhoop" ("2007"). "CTLA4 Alanine-17 Confers Genetic Susceptibility to Graves’ Disease and to type 1 Diabetes Mellitus"
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O diabetes tipo 1 é uma doença que dura a vida toda e ainda não existe cura. No entanto, o quadro varia de acordo com a pessoa. Um controle rigoroso dos níveis de glicose no sangue pode evitar ou retardar o aparecimento de problemas no diabetes tipo 1. No entanto, as complicações podem ocorrer mesmo em pessoas com um bom controle do diabetes.

 prevenção

Prevenção

Não é possível prevenir o diabetes tipo 1. Além disso, não existe qualquer exame que determine se uma pessoa terá diabetes ou não antes do aparecimento dos sintomas.

 fontes e referências

  • Andressa Heimbecher, endocrinologista titular na Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia e membro ativo da Endocrine Society
  • Danilo Höfling, endocrinologista e doutor em ciências pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
  • Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia
  • Cleide Sabino, endocrinologista do Laboratório Pasteur
  • Milena Teles, endocrinologista do Fleury Medicina e Saúde

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