sexta-feira, 6 de novembro de 2015

EMINENCIA

A língua portuguesa é pródiga em palavras de forma parecida, mas de significados diferentes, os chamados parônimos. Não é preciso dizer que a confusão entre eles é bastante comum.
No fragmento acima, foi usado “eminente” no lugar de “iminente”. Muito bem. A diferença entre os dois é muito grande. “Eminente” é um adjetivo que quer dizer “alto”, “elevado” (torre eminente, lugar eminente) ou, no sentido figurado, “importante”, “excelente”, “superior” (eminente professor, eminente deputado). É comum que, no emprego conotativo, o adjetivo apareça antes do substantivo, embora isso não seja obrigatório.
“Eminente” é cognato de “eminência”, substantivo que designa a qualidade daquilo que é eminente – é mais ou menos a mesma coisa que “proeminência” (no sentido figurado, “eminência” é superioridade moral e/ou intelectual). O termo também aparece na expressão “eminência parda”, com a qual nos referimos a uma pessoa muito influente, sobretudo na vida política, mas que permanece anônima, evitando mostrar-se ou agir às claras. A palavra aparece ainda no tratamento de cardeais (Vossa Eminência, Sua Eminência).
Já “iminente” é o que está prestes a acontecer. Normalmente se usa em contextos em que ocorra algum tipo de ameaça (“perigo iminente”, “risco iminente” ou mesmo “escassez iminente”, como queria o autor do texto destacado).
É comum a substituição da letra “i” pela letra “e” num comportamento conhecido como hipercorreção ou ultracorreção, que consiste em tomar por errado o que está certo. Não é à toa que são comuns impropriedades como “previlégio” no lugar do correto “privilégio” ou “entitulado” no lugar do correto “intitulado”, entre muitos outros casos.
Abaixo, o fragmento corrigido:
Os sites de compras coletivas funcionam devido ao efeito psicológico da escassez iminente.Uma éminence grise (francês para "eminência parda") é um poderoso assessor ou conselheiro que atua "nos bastidores" ou na qualidade não-pública ou não-oficial.
Esta frase referia-se originalmente a François Leclerc du Tremblay, o "braço direito" do cardeal Richelieu. Leclerc era um frade capuchinho que ficou famoso por seus trajes bege (a cor bege foi denominada "parda" na época). O título de "Sua Eminência" é usado para tratar ou referenciar um cardeal da Igreja Católica Romana . Embora Leclerc nunca alcançasse o posto de cardeal, aqueles ao seu redor se dirigiam a ele como tal, em deferência à influência considerável deste frade "pardo", "Sua Eminência, o Cardeal". [1]
Em política, eminência parda é o nome que se dá quando determinado sujeito não é o governante supremo de tal reino ou país mas é o verdadeiro poderoso, agindo muitas vezes por trás do soberano legítimo (a.k.a poder por trás do trono), o qual é uma marionete dele, e pode muito bem ser deposto pela eminência parda caso este não o agrade. A eminência parda ainda pode se utilizar de qualquer tipo de poder para exercer seu poder, seja ele militar, econômico, religioso e/ou político.[2]

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