Tácito é um adjetivo na língua portuguesa, significa algo que é implícito ou que está subentendido, sendo dispensável explicações ou menções a respeito.
Um comportamento tácito é aquele que busca ocultar algo, seja um segredo ou uma situação que não é desejável ser exposta.
Etimologicamente, o termo "tácito" se originou a partir do latim tacitus, que significa "não expresso em palavras" ou "silencioso". Neste sentido, pode ser considerado tácito qualquer ação, expressão ou característica que não se mostre ou explique, mas que pode ser perceptível de modo implícito.
Entre os sinônimos mais comuns de tácito, destacam-se: calado, implícito, oculto, secreto, silencioso, subentendido e tranquilo.
Tácito (Públio Cornélio Tácito) ainda foi o nome de um dos maiores historiadores da Antiguidade, que viveu entre os anos 55 e 120 d.C, na Roma Antiga.
Conhecimento tácito
O chamado "conhecimento tácito" é uma forma de conhecimento particular, subjetiva e singular de cada indivíduo, desenvolvido ao longo da vida, através de experiências adquiridas pela pessoa.
Para os psicólogos e filósofos, o conhecimento tácito é um objeto de estudo bastante interessante, pois se trata de um modelo de aprendizagem difícil ou impossível de se transmitir para outras pessoas, pelo menos não através de métodos didáticos tradicionais.
O conhecimento tácito é aquilo que só pode ser transmitido ou aprendido através de experiências e do convívio cotidiano. Andar de bicicleta, por exemplo, pode ser considerado um conhecimento tácito, pois é necessário apenas habilidade para aprender, sendo desnecessário instruções escritas ou orais.
Saiba mais sobre o significado de Conhecimento tácito.
Tácito e explícito
Explícito é algo óbvio, declarado, explicado e que se apresenta claramente, sem possibilidades de ambiguidades. Algo que seja explícito pode ser considerado o oposto do conceito de tácito.
Um conhecimento explícito, por exemplo, consegue ser transmitido através de uma explicação formatada, com gráficos, palavras, imagens e de forma objetiva. Já o conhecimento tácito é subjetivo, de difícil assimilação, visto que está presente de maneira particular em cada indivíduo, de acordo com a sua vivência.
Os conhecimentos tácito e explícito podem funcionar de forma complementar.
Tácito e expresso
A palavra tácito ainda pode ser utilizada para categorizar o modelo de um contrato de trabalho, por exemplo.
Um contrato de trabalho tácito é aquele que não é físico, ou seja, não existe um contrato escrito e registrado, sendo acertado verbalmente entre o contratante e o contratado.
Já o contrato de trabalho expresso é quando ambas as partes (contratante e contratado) firmam um documento escrito e registrado, especificando todas as funções, obrigações e direitos relacionados com o trabalho a ser prestado. Neste caso, o contratante assina a Carteira de Trabalho e Previdência Social do contratado. Conhecimento tácito é aquele que o indivíduo adquiriu ao longo da vida, pela experiência. Geralmente é difícil de ser formalizado ou explicado a outra pessoa, pois é subjetivo e inerente às habilidades de uma pessoa. A palavra "tácito" vem do latim tacitus que significa "que cala, silencioso", aplicando-se a algo que não pode ou não precisa ser falado ou expresso por palavras. É subentendido ou implícito.
Uma das referências teóricas para a noção de conhecimento tácito é Michael Polanyi[1] (1891-1976). Este filósofo ajudou a aprofundar a contribuição do saber tácito para a gênese de uma nova compreensão social e científica da pesquisa. Este autor também estudou sua relevância para os educadores.
Para Polanyi (1966), o conhecimento tácito é:
"espontâneo, intuitivo, experimental, conhecimento cotidiano, do tipo revelado pela criança que faz um bom jogo de basquetebol, (…) ou que toca ritmos complicados no tambor, apesar de não saber fazer operações aritméticas elementares. Tal como uma pessoa que sabe fazer trocos mas não sabe somar os números. Se o professor quiser familiarizar-se com este tipo de saber, tem de lhe prestar atenção, ser curioso, ouvi-lo, surpreender-se, e atuar como uma espécie de detetive que procura descobrir as razões que levam as crianças a dizer certas coisas. Esse tipo de professor se esforça por ir ao encontro do aluno e entender o seu próprio processo de conhecimento, ajudando-o a articular o seu conhecimento-na-ação com o saber escolar. Este tipo de ensino é uma forma de reflexão-na-ação que exige do professor uma capacidade de individualizar, isto é, de prestar atenção a um aluno, mesmo numa turma de trinta, tendo a noção do seu grau de compreensão e das suas dificuldades.[2] "
Isto se deve ao fato de lidarmos com algo subjetivo, não mensurável, não escrito, quase impossível de ser ensinado formalmente. Esse tipo de conhecimento parece ser mais valioso devido a sua difícil captura, registro e divulgação, exatamente por estar ligado ao indivíduo. É o que algumas pessoas chamam de verdadeiro conhecimento. Podemos dizer que todos nós possuímos este conhecimento, mas é difícil de explicá-lo e isto se deve à nossa experiência de vida, aos conhecimentos que adquirimos com o passar dos anos, ou seja, é um conhecimento que está dentro de nós. Possivelmente a melhor forma de transmiti-lo seja através da comunicação oral, no contato direto com as pessoas, da convivência e das interações com os grupos que participamos.
O conhecimento tácito opõe-se ao conhecimento explícito, sistematizado, que pode ser formalizado em textos, desenhos, diagramas, etc. ou guardado em bases de dados ou publicações. A palavra explícito vem do latim explicitus, particípio passado de explicáre e significa "explicado, declarado". Conhecimento tácito e explícito se relacionam e se completam [3] .
Referências
- ↑ Dictionary of Philosophy of Mind. "Tacit knowledge"
- ↑ POLANYI, M. The Tacit Dimension. London: Routledge and Kegan Paul, 1966, p.82.
- ↑ P. Hildreth & C. Kimble. The Duality of Knowledge. Information Research, Vol. 8 No. 1, October 2002.
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