terça-feira, 1 de dezembro de 2015

PLINIO

Plínio Marcos de Barros (Santos29 de setembro de 1935 — São Paulo,19[1] de novembro de 1999) foi um escritor brasileiro, autor de inúmeras peças de teatro, escritas principalmente na época do regime militar. Foi também ator, diretor e jornalista. Foi casado por 25 anos com a jornalista Vera Artaxo, falecida em julho de 2010, e, anteriormente, com a atriz Walderez de Barros, com quem teve três filhos, entre os quais, o também dramaturgo Leo Lama.

Biografia[editar | editar código-fonte]

De família modesta, Plínio Marcos não gostava de estudar e terminou apenas o curso primário. Foi funileiro, quis ser jogador de futebol, serviu na Aeronáutica e chegou a jogar na Portuguesa Santista, mas foram as incursões ao mundo do circo, desde os 16 anos, que definiram seus caminhos. Atuou em rádio e também na televisão, em Santos.
Em 1958, por influência da escritora e jornalista Pagu, começou a se envolver com teatro amador em Santos. Nesse mesmo ano, impressionado pelo caso verídico de um jovem currado na cadeia, escreveu sua primeira peça teatral, Barrela. Por sua linguagem crua, ela permaneceria proibida durante 21 anos após a primeira apresentação.
Em 1960, com 25 anos, foi para São Paulo, onde inicialmente trabalhou como camelô. Depois, trabalhou em teatro, como ator (apareceu no seriado O Falcão Negro da TV Tupi de São Paulo), administrador e faz-tudo, em grupos como o Arena, a companhia de Cacilda Becker e o teatro de Nydia Lícia. A partir de 1963, produziu textos para a TV de Vanguarda, programa da TV Tupi, onde também atuou como técnico. No ano do golpe militar, fez o roteiro do espetáculo Nossa gente, nossa música. Em 1965, conseguiu encenar Reportagem de um tempo mau, colagem de textos de vários autores, e que ficou apenas um dia em cartaz.
Em 1968, participou como ator da telenovela Beto Rockfeller, vivendo o cômico motorista Vitório. O personagem seria repetido no cinema e também na telenovela de 1973A volta de Beto Rockfeller, com menor sucesso. Ainda nos anos 1970, Plínio Marcos voltaria a investir no teatro, chegado ele mesmo a vender os ingressos na entrada das casas de espetáculo. Ao fim da peça, como a de Jesus-Homem, ele subia ao palco e conversava pessoalmente com a plateia.
Na década de 1980, apesar da censura do governo, que visava principalmente aos artistas, Plínio Marcos viveu sem fazer concessões, sendo intensamente produtivo e sempre norteado pela cultura popular. Escreveu nos jornais Última HoraDiário da Noite, Guaru News, Folha de S.PauloFolha da Tarde, Diário do Povo (Campinas), e também na revista Veja, além de colaborar com diversas publicações, como Opinião, O Pasquim, Versus, Placar e outras.
Depois do fim da censura, Plínio continuou a escrever romances e peças de teatro, tanto adulto como infantil. Tornou-se palestrante, chegando a fazer 150 palestras-shows por ano, vestido de preto, portando um bastão encimado por uma cruz e com aura mística de leitor de tarô.
Plínio Marcos foi traduzido, publicado e encenado em francêsespanholinglês e alemão; estudado em teses de sociolinguísticasemiologiapsicologia da religiãodramaturgia e filosofia, em universidades do Brasil e do exterior. Recebeu os principais prêmios nacionais em todas as atividades que abraçou em teatro, cinema, televisão e literatura, como ator, diretor, escritor e dramaturgo.
Marcos era portador de diabetes. Sua saúde entrou em declínio a partir de agosto de 1999, quando sofreu um derrame cerebral que deixou sequelas como a paralisação de seu lado esquerdo, incapacitando sua respiração sem o auxílio de aparelhos. Após sofrer um segundo derrame, no fim de outubro, foi internado no Instituto do Coração, em São Paulo, com infecção pulmonar. Faleceu dois dias após a internação, aos 64 anos de idade. Seu corpo foi cremado no Crematório da Vila Alpina e as cinzas jogadas no mar de Santos[2] . Em 2008, a ESCOLA DE SAMBA X-9 de Santos, apresentou o enredo PLINIO MARCOS - NAS QUEBRADAS DO MUNDARÉU em homenagem ao artista que foi grande incentivador do samba em Santos e São Paulo. Com esse desfile, sagrou-se campeã do carnaval santista. A família do artista participou do desfile.

Obra teatral[editar | editar código-fonte]

Teatro adulto[editar | editar código-fonte]

  • Barrela1958
  • Os fantoches, 1960
  • Jornada de um imbecil até o entendimento (1ª versão)
  • Enquanto os navios atracam, 1963
  • Quando as máquinas param (1ª versão)
  • Chapéu sobre paralelepípedo para alguém chutar (2ª versão de Os fantoches)
  • Reportagem de um tempo mau, 1965
  • Dois perdidos numa noite suja, 1966
  • Dia virá (1ª versão de Jesus-homem), 1967
  • Navalha na carne, 1967
  • Quando as máquinas param (2ª versão de Enquanto os navios atracam), 1963
  • Homens de papel, 1968
  • Jornada de um imbecil até o entendimento (3ª versão de Os fantoches)
  • O abajur lilás, 1969
  • Oração de um pé-de-chinelo, 1969
  • Balbina de Iansã (musical), 1970
  • Feira livre (opereta), 1976
  • Noel Rosa, o poeta da Vila e seus amores (musical), 1977
  • Jesus-homem, 1978 (2ª versão de Dia virá, 1967)
  • Sob o signo da discoteque, 1979
  • Querô, uma reportagem maldita (adaptação para teatro do romance do mesmo título, escrito em 1976), 1979
  • Madame Blavatski, 1985
  • Balada de um palhaço, 1986
  • A mancha roxa, 1988
  • A dança final, 1993
  • O assassinato do anão do caralho grande (adaptação para teatro da novela do mesmo título), 1995
  • O homem do caminho (monólogo adaptado de um conto do mesmo título, originalmente intitulado Sempre em Frente), 1996
  • O bote da loba, 1997
  • Chico Viola(inacabada), 1997

Teatro infantil[editar | editar código-fonte]

  • As aventuras do coelho Gabriel, 1965
  • O coelho e a onça (história dos bichos brasileiros), 1998
  • Assembléia dos ratos, 1989
  • Seja você mesmo (inacabada)

Livros[editar | editar código-fonte]

  • Navalha na carne (teatro), 1968
  • Quando as máquinas param (teatro), 1971
  • Histórias das quebradas do mundaréu (contos), 1973
  • Barrela (teatro) (1976)
  • Uma Reportagem Maldita - Querô (romance), 1976
  • Inútil canto e inútil pranto pelos anjos caídos (contos), 1977
  • Dois perdidos numa noite suja (teatro), 1978
  • Oração para um pé-de-chinelo (teatro), s/data
  • Jesus-homem (teatro), 1981
  • Prisioneiro de uma canção (contos autobiográficos), 1982
  • Novas histórias da Barra do Catimbó (contos), s/d
  • Madame Blavatski (teatro), 1985
  • A figurinha e os soldados da minha rua - histórias populares (relatos autobiográficos), 1986
  • Canções e reflexões de um palhaço (textos curtos), 1987
  • A mancha roxa (teatro), 1988
  • Teatro maldito teatro (contém as peças BarrelaDois Perdidos Numa Noite Suja e O Abajur Lilás), 1992
  • A dança final (teatro), 1994
  • Ns triha dos saltimbancos (conto), data imprecisa
  • O assassinato do anão do caralho grande (noveleta policial e peça teatral), 1996
  • Figurinha difícil - Pornografando e subvertendo (relatos autobiográficos), 1996
  • O truque dos espelhos (contos autobiográficos), 1999
  • Coleção melhor teatro (com as peças BarrelaDois perdidos numa noite sujaNavalha na carneAbajur lilásQuerô), 2003

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Outros projetos Wikimedia também contêm material sobre este tema:
WikiquoteCitações no Wikiquote
  • Site oficial
  • Facebook da peça A Bola da Vez: Plínio Marcos
  • Página oficial do filme Querô, baseado na obra de Plínio Marcos
  • Depoimento de Plínio Marcos sobre a 'redescoberta' de Dois Perdidos
  • "Marcos, Plínio (1935 - 1999)", biografia na Enciclopédia Itaú Cultural - TeatroPlínio Salgado nasceu em São Bento do Sapucaí, Estado de São Paulo, no dia 22 de janeiro de 1895, e faleceu em São Paulo (Capital), no dia 8 de dezembro de 1975. Começou sua carreira como jornalista em 1916, em sua cidade natal, no semanário Correio de São Bento.
    Iniciou-se na política em 1918, participando da fundação do Partido Municipalista, que reunia líderes de cidades da região do Vale do Paraíba (SP). A morte de sua jovem esposa, alguns dias depois do nascimento de sua primeira filha, fez com que ele abandonasse o estudo dos filósofos materialistas, passando a ler Raimundo Farias Brito e Jackson Figueiredo, pensadores católicos brasileiros.

    Literatura e modernismo

    Depois de mudar para São Paulo, começou a trabalhar no jornal Correio Paulistano, onde se tornou amigo do poeta Menotti Del Picchia. Participou discretamente daSemana de Arte Moderna, em 1922.
    Publica seu primeiro romance, O estrangeiro, em 1926. Depois, na companhia deCassiano Ricardo, Menotti del Picchia e Cândido Mota Filho, filiou-se ao movimento Verde-Amarelo, a vertente nacionalista do modernismo. No ano seguinte, também com del Picchia e Cassiano Ricardo, lançou o movimento da Anta, no qual exaltava o indígena, particularmente o tupi, como o portador das nossas origens nacionais.
    Nesse mesmo ano, publicou Literatura e política, obra em que expressava ideias nacionalistas de cunho fortemente antiliberal e agrarista, inspirada em Alberto Torres e Oliveira Viana.

    Da oposição ao apoio a Getúlio Vargas

    Tendo ingressado na política, apóia, em 1930, a candidatura de Júlio Prestes à presidência da República, contra o candidato da oposição, Getúlio Vargas. Nessa época, durante uma viagem à Europa, impressiona-se com o fascismo e comMussolini.
    De volta ao Brasil no dia 4 de outubro de 1930, um dia após o início da revolução que derrubaria Washington Luís, escreve dois artigos no Correio Paulistano em defesa do governo. No entanto, com a vitória dos revolucionários, passou a apoiar Vargas.
    Nas páginas do jornal A Razão, fundado por Alfredo Egídio de Souza Aranha, desenvolveu intensa campanha contra a constitucionalização do Brasil. Pouco antes da Revolução Constitucionalista de 1932, a sede do jornal seria incendiada.

    Ação Integralista Brasileira e exílio

    Plínio Salgado cria, então, a Sociedade de Estudos Políticos (SEP), que passou a congregar intelectuais simpáticos ao fascismo. Meses depois, divulga o Manifesto de Outubro, no qual apresenta as diretrizes de um novo partido, a Ação Integralista Brasileira (AIB).
    O ideário da AIB inspirava-se no fascismo italiano e valorizava uma série de rituais e símbolos, como a utilização da expressão indígena Anauê ("Você é meu irmão") como saudação, a letra grega sigma () e os uniformes verdes dos militantes.
    A AIB cresceu nos anos seguintes, promovendo manifestações em vários pontos do país. Em 1937, Plínio lançou sua candidatura à eleição presidencial marcada para janeiro de 1938. Percebendo a intenção de Vargas de cancelar a eleição e continuar no poder, apoiou o golpe do presidente, esperando fazer do integralismo a base doutrinária do novo regime. Vargas, contudo, decretou o fechamento da AIB, dando a ela o mesmo tratamento dispensado aos demais partidos.
    Em 1939, militantes integralistas tentaram, por duas vezes, nos meses de março e maio, promover levantes para depor Vargas. Em maio desse mesmo ano, Plínio Salgado foi preso e, trinta dias depois, enviado para um exílio de seis anos em Portugal.

    Participação no Golpe de 64

    Retornou ao Brasil em 1945, com a redemocratização do país, quando fundou o Partido de Representação Popular (PRP). Em 1955, lançou-se candidato à presidência da República, obtendo 714 mil votos (8% do total), e apoiou a posse do presidente eleito, Juscelino Kubitscheck.
    Elegeu-se deputado federal pelo Paraná em 1958 e reelegeu-se em 1962 (pelo Estado de São Paulo). Em 1964, foi um dos oradores da Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em São Paulo, contra o presidente João Goulart. Apoiou oGolpe Militar de 1964 e, com a extinção dos antigos partidos, ingressou na Aliança Renovadora Nacional (Arena), obtendo mais dois mandatos na Câmara Federal, em 1966 e 1970.
    Dentre outros livros, Plínio Salgado escreveu: Vida de JesusO esperadoO Cavaleiro de Itararé e A voz do Oeste.

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