Os esquimós ou inuítes são os povos indígenas que habitam tradicionalmente regiões em torno do Círculo Polar Ártico, no extremo norte da Terra, como o norte do Alascado Canadá e na Groenlândia. Seu modo de vida tradicional inclui a pesca e a caça, retirando a gordura de baleias, focas e ursos para usar como alimento e combustível, além da coleta de bagas durante o verão.
Os inuítes falam línguas pertencentes à família linguística escaleuta, que contém dois ramos principais:
- Esquimó ou inuíte propriamente dito, subdividido em duas línguas principais:
- Aleúte ou aleuta
- Aleúte oriental: falado nas Ilhas Aleutas, nas Ilhas Comandante e Pribilof no Mar de Bering
- Aleúte atkano: falado na Ilha Atka e na Ilha de Bering
Modo de vida tradicional[editar | editar código-fonte]
Historicamente, os inuítes se vestiam com peles de animais, porém, ao contrário dos outros povos, eles usam a pele voltada para dentro, de forma a mantê-la mais próxima ao corpo e promover um aquecimento mais adequado. Eles têm o costume de se alimentar do fígado cru das caças, sua única fonte de vitamina C.
Muitos esquimós ainda caçam o urso polar de acordo com o método empregado por seus ancestrais. Fazem-no utilizando lanças há pelo menos dois mil anos. São necessários pelo menos cinco esquimós para o fazer e a técnica é semelhante à da tourada. Primeiro, um esquimó atiça o urso polar, por forma a que este o persiga. Em seguida, os outros esquimós atiram as suas lanças para as costas do urso polar. Outro esquimó volta a atiçar o urso polar e repetem a técnica até que o urso já não se consiga mexer.
Nutrição[editar | editar código-fonte]
Os inuítes representam o maior desafio para a nutrição moderna, e sua pirâmide alimentar que defende que é possível viver sem consumir carboidratos. Nos anos 70, o primeiro a levantar essa controvérsia foi o cardiologista americano Dr. Robert Atkins. Ao pesquisar dietas pobres em carboidratos, Atkins notou que os inuítes tinham alta expectativa de vida, sem registros de doenças do coração e vasculares. O estudo da vida dos inuítes foi fundamental na formulação da Dieta de Atkins que ganhou popularidade no fim do século XX que propõe uma alimentação pobre de carboidratos e rica de proteínas e gorduras.[1]No gelo e na neve, submetidos a temperaturas de até -45 °C. A palavra “esquimó” se refere a grupos étnicos que ocupam o extremo norte do planeta desde 5 mil a.C. Atualmente, são cerca de 150 mil pessoas, ocupando uma faixa litorânea com cerca de 3 mil km de extensão, que cobre a Sibéria, o Alasca, o norte do Canadá e a Groenlândia. Dentre dezenas de etnias, os inuits são os mais populosos. Eles são tão comuns no Canadá e na Groenlândia que lá “inuit” define os moradores das áreas geladas. O termo “esquimó” é pejorativo – significaria “comedor de carne crua”. Mas, segundo Anna Berge, linguista da Universida de do Alasca, “não é certo que essa seja a origem da palavra. Eles mesmos não se chamam de ‘esquimós’”. Em geral, eles são baixos, com 1,60 m de altura, braços e pernas curtos e fortes. Costumam ser pacíficos e solidários: todos trabalham para o bem da comunidade, e não há classes sociais.
TAREFAS DIVIDIDAS
Mulheres fazem o vilarejo funcionar, enquanto os homens viajam para obter comida
Marido e mulheres
Quanto mais posses, mais esposas o esquimó pode ter – em geral, no máximo são três. As crianças, consideradas reencarnações dos antepassados, são carregadas nas costas pelas mães para evitar o vento frio. Em comunidades tradicionais, elas não vão à escola e aprendem as atividades dos pais na prática
Dieta carnívora
A alimentação dos esquimós, baseada em carne, é usada como exemplo para justificar a dieta de Atkins, sem carboidratos. Como o frio inibe a agricultura e o cozimento (por ser demorado e demandar muita energia), os povos comem muita carne defumada, preparada pelas mulheres em buracos no chão
Iglu de pau
Na real, a palavra “iglu” significa “casa”, e o tipo mais comum não é o feito de gelo, mas de madeira. Cada um costuma ter cerca de 25 x 15 m, com telhado inclinado para impedir desabamento por acúmulo de neve. A vila também tem um barracão em que as mulheres fabricam roupas e barcos
Dando no couro
A base do vestuário é pele de foca, de urso e de raposa. Para melhorar o aquecimento, os pelos são voltados para dentro. A fabricação é responsabilidade das mulheres, que mascam o couro e o deixam curtindo na urina delas. Para facilitar a costura, são usados os tendões dos próprios animais
Dependendo da região, a roupa é mais rústica – manchada de urina – ou mais uniforme e com adereços, resultado do contato com o ambiente urbano
Pesca na raça
Dependendo da região, os povos do gelo caçam salmão, foca, urso, raposa ou baleia. Grupos que vivem no Ártico canadense pescam grandes mariscos em perigosas cavernas naturais que surgem, uma vez por ano e por poucas horas,no gelo que cobre lagos e mares. No Alasca, a caça às baleias é feita com pequenos barcos e harpões
Quando encontram uma baleia no raso (geralmente alimentando filhotes), os esquimós a cercam e lançam as armas até vencer o bicho pelo cansaço
Caverna fabricada
Iglus de gelo, só nas viagens de caça e pesca. Eles são feitos com grandes blocos de neve compactada, cortados no solo. Os tijolos são dispostos em espiral, subindo até o teto e coberto por um bloco que, ao mesmo tempo, sela e sustenta a construção.O “cimento” também é gelo – derretido com lamparinas de óleo de baleia
O formato arredondado evita que a neve se acumule e derrube o iglu – que pode acomodar até 20 pessoas
Pode vir quente
A entrada, cavada no chão, barra o ar gelado. As camas ficam o mais alto possível. Uma fogueira garante a iluminação e o aquecimento, aumentando a temperatura de -45 oC para agradáveis 16 oC. De quebra, o calor interno dá uma leve derretida na neve, que escorre e congela de novo, reforçando a vedação
Au-automóvel
Para se locomover por camadas de gelo de até 2 km de espessura, o melhor meio de transporte são os trenós puxados por cães – os malamutes predominam na região do Canadá, e os ruskies, na Sibéria. Os veículos, para até quatro pessoas, chegam a 40 km/h. A navegação é feita com barcos de pele de baleia
GELO DE TODO JEITO
Esquimós não têm centenas de palavras para se referir à neve
A diversidade de dialetos entre as etnias ajudou a difundir o mito de que os esquimós têm centenas de palavras para “neve”. Para cada povo, são entre cinco e sete palavras. No vocabulário inuit, é assim:
TLAPA Muito fina, em pó
TLAMO Cai em flocos grandes
TLATIM Cai em flocos pequenos
TLAYING Misturada com barro
KRIPLYANA Neve dura e azulada
CONSULTORIAAnna Berge, linguista da Universidade do Alasca, e Luciana Whitaker, jornalista e autora de 11 Anos no Alasca
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