Perfume é uma mistura de óleos essenciais aromáticos, álcool e água, utilizado para proporcionar um agradável e duradouro aroma a diferentes objetos, principalmente, aocorpo humano. Seu nome deriva do latim per fumum, e significa "através da fumaça".[1]
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[esconder]História[editar | editar código-fonte]
No Egito nasceu a arte da elaboração do perfume. Por volta de 2000 a.C., os primeiros clientes foram os faraós e os membros importantes da corte, logo, o uso do perfume se difundiu, trazendo um agradável toque de frescor ao clima quente e árido do Egito.[2]
A necessidade de contar com essências refrescantes tornou-se tão fundamental que a primeira greve da história da humanidade foi protagonizada em 1330 a.C. pelos soldados do faraó Seti I, que pararam de fornecer unguentos aromáticos. Pouco depois (1300 a.C.), coube ao faraó Ramsés II enfrentar uma revolta de peões em Tebas, que estavam indignados com a escassez de rações, de comida e de unguentos.
O químico árabe, Al-Kindi (Alkindus), escreveu no século IX um livro sobre perfumes chamado Livro da Química de Perfumes e Destilados. Ele continha centenas de receitas de óleos de fragrâncias, salves, águas aromáticas e substitutos ou imitações para droga caras. O livro também descrevia cento e sete métodos e receitas para a perfumaria, inclusive alguns dos instrumentos usados na produção de perfumes ainda levam nomes árabe, como alambique, por exemplo.
O médico e o químico persas Muslim e Avicenna (também conhecido como Ibn Sina) introduziram o processo de extração de óleos de flores através da destilação, o processo mais comumente utilizado hoje em dia. Seus primeiros experimentos foram com as rosas. Até eles descobrirem perfumes líquidos, feitos de mistura de óleo e ervas ou pétalas amassadas que resultavam numa mistura forte. A água de rosas era mais delicada, e logo tornou-se popular. Ambos os ingredientes experimentais e a tecnologia da destilação influenciaram a perfumaria ocidental e desenvolvimentos científicos, principalmente na química.
A partir da Espanha foi introduzido em toda a Europa durante o Renascimento. Foi na França, a partir do século XIV, onde se cultivavam flores, que ocorreu o grande desenvolvimento da perfumaria, permanecendo desde então como o centro europeu de pesquisas e comércio de perfumes.
Principais Famílias Olfativas[editar | editar código-fonte]
As fragrâncias classificam-se em:
- Cítricos Florais: quando utilizam matérias-primas extraídas de cascas de frutas tais como lima, limão, laranja, pomelo, tangerina, mandarina, entre outras. Também denominam-se "frutados".
- Florais Aldeídos: a matéria prima é extraída das flores naturais ou desenvolvida sinteticamente em laboratórios. As notas tem caráter delicado, sutil e discreto.
- Fougère: elaborado a partir de matérias-primas leves e frescas, normalmente extraídas de madeira, por isso são conhecidos como amadeirados, e a elas se juntam a mistura de álcoois, tubérculos e raízes. São muito utilizados em fragrâncias masculinas.
- Chipre Florais: fabricados com matérias-primas advindas de musgos, normalmente do carvalho. São os perfumes mais clássicos e sofisticados.
- Orientais Florais: suas misturas são constituídas normalmente das tuberosas, baunilha, patchouly, ylang ylang. Inspiram sofisticação, são marcantes, misteriosos e super sensuais.
- Couros Secos: fragrâncias extremamente secas, com características dominantes. Suas matérias primas são extraídas do tabaco, de madeiras, couros, musgos etc.
- Aldeídos Florais: geralmente são misturas sintéticas, também usadas nos perfumes muito clássicos e sofisticados. Possuem um certo frescor inicial característico e picante.
- Aromáticos Secos e Frutados: são misturas de secos e frutados, que criam uma fragrância híbrida. Geralmente usam condimentos como cominho, estragão e manjericão, além de especiarias como o cravo, canela, noz-moscada e até mesmo a pimenta.
Classificação[editar | editar código-fonte]
A força de um perfume depende, basicamente da concentração de matérias-primas utilizadas em sua concepção. Do ponto de vista técnico, consiste na mistura de vários ingredientes voláteis dissolvidos em álcool, que se espalham no ar em temperaturas normais. Pela origem a palavra perfume aplica-se somente ao tipo de composição que contém a mais alta proporção de extrato aromático com o menor teor de álcool possível. As outras combinações quase sempre levam um pouco de água na fórmula. Essa concentração portanto é fator determinante na nomenclatura. É comum ouvir falar em fragrâncias com forte - ou fraco - poder de fixação, ou seja que persistem - ou não - por várias horas. Mas o efeito não é mérito de um agente fixador, como há quem acredite. Na verdade, a fixação se deve às notas de base - ou de fundo. Elas são ingredientes mais densos e persistentes, capazes de atuar na composição de modo a proporcionar uma difusão mais lenta.
- Notas de Saída (Cabeça)
A introdução. A impressão inicial, elaborada para despertar o interesse, são as notas mais leves aquelas que "escapam" do frasco.
Ingredientes ligeiros e voláteis que evaporam rapidamente, são sentidas logo após a sua aspersão, vão direto paras as narinas. São notas frescas como limão, bergamota, laranja,pinho, lavanda e eucalipto.
- Notas de Coração (Corpo)
O centro, a alma, a personalidade do perfume, são notas que expressam o tema principal da fragrância. Menos voláteis, evaporam mais devagar, são sentidas assim que o perfume "desaparece" sobre a pele. São notas mais encorpadas como as de flores, folhas e especiarias.
- Notas de Fundo (Base)
Garante o poder de fixação de uma fragrância, são notas que definem o cheiro que se difunde na pele. Pouco voláteis, os ingredientes evaporam lentamente, é o último acorde a ser percebido e o que permanece por mais tempo. São notas densas, como as de resinas, de madeiras e as de origem animal.
O perfumista usa a fantasia e o nariz para criar fragrâncias marcantes, que podem reunir até 300 matérias-primas. É capaz de distinguir mais de 3 mil cheiros e consegue combiná-los em uma quantidade ilimitada de fórmulas. Como um maestro compõe as diferentes notas, sua mistura resulta no acorde ou na harmonia da fragrância, imaginando o papel que cada ingrediente terá em sua composição olfativa. A força de um perfume depende da concentração de extrato aromático e das matérias-primas usadas em sua composição. Transformar esse mix em sucesso está nas mãos dessa categoria restrita e valiosa de profissionais, que ganha salários astronômicos para desenvolver essências sob encomenda. O "bom nariz" se desenvolve desde a infância. Existe uma ligação muito forte entre as coisas que acontecem durante a vida e os cheiros que as acompanham.Odor, aroma… Cheiro agradável e penetrante exalado de uma substância olfactiva agradável, sinónimo de fragrância…” (Frey, 2007:11).
Do latim per (que significa origem de) e fumare (fumaça), um perfume é, quimicamente falando, um material – porção de matéria com mais de uma substância (mistura de substâncias). A análise química dos perfumes mostra que eles são uma mistura complexa de compostos orgânicos denominados fragrâncias (odores básicos) (Dias & Silva, 1996).
Figura 13 – Frascos de Perfumes.
Segundo Comitê Francês do Perfume, os perfumes classificam-se em sete grupos fundamentais (Quadro 1) (Gigi Perfumes, 2007):
Cítricos:
São óleos obtidos da casca de frutas como o limão, a laranja e a bergamota.
É nesse grupo que se encontram as primeiras “Águas de Colónia”.
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Florais:
São obtidos a partir de flores. Família de grande importância que se subdivide em:
- Bouquet floral;
- Floral verde;
- Floral aldeídico;
- Floral amadeirado, etc.
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Chipre:
Termo que provém de um perfume baptizado por François Coty, em 1917. São perfumes baseados principalmente nos acordes do patchouli, da bergamota e da rosa.
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Amadeirados:
Fazem parte deste grupo perfumes com notas suaves como o sândalo e o patchouli e, algumas vezes, secas como o cedro e o vetiver.
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Âmbar:
São perfumes com notas suaves e abaunilhadas. Muitas vezes são chamados de "orientais".
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Couro:
São perfumes com notas secas (por vezes, muito secas) que tentam reproduzir o odor característico do couro, da madeira queimada e do tabaco.
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Filifolhas (feto):
São perfumes que compreendem um acordo entre notas de lavanda, bergamota, gerânio, etc.
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Quadro 1 – Classificação dos perfumes segundo Comitê Francês do Perfume (Gigi Perfumes, 2007).
A elaboração técnica de uma fórmula é idêntica tanto para os perfumes femininos como para os Eaus de Toilettemasculinos (Gigi Pefumes, 2007).
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