Biscoito (do latim biscoctus, que significa "cozido duas vezes"[1] ) é um produto de doçaria confecionado à base de farinha, açúcar e um emulsionante, que pode ser leite ou uma gordura. O nome provém de um tipo de doce feito com pedaços de bolo que são novamente colocados no forno, para se tornarem mais crocantes, por sua baixa concentração de água e umidade nunca superior a 5% (a do leite em pó, por exemplo, é 3%), e também pela malha de glúten, em termos moleculares um polímero orgânico, cuja principal característica é a capacidade de retenção de gases durante a cozedura.
Bolacha[editar | editar código-fonte]
Em diversas partes do Brasil os biscoitos também são chamadas de bolachas (devido a designação de origem holandesa). Porém, em grande parte do Brasil e em Portugal, os biscoitos têm forma tridimensional, enquanto os de forma plana ou achatada são chamados de bolachas.
Segundo a ANVISA, não há diferença entre biscoito e bolacha. Ambos são produtos derivados da farinha, com a possibilidade de apresentarem coberturas, recheios, formatos e texturas diversas. [2]
História[editar | editar código-fonte]
No período em que os homens viviam em cavernas, parte de sua alimentação era baseada em grãos triturados pelos dentes. A partir disso, teve-se a ideia de se moer os grãos com pedras, misturá-los com água e secá-los no fogo duas vezes. A esses alimentos, secos e quebradiços, deu-se o nome de biscoitos. [3] Mas o confeccionamento profissional do alimento surgiu no século 7 a.C entre os persas.[4] O biscoito surge no século 7 A.C no império persa[5] e posteriormente seria a base alimentar das tripulações na época dos descobrimentos portugueses. Consistia num pão de farinha de trigo, de forma achatada, cozido no forno duas, três ou mais vezes, de modo a assegurar-lhes a durabilidade das suas qualidades alimentares durante muito tempo, deveria ser muito duro como haste de cornúpeto. Chegou a ser tal a procura de biscoito para aprovisionar as armadas dos navios que houve a necessidade de importá-los. O padre Raphael Bluteau na sua obra “Vocabulário português e latino”, chama-lhe mesmo “pão do mar” ou "pão namor". Em 1498, a ração de biscoito, por cada tripulante era de 28 arráteis por mês (o arrátel equivale a 459 gramas) o que dá um pouco mais de 12 quilos, isto é, 428 gramas por dia. Na Índia, para substituir o trigo, fazia-se uma massa de “sagu”, substância farinácea extraída da parte central de algumas palmeiras e que podia conservar-se até vinte anos.[6]
O biscoito tornou-se extremamente popular na Europa no século XVII, quando novos métodos de fabricação foram criados e adição de essências ou chocolates deram novos sabores ao alimento. Tornou-se tão popular, que esse foi o início de sua industrialização. [7]
Outros significados da palavra:[editar | editar código-fonte]
Nos Açores, o termo biscoito designa os terrenos de brecha vulcânica e os campos de lava recente, dando nome à freguesia dos Biscoitos, na ilha Terceira, e a numerosos topônimos em quase todas as ilhas daquele arquipélago.
Referências
- ↑ "Biscuit". oxforddictionaries.com. Consultado em 14 de setembro de 2014.
- ↑ "Regulamento técnico para produtos de cereais, amidos, farinhas e farelos" (PDF). anvisa.gov.br. Consultado em 19 de janeiro de 2014.
- ↑ "Biscoito ou Bolacha". pucsp.br. Consultado em 19 de janeiro de 2014.
- ↑ "Biscuits & Cookies". Food Timeline. Consultado em 15 January 2010.
- ↑ "History of Cookies - Cookie History". Whatscookingamerica.net.
- ↑ "Biscuit". Merriam-Webster. Consultado em 14 de janeiro de 2010.
- ↑ Sueli Carrasco (2011). "Biscoito ou Bolacha". PUCSP. Consultado em 07/11/2014.
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