Feira de Santana é um município brasileiro do Estado da Bahia situado a 108 quilômetros de sua capital, Salvador, a qual se liga através da BR-324. Feira, como comumente é apelidada, é a segunda cidade mais populosa do estado e maior cidade do interior nordestino em população, ou seja, é a maior cidade do interior das regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sul do Brasil, e é também a sexta maior cidade do interior do país, e com uma população maior que oito capitais estaduais.[9] Na Hierarquia urbana do Brasil, Feira de Santana é uma Metrópole regional e sede da maior região metropolitana do interior nordestino. Feira de Santana é uma cidade consolidada no vale do Rio Jacuípe, na borda ocidental do Recôncavo, a oeste dos planaltos semiáridos. O distrito do centro de Feira de Santana está localizado imediatamente a leste da confluência dos planaltos acidentados com o Rio Jacuípe e as planícies que se limitam com a zona da mata a leste, a cerca de 45 km de distancia do Oceano Atlântico. O meridiano 39° oeste de Greenwich passa através da região central da cidade.[10]
Feira de Santana é o principal centro urbano, político, educacional, tecnológico, econômico, imobiliário, industrial, financeiro, administrativo, cultural e comercial do interior da Bahia e um dos principais do Nordeste, exercendo influência sobre centenas de municípios do estado. Além de maior, é também a principal e mais influente cidade do interior da região Nordeste. Feira de Santana foi a primeira cidade da América Latina a ter um plano diretor, eleita pela revista Exame a melhor cidade da Bahia para investimentos imobiliários, a sétima do Nordeste e a 44º do Brasil, por estudos da mesma revista, é considerada a décima cidade do país em infraestrutura urbana, por estudos da Editora 3 e revista Isto É, foi eleita a 5º melhor cidade grande do país por indicadores sociais e está entre as 50 melhores cidades do Brasil para se viver, e foi destacada no jornal Folha de Londrina como uma das cidades que mais crescem no país atualmente.[11] [12] [13] [14][15]
Localiza-se a 12º16'00" de latitude sul e 38º58'00" de longitude oeste, a uma altitude de 234 metros. Sua população recenseada pela estimativa do IBGE em2015 é de 617 528 habitantes, sendo a única Cidade grande do interior do Norte, Nordeste e Centro Oeste do país, assim definida pelo IBGE na rede urbana do Brasil.[5] [16] [17] [18]
Feira de Santana tendo o 70º maior produto interno bruto (PIB) municipal da nação, o terceiro maior na Bahia e o maior do interior do Nordeste, com 10.840.566 bilhões de reais, é um importante centro industrial e comercial do Brasil, com um grande poder de compra e um forte comércio. Feira de Santana exerce um alto nível de influência econômica, comercial e política na Bahia e na região Nordeste brasileira, sendo o único município do interior do Nordeste com PIB acima de 10 bilhões. É sede de grandes empresas como a Le Biscuit, Paradise Indústria Aeronáutica, R.Carvalho, L.Marquezzo, Brasfrut, Empresa de transportes Santana, entre outras. A cidade é conhecida mundialmente por sediar o maior carnaval fora de época do país, a Micareta de Feira. Destaca-se também festejos como o São João de São José, São Pedro de Humildes, festa de Nossa Senhora de Sant'Ana, a ExpoFeira (uma das maiores feira de exposição agropecuária do Nordeste) e o Natal Encantado, além de ter importantes monumentos, como o monumento do caminhoneiro que representa a importância rodoviária do município, a estátua do tropeiro (um dos símbolos da cidade fundada por tropeiros comerciantes no século XIX), Monumento à Maçonaria, o Relógio Rotary, aIgreja Senhor dos Passos em estilo neogótico, o museu parque do saber que possui um planetário de última geração, com apenas outro existente na América Latina localizado em Buenos Aires (Argentina), o Observatório Astronômico Antares e o Feiraguai, um dos três maiores centros de comércio de produtos piratase importados do país, em sua maioria chineses, perdendo apenas para a 25 de março em São Paulo e a feira do Paraguai em Brasília.[19] [20] [21] [22]
Feira de Santana é um grande polo educacional, possui um bom ensino de base e fundamental, e algumas das melhores escolas do país, como o Colégio Helyos, Acesso e Nobre, é sede da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), e possui mais de 30 Faculdades particulares, e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). Ainda no ensino superior, a cidade conta também com instituições de educação tecnológica como o Instituto Federal da Bahia(IFBA) e o Centro de Educação Tecnológica do Estado da Bahia (CETEB). Feira de Santana possui mais escolas que várias capitais do país como Natal, Aracaju,Florianópolis, Maceió, Cuiabá, João Pessoa, entre outras.[23] [24]
Feira de Santana apresenta um grande crescimento em seus índices sociais, seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medido pelas Nações Unidas é de 0,712 (alto), possuindo uma qualidade de vida superior a 72,24% dos municípios brasileiros.[25]
Localizada em uma zona de transição entre a Zona da Mata e o Sertão, a cidade ganhou de Ruy Barbosa, o Águia de Haia, a alcunha de "Princesa do Sertão". Há também outros cognomes: "Porta Áurea da Bahia" (Pedro Calmon), "Cidade Patriótica" (Heroína Maria Quitéria), "Cidade Escola" (Padre Ovídio de São Boaventura), "Cidade Formosa e Bendita" (Poetisa Georgina Erismann), "Cidade Progresso" (Jânio Quadros). Possui alguns dos melhores índices do estado: o terceiro maior acesso à rede de esgoto do estado; o maior centro de abastecimento do Norte-Nordeste; além de internet gratuita à população, fornecida em diversas partes do centro da cidade, no conjunto Feira V (ao lado da Capela São Francisco de Assis), no rodoviária municipal, no aeroporto, na biblioteca municipal, e em várias praças e bairros da cidade, servindo a dezenas de milhares usuários diários no município.[26] A cidade é um grande centro de referência regional na área da saúde, conta com vários Hospitais públicos e particulares, além de dezenas de postos de saúde, UPAs e centros médicos espalhados por toda cidade, Feira de Santana possui mais estabelecimentos de saúde que algumas capitais como Aracaju, Maceió e Cuiabá, a saúde e a educação municipal de Feira de Santana possui parceria tecnológica com a Microsoft.[27]
Seu aeroporto é o Aeroporto Governador João Durval Carneiro. A cidade encontra-se no principal entroncamento rodoviário do Norte-Nordeste brasileiro, e o segundo do Brasil, atrás apenas de São Paulo, é onde ocorre o encontro das BRs 101, 116 e 324, além de seis rodovias estaduais, funcionando como ponto de passagem para o tráfego que vem do Sul, Sudeste e do Centro-Oeste, que se dirige para Salvador e outras capitais e importantes cidades nordestinas. Graças a esta posição privilegiada, possui um importante e diversificado setor de comércio e serviços, além de indústrias de transformação, alimentícias, química, materiais elétricos, materiais de transporte, na produção de biodiesel, mecânica, e aeronáutico. A partir da década de 1970, o perfil econômico feirense cresceu progressivamente, tendo evoluído para um importante e diversificado centro industrial, logístico e econômico regional, até se tornar uma das principais cidades do interior do Brasil.[28] [29]
Índice
[esconder]História[editar | editar código-fonte]
Pouco se sabe da Pré-História na região de Feira de Santana, durante o período Pré-Cabralino era habitada por índios paiaiás, a região era praticamente desabitada por europeus até o século XVII, onde há uma ruína de um engenho no distrito de Humildes, o único distrito da cidade ligado a Zona da Mata e a antiga ocupação do território brasileiro, havia também algumas estradas de terra ligando o litoral ao Sertão nos primórdios da colonização portuguesa. No século XVII, por volta de 1645, o sesmeiroJoão Peixoto Viegas (cristão-novo) funda a Vila de São José das Itapororocas. Deste modo o povoamento da urbe original foi no Morgado dos Peixoto Viegas, na sede da paróquia de São José das Itapororocas. Ainda no século XVII são fundadas a vila de São Vicente, atual sede do distrito de Tiquaruçu, e a sede do distrito deHumildes. Por volta da década de 1820, um casal de portugueses, Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandoa funda uma fazenda que mais tarde deu origem à cidade.
Em 1846 a sede da urbe é transferida para A Fazenda que recebia o nome de Santana dos Olhos D'Água que por e ali passava a estrada das boiadas, onde passava-se com o gado que deveria ser vendido em Salvador, Cachoeira e Santo Amaro. Os donos daquela fazenda eram católicos fervorosos e construíram uma capela em louvor a Nossa Senhora Santana e São Domingos. Com o movimento de vaqueiros e viajantes, formou-se uma feirinha. Quando da sua fundação no século XVIII os poucos moradores existentes saciavam sua sede com a água existente nos "Olhos D'Água", fonte localizada na fazenda dos colonizadores Portugueses e fundadores da cidade: Domingos Barbosa de Araújo e Ana Brandoa, e ainda nos diversos minadouros e tanques da cidade. Afirma-se que o grande propulsor do desenvolvimento feirense foi a atividade pecuária.
As primeiras medidas para transformar no que é hoje Feira de Santana começaram com a criação da vila em 13 de novembro de 1832. O Município e a Vila foram criados no dia 9 de maio de 1833,[30] quando o governo elevou o então povoado a Vila, com a denominação de Villa do Arraial de Feira de Sant’Anna, com o território desmembrado de Cachoeira, constituídas pelas freguesias de São José das Itapororocas (sede), Sagrado Coração de Jesus do Perdão e Santana do Camisão, atual município de Ipirá.
A Lei provincial nº 1.320, de 16 de junho de 1873 elevou a vila à categoria de cidade, como o nome de Comercial Cidade de Feira de Sant'Anna. Há controvérsias quanto à data de emancipação do município. Segundo o IBGE, sua criação se deu por decreto de 13 de novembro de 1832. Para a assembleia legislativa do estado ocorreu em 13 de janeiro de 1833. Já a prefeitura oficializou a data de 9 de maio de 1833. É preciso que a câmara proceda uma pesquisa definitiva para esclarecer essa dúvida.[31]
A arborização do município deu-se em 1888. Consta, ainda, que as praças e ruas existentes foram alargadas e iluminadas com 120 lâmpadas. A iluminação era feita por um motor dinamarquês. O crescente ritmo de desenvolvimento do povoado exigiu a construção de ruas largas, onde começaram a ser instaladas casas comerciais em grande quantidade, para atender à população que crescia somada a chegada de brasileiros e estrangeiros que adotaram Feira de Santana como moradia.[32]
Feira de Santana, "a Princesa do Sertão", como foi apelidada por Ruy Barbosa, em 1919, traz, então, desde suas raízes, características que ainda hoje fazem parte de seu cotidiano: a religiosidade de seu povo, a situação de entroncamento de estradas, e as intensas atividades econômicas. Durante as décadas de 1931 e 1940, Feira de Santana passou por uma série de transformações que atuaram sobre o Município, permitindo uma modernização de caráter, a princípio, econômico, a qual repercutiu sobre as feições agrárias que possuía até então. Em abril de 1937, a cidade realizou uma das primeiras festas de Micareta do país. No ano de 1957, quando Feira de Santana já havia sido batizada definitivamente com este nome que prevalece até os dias atuais, encanou-se a água que era captada da Lagoa Grande, localizada perto do hoje conhecido bairro Santo Antônio dos Prazeres. Esse processo de desenvolvimento cultural e econômico foi ainda maior durante os anos 40, 50 e 60.[32] [33]
A partir da década de 1960 a cidade intensificou seu crescimento demográfico. A população da cidade que era de 131.707 pessoas no censo de 1970, mais que quadruplicou em 40 anos, com uma média de crescimento populacional de 4,76% ao ano, porcentagem de crescimento inclusive maior do que a da maioria das capitais brasileiras no mesmo período, quando a média nacional era de 3,6%.[34] De fato, quem morou na cidade desde a década de 1970 se lembra que a urbanização da cidade começava a transpor aAvenida do Contorno, havia poucas linhas de ônibus se comparado aos números atuais, não havia distinção entre bairros residenciais e comerciais na cidade, edificações com altura de no máximo cinco andares, além de não haver significativos núcleos industriais, e nem existia universidade e nem aeroporto na cidade.[35]
Novas entidades e realizações surgiram então: a fundação da Associação Comercial e do Feira Tênis Clube, a abertura de estradas municipais, o início da construção e conclusão da nova Rodovia Feira-Salvador, a inauguração da Radio Sociedade de Feira de Santana, pavimentação de ruas arteriais da cidade, a construção da Biblioteca Municipal e do Matadouro Municipal, a inauguração do Fórum Felinto Bastos, da atual Estação Rodoviária e do Parque Agropecuário João Martins da Silva.[36] Em 1967 foi fundado o Centro das Indústrias de Feira de Santana, e em 1970 criou-se em Feira de Santana o Centro Industrial do Subaé (CIS),[37] que apoia as indústrias instaladas proporcionando meios para que as novas indústrias sejam ampliadas. A recepção de indústrias e sequenciais ganhos de infraestrutura no município desde então fizeram a cidade ter características benéficas e maléficas de grandes centros urbanos, como por um lado a demanda de mão-de-obra especializada, acentuação na desigualdade social, aumento de ocorrências policiais, congestionamentos de trânsito nas áreas centrais da cidade, e por outro lado, ampliação de cursos de ensino superior (privados e públicos), expansão do saneamento e do transporte público, etc; ou seja, a cidade ganhou típicas características de uma capital regional.[38] [39]
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