Nas suas visitas em abril/maio de 2010 aos assentamentos Mandassaia/Tracbel para verificar funcionamento das cisternas doadas pela Sertãobras, Zé Américo também deu início a pesquisas quanto a cultivos mais viáveis em pequena escala na região para ajudar no sustento das famílias, levando em conta a possibilidade de cisterna e/ou poço artesiano comunal para irrigação para aumento de produtividade.
Segundo ele, despontam o feijão de corda e o guandu ou andu (como é ali conhecido), que produzem quase o ano todo sem muita exigência de água, o pessoal aprecia muito, especialmente verde para fazer farofa, e devido à boa procura, poderiam ser comercializados em Janaúba, cidade mais próxima, cerca de 50km de distância.
Um sistema de irrigação propiciaria produção maior e assim além de ser alimento para a família, poderia trazer um extra para comercialização.
Sabe-se do valor destas leguminosas não só pelo fator nutrivo (alto grau protéico) na alimentação do ser humano e suas criações, mas pela fixação de nitrogênio e aumento de teor orgânico nos solos.
Dentro das atuais condições dos assentados, a baixa renda sendo a principal, constata-se uma série de empecilhos para a agricultura familiar de alguma sustentabilidade, mesmo para alimentação própria. Além da falta de recursos para investimento inicial em preparo de terra, sementes, cuido, há ainda falta de tempo pela exigência de trabalho fora. e pouca experiência em organização e associação para conceber projetos e viabilizar captação de recursos e comercialização de produtos.
Diante disto tudo, Zé Américo sugere investidas iniciais no cultivo do feijão de corda e guandu para alimento próprio, assim como na palma, resistente e boa para alimentar gado na época da seca.
Quanto à comercialização do feijão, resume ele, “ Hoje o preço está a R$3,00 o pacote de 1kg e dependendo da época do ano, chega até R$5,00, principalmente o feijão guandu que aqui é tradicionalmente chamado andu. Ele verde é muito procurado na feira para fazer farofa. Mas nos assentamentos é uma cultura apenas para alimentar a família, com plantio em área pequena. Para comercializar fica difícil pois ele no mercado só tem valor maior verde, e como aqui fica distante de Janaúba e a exigência dos clientes é de comprar no mercado vendo tirar da vargem, fica inviável. O seco tem pouco comércio e de baixo preço no mercado”.
As pesquisas mais detalhadas quanto ao cultivo dos feijões de corda e guandu, assim como da palma, a produção em condições normais, aumento de produtividade com irrigação, custo de investimentos plantio e sistemas de irrigação, retornos, meios de tornar viável a comercialização, estão em andamento. São poucos os cultivadores locais, e estes em pequenas áreas, dados in loco sendo portanto escassos.
Zé Américo sugere, devido à pouca experiência local, um curso sobre o cultivo do feijão de corda e o andu, assim como a palma, que também está investigando.
Abaixo seguem fotos tiradas por Zé Américo em 2 lotes como exemplos dos cultivos em estudo:
Feijão de Corda plantado no final das chuvas, janeiro/fevereiro, a colheita março/abril.
Se irrigado, o feijão de corda continua a produzir até junho.
Feijão Guandu ou Andu, uma boa opção para plantar nos quintais das casas, produz o ano todo e exige pouca água.
O feijão guandú é melhor plantar no período chuvoso, pois demora em torno de 4 meses para produzir e molhando ele produz o ano todo.
Palma que serve para arraçoar o gado na seca, muito bom para aumentar a produção de leite do rebanho. Bom plantar no período chuvoso, começa cortar para servir na cocheira com 6 meses de plantio, daí em diante ela vai brotando e a gente vai cortando e servindo para as criações (gado e porco).
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