Uma novela [1] no português é uma narração em prosa de menor extensão do que o romance. Em comparação ao romance, pode dizer-se que a novela apresenta uma maior economia de recursos narrativos; em comparação com o conto, um maior desenvolvimento de enredo e personagens. A novela seria, então, uma forma intermédia entre o conto e o romance, caracterizada, em geral, por uma narrativa de extensão média na qual toda a ação acompanha a trajetória de um único personagem (o romance, em geral, apresenta diversas tramas e linhas narrativas).
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[esconder]A novela literária[editar | editar código-fonte]
Os estudos de gênero da literatura em língua portuguesa classificam uma narrativa, grosso modo, em romance, novela ou conto. É comum dividirmos romance, novela e conto pelo número de páginas. Em média, a novela tem entre 50 e 100 páginas, ou seja 20 mil a 40 mil palavras. Entretanto, o romance tem diferenças importantes em relação à novela e convém notar a diferenciação dos termos em determinados países. Os equivalentes de novela em inglês e francês são novella e nouvelle, respectivamente, enquanto romance se diz novel em inglês e roman em francês.
Para Carlos Reis (2003), enquanto no conto a ação manifesta-se como uma ação singular e concentrada, no romance há um paralelo de várias ações e, na novela, uma concatenação de ações individualizadas.
Eikhenbaum, formalista russo, define a diferença entre um e outro em artigo de 1925. Para ele "o romance é sincrético, provém da história, do relato de viagem, enquanto novela é fundamental, provém do conto (Poe) e da anedota (Mark Twain). A novela baseia-se num conflito e tudo mais tende para a conclusão.”
Primórdios da novela[editar | editar código-fonte]
As origens da novela [2] enquanto gênero literário remontam aos primórdios do Renascimento, designadamente a Giovanni Boccaccio (1313-1375) e a sua grande obra, o Decameron, ou Decamerão, que rompe com a tradição literária medieval, nomeadamente pelo seu cariz realista. Trata-se de uma compilação de cem novelas contada por dez pessoas, refugiadas numa casa de campo para escaparem aos horrores da Peste Negra, a qual é objeto de uma vívida descrição no preâmbulo da obra.
Ao longo de dez dias (de onde decameron, do grego deca, dez), as sete moças e os três jovens, para ocuparem as longas horas de ócio do seu auto-imposto isolamento, combinam que todos os dias cada um conta uma história, geralmente subordinada a um tema designado por um deles. Refira-se ainda outra obra, escrita em francês, com o mesmo tipo de estruturação: o Heptameron, da autoria de Margarida de Navarra (1492-1549), rainha consorte de Henrique II de Navarra.
Aqui, são dez viajantes que se abrigam de uma violenta tempestade numa abadia. Impossibilitados de comunicarem com o exterior, todos os dias cada um conta uma história, real ou inventada. Em jeito de epílogo, cada uma é concluída com comentários dos participantes, em ameno diálogo. Era intenção da autora que, à semelhança do Decameron, a obra compreendesse cem histórias, porém a morte impediu-a de realizar o seu intento, não indo além da segunda história do oitavo dia, num total de 72 relatos. Será também a morte prematura que poderá explicar uma certa pobreza de estilo, contrabalançada porém por uma grande perspicácia psicológica.
Instituição da novela como estilo literário[editar | editar código-fonte]
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Exemplos de novelas literárias[editar | editar código-fonte]
- Bartleby, o Escriturário, de Herman Melville
- A metamorfose, de Franz Kafka
- A Hora da Estrela, de Clarice Lispector
- Manhã Transfigurada, de Luiz Antonio de Assis Brasil
- A Festa no Castelo, de Moacyr Scliar
- O Fantasma da Ópera, de Gaston Leroux
- Um copo de Cólera, de Raduan Nassar
- Aura, de Carlos Fuentes
- O Amante, de Marguerite Duras
- Terra e Cinzas, de Atiq Rahimi
- O Perdido, de Hans Ulrich Treichel
- Seda, de Alessandro Baricco
- Desmemórias, de Robertson Frizero
- A Fera na Selva, de Henry James
- Autobiografia de um Ex-Negro, de James Weldon Johnson
- Este é o Meu Corpo, de Filipa Melo
- Crônica de uma morte anunciada, de Gabriel Garcia Marquez
- O Náufrago, de Thomas Bernhard
- Longe da Água, de Michel Laub
- Quando Nasce um romance, de Röhrig C.
- O Conto da Ilha Desconhecida, de José Saramago
- A Morte de Ivan Ilitch, de Liev Tolstói
- Morte em Veneza, de Thomas Mann
- A Dócil, de Fiódor Dostoiévski
- A Volta do Parafuso, de Henry James
- História de um Sonho ou Breve Romance de Sonho, de Arthur Schnitzler
- Novela de Xadrez ou Xadrez, de Stefan Zweig
- Mudança, de Mo Yan
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Literatura
- Lista de novelistas
- Dramaturgia
- Fotonovela
- Televisão
- Telenovela
- Radionovela
- Lista de telenovelas brasileiras
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