O álcool (do árabe al-kohul) é uma classe de compostos orgânicos que possui, na sua estrutura, um ou mais grupos de hidroxilas ("-OH") ligados a carbonos saturados.[1] É, comumente, utilizado como combustível, esterilizante e solvente. É o componente principal das bebidas alcoólicas.
Índice
[esconder]Tipos[editar | editar código-fonte]
- álcool etílico é o tipo de álcool mais comum. Está contido nas bebidas alcoólicas, é usado para limpeza doméstica e também é combustível para automóveis. A fórmula do álcool etílico é CH3CH2OH.
- O (metanol) ou (álcool metílico) é um álcool que não deve ser ingerido, pois é extremamente tóxico para o fígado. A fórmula do metanol é (CH3OH).
- Os dois exemplos acima são casos particulares de álcoois do tipo ,(R-OH, em que R-) é um radical alquila.
- Álcool anidro é um álcool com até 1% de água (já que é difícil a obtenção de álcool totalmente puro), e pode ser adicionado à gasolina para aumento da octanagem, atuando como antidetonante, para que a gasolina possa ser comprimida no pistão do motor carburante ao máximo e não entre em combustão antes de acionada a vela do motor.
- O álcool bornílico é obtido ligado com o hidroterpendio que corresponde a cânfora.
- O álcool desnaturado é uma composição com o metileno
Classificações[editar | editar código-fonte]
Álcoois primários[editar | editar código-fonte]
Os álcoois primários têm o grupo hidroxila ou oxidrila ligado a um carbono primário, como por exemplo o etanol. Sua fórmula geral é:
Álcoois secundários[editar | editar código-fonte]
A fórmula geral dos álcoois secundários é:
Os álcoois secundários têm o grupo hidroxila ligado a um carbono secundário (isto é, um átomo de carbono que está ligado a apenas dois outros átomos de carbono), como é o caso do 2-propanol:
Álcoois terciários[editar | editar código-fonte]
Os álcoois terciários têm o grupo hidroxila ligado a um carbono terciário. Como o 2-metil-2-propanol e o trimetilcarbinol. A fórmula geral é representada com "R", representa um radical hidrocarboneto qualquer)2=composição.
Produção[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Produção de álcool no Brasil
O álcool é produzido a partir de matérias primas com origem vegetal que possuem altos índices de frutose. A principal matéria prima utilizada é a cana-de-açúcar, mas podem também ser usadas outras matérias como o milho, a mandioca e o eucalipto.
Após o corte, é feito o transporte da matéria para a usina, onde ocorre a lavagem e a moagem seguida da filtragem, de onde são obtidos a garapa e o bagaço. A garapa é aquecida, formando um líquido viscoso e rico em açúcar, o melaço.
Depois, adiciona-se ao melaço um pouco de água e ácido, de onde obtemos o mosto. Após 50 horas de fermentação 13% do mosto torna-se álcool e é enviado para a destilação.[3]
Para obter o álcool etílico a partir da mistura é feita uma destilação fracionada. Para o álcool puro ou anidro, retira-se a água excedente. O processo consiste na adição de cal vivo à mistura que ao entrar em reação com a água forma o hidróxido de cálcio que não é solúvel em álcool, assim formando uma mistura heterogênea que é separada.[4] O álcool produzido é quantificado através de medidores de vazão ou tanques calibrados e depois enviados para o armazenamento, onde aguardam a posterior remoção por meio de caminhões para a comercialização.
Cada litro de álcool obtido na destilação produz cerca de 12 litros de resíduos que recebem o nome de vinhaça e são aproveitados como fertilizante no próprio canavial.[3]
Gel[editar | editar código-fonte]
Para fins de higienização de ambientes e do corpo humano, é fabricado o álcool na versão pastosa (álcool em gel). As vendas do álcool gel no Brasil aumentaram muito em 2009, quando do auge da epidemia da Gripe A.
Consumo pelo ser humano[editar | editar código-fonte]
O álcool é uma droga depressora do sistema nervoso central que causa desinibição e euforia quando ingerido na forma de bebidas alcoólicas pelos seres humanos. Em doses mais altas, o álcool é prejudicial a saúde, podendo causar estupor e até coma.
Os efeitos do álcool são percebidos em dois períodos: um de estímulo e outro de depressão. No primeiro período, o usuário se torna eufórico e desinibido. No segundo momento, ocorre descontrole, falta de coordenação motora e sono.[5]
Em caso de suspensão do consumo, pode ocorrer a síndrome da abstinência, caracterizada por confusão mental, visões, ansiedade, tremores e convulsões.
Os efeitos agudos do consumo do álcool são sentidos em órgãos como o fígado, coração, vasos e estômago. Segundo a OMS, o consumo de álcool quando superior a 60 gramas por semana é considerado abusivo e extremamente nocivo para a saúde. No mundo, 11,5 % dos consumidores de álcool bebem em excesso semanalmente. Estima-se que pelo menos 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo morrem por ano por causa do consumo inadequado de álcool.[6]
A ingestão de álcool está fortemente associada a manifestação de violência, comportamentos impulsivos e agressivos. A impulsividade humana é relacionada com a ação inibitória do neurotransmissor GABA e o álcool é um modulador alostérico positivo do receptor GABA-A. Assim, o álcool pode aumentar a impulsividade e reduzir o controle das funções executivas, isto é o controle top-down, sobre os comportamentos sociais.[7]
Álcool Combustível[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Álcool combustível
Impacto Ambiental[editar | editar código-fonte]
Atualmente, há correntes que questionam o impacto ambiental do álcool combustível, pelos severos danos do desmatamento necessário para abrir espaço à monocultura de cana-de-açúcar e pelo efeito nocivo da queima da palhada, necessária para se preparar a cana para a produção de álcool. Esses danos hoje já se fazem sentir, apesar de a utilização do álcool ser ínfima se comparada aos derivados de petróleo. Contudo, a queima da palhada está decaindo com o aumento da mecanização da lavoura. Também deve-se levar em conta o fato de que o efeito da queima é minimizado pela absorção de CO2 através da fotossíntese realizada pela própria cana-de-açúcar.[8]
Referências
- ↑ IUPAC Gold Book
- ↑ ab «Composição do Álcool». Cepa USP. Consultado em 17 de Janeiro de 2012.
- ↑ ab «Produção do Álcool». Cepa USP. Consultado em 17 de Janeiro de 2012.
- ↑ «Composição do Álcool». Mezochi.net. Consultado em 17 de Janeiro de 2012.
- ↑ «O Álcool». Brasil Escola. Consultado em 17 de Janeiro de 2012.
- ↑ «Aumenta consumo de álcool no Brasil, segundo a OMS». Portal Vermelho. Consultado em 17 de Janeiro de 2012.
- ↑ de Almeida, RM; Cabral, JC; Narvaes, R. . "Behavioural, hormonal and neurobiological mechanisms of aggressive behaviour in human and nonhuman primates". Physiology & Behvaior. DOI:10.1016/j.physbeh.2015.02.053. Visitado em 2015.
- ↑ «Combustível é renovável, mas há dúvidas sobre impacto ambiental». UOL Notícias. Consultado em 17 de Janeiro de 2012.
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