O Cinturão de Kuiper (português brasileiro) ou Cintura de Kuiper (português europeu), também chamado de Cinturão/Cintura de Edgeworth ou Cinturão/Cintura de Edgeworth-Kuiper, é uma área do sistema solar que se estende desde a órbita de Netuno (a 30 UA do Sol) até 50 UA do Sol. Os objetos do cinturão de Kuiper são comummente chamados de KBO (Kuiper belt object).[1]
A existência desta região foi sugerida pelo astrônomo Gerard Kuiper (1905-1973) em 1951. Em 1993, Miles Standish reanalisou os dados, e descobriu que a anomalia era menor. No entanto, desde a descoberta de (15760) 1992 QB1 — o primeiro objeto nesta região —, já foram catalogados mais de mil outros pequenos objetos transnetunianos. Acredita-se que nesta região existam mais de 100 mil pequenos corpos celestes.
Este cinturão contém milhares de pequenos corpos, estes com formação semelhante à dos cometas. A diferença é que estes pequenos corpos nunca volatizaram seus gelos, de maneira que não possuem nem coma nem cauda, isso se dá por eles estarem orbitando longe do calor do Sol.[2]
Destes, são conhecidos doze com diâmetro de quase ou mais de 1000 km. Há inclusive um corpo, Éris, que tem maior massa que Plutão, apesar de ser ultrapassado em volume, segundo as novas medições da sonda espacial New Horizons[3]:
- Plutão (2370 km)[3]
- Caronte (1208 km)[3]
- Éris (2326 km)[4]
- Makemake (1600 km)
- Haumea (1600 km)
- Sedna (1500 km)
- Orco (1500 – 2600 km)
- 2007 OR10 (1200 km)
- Quaoar (1200 km)
- Íxion (1065 km)
- Varuna (900 km)
- (55565) 2002 AW197 (890 km)
Natureza dos KBOs[editar | editar código-fonte]
A origem do cinturão de Kuiper é incerta mas, devido ao seu formato, acredita-se que seus objetos são remanescentes da nebulosa protossolar.[5] KBOs são rochas congeladas contendo metano, amônia e água com tamanhos que podem variar de 100 a 1000 km, com alguns maiores que isto. Estima-se que no passado eram maiores e mais numerosos, mas interações com os planetas (principalmente Netuno) e colisões mútuas acabaram por expulsar boa parte deles, seja em direção ao Sol ou planetas internos, como Júpiter, seja para regiões externas do Sistema Solar, para região da nuvem de Oort.
Tipos de KBOs[editar | editar código-fonte]
Existem 3 categorias de KBOs:
- Clássicos: cerca de 2/3 do total de KBOs. Possuem órbitas mais estáveis com baixa excentricidade orbital e localizados entre 42 e 47 UA.
- Plutinos: cerca de 1/3 do total. Apresentam ressonância 3:2 com o planeta Netuno.
- Espalhados: Apresentam órbitas altamente inclinadas e excêntricas. Possível origem dos cometas de curto período.
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Cinturão de asteroides
- Cinturão de asteroides estendido
- Disco disperso
- Objeto separado
- Pan-STARRS
- Lista dos mais brilhantes objetos do cinturão de Kuiper
- Lista de objetos transnetunianos
- Lista de candidatos a planeta anão
- Objeto transnetuniano
- Minor Planet Center
- Planetesimal
- Mesoplaneta
- Protoplaneta
- Disco protoplanetário
- Planetas além de Netuno
- Objeto transnetuniano ressonante
- Objeto clássico do cinturão de Kuiper
Referências
- ↑ Alan Stern; Colwell, Joshua E. (1997). «Collisional Erosion in the Primordial Edgeworth-Kuiper Belt and the Generation of the 30–50 AU Kuiper Gap». The Astrophysical Journal. 490. pp. 879–882. doi:10.1086/304912. 1997ApJ...490..879S
- ↑ LAZZARO, Daniela (2009). «O Sistema Solar e corpos extraordinários». Ciência Hoje. 43 (258): 40-45
- ↑ ab c Tricia Talbert (13 de julho de 2015). «How Big Is Pluto? New Horizons Settles Decades-Long Debate». NASA. Consultado em 15 de julho de 2015
- ↑ «Former 'tenth planet' may be smaller than Pluto». Novembro de 2010. Consultado em 21 de julho de 2015
- ↑ Oliveira, Kepler (2004). Astronomia e Astrofísica. Porto Alegre: Livraria da Física. p. 145. ISBN 8588325233
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
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