O conceito de regulação (do latim, regula - vara reta, barra, régua; relacionado ao v.lat. regere - reger, ordenar, controlar, dirigir, guiar - ver reta) permeia, de forma geral, diversas áreas do conhecimento humano, como as tratadas pelas disciplinas técnico-científicas da administração, da automação, da cibernética, do direito, da economia, da educação, das engenharias, da teoria de controle, da teoria de sistemas e dos sistemas dinâmicos, entre outras.
Índice
[esconder]Definição geral[editar | editar código-fonte]
Em sentido geral, regulação é o conjunto de técnicas ou ações que, ao serem aplicadas a um processo, dispositivo, máquina, organização ou sistema, permitem alcançar a estabilidade de, ou a conformidade continuada a, um comportamento previamente definido e almejado.
De forma mais específica, em processos industriais, regulação é um conjunto de meios materiais e técnicos utilizados para manter uma grandeza física que se pretende controlar em um valor igual ou próximo a um "valor de referência", ou "ponto de operação", em conformidade com um critério de aceitabilidade previamente definido.
Com relação ao transporte ou à logistica, a regulação refere-se a técnicas que pemitem organizar de maneira ótima os fluxos de mercadorias, de passageiros e de veículos, e, desde que seja possível, conforme um plano previamente estabelecido. Aproxima-se, portanto, da definição industrial do termo: identificar as não conformidades (atrasos, congestionamentos, falhas e incidentes de todo tipo que alteram o desenrolar do plano de transporte) e trazer a situação de volta ao normal, conforme planejado, o mais rápido e com o mínimo de consequências possíveis.
Objetivo[editar | editar código-fonte]
A regulação tem por objetivo fazer com que o resultado produzido por uma máquina, organização ou sistema se aproxime de um "valor de referência" ("set point") almejado ou alcance conformidade aceitável a um determinado "marco regulatório" previamente estabelecido, mantendo-o estabilizado nesse regime de funcionamento ou estado de operação.
História[editar | editar código-fonte]
Dispositivos de regulação automática inventados pelo homem[editar | editar código-fonte]
A mó dos moinhos de trigo e o volante de inércia (mecanismo biela-manivela) são provavelmente os primeiros exemplos de mecanismos de regulação criados pela inventividade humana.
Na história contemporânea, a idéia veio a ser aprimorada com a invenção do governador centrífugo, destinado a manter o regime de rotação de uma máquina a vapor em um valor desejado, dosando a admissão de vapor por meio da força centrífuga que surge nas massas (bolas) do governador. Quando a velocidade de rotação aumenta, a força centrífuga afasta as bolas, uma da outra, reduzindo a admissão do vapor, sua pressão e, consequentemente, a velocidade de rotação da máquina a vapor, tendendo assim a estabilizá-la em um determinado ponto de operação.
Com o advento do aquecimento elétrico doméstico, concebeu-se a utilização de um termostato para comandar os elementos de aquecimento, através do fechamento e da abertura de um contato elétrico em função da temperatura ambiente desejada, regulando-a ao redor deste valor.
Tanto o governador centrífugo, quanto o termostato, são frequentemente mencionados como símbolos da cibernética da regulação.
Ver também[editar | editar código-fonte]
- Agência reguladora
- Automação
- Autorregulação
- Cibernética
- Complexidade
- Controlabilidade
- Estabilidade
- Feedback
- Fractal
- Governabilidade
- Governança
- Governança corporativa
- Homeostase
- Instabilidade
- Observabilidade
- Proteína reguladora
- Regulação econômica
- Régulation automatique (regulação automática)] (em francês)
- Régulation médicale (regulação médica) (em francês)
- Regulador
- Regulador de acidez
- Regulador de pressão
- Regulador de tensão
- Regulador de tensão de média tensão
- Regulador linear
- Regulador quadrático linear
- Regulamentação
- Regulamento
- Regulamento autônomo
- Regulamentos
- Realimentação
- Retroalimentação
- Sequência reguladora
- Sistemas complexos
- Sistemas dinâmicos
- Sustentabilidade
- Teoria de controle
- Teoria de sistemas
- Teoria do caos
Artigos conexos[editar | editar código-fonte]
- Choix des boucles de régulation (em francês). (a traduzir)
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Glen D. Nager. Bureaucrats and the Cost-Benefit Chameleon. AEI Journal on Government and Society. Regulation, pp 37-42, September/October, 1982. (em inglês)
- James Andrew Lewis. Aux Armes, Citoyens: Cyber Security and Regulation in the United States. Center for Strategic and International Studies. Pre-print version of article published in Elsevier’s Telecommunications Policy, Fall 2005. (em inglês)
- Yoo, Christopher S. New Models of Regulation and Inter-Agency Governance. Michigan State Law Review, Fall 2003. Available at SSRN: http://ssrn.com/abstract=429642 or doi:10.2139/ssrn.429642. (em inglês)
- Baxter, J. et al. Addressing Cyber Security Through Public-Private Partnership: An Analysis of Existing Models. INSA - Intelligence and National Security Alliance (Editorial Review: Joseph Mazzafro, Chairwoman of the Board: Frances Fragos Townsend). November 2009. (em inglês)
- Fukuyama, K. Kilgour, D.M. Hipel, K.W. Systematic policy development to ensure compliance to environmental regulations. Dept. of Syst. Design Eng., Waterloo Univ., Ont. Systems, Man and Cybernetics, IEEE Transactions on. Vol 24, Issue 9, pp 1289-1305, Sep 1994. (em inglês)
- Michel Hubin. Traité sur les capteurs et la conception instrumentale. (em francês).
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