terça-feira, 11 de agosto de 2015

AXIOLOGICO

Axiológico é tudo aquilo que se refere a um conceito de valor ou que constitui uma axiologia, isto é, os valores predominantes em uma determinada sociedade.
O aspecto axiológico ou a dimensão axiológica de determinado assunto implica a noção de escolha do ser humano pelos valores morais, éticos, estéticos e espirituais.
A axiologia é a teoria filosófica responsável por investigar esses valores, concentrando-se particularmente nos valores morais. Etimologicamente, a palavra "axiologia" significa "teoria do valor", sendo formada a partir dos termos gregos "axios" (valor) + "logos" (estudo, teoria).
Neste contexto, o valor, ou aquilo que é valorizado pelas pessoas, é uma escolha individual, subjetiva e produto da cultura onde o indivíduo está inserido.
De acordo com o filósofo alemão Max Scheler, os valores morais obedecem a uma hierarquia, surgindo em primeiro plano os valores positivos relacionados com o que é bom, depois ao que é nobre, depois ao que é belo, e assim por diante.
A ética e a estética estão vinculadas de forma intrínseca aos valores desenvolvidos pelo ser humano. A ética é um ramo da filosofia que investiga os princípios morais (bom/mau, certo/errado etc.) na conduta individual e social. A estética estuda os conceitos relacionados à beleza e harmonia das coisas.Axiologia (do grego άξιος "valor" + λόγος "estudo, tratado") é o estudo de valores1 , uma teoria do valor geral, compreendido no sentido moral. Tal como se descreveu na Alemanha com Max Scheler ou John Rickert e a França por Ruyer ou R. Polin, a axiologia tenta estabelecer uma hierarquia de valores.2

Definição[editar | editar código-fonte]

A definição da axiologia como "ciência dos valores" é descartada por sociólogos e filósofos, como Nildo Viana, sendo o termo considerado insustentável, já que tal ciência não existe concretamente e nem foi sistematizada intelectualmente. A definição mais comum de axiologia é que ela é um ramo da Filosofia que tem por objeto o estudo dos valores. Esta definição também é descartada por Viana, pois para este pensador, a ética já é o ramo da filosofia que se dedica ao estudo dos valores. Uma outra definição é fornecida por Nildo Viana, segundo a qual axiologia seria o padrão dominante de valores em determinada sociedade. Neste sentido, ele cria o termo antagônico de axionomia que expressa os valores autênticos dos seres humanos, ou seja, compatíveis com a natureza humana. Diversos sociólogos dedicaram-se ao estudo dos valores, mas geralmente não utilizaram o termo axiologia, a não ser no sentido de ser sinônimo de "valorativo".3

História[editar | editar código-fonte]

A axiologia tem início só no século XIX. quando o termo, originário do âmbito econômico, foi estendido, sobretudo graças a Windelband, a outros âmbitos da vida humana.4 Os neokantinos do século XIX praticamente inventaram a reflexão axiológica, podemos destacar aqui os mais importantes: Lotze, Albrecht Ritschl, Windelband, John Rickert, MünsterbergMeinongEhrenfeldsScheler5 Nicolai HartmannLavellee René Le Senne por exemplo.6
Uma boa síntese das diferentes escolas de axiologia neokantiana encontra-se na obra Introdução à filosofia, de Windelband.7 Lotze introduziu o tema dos valores em seu livro Mikrokosmos, no qual defente a diferença entre "ser" e "valor", o "mundo dos valores" é distinto do "mundo dos entes".8 Ritschl introduziu na axiologia a distinção entre "juízos de valor" e"juízos de fato".9 A axiologia de Rickert era chamada de logicista ou de logicismo axiológico, porque para ele valor significaria "validade lógica", como isso ele pretendia dar objetividade à axiologia, retirando-a do subjetivismo.10
Nietzsche foi quem popularizou o uso filosófico do termo "valor" com seu Assim falou Zaratustra, entre outras obras igualmente iconoclastas, longe de ser um axiólogo tradicional, as questões formais da axiologia não o interessava, sua preocupação se concentrou nas questões práticas da classificação e hierarquização dos valores, isto é, na questão dos critérios de valoração.6

Principais pensadores[editar | editar código-fonte]

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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • REALE, Miguel. "Experiência e Cultura", "Verdade e Conjectura" e "Teoria Tridimensional do Direito".
  • Heller, Agnes. O Cotidiano e a História.
  • Viana, N. Heróis e Super-Heróis no Mundo dos Quadrinhos.
  • Cuvillier, A. Pequeno Vocabulário de Língua Filosófica.
  • Frondizi, R. Que son los Valores? Introducción a la Axiologia.

Referências

  1. Ir para cima Dicionário UNESP do português contemporâneo. [S.l.]: UNESP, 2004. p. 147. ISBN 978-85-7139-576-3
  2. Ir para cima Dicionário de filosofia. [S.l.]: PAPIRUS, 2005. p. 48. ISBN 978-85-308-0227-1
  3. Ir para cima Nildo Viana. Os valores na sociedade moderna. [S.l.]: Thesaurus Editora, 2007. p. 29. ISBN 978-85-7062-690-5
  4. Ir para cima Vários autores. Lexicon - dicionário teológico enciclopédico. [S.l.]: Loyola, 2003. p. 780. ISBN 978-85-15-02487-2
  5. Ir para cima Max Scheler. Da reviravolta dos valores: ensaios e artigos. [S.l.]: Vozes, 1994. ISBN 978-85-326-1161-1
  6. ↑ Ir para:a b Maria Luisa Mendes Teixeira. Valores Humanos E Gestao. [S.l.]: Senac, 2008. p. 34. ISBN 978-85-7359-737-0
  7. Ir para cima Harold H. Titus. Living issues in philosophy. [S.l.: s.n.], 1964.
  8. Ir para cima Krzysztof Piotr Skowroński. Values and Powers: Re-Reading the Philosophical Tradition of American Pragmatism. [S.l.]: Rodopi, 2009. p. 87. ISBN 978-90-420-2745-9
  9. Ir para cima Johnny Washington. A journey into the philosophy of Alain Locke. [S.l.]: Greenwood Press, 1994. ISBN 978-0-313-29047-3
  10. Ir para cima Weimar Thought: A Contested Legacy. [S.l.]: Princeton University Press, 30/jun/2013. p. 142. ISBN 978-1-4008-4678-8A Axiologia é uma área da Filosofia que estuda os valores Humanos e entre eles destaca-se a Ética como Valor Vital. “Os valores absolutos, universais da verdade, da bondade, do ser, do amor, da justiça, da honestidade da solidariedade e da vida, hoje não brilham mais em nossas consciências e nem em nossa sociedade. Com o eclipse destes valores fundamentais, uma noite nebulosa, estendeu seu véu sobre nossa cultura e sobre nossas instituições. Sem estas estrelas-guia agora andamos tateantes num mundo confuso, desorientado, caótico, desesperado.”
    B.Mondim
    O Que É Valor?
      Valor é um termo de difícil definição. Etimologicamente vem do grego; Axios e do Latim,  Aestimabile. Que quer dizer significação,  não indiferença, estima. Daí vem à área de estudo da Filosofia denominada Axiologia, que investiga a questão dos valores humanos.
      De modo simplificado, pode-se dizer que o valor é o que dá dignidade ao ser. Da mesma forma que a verdade está para o conhecimento, a beleza está para a admiração, o sabor para o gosto, a cor para a vista, o valor está para a estima. A estima capta o objeto valor, assim como audição capta o som, a estética capta o belo, a ética capta o bem. Só há valor onde houver apreço, empatia, estima, afetividade.
      A realidade é o objeto do conhecimento, o valor é o objeto do sentimento. Os valores do agradável e do desagradável referem-se ao gozo e ao sofrimento. A  verdade é o valor do conhecimento, a beleza é o valor do belo, a fortaleza é o valor da força, a virtude é o valor do bem. O valor é, portanto, a significação dada por nossa razão a tudo quanto o homem se relaciona. É Juízo de valor,  modo pelo qual  não se pode julgar os fins a não ser julgando ao mesmo tempo os meios que servem para alcança-lo.
     Filosoficamente Valor é a interpretação introduzida por nós nas coisas, nas relações entre os homens e destes com o mundo. Valores são significações dadas pelo homem, no uso de sua razão, a tudo aquilo que se relaciona, do ente ao objeto, das coisas aos sujeitos, da objetividade do fazer a subjetividade do pensar e agir no mundo, físico e metafísico. (para além do físico)
       Há o mundo das coisas e o mundo dos valores. Os Valores são sempre uma relação entre: os sujeitos que valoram e as coisas valoradas. Valor é Significar, dar sentido, significado, predicar é dar regras para as ações práticas, por exemplo: (se, o Ar tem um significado, então é um valor para os homens e para os seres vivos, logo; a regra é não poluir). O valor então, com base no que é, orienta o que deve ser.
    “O valor é o que orienta o juízo das escolhas humanas, considerando a relação existente entre meios e fins, de tal modo que, não se podem julgar os fins a não ser julgando ao mesmo tempo os meios que servem para alcançá-los”. (J. Dewey)
     Para simplificar podemos entender o Valor como  um princípio geral e universal que serve de guia para o agir epensar do homem no mundo. O valor está presente no homem, nas atividades humanas e no mundo humano. O valor é o princípio norteador das escolhas humanas (os fins), o desejável, o preferível. É guia, norma das escolhas, por isso carece da consciência e da liberdade,- porque só o sujeito consciente e livre é capaz de fazer escolhas.- Escolhas sempre temerárias, mas necessárias.
    A ESCALA DOS VALORES
      Segundo Max Scheler, (1874-1928) os valores são objetivos e dispostos em ordem eterna o que torna possível hierarquiza-los. Deste modo, juízo (faculdade de julgar de avaliar, faculdade de pensar o particular como inserido no geral), é então, um julgamento crítico sobre as escolhas humanas, uma reflexão propositiva das relações existentes entre meios e fins de nossa ação no mundo.
    Os valores se organizam na seguinte escala de importância: ÉTICO é o juízo sobre o bem e o mal. Diz daquilo que é vital/Vida.  MORAL  e a ação normativa do comportamento, costumes, hábitos, normas e leis. Diz do   Convívio Humano em sociedade.  MATERIAL é o juízo sobre o que é necessário para a sobrevivência humana. RELIGIOSO é o juízo  sobre o que é bom para o espírito e diz das coisas da alma. O valor ESTÉTICO, que opera um  juízo  sobre o belo e o feio e diz das coisas do mundo sensível, da Natureza. E por ultimo o valor de UTILIDADE que se refere ao juízo do que é melhor e pior e diz das coisas e dos objetos.
     “Atribuir Valor a uma coisa, é não ficar indiferente a ela. Isto é a principal característica do valor”.
                Autores: Westerley Santos
               Batista Mondim. Livro:  Introdução à Filosofia - Ed.: Paulus.

    Significado de Axiológico
    O que é Axiológico:
    Axiológico é um termo que se refere a tudo aquilo que tem caráter de um valor ou que constitui uma axiologia, isto é, os valores predominantes em uma determinada sociedade.
    O aspecto axiológico ou a dimensão axiológica de determinado assunto implica a noção de escolha do ser humano pelos valores morais, éticos, estéticos e espirituais.
    A axiologia é a teoria filosófica responsável por investigar esses valores, concentrando-se particularmente nos valores morais. Etimologicamente, a palavra "axiologia" significa "teoria do valor", sendo formada a partir dos termos gregos "axios" (valor) + "logos" (estudo, teoria).
    Neste contexto, o valor, ou aquilo que é valorizado pelas pessoas, é uma escolha individual, subjetiva e produto da cultura onde o indivíduo está inserido.
    De acordo com o filósofo alemão Max Scheler, os valores morais obedecem a uma hierarquia, surgindo em primeiro plano os valores positivos relacionados com o que é bom, depois ao que é nobre, depois ao que é belo, e assim por diante.
    A ética e a estética estão vinculadas de forma intrínseca aos valores desenvolvidos pelo ser humano. A ética é um ramo da filosofia que investiga os princípios morais (bom/mau, certo/errado, etc. ) na conduta individual e social. A estética estuda os conceitos relacionados à beleza e harmonia das coisas.

    A Axiologia é uma parte importante do estudo filosófico. Axiologia pode ser denominada como Teoria dos Valores, pois, o sentido do termo axiologia indica, etimologicamente, o estudo que se ocupa com a consideração dos aspectos valorativos.
    Toda filosofia é a busca da compreensão de certas respostas em relação aos problemas fundamentais suscitados pela experiência humana, isto é, qualquer estudo filosófico se apresenta como verificação de certas respostas, ou ainda, se estas resolvem estas questões que são propostas de modo problemático. Neste sentido, é possível dizer que cada experiência é conseqüência de um juízo de valor. O juízo de valor é prévio em relação à ação individual, pois, estabelece um modo de encarar as coisas que não só antecede, mas determina um modo de agir. Os juízos de valor são constitutivos da estrutura cognitiva e resultam diretamente, como parte integrante, naquilo que denominamos como experiência. E isto, desde a mais tenra infância na vivência individual.
    Assim sendo, a valoração é, na verdade, um ato subjetivo de valorar. Subjetivo é o que se refere ao sujeito que pensa, questiona, sente, imagina, compara, quer, ou ainda, o sujeito que escolhe uma opção mediante sua própria condição. Valorar é conferir valor, seja a alguém, a uma situação ou mesmo a uma idéia (trata-se de buscar o motivo do valor ou de sua ausência). O ato de valorar é determinante no modo como cada indivíduo observa o mundo, e, por isto mesmo, tal ato está diretamente relacionado com as próprias escolhas de vida que uma pessoa pode ter. O vocábulo valorar não é o mesmo que valorizar, pois, este sugere uma associação da idéia do valor com um sentido materialista.
    O materialismo conduz necessariamente às ações interessadas, ou até interesseiras. No entanto, deve-se enfatizar que o ato de valoração é o modo individual de pensar que motiva as pessoas, em geral, a agirem de acordo com a própria liberdade . A tematização da noção de liberdade, a partir da referência com a Axiologia, indica que tal discussão confere humanidade às nossas ações. Por esta razão, a Axiologia pode ser tematizada propriamente como Teoria dos Valores. A abordagem de tais aspectos pode ser desenvolvida em dois sentidos, a saber, no sentido moral e no sentido ético. Portanto, ao mencionarmos as palavras ‘ética’ ou ‘moral’, já estamos tentando compreender, de modo axiológico, ou melhor, de modo valorativo as ações humanas. Examinar alguma consideração valorativa, indica falar em termos de busca do significado. O tratamento de uma teoria do significado não teria o menor sentido se não contivesse uma abordagem axiológica e existencial. Tendo em vista que a Axiologia está voltada para a atividade humana, logo, este assunto pertence à Filosofia Prática. Ao que parece, a questão axiológica pode ser formulada do seguinte modo: Qual a importância de se pensar numa teoria dos valores tendo como referência o convívio em sociedade ? O reino mineral não tem um mundo de valorações. O reino vegetal não tem um mundo de valorações. O reino animal é dividido em racional e irracional, donde se conclui que os animais irracionais possuem um mundo pobre de valorações e apenas os seres humanos, por admitirem um comportamento baseado na razão, possuem um mundo de valores . Assim sendo, a consciência só pode ser um assunto, se houver a tematização axiológica.
    Quando uma certa pessoa não consegue adequar sua própria conduta à uma determinação restritiva de sua liberdade individual, temos uma postura moral. Contudo, se um indivíduo observa a lei e as regras (que, supõe-se, pretendem uma validade universal), e procura respeitar este limite, temos uma conduta baseada na ética. Kant enunciou a ‘regra de ouro’ da ética do seguinte modo: “Age de tal modo que a sua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como princípio de uma legislação universal”. Basicamente, as ações morais são motivadas por interesses individuais, enquanto as ações éticas se orientam por questões que apelam para compreensão de razões em comum. Em relação à ética, não se trata exatamente de um respeito forçado ou condicionado, pois, para ser ético, um indivíduo precisa, antes, compreender o significado da regra, aceitar isto por sua própria vontade e reconhecer a importância da ética para o bom funcionamento da convivência em sociedade.
    Do ponto de vista ético, as ações humanas só possuem valor quando representam autenticamente o que uma pessoa aceita como um valor seu. A internalização da regra ética pressupõe a aceitação da mesma por meio da livre vontade do sujeito. A aceitação, por parte do sujeito, do argumento em prol da ética, deveria ser através de um convencimento das razões que sustentam a petição por uma ação ética. Ética é a disciplina do ‘dever ser’. A ética está para as ações práticas, tal como a lógica está para os pensamentos. Ambas são legisladoras da razão. Só pode haver ética, se houver uma genuína adequação entre discurso, pautado em princípios válidos em geral, e a ação individual. Obviamente, regras são determinações e o cumprimento destas, é irrevogável. Mas uma regra deste tipo, não está inscrita em um código e, por vezes, caso não seja cumprida, o que pode acarretar é a falta de união nos negócios humanos. Esta falta de união se caracteriza como impossibilidade de diálogo, e assim, como irracionalidade nas relações. Costuma-se pensar que os códigos jurídicos expressam o que deve ser, e por isso, se caracterizam como códigos éticos. No entanto, para haver ética, não basta uma teoria ou lei, precisa-se, apenas, de uma ação que venha se adequar a um testemunho verdadeiro, ou seja, do discurso ético para a ação ética. Sem ética, não existe qualquer possibilidade de travar contato minimamente amistoso, estável, respeitoso no sentido da construção dos aspectos positivos das relações humanas. Se um indivíduo segue as regras, de tal modo que não haja nenhum histórico que indique alguma transgressão, ainda assim não é possível dizer que sua ação é ética, pois, de fato, pode ser que ele só aceite as regras por conta da consideração ao temor de ser apanhado em flagrante ou ainda da obtenção de algum benefício. Se a ética quer predizer o que é certo de um modo em geral no que se refere ao comportamento humano, o objetivo se refere à sociabilidade das relações, o que indica que sua finalidade é reduzir a possibilidade de atrito e desentendimento nas relações humanas.
    Considerações Finais
    A minha ideia, no texto, foi marcar a Axiologia como sendo aquela parte da Filosofia que se ocupa com questões práticas. A conduta humana se orienta pelo modo de valoração. Questões éticas são mais teóricas do que práticas, e isto porque a ética se apresenta de um modo mais normativo do que a moral. Ética é disciplina do ‘dever ser’, e é realmente tal qual uma lógica para a conduta humana porque encontra-se baseada em regras. A Ética pretende estabelecer o que é certo ou errado, e isto a partir de uma consideração universal.
    Ora, todo universal é tão abstrato que sequer o vivenciamos em nossas experiências.
    Vivenciamos situações relativas às nossas vidas (situações concretas ou particulares), o que é incomparável. Mas a questão do universal continua presente, e sua função é estabelecer um critério para os particulares, portanto, assume a função de estabelecer critérios de comparação, e principalmente, de estabelecer parâmetros para o juízos de valor. Não é necessário que haja conflito entre ética e moral, a menos que aquilo que seja requerido de um ponto de vista ético não venha a se adequar à uma postura moral (que é sempre individual). A doutrina de Jesus Cristo, nesta matéria, ensinava o testemunho verdadeiro, ou seja, que o que é dito deve corresponder de modo autêntico ao que se pensa e ao que se sente. Ou ainda que a manifestação comportamental expresse exatamente o que é defendido em tese. Este ensinamento pode ser verificado nas palavras: ‘não julgueis para não serdes julgado’; ‘quem não tiver pecado que atire a primeira pedra (em Madalena)’; E isto porque Jesus enfatizava a questão da importância do testemunho verdadeiro, ou seja, que aquilo que falamos e fazemos represente exatamente aquilo que pensamos. Melhor ensinamento filosófico não há.
    ANEXO 1
    Podemos classificar os assuntos axiológicos do seguinte modo:
    Tabela1
    ANEXO 2
    A questão da teoria do valores refere-se à possibilidade de comportar as ações livres com aquilo que é esperado do sujeito enquanto ação apropriada a certos fins.
    Tabela2
    ANEXO 3
    Valor: 
    1) Material = visar o bem no sentido concreto / bens materiais = riqueza.
    2) Sentimental = visar o bem no sentido da significação / vivência significativa = felicidade.
    OBS: O senso comum confunde a busca da felicidade com a busca de melhores condições de um ponto de vista material. Dinheiro não traz felicidade, mas facilidade para alcançar certos objetivos, e quem sabe, utilidade se for bem empregado. Em geral, dinheiro é um valor importante em nossa sociedade em função de originar uma sensação de liberdade para quem detém quantia acumulável. No entanto, esta sensação é falsa, pois, a pessoa que julga ser dona do dinheiro é, na verdade, sua escrava. Dinheiro tem a ver com poder e promove um comportamento que separa indivíduos. Poder é poder mostrar, fazer, ostentar, etc, em benefício próprio. Poder não é algo que se divide, e pela mesma razão, dinheiro deve ser acumulado, pois, tanto o dinheiro quanto o poder perdem sua finalidade quando são distribuídos. Felicidade não tem a ver com poder, menos ainda com dinheiro, e é algo bem mais intimista no sentido que inibe o sentimento de oposição que um indivíduo poderia ter, naturalmente, em relação a qualquer outro. Não é sem razão que se diz que a felicidade é um estado de espírito.
    *André Vinícius Dias Senra é professor de Filosofia da rede estadual de ensino, da The British School do Rio de Janeiro, e da Pós-Graduação em Filosofia Medieval da Faculdade de São Bento do Rio de Janeiro e doutorando em Epistemologia pela UFRJ.

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