sexta-feira, 14 de agosto de 2015

LIBERTINAGEM

Libertinagem é um termo oriundo do francês "libertinage", significa devassidão e é a característica de alguém que vive uma vida de libertino. Muitas pessoas consideram a libertinagem o oposto da liberdade.
Alguém que exerce libertinagem é alguém devasso, dissoluto, licencioso (que abusa da liberdade), ímpio, insubordinado e que não é submisso. Em alguns casos também pode ser considerado como um livre-pensador. Libertinagem também pode ser associada à incredulidade religiosa. Um dos casos mais comuns de libertinagem é quando uma pessoa se entrega inconsideradamente aos prazeres sexuais.
A libertinagem é um mau uso da liberdade de um indivíduo, é a extrapolação da liberdade, e quando isso acontece, os limites são ultrapassados e a integridade física, emocional ou psicológica de outra pessoa é posta em causa. A libertinagem leva a uma falta de respeito pelo próximo, e indica falta de dignidade e bom caráter.

Liberdade e Libertinagem

Muitas pessoas confundem liberdade com libertinagem, usando essa confusão para excederem os limites sem sentirem peso na consciência. No entanto, o conceito de liberdade e libertinagem variam de pessoa para pessoa, dependendo dos valores morais que regem as suas vidas. Saber a exata fronteira entre liberdade e libertinagem é um tópico que tem sido discutido e pensado durante muitos anos. Por exemplo, ter relações sexuais com um/a parceiro/a diferente todas as noites pode ser considerado como liberdade para alguns e libertinagem para outros.

Manuel Bandeira e libertinagem

Libertinagem é um livro publicado em 1930, da autoria do poeta brasileiro Manuel Bandeira. O livro é composto por 38 poemas (sendo que dois deles são em francês) que foram escritos entre 1924 e 1930, e os mais reconhecidos são "Pneumotórax", "Pensão Familiar", "Profundamente" e "Vou-me embora pra Pasárgada".
Muitos desses poemas possuem um estilo confessional e apresentam humor, novidade, requinte musical e sensualidade, que incutem na obra uma elevada intensidade emocional. A morte é outro dos temas abordados na poesia de Manuel Bandeira, já que o poeta lutou contra a tuberculose durante grande parte da sua vida.O termo libertinagem é utilizado para referir-se às condutas e comportamentos considerados imorais, que não respeitam as leis e tem como objetivo a busca do prazer imediato sem importar-se com as consequências ou o modo que estas condutas afetam os demais membros da sociedade. É importante destacar que embora compartilhe certos elementos com a ideia de liberdade, a libertinagem sem dúvidas porta uma carga negativa, pois envolve desordem e imoralidade.


A libertinagem é uma característica comum da vida em sociedade. Isto acontece quando as sociedades são fenômenos complexos que podem oscilar entre o controle absoluto e o autoritarismo, por um lado, e a plena liberdade e a desordem, por outro. Quando a balança inclina para o segundo, aparece a libertinagem, entendida como o conjunto de condutas e formas de atuar que são consideradas imorais e com falta de ética.
Normalmente, a noção de libertinagem costuma estar associada em maior medida com condutas sexuais e busca de prazer corporal. Exemplos disto podem ser as demonstrações de afeto ou atração sexual em espaços públicos, como também aquelas que acontecem em área privada, mas que envolvem a "alteração" dos parâmetros considerados normais para as relações sexuais (as práticas em conjunto, a utilização de elementos de violência, etc.).
Entretanto, a libertinagem pode ser entendida também como uma falta de respeito às leis estabelecidas pela sociedade. Fenômenos tais como a criminalidade, a insegurança, a presença de pessoas indigentes na via pública, etc., são também considerados possivelmente como fatores de libertinagem encontrados na sociedade. Tradicionalmente, este termo é utilizado por aqueles setores da sociedade que se mostram como conservadores e tradicionais, respeitosos da lei e excessivamente estruturados.

... Artigo http://queconceito.com.br/libertinagemO termo libertinagem é utilizado para referir-se às condutas e comportamentos considerados imorais, que não respeitam as leis e tem como objetivo a busca do prazer imediato sem importar-se com as consequências ou o modo que estas condutas afetam os demais membros da sociedade. É importante destacar que embora compartilhe certos elementos com a ideia de liberdade, a libertinagem sem dúvidas porta uma carga negativa, pois envolve desordem e imoralidade.


A libertinagem é uma característica comum da vida em sociedade. Isto acontece quando as sociedades são fenômenos complexos que podem oscilar entre o controle absoluto e o autoritarismo, por um lado, e a plena liberdade e a desordem, por outro. Quando a balança inclina para o segundo, aparece a libertinagem, entendida como o conjunto de condutas e formas de atuar que são consideradas imorais e com falta de ética.
Normalmente, a noção de libertinagem costuma estar associada em maior medida com condutas sexuais e busca de prazer corporal. Exemplos disto podem ser as demonstrações de afeto ou atração sexual em espaços públicos, como também aquelas que acontecem em área privada, mas que envolvem a "alteração" dos parâmetros considerados normais para as relações sexuais (as práticas em conjunto, a utilização de elementos de violência, etc.).
Entretanto, a libertinagem pode ser entendida também como uma falta de respeito às leis estabelecidas pela sociedade. Fenômenos tais como a criminalidade, a insegurança, a presença de pessoas indigentes na via pública, etc., são também considerados possivelmente como fatores de libertinagem encontrados na sociedade. Tradicionalmente, este termo é utilizado por aqueles setores da sociedade que se mostram como conservadores e tradicionais, respeitosos da lei e excessivamente estruturados.

... Artigo http://queconceito.com.br/libertinagemO termo surgiu para denominar os oponentes de João Calvino na política de Genebra do Século XVI. Calvino, o ministro religioso que foi um dos líderes da Reforma Protestante, era também uma importante figura política. A moralidade sob o calvinismo era um assunto social, não algo individual e privado – devendo portanto ser regulada pelas autoridades políticas. Calvino, conhecido por seu estrito e austero código moral, utilizou seu capital político para fazer avançar os poderes eclesiásticos sobre os mais particulares elementos da vida das pessoas.
William Gilbert relata algumas das proibições morais que foram levadas a cabo por Calvino:
Era proibido dar nomes não-bíblicos às crianças. … As casas dos cidadãos eram visitadas para garantir que a moral das famílias estivesse em bom estado. … Em 1546, o carteado e o jogo de dados foram proibidos. As tavernas foram banidas. … Essas [as tavernas] deveriam ser substituídas por lugares para comes e bebes em que estivesse disponível uma Bíblia e as conversas religiosas fossem estimuladas enquanto a bebida em excesso, as músicas indecentes, os palavrões, o carteado, os dados e a dança estivessem proibidos.
Mas nem todos aceitaram os avanços teocráticos de Calvino calados. Esses foram opostos por Ami Perrin, o lider dos… Libertinos! Os Libertinos defendiam que a moralidade e religiosidade não deveriam ser impostas pelo governo – ao menos não no nível tão minucioso imposto por Calvino. A resposta dos teocratas, naturalmente, foi a de associar todos aqueles que se opunham politicamente à regulação da moral aos vícios e imoralidades que os calvinistas viam como pecaminosos. Daí surgiu a associação entre o termo “libertinagem” e tudo aquilo que se opõe à moral majoritária.

O que os conservadores de hoje (como Calvino há 500 anos) não percebem é que ter a escolha entre seguir ou não a moral majoritária é um aspecto fundamental da liberdade.
Por um lado, as transformações sociais espontâneas, que emergem de baixo para cima, dependem daqueles que decidem transgredir a ordem e o status quo. Muitas vezes esses transgressores, tão importantes para as constantes revoluções e transformações sociais, são tachados de “libertinos” num momento inicial.
Por outro, mesmo aqueles que não concordam com determinadas opções podem valorizar a liberdade de escolher ser (ou não ser) um libertino. Você não precisa concordar com determinada conduta para saber da importância de poder decidir o que você quer fazer com sua própria vida. Ainda que você ache que algo é errado, o poder de escolha é fundamental.
Um bom exemplo de como libertinagem é liberdade pode ser encontrado numa história real. Nos anos 1970, o americano Larry Flynt, dono da revista adulta Hustler, foi censurado porque sua revista continha material “indecente” e “imoral” – isto é, que feria a moral pública. Os procuradores que atuaram no caso, em nome dessa moral coletiva, argumentavam que as liberdades civis não abrangiam a libertinagem de Larry Flynt, enquanto o advogado de Flynt afirmava que a liberdade de expressão protegia seu cliente. Um dos casos acabou chegando à suprema corte americana, e Flynt foi absolvido – mas não antes de sofrer um atentado de um fanático religioso que o deixou paralítico.
No filme que conta essa história (O povo contra Larry Flynt, 1996), o advogado de Flynt faz um discurso bem interessante. Ele diz que pessoalmente não gosta de revistas pornográficas, mas ele gosta de viver em um país que lhe dê o direito de lê-las ou então jogá-las no lixo. Ele gosta de ter o direito de expressar sua opinião sobre o conteúdo da revista ao escolher comprar ou não a revista. Se a revista for proibida, esse direito de manifestação é tolhido de todos – inclusive dos que dela desgostam.
[Veja o magnífico discurso abaixo]
De fato, só existe virtude na boa escolha se a escolha ruim também for uma opção. Se eu for obrigado a fazer a escolha que eu considero “boa”, eu não tenho nenhum mérito em fazê-la. Mas se eu puder parar e julgar aquilo que é moralmente certo e o que é moralmente errado, aí sim vou poder me regozijar em fazer, livremente, a decisão certa.
Sem a possibilidade de errar ou de transgredir a moral social – de ser um libertino! – não há liberdadade.  Gandhi expressou essa relação de forma singular:
A liberdade que não inclui a liberdade de errar de nada vale. Nunca conseguirei compreender como [alguns] seres humanos, muitas vezes tão experientes e capazes, possam se maravilhar em negar a outros seres humanos esse direito tão precioso.
O que Gandhi diz nas entrelinhas é que esses seres humanos “experientes e capazes”, sob a desculpa de não deixar os outros “errar”, na verdade acham que sabem como todos os outros devem viver suas vidas. Tal julgamento pouco humilde de si mesmo é, muitas vezes, refletido em prepotência e desejo de cercear a liberdade alheia.
Essa prepotência pode ser encontrada por todo o espectro político. Ela se encontra na lei escrita pelo Deputado Rui Falcão (PT-SP), que objetivava proibir a propaganda de alimentos “não-saudáveis”. E pode ser vista na recusa de Rodrigo Constantino de dar aos outros a oportunidade de formar arranjos familiares que ele considera imorais em igualdade jurídica aos que ele considera morais. Em ambos os casos, os proponentes julgam saber o que é o “correto” e, com base em seu julgamento absoluto, procuram moldar o comportamento alheio conforme sua imagem e semelhança.
Prepotências de esquerda e de direita à parte, a realidade é que, na maioria das vezes, a mais humilde das donas de casa no interior do Maranhão sabe cuidar melhor da sua vida do que os doutores que querem controlá-la a partir de uma torre de marfim. Ela que conhece sua realidade, seus desejos e seus sonhos. A celebração da liberdade de escolha deriva do reconhecimento de nossa própria incapacidade de saber como os outros devem viver suas vidas, porque não temos capacidade de conhecer todas as especificidades das circunstâncias particulares. Ela deriva do reconhecimento de nossa própria ignorância.

Aqueles que acreditam em uma sociedade livre fazem, antes de tudo, um exercício de humildade.
Manuel Bandeira sabia disso – e por isso começou seu livro Libertinagem com um poema que tem os seguintes versos:

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