São Paulo, Apóstolo (5-67) foi um escritor do cristianismo primitivo. Treze epístolas do Novo Testamento são atribuídas a ele. Foi o maior propagador do cristianismo depois de Cristo. Antes de se converter ao Cristianismo era conhecido como Saulo e perseguia os discípulos de Jesus nos arredores de Jerusalém, quando teve uma visão de Jesus envolto numa luz incandescente e desde então começou suas pregações do Cristianismo.
São Paulo, Apóstolo (5-67) Nasceu em Tarso na Cilícia, era judeu e cidadão romano. Perseguidor das primeiras comunidades cristãs, foi conivente com o assassinato do protomártir Estêvão. Quando perseguia os cristãos, a caminho de Damasco, teve uma visão de Jesus envolto em uma luz incandescente que o cegou, durante três dias. Desde então converteu-se e começou a pregar o Cristianismo, viajando pelo mundo, pregando o evangelho de Jesus Cristo e o mistério de sua paixão, morte e ressurreição.
A conversão de São Paulo é uma das mais importantes da história da Igreja. Mostra o poder da graça divina, capaz de transformar Saulo, perseguidor da Igreja, no "Apóstolo Paulo" por excelência, que tem a iniciativa da evangelização dos pagãos. Ele próprio confessa, por diversas vezes, que foi perseguidor implacável das primeiras comunidades cristãs. Por causa disso atribui a si mesmo o título de "o menor entre os Apóstolos" e ainda, de "indigno de ser chamado Apóstolo". Mas Deus, que conhecia a sua retidão, tornou-o testemunha da morte de Santo Estevão, cena descrita nos Atos dos Apóstolos. A visão de Estevão apontando para os céus abertos e Cristo, aí reinando, domina a vida toda de Paulo, o grande missionário do Cristianismo.
Percorreu a Asia Menor, atravessou todo o Mediterrâneo em 4 ou 5 viagens. Elaborou uma teologia cristã e ao lado dos Evangelhos suas epístolas são fontes de todo pensamento, vida e mística cristãs. Além das grandes e contínuas viagens apostólicas e das prisões e sofrimentos por que passou, deve-se a ele que se auto denomina "Servo de Cristo", a revelação da mensagem do Salvador, ou seja, as 13 Epístolas ou Cartas. Elas formam como que a Teologia do Novo Testamento, exposta por um Apóstolo. São Paulo, Apóstolo, sofreu o martírio em Roma. O ano é incerto, mas deve ter ocorrido entre 64 e 67.
Duas festas litúrgicas foram criadas em homenagem a São Paulo. A primeira em 25 de janeiro, foi instituída na Gália, no século VIII, para lembrar a conversão do Apóstolo e entrou no calendário romano no final do século X. A segunda, lembrando o seu martírio a 29 de junho, juntamente com o do Apóstolo São Pedro, foi inserida no santoral (livro dos santos da Igreja Católica) muito antes da festa do Natal e havia desde o século IV o costume de celebrar neste dia três Missas. A primeira na basílica de São Pedro no Vaticano, a segunda na basílica de São Paulo fora dos Muros e a terceira nas catacumbas de São Sebastião, onde as relíquias dos dois Apóstolos tiveram de ser escondidas por algum tempo para subtraí-las à profanação. Há um eco deste costume no fato de que além da Missa do dia é previsto um formulário para a Missa vespertina da vigília.
Depois da Virgem Maria, são precisamente os Apóstolos Pedro e Paulo, juntamente com São João Batista, os santos comemorados mais frequentemente e com maior solenidade no ano litúrgico. Por muito tempo se pensou que 29 de junho fosse o dia em que, no ano 67, Pedro na Colina Vaticana e Paulo na localidade agora denominada Três Fontes testemunharam sua fidelidade a Cristo com o derramamento do sangue. Na realidade, embora o fato do martírio seja um dado histórico incontestável, e está além disso provado que aconteceu em Roma durante a perseguição de Nero, é incerto não só o dia, mas até o ano da morte dos dois apóstolos. Enquanto para São Paulo existe uma certa concordância entre testemunhas antigas indicando o ano de 67, para São Pedro há muitas discordâncias, e os estudiosos parecem preferir agora o ano de 64, ano em que, como atesta também o historiador pagão Tácito, "uma enorme multidão" de cristãos pereceu na perseguição que se seguiu ao incêndio de Roma.
Parece também que a festa do dia 29 de junho tenha sido a cristianização de uma celebração pagã que exaltava as figuras de Rômulo e Reno, os dois mitos fundadores da Cidade Eterna. São Pedro e São Paulo de fato, embora não tenham sido os primeiros a trazer a fé a Roma, foram realmente os fundadores da Roma cristã, um antigo hino litúrgico definia-os como pais de Roma.A vocação é um dom concedido liberalmente por Deus. E, por vezes, compraz-se o Senhor em chamar alguém aparentemente contrário à missão para a qual Ele o destina, a fim de manifestar com maior fulgor o poder de Sua Graça e a gratuidade do Seu chamado. Nesses casos, apesar dos aparentes paradoxos e à revelia do próprio interessado, cujas aspirações parecem entrar em choque com os desígnios Divinos, o Senhor vai preparando os caminhos, servindo-Se até dos próprios obstáculos para fazer cumprir sua Santa Vontade.
Nada parecia indicar que aquele jovenzinho de rosto vivo e inteligente, de nome Saulo, viesse a transformar-se num intrépido defensor de Jesus Cristo. Nascido em Tarso, na Cilícia, no seio de uma família judaica, o pequeno Saulo esteve, desde muito cedo, sujeito a duas fortes influências que pesariam grandemente na formação de seu caráter.
De um lado, as convicções religiosas que aprendera de seus pais não tardaram em fazer dele um autêntico fariseu, apegado às tradições, anelante pela chegada de um Messias vitorioso e libertador do povo eleito, então submetido ao jugo estrangeiro, e zeloso cumpridor da Lei até em suas mínimas prescrições.
De outro lado, o ambiente de sua cidade natal marcou profundamente a personalidade do jovem fariseu. Tarso - metrópole grega, súdita do Império Romano - tornarase, por sua localização privilegiada, um dos centros de comércio mais importantes daquele tempo. Regurgitava de gente, proveniente das nações mais diversas, cujas línguas e costumes misturavam-se sob o fator preponderante da cultura helênica. A Providência começava a preparar o jovem fariseu para sua futura missão de Apóstolo das Gentes.
Apenas saído da adolescência, Saulo abandonou sua pátria para instalar-se na cidade-berço da religião de seus antepassados: Jerusalém. Ali tornou-se assíduo estudioso das Escrituras, instruído pelo douto Gamaliel, um dos mais destacados membros do Sinédrio. Também aqui podemos notar a mão de Deus intervindo em sua vida, pois o conhecimento dos Livros Sagrados, que adquiriu ao longo desses anos, servir-lhe-ia mais tarde para abrir seus horizontes a respeito da realidade messiânica de Jesus Cristo.
Entretanto, se Saulo progredia a passos rápidos nas doutrinas farisaicas, sob o olhar vigilante de Gamaliel, em nada pareceu assimilar a prudência que caracterizava seu mestre, sempre cauto em seus juízos e comedido nas apreciações. Pelo contrário, o jovem aluno dava mostras de um exaltado fanatismo religioso, como ele mesmo confessaria em sua epístola aos Gálatas: "Avantajava-me no judaísmo a muitos dos meus companheiros de idade e nação, extremamente zeloso das tradições de meus pais" (Gl 1, 14).
No interior do discípulo de Gamaliel latejava um coração sincero, à procura da verdade. Buscava-a ardorosamente, desejoso de alcançar o pleno conhecimento dela. Não sabia que o termo desses seus anseios encontravase nAquele que, de Si mesmo, dissera: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim" (Jo 14, 6).
Sim, Saulo não poderia chegar ao Pai, Suprema Verdade, sem passar por Jesus, o Mediador entre Deus e os homens. A afirmação proferida pelo Divino Mestre, momentos antes de Sua Paixão, ele a veria cumprir-se em sua vida, ainda que contra a sua vontade e apesar de suas relutâncias. E a ocasião se haveria de apresentar justamente quando as convicções de Saulo, chocadas ante o Cristianismo que surgia, haviam-se convertido em ódio profundo contra este.
Saulo passara alguns anos fora de Jerusalém, que coincidiram com o período da vida pública de Jesus. Quando voltou, verificou uma grande mudança. A Cidade Santa não era a mesma que ele conhecera em seus tempos de estudante: após a tragédia da Paixão, pesava sobre a consciência do povo e, sobretudo, das autoridades a figura ensangüentada da Vítima do Gólgota, que eles em vão procuravam lançar no esquecimento. E mais: os discípulos daquele Homem não temiam pregar sua doutrina no próprio Templo, proclamando que esse Jesus a quem haviam matado ressuscitara dos mortos (cf. At 3, 11ss.).
Tais acontecimentos não podiam deixar indiferente um fariseu convicto como Saulo. Não compreendia que aqueles simples galileus se levantassem impunemente contra a religião de seus antepassados, arrastando atrás de si tamanha multidão de seguidores. Sua irritação chegou ao auge quando, estando na sinagoga chamada dos Libertos, onde semanalmente se reuniam judeus de todas as comunidades da Diáspora, deparou- se com um jovem chamado Estêvão, que anunciava denodadamente as glórias do Crucificado.
O jovem Saulo sentia-se incomodado: as palavras de Estêvão eram tão inspiradas e convincentes, que não se lhe podia resistir
"Martírio de Santo Estêvão" - Juan de Juanes
- Museu do Prado, Madri |
Momentos mais tarde, tendo sido apresentado Estêvão ao tribunal do Grande Conselho, Saulo escutou atentamente o longo discurso no qual este demonstrou, por meio de exemplos históricos e de profecias, ser Jesus o Messias esperado. O jovem fariseu sentia-se incomodado: as palavras de Estêvão eram tão inspiradas e convincentes, que não se lhe podia resistir (Cf. At 6, 10); de outro lado, a imagem desse Jesus Nazareno, que ele não conhecera, parecia perseguilo, e constantemente via-se obrigado a ouvir falar a respeito, de tal modo os seus adeptos se espalhavam por Jerusalém. Duro lhe era recalcitrar contra o aguilhão (cf. At 26, 14). E, entretanto, Saulo recalcitrava!
Indignado diante da coragem de Estêvão, aprovou entusiasticamente sua morte (cf. At 8, 1) e considerou como uma honra a missão de custodiar os mantos dos apedrejadores, uma vez que sua idade não lhe permitia levantar a mão contra o condenado.
A partir daquele dia, o exaltado discípulo de Gamaliel não pôs mais freio à sua fúria. Acreditando "que devia fazer a maior oposição ao nome de Jesus de Nazaré" (At 26, 9), entrava nas casas dos fiéis e arrancava delas homens e mulheres para entregálos à prisão (cf. At 8, 3); chegava a maltratá-los para obrigá-los a blasfemar (cf. At 26, 11). Não contente com devastar apenas a Igreja de Jerusalém, foi apresentar-se ao príncipe dos sacerdotes, pedindo-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de prender, nessa cidade, todos os que se proclamassem seguidores da nova doutrina (cf. At 9, 2).
Mas, esse Jesus a quem ele teimava em perseguir (At 9, 5), viria a atravessar- Se de novo em seu caminho, desta vez de modo definitivo e eficaz.
Podemos imaginar a ânsia do jovem Saulo ao aproximar-se de Damasco, antegozando a hora de saciar sua cólera no cumprimento da missão que se propunha. Mas eis que, subitamente, uma luz fulgurante vinda do Céu envolveu-o e a seus companheiros, derrubando-o do cavalo. Ali, caído por terra e cegado pelo resplendor dos raios divinos, o orgulhoso fariseu não pôde mais resistir ao poder de Cristo e declarou-se vencido: "Senhor, que queres que eu faça?" (At 9, 6).
De perseguidor que era, poucos instantes antes, passava a servo fiel, pronto para obedecer aos mandatos do Divino Perseguido. Quanta glória para o Crucificado! Por um simples toque de Sua graça, transformara em Seu Apóstolo um dos mais ferventes discípulos daqueles que haviam sido seus principais contendores, durante sua vida pública.
Ajudado por seus companheiros, Saulo ergueu-se do chão. Entretanto, mais do que levantar-se do solo, surgiu em sua alma "o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade" (Ef 4, 24). O blasfemador de outrora permaneceria para sempre prostrado num amoroso reconhecimento de sua derrota: "Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o primeiro. Se encontrei misericórdia, foi para que em mim primeiro Jesus Cristo manifestasse toda a sua magnanimidade e eu servisse de exemplo para todos os que, a seguir, nEle crerem, para a vida eterna" (I Tm 1, 15-16).
Com a mesma radicalidade com que outrora se apegara ao judaísmo, Saulo abraçava agora a Igreja de Cristo. A graça respeitara a natureza, conservando as características próprias de sua personalidade que viriam mais tarde a contribuir na formação da escola paulina de vida espiritual. A partir desse momento, o Saulo convertido, o novo Paulo, só se moveria por um único ideal, que tomava todas as fímbrias de sua alma e dava verdadeiro sentido à sua existência: "Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo" (Gl 6, 14).
Doravante essa Cruz - na qual Paulo não apenas considerava os sofrimentos do Salvador, mas via, sobretudo, os esplendores da Ressurreição - seria para ele o rumo de sua vida, a luz dos seus passos, a fortaleza de sua virtude, o seu único motivo de glória. Esse amor, que num instante operara a sua transformação, o impelia agora a falar, a pregar, a percorrer os confins do mundo a fim de conquistar almas para Cristo, arrancando-lhe, do fundo do coração, este gemido: "Ai de mim se eu não evangelizar!" (I Cor 9, 16).
O orgulhoso fariseu não pôde mais resistir ao poder de Cristo e declarou-se vencido: "Senhor, que queres que eu faça?" "A conversão de São Paulo", por Murilo - Museu do Prado, Madri |
Por esse amor estava disposto a enfrentar todas as tribulações, a suportar os piores tormentos, fossem de ordem natural, como também os de ordem moral: "Muitas vezes vi a morte de perto. Cinco vezes recebi dos judeus os quarenta açoites, menos um. Três vezes fui flagelado com varas. Uma vez apedrejado. Três vezes naufraguei, uma noite e um dia passei no abismo. Viagens sem conta, exposto a perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte de meus concidadãos, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos! Trabalhos e fadigas, repetidas vigílias, com fome e sede, freqüentes jejuns, frio e nudez! Além de outras coisas, a minha preocupação cotidiana, a solicitude por todas as igrejas!" (II Cor 11, 23-28).
Ele havia se proposto, antes de tudo, à glorificação de Jesus Cristo e da Sua Igreja, e isto constituía para ele o suco essencial, o norte de sua vida. A este respeito comenta São João Crisóstomo: "Cada dia ele subia mais alto e se tornava mais ardente, cada dia lutava com energia sempre nova contra os perigos que o ameaçavam. [...] Realmente, no meio das insídias dos inimigos, conquistava contínuas vitórias, triunfando de todos os seus assaltos. E em toda parte, flagelado, coberto de injúrias e maldições, como se desfilasse num cortejo triunfal, erguendo numerosos troféus, gloriava-se e dava graças a Deus, dizendo: ‘Graças sejam dadas a Deus que nos fez sempre triunfar' (II Cor 2, 14)."
Assim, pouco a pouco, por meio de suas viagens apostólicas e das numerosas cartas através das quais sustentava na Fé seus filhos espirituais, Paulo ia assentando os fundamentos da Esposa Mística de Cristo. Nem mesmo internamente havia de lhe faltar adversários: por vezes, entre os próprios cristãos, surgiam conceitos errôneos, como o de querer obrigar os pagãos convertidos a praticar os costumes da Lei Mosaica. A esse respeito Paulo levou sua ousadia até o ponto de discutir com o próprio Apóstolo Pedro, "resistindo-lhe francamente, porque era censurável" (Gl 2, 11).
Pedro aceitou com humildade o ponto de vista de Paulo e apressou-se em colocá-lo em prática. Mas os cristãos que haviam espalhado suas idéias pelas igrejas da Galácia não o imitaram, acrescentando ainda que a justificação provinha estritamente do cumprimento da Lei. Nada poderia ser tão nocivo para a Igreja nascente do que tais enganos, e Paulo logo o percebeu. Decidiu deixar por escrito toda a doutrina sobre esse ponto, e o fez com tanta segurança e clareza que deduz-se têla recebido dos lábios do próprio Jesus.
Assim, a epístola dirigida aos Gálatas é um escrito polêmico, sem receios de apresentar a verdade tal como ela é: "Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi apresentada a imagem de Jesus Cristo crucificado? [...] Todos os que se apóiam nas práticas legais estão sob um regime de maldição" (Gl 3, 1.10). E pouco antes, afirmava: "Nós cremos em Jesus Cristo, e tiramos assim a nossa justificação da fé em Cristo, e não pela prática da lei" (Gl 2, 16).
Se Paulo teve de enfrentar oposições dentro de seu próprio povo, viuse também contestado pelos gregos, que apresentavam objeções de teor completamente diferente, mas não menos perigosas. A Grécia, principal centro da cultura naqueles tempos, orgulhava-se da fama de seus pensadores e de ser o berço da filosofia. Ora, a palavra e a pregação trazidas por Paulo, "longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria" (I Cor 2, 4), como ele mesmo afirmava.
Assim, não raras vezes tornavase ele alvo do desprezo ou objeto de vergonha para os convertidos. Ele pouco se importava com as ofensas feitas à sua pessoa, mas receava que seus discípulos fizessem eco a idéias tão vãs ou viessem a sucumbir, por medo das humilhações. Por isso, escrevia ele aos fiéis de Corinto, cidade onde principalmente essas falsas doutrinas haviam encontrado aceitação: "A linguagem da Cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que foram salvos, para nós, é uma força divina" (I Cor 1, 18).
Não era esse, porém, o pior dos obstáculos encontrados por Paulo na Grécia. Afundados na devassidão e na desordem moral, os gregos haviam elaborado, ao longo dos tempos, uma justificativa para os seus maus costumes, negando a ressurreição dos mortos. Alguns mesmo, como Epicuro de Samos (†270 a.C.), chegaram a afirmar que a alma humana é material e mortal.
Algemado, Paulo é levado de Jerusalém a Roma. Durante a viagem, não perdia a oportunidade de anunciar o Evangelho em todos os lugares por onde passava |
No próprio Evangelho percebemos lampejos dessa candente temática quando os saduceus - que, por influência helênica, não acreditavam na ressurreição - se aproximaram de Jesus para pô-lo a prova, mediante uma pergunta capciosa (cf. Lc 20, 27-39). A discussão, como vemos, vinha de longa data e se erguia como principal empecilho para o desenvolvimento do apostolado paulino.
Talvez Paulo, em seus tempos de fervor fariseu, já tivera de enfrentar os mesmos saduceus a esse propósito. gora, porém, como cristão, possuía o argumento da Ressurreição de Cristo e contava com o poderoso auxílio da graça.
As dúvidas expostas pelos gregos, quando não a oposição aberta, servirlhe- iam de estímulo para aprofundarse mais na doutrina da ressurreição e deixá-la explicitada para os séculos futuros. Assim escreveu ele aos coríntios: "Ora, se se prega que Jesus ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns de vós que não há ressurreição? Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. [...] Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima. Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos como primícias dos que morreram!" (I Cor 15, 12-14; 19-20).
Custoso era, para aqueles gregos de vida desregrada, ter de assimilar esses princípios. Aceitando a ressurreição da carne, ver-se-iam forçosamente convidados a uma mudança de costumes e a abraçarem um modo de pensar e de comportar-se condizente com essa esperança. Mas até mesmo suas relutâncias contribuiriam para o bem, como afirma o próprio Paulo: "Oportet et haereses inter vos esse" (I Cor 11, 19) - é necessário que haja partidos, ou heresias, entre vós. Impelido pelas circunstâncias, Paulo se transforma no grande Apóstolo da Ressurreição.
Nem tudo, porém, eram combates para o incansável Paulo. Se face ao erro e à falta de fé ele mostrava todo o seu ardor combativo e sua intransigência, em relação aos bons deixava entrever um fundo de alma extremamente afetuoso e compassivo, ordenado segundo a caridade de Cristo. Nesta admirável conjugação de virtudes, na aparência opostas, Paulo assemelhava-se ao Divino Mestre, sempre disposto a perdoar ou pronto a repreender, a ser Cordeiro e Leão ao mesmo tempo.
Em sua carta aos fiéis de Filipos, que se inquietavam por seus sofrimentos e suas necessidades, assim escreve: "Deus me é testemunha da ternura que vos consagro a todos, pelo entranhado amor de Jesus Cristo!" (Fil 1, 8). E ainda, aos mesmos gálatas, que antes invectivara a respeito de seus desvios, escrevia mais adiante: "Filhinhos meus, por quem de novo sinto dores de parto, até que Cristo seja formado em vós, quem me dera estar agora convosco" (Gl 4, 19).
Difícil é exaltar o Apóstolo das Gentes em espaço tão exíguo. A pluralidade estonteante de seus feitos, o poder de sua voz e o alcance de sua ação apostólica, cujos frutos até hoje alimentam a Igreja, deixam em embaraço qualquer escritor. Por isso recorremos à incomparável eloqüência de Bossuet, que assim descreveu o ímpeto da pregação do Apóstolo:
"Este homem, ignorante na arte do bem-falar, de locução rude e de acento estrangeiro, chegará à esmerada Grécia, mãe de filósofos e oradores, e, apesar da resistência mundana, fundará mais igrejas do que Platão teve discípulos. Pregará a Jesus em Atenas, e o mais sábio dos oradores passará do Areópago para a escola deste bárbaro. Continuará mais adiante em suas conquistas, e abaterá aos pés do Senhor a majestade das águias romanas na pessoa de um prócônsul, e fará tremer em seus tribunais os juízes diante dos quais fora citado. Roma ouvirá sua voz, e um dia aquela velha mestra sentir-se-á mais honrada com uma só carta do estilo bárbaro de São Paulo, dirigida a seus cidadãos, do que por todas as famosas arengas que outro dia escutara de Cícero."
Sim, Roma, haveria de ouvir sua pregação e suas ruas calçadas de grandes pedras seriam pisadas pelos pés do Apóstolo. Esses pés, entretanto, arrastariam pesadas correntes que lhe tolheriam a liberdade dos movimentos. Acusado pelo ódio de seus concidadãos, por causa de sua fidelidade a Cristo, Paulo fora entregue à justiça romana. Se seu corpo suportava as cadeias e os grilhões, sua alma sentia pesar sobre si o suave jugo de Cristo. Prisioneiro do Espírito (cf. At 20, 22), Paulo recebera, à noite, esta revelação: "Coragem! Deste testemunho de Mim em Jerusalém, assim importa também que o dês em Roma" (At 23, 11).
Na prisão, São Paulo pregava aos carcereiros e escrevia aos seus discípulos
(retábulo da Basílica de São Paulo em Toronto, Canadá)
|
Obediente à inspiração recebida, Paulo exclamará no tribunal do governador Festo: "Estou perante o tribunal de César. É lá que devo ser julgado. [...] Apelo para César!" (At 25, 10-11). Querendo desfazer-se de caso tão complicado, que envolvia assuntos da religião judaica, Festo apressou- se em satisfazer o desejo do preso, mandando-o para Roma, algemado e sob a guarda do centurião Júlio.
Durante a viagem, Paulo não perdia a oportunidade de anunciar o Evangelho em todos os lugares por onde passava. Após várias dificuldades ao longo da travessia e enfrentar um naufrágio, fez escala em Siracusa, na Sicília, e dali foi conduzido a Reggio (cf. At 28, 12-13).
Uma vez chegado à capital do Império e instalado em prisão domiciliar, Paulo realizava um anseio que havia tempos acalentava no coração, como ele mesmo o expressara aos cristãos de Roma: "Daí o ardente desejo que eu sinto de vos anunciar o Evangelho também a vós, que habitais em Roma" (Rm 1, 15). Dois anos haveria de durar seu doloroso cativeiro, mas ele, como afirma São João Crisóstomo, "considerava como brinquedo de criança os mil suplícios, os tormentos e a própria morte, desde que pudesse sofrer alguma coisa por Cristo". Aproveitou o tempo para pregar o Reino de Deus (cf. At 28, 31), escrever numerosas cartas às comunidades da Grécia e da Ásia, as chamadas Epístolas do cativeiro.
Mas a Providência pedia de seu Apóstolo ainda mais alguns anos de abnegação e fadigas, a ele que suspirava pela morte, considerando-a um lucro para ganhar a Cristo (cf. Fl 1, 21).
Libertado por um decreto jurídico, Paulo ainda visitaria Creta, Espanha e novamente as conhecidas igrejas da Ásia Menor, pelas quais tanto se dedicara. Afinal voltaria a Roma para onde se sentia atraído, talvez por um secreto pressentimento da proximidade da "coroa da justiça" (II Tm 4, 8) que ali o aguardava.
Sobre o trono dos césares sentavase então o terrível Nero, cuja crueldade, aliada a um orgulho patológico, já fizera sua fama. Era conhecido o ódio que votava aos cristãos, e Paulo não passou despercebido à perspicácia dos espiões do tirano.
Acusado como chefe da seita, foi preso pela polícia imperial e lançado no Cárcere Mamertino, onde, segundo uma antiga tradição, já se encontrava Pedro. Nesse escuro subterrâneo, de estreitas dimensões e teto baixo, o Pontífice da Igreja de Cristo e o Apóstolo das Gentes estiveram acorrentados a uma mesma coluna. Assim, unidos numa mesma Fé e esperança, estavam ambos amarrados pelas cadeias do amor ao Rochedo, que é Cristo (cf. I Cor 10, 4).
Chegou por fim o dia em que Paulo deveria "ser imolado" (II Tm 4, 6). Para ele a morte pouco significava, pois já se achava morto para o pecado e vivo para Deus (cf. Rm 6, 11). Uma entranhada e exclusiva união o ligavam a seu Senhor. Não era ele mesmo que vivia, mas sim Cristo quem nele habitava (cf. Gl 2, 20) e operava.
O sublime imitador de Jesus Cristo sela seu testemunho com o próprio sangue. "Martírio de São Paulo" - Paróquia de Maroggia (Itália) |
Condenado à morte, Paulo, por ser cidadão romano, não podia, como Pedro, sofrer a pena ignominiosa da crucifixão, mas sim a da decapitação, e esta devia dar-se fora dos muros da cidade. Conduzido por um grupo de soldados, o Apóstolo arrastou seus pesados grilhões ao longo da Via Ostiense e, depois, pela Via Laurentina, até alcançar um distante vale, conhecido pelo nome de Aquæ Salviæ.
Ali, entre a vegetação daquela região pantanosa, o sublime imitador de Jesus Cristo selava seu testemunho com o próprio sangue. Sua cabeça, ao cair no solo sob o golpe fatal da espada, saltou três vezes, fazendo brotar em cada um dos pontos uma fonte de água borbulhante. Este fato, se não comprovado pela História, baseia- se numa piedosa tradição confirmada pelo nome de Tre Fontane, que ostenta o mosteiro trapista construído naquele local.
Paulo morrera, mas sua monumental obra apostólica, fundamentada na caridade que consumira sua vida, continuava viva e produziria ao longo dos tempos abundantes frutos para a Igreja. Até o último alento, sua vida não fora senão uma grande luta. Luta de entusiasmo e de entrega, de desprendimento e de heroísmo; luta para levar o Evangelho a todas as gentes, confiando sempre na benevolência de Cristo.
Os piores vagalhões da vida não puderam atingir o seu tabernáculo interior. Sua firmeza, semelhante à imobilidade de um rochedo batido pelas ondas do mar, mantinhase inalterável em meio às maiores angústias e agonias, certo de que nem a vida nem a morte o poderiam separar do amor de Cristo (cf. Rm 8, 38-39).
E uma vez concluído o combate, percorrida toda a sua carreira e chegado ao termo de sua peregrinação terrena (cf. II Tm 4, 7), o Apóstolo apareceu ante o olhar admirado da humanidade, em toda a sua estatura de gigante da Fé, transmitindo para os séculos futuros esta mensagem: "Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade. A caridade jamais acabará!" (I Cor 13, 13.8).
Estando preso em Roma, o incansável Apóstolo não deixou de pregar, e obteve a conversão de incontáveis almas. Posto em liberdade no início do ano 64, dirigiu-se à Espanha e à Ásia. Retornando a Roma, foi preso novamente, desta vez com São Pedro.
Ficaram eles na prisão mais antiga de Roma, o Cárcere Mamertino, local impregnado de bênçãos, que comove a quantos por lá passam. Com efeito, como não se impressionar ao contemplar, logo nos primeiros degraus da estreita escada que leva ao calabouço, a marca do rosto do Príncipe dos Apóstolos, milagrosamente impressa na parede de pedra? E que emoção ao ver no canto da cela a fonte que brotou do solo, possibilitando aos Apóstolos batizarem os próprios carcereiros, convertidos pelo seu exemplo e pregação!
No final de sua heróica vida, pôde o Apóstolo das Gentes cantar este hino de triunfo do varão que sente a consciência limpa na hora do encontro com o Supremo Juiz: "Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição" (11).
Grandiosa foi sua vida, tal será também sua morte. Sendo cidadão romano, São Paulo não podia ser crucificado. Foi, assim, decapitado pela espada, no ano 67. Conta-nos a tradição que sua cabeça, rolando ao solo, saltou três vezes e fez brotar três fontes que podem ser vistas ainda hoje na Igreja de San Paolo alle Tre Fontane, na via d'Ostia, em Roma. (Revista Arautos do Evangelho, Jul/2008, n. 79, p. 26 à 33)
Voltar ao topoPaulo de Tarso, também chamado de Apóstolo Paulo, Saulo de Tarso e São Paulo, foi um dos mais influentes escritores do cristianismo primitivo, cujas obras compõem parte significativa do Novo Testamento. A influência que exerceu no pensamento cristão, chamada de "paulinismo", foi fundamental por causa do seu papel como proeminente apóstolo do Cristianismo durante a propagação inicial do Evangelho pelo Império Romano4 .
Conhecido também como Saulo , se dedicava à perseguição dos primeiros discípulos de Jesus na região de Jerusalém[nota b]. De acordo com o relato na Bíblia, durante uma viagem entre Jerusalém e Damasco, numa missão para que, encontrando fiéis por lá, "os levasse presos a Jerusalém", Saulo teve uma visão de Jesus envolto numa grande luz, ficou cego, mas teve a visão recuperada após três dias por Ananias que também o batizou. Começou então a pregar o Cristianismo[nota c].
Juntamente com Simão Pedro e Tiago, o Justo, ele foi um dos mais proeminentes líderes do nascente cristianismo5 . Era também cidadão romano, o que lhe conferia uma situação legal privilegiada6 .
Treze epístolas no Novo Testamento são atribuídas a Paulo, mas a sua autoria em sete delas é contestada por estudiosos modernos4 . Agostinho desenvolveu a ideia de Paulo que a salvação é baseada na fé e não nas "obras da Lei"4 . A interpretação de Martinho Lutero das obras de Paulo influenciou fortemente sua doutrina de "sola fide"4 .
A conversão de Paulo mudou radicalmente o curso de sua vida. Com suas atividades missionárias e obras, Paulo acabou transformando as crenças religiosas e a filosofia de toda a região da bacia do Mediterrâneo. Sua liderança, influência e legado levaram à formação de comunidades dominadas por grupos gentios que adoravam o Deus de Israel, aderiam ao código moral judaico, mas que abandonaram o ritual e as obrigações alimentares da Lei Mosaica por causa dos ensinamentos de Paulo sobre a vida e obra de Jesus e seu "Novo Testamento", fundamentados na morte de Jesus e na sua ressurreição[nota d].
Índice
[esconder]- 1 Fontes de informação
- 2 Nomes
- 3 Antes da conversão
- 4 Conversão e a sua missão
- 5 Prisão e morte
- 6 Obras
- 7 Influência no cristianismo
- 8 Visões críticas
- 9 Ver também
- 10 Notas
- 11 Referências
- 12 Bibliografia
- 13 Ligações externas
Fontes de informação[editar | editar código-fonte]
A principal fonte para informações históricas sobre a vida de Paulo são as pistas encontradas em suas epístolas e nos Atos dos Apóstolos. Os Atos recontam a carreira de Paulo, mas deixam de fora diversas partes de sua vida, como a sua alegada execução em Roma4 .
Estudiosos como Hans Conzelmann e o teólogo John Knox (não deve ser confundido com John Knox do século XVI), disputam a confiabilidade histórica dos Atos dos Apóstolos7 8 . O relato do próprio Paulo sobre seu passado está principalmente na Epístola aos Gálatas. De acordo com alguns acadêmicos, o relato da visita de Paulo a Jerusalém em Atos 11 contradiz o relato nas epístolas paulinas4 . Outros consideram o relato de Paulo nas epístolas como sendo mais confiável do que os encontrados nos "Atos"2 :p. 316-320.
Nomes[editar | editar código-fonte]
O nome original de Paulo era "Saulo" (em hebraico: שָׁאוּל- Sha'ul; tiberiano: Šāʼûl - "o que se pediu, o que se orou por" e traduzido em grego antigo: Σαούλ - Saul - ou Σαῦλος - Saulos)9 10 , nome que divide com o bíblico Rei Saul, um outro benjaminita e primeiro rei de Israel, que foi sucedido pelo Rei Davi, da tribo de Judá6 11 . Segundo suas próprias palavras, era um fariseu[nota e].
O uso de "Paulo" (em grego: Παῦλος - Paulos; em latim: Paulus ou Paullus - "baixo"; "curto"12 ) aparece nos "Atos" pela primeira vez quando ele começou sua primeira jornada missionária em território desconhecido. Em Atos 13:6-13, Paulo aparece, juntamente com Barnabé e João Marcos, conversando com Sérgio Paulo, um oficial romano em Chipre que será convertido por ele. Paulus era um sobrenome romano e alguns argumentam que Paulo o adotou como seu primeiro nome13 . Outra teoria, apontada pelo Vaticano, afirma que era costume para os judeus romanizados da época adotarem um nome romano e o pai de Paulo provavelmente quis agradar à família dos Pauli14 . Por fim, há ainda os que consideram possível a homenagem a Sérgio Paulo e mais provável que a mudança esteja mais relacionada a um desejo do apóstolo em se distanciar da história do Rei Saul, que perseguiu Davi15 .
Antes da conversão[editar | editar código-fonte]
Em "Atos dos Apóstolos", Paulo afirma ter nascido em Tarso (na província de Mersin, na parte meridional da Turquia central) e faz breves menções à sua família. Um sobrinho é mencionado em Atos 23:16 e sua mãe é citada entre os que moram em Roma em Romanos 16:13. É ali também que o apóstolo confessa que «Saulo assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão.» (Atos 8:3) [nota f].
Mesmo tendo nascido em Tarso, foi criado em Jerusalém, "aos pés de Gamaliel"[nota r], que é considerado um dos maiores professores nos anais do judaísmo" e cujo equilibrado conselho (Atos 5:34-39), pedindo que os judeus contivessem a fúria contra os discípulos, contrasta com a temeridade de seu estudante que, após a morte de Estevão, saiu num rompante perseguindo os "santos" [nota g].
Conversão e a sua missão[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Conversão do apóstolo Paulo
A conversão de Paulo pode ser datada entre os anos de 31 e 3616 17 18 pela referência que ele fez em uma de suas epístolas4 . De acordo com os "Atos dos Apóstolos", sua conversão (metanoia) ocorreu na "estrada para Damasco", onde ele afirmou ter tido uma visão de Jesus ressuscitado que o deixou temporariamente cego [nota h].
Testemunho pós-conversão[editar | editar código-fonte]
Nos versículos iniciais da Epístola aos Romanos, Paulo nos dá uma litania de sua própria alegação apostólica e de suas convicções pós-conversão sobre a ressurreição de Cristo.
Os seus próprios textos nos dão alguma ideia sobre o que ele pensava de sua relação com o Judaísmo. Se por um lado se mostrava crítico, tanto teologicamente quanto empiricamente, das alegações de superioridade moral ou de linhagem dos judeus[nota s], por outro defendia fortemente a noção de um lugar especial reservado aos filhos de Israel[nota t].
Ele ainda afirmou que recebeu as "boas novas" não de qualquer um, mas por uma revelação pessoal de Jesus Cristo[nota i]. Por isso, ele se entendia independente da comunidade de Jerusalém2 :p. 316 - 320 (possivelmente no Cenáculo), embora alegasse sua concordância com ela no que tangia ao conteúdo do Evangelho [nota j]. O que é mais impressionante nessa conversão é a mudança na forma de pensar que ocorreu. Ele teve que mudar seu conceito sobre quem o Messias era e, particularmente, aceitar a ideia, então absurda, de um Messias crucificado. Ou talvez o mais difícil tenha sido a mudança de seus conceitos sobre a superioridade dos judeus. Ainda há debates sobre se Paulo já se considerou como o veículo de evangelização dos gentios no momento de sua conversão ou se isto se deu mais tarde19 .
Primeiros anos de ministério[editar | editar código-fonte]
Após a sua conversão, Paulo foi para Damasco, onde os "Atos" afirmam que foi curado de sua cegueira e batizado por Ananias de Damasco20 . Paulo afirma em 2 Coríntios 11:32 que foi em Damasco que ele escapou por pouco da morte, indo em seguida primeiro para a Arábia e depois de volta para Damasco[nota u]21 . Esta viagem de Paulo para a Arábia não é mencionada em nenhum outro lugar no Novo Testamento e alguns autores acreditam que ele tenha na realidade viajado até o Monte Sinaipara meditar no deserto22 23 . Ele descreve em Gálatas como, três anos após a sua conversão, ele viajou para Jerusalém, onde se encontrou com Tiago, o Justo, e ficou com Simão Pedro por 15 dias[nota v].
A narrativa em Gálatas continua afirmando que, quatorze anos após a sua conversão, ele foi de novo a Jerusalém[nota w]. Não se sabe exatamente o que aconteceu neste período, conhecido como "anos desconhecidos", mas tanto os Atos quanto os Gálatas nos dão algumas pistas24 . Ao final deste período, Barnabé foi ao encontro de Paulo e o trouxe de volta para Antioquia[nota x]. O autor F. F. Bruce sugeriu que os quatorze anos podem ser contados a partir da conversão de Paulo ao invés de sua primeira visita a Jerusalém25 .
Quando uma grande fome ocorreu na Judeia26 , Paulo e Barnabé viajaram para Jerusalém para entregar a ajuda financeira da igreja de Antioquia27 . De acordo com os Atos, Antioquia já tinha se tornado um centro importante para os fiéis após a dispersão dos crentes que se seguiu ao martírio de Estêvão2 e foi lá que os seguidores de Jesus foram, pela primeira vez, chamados de cristãos[nota k].
Primeira viagem missionária[editar | editar código-fonte]
Nos Atos, relatam-se três viagens de Paulo: a primeira, liderada primeiro por Barnabé, levou Paulo de Antioquia até Chipre, passando depois pela Ásia Menor (Anatólia) e de volta a Antioquia. Em Chipre, Paulo enfrenta e cega Elimas, o mago, que estava criticando seus ensinamentos ao procônsulSérgio Paulo. Deste ponto em diante, passa a ser chamado de Paulo e aparece como o líder do grupo28 . Quando chegaram em Perge, João Marcos, que acompanhava o grupo, voltou para Jerusalém e os dois foram para Antioquia na Pisídia, Paulo profere um longo discurso e converte muitos, mas o grupo acaba expulso da cidade (Atos 13). EmIcônio, foram novamente expulsos e seguiram para Listra, onde foram confundidos com os deuses romanos Júpiter e Mercúrio depois que Paulo curou um coxo. Por conta da intriga dos judeus, Paulo foi preso e apedrejado, mas sobreviveu e, com Barnabé, seguiu para Derbe. De lá, retornaram passando novamente pelas mesmas cidades para reforçar as comunidades recém-fundadas e terminaram a viagem em Antioquia (Atos 14).
Segunda viagem missionária[editar | editar código-fonte]
Concílio de Jerusalém[editar | editar código-fonte]
Mais informações: Concílio de Jerusalém e Controvérsia da circuncisão
Paulo partiu para sua segunda viagem de Jerusalém, onde estava sendo realizado o concílio com os outros apóstolos no qual a obrigatoriedade da circuncisão foi retirada. A maior parte dos acadêmicos concorda que houve uma reunião vital entre Paulo e a igreja de Jerusalém em algum momento entre os anos de 48 e 504 , descrita em Atos 15:2 e geralmente entendido como o mesmo evento mencionado por Paulo em Gálatas 2:14 . A principal questão discutida ali foi se os gentios convertidos precisavam ou não ser circuncidados, conforme o relato nos Atos e em Gálatas. Paulo alega em sua epístola que terá sido neste encontro que Pedro, Tiago e João aceitaram a missão de Paulo aos gentios29 .
Com o objetivo de levar a Antioquia o resultado do concílio, os fiéis realizaram uma eleição para escolher dois mensageiros que acompanhariam Paulo e Barnabé nessa missão. Os eleitos então foram Silas eJudas, "chamado Barsabá"[nota y].
Paulo, Barnabé, Judas e Silas partiram então de Jerusalém levando os decretos dos apóstolos aos fiéis em Antioquia e nas províncias romanas da Síria e Cilícia. Chegando a Antioquia, eles cumprem a missão que lhes foi dada, sendo que Judas retorna para Jerusalém e desaparece da história, enquanto Silas permanece na cidade[nota z].
Paulo e Silas[editar | editar código-fonte]
Em Antioquia, Paulo e Barnabé tiveram uma dura discussão sobre se deveriam levar João Marcos com eles. Em Atos 13, é mencionado que o menino já os tinha deixado em uma viagem anterior para retornar para casa. Paulo acreditava que ele ainda não estava pronto para este tipo de evangelização e, por isso, ele e Barnabé decidiram se separar. Barnabé acabou levando João Marcos consigo para Chipre e Silas se juntou a Paulo30 .
Paulo e Silas viajaram para diversas cidades diferentes, como Tarso, Derbe e Listra (todas na Ásia Menor). Nesta última, eles encontraram Timóteo, um discípulo que tinha uma boa reputação, e decidiram levá-lo com eles. Em Filipos (na Grécia), uma multidão incitada por homens insatisfeitos com o exorcismo de uma escrava que dava muitos lucros aos seus patrões com suas adivinhações, se insurgiu contra os missionários, açoitando e prendendo Paulo e Silas. Após um milagroso terremoto, os portões da prisão se abriram e os dois puderam escapar, o que levou por sua vez à conversão do carcereiro[nota a1]. Eles seguem então para Bereia, de onde Paulo segue para Atenas, deixando ali Silas e Timóteo[nota b1]. Na capital grega, Paulo prega no Areópago contra os muitos ídolos que encontra, converte Dionísio, o Areopagitae parte [nota c1].
Por volta de 50 a 52, Paulo passou 18 meses em Corinto4 , onde reencontrou Timóteo e Silas. A referência nos Atos ao procônsul Gálio permite inferir a data (videInscrição de Gálio4 ). Lá ele trabalhou com Silas e Timóteo4 e conheceu Priscila e Áquila, que se tornaram fiéis crentes e ajudaram Paulo em suas viagens missionárias. A dupla seguiu Paulo e seus companheiros até Éfeso e o grupo permaneceu ali para iniciar aquela que seria a mais forte e fiel igreja cristã daquele tempo, um importante centro da cristandade a partir do ano 50. Em 52, Partiu para Cesareia Marítima, passou por Jerusalém e finalmente chegou em Antioquia30 .
Terceira viagem missionária[editar | editar código-fonte]
Paulo iniciou sua terceira viagem missionária passando por toda a região da Galácia e da Frígia para reforçar a fé e ensinar para os fiéis, além de repreender os que estavam em erro. Quando chegou em Éfeso, ficou ali por pouco menos de três meses e realizou uma série de milagres, como curas e exorcismos. Depois de provocar uma revolta na cidade, o apóstolo seguiu para a Macedônia31 , passando novamente por Corinto, onde permaneceu por três meses. Quando ele estava pronto para retornar para a Síria, mudou de ideia por conta de um plano que os judeus tinham feito contra sua vida, voltando então para a Macedônia e dali seguiu para a Trôade, onde ressuscitou o jovemÊutico depois de ele ter caído três andares e ter sido «levantado morto» (Atos 20:9)32 . A viagem de Paulo, que pretendia chegar em Jerusalém para celebrar o Pentecostes (entre maio e junho), continuou passando por Assos, Mitilene, Quios, Samos e Mileto (Atos 20). A dura jornada passou ainda por Cós, Rodes e Pátara, onde Paulo embarca num navio com destino à Tiro, na Fenícia. Depois de sete dias na cidade, o grupo de Paulo segue para Ptolemaida, Cesareia, onde visitaram Filipe, o Evangelista, e finalmente Jerusalém (Atos 21).
Embora Paulo tenha escrito sobre uma visita que fez a Ilíria, ele estava se referindo ao que hoje chamamos de Ilíria Grega33 , parte da província romana da Macedônia, onde hoje está atualmente a Albânia34 .
Viagem a Roma[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Viagem de Paulo para Roma
Paulo e seus companheiros seguiram então para Roma, naquela que foi provavelmente a última das viagens missionárias, em 60. A viagem começou em Jerusalém, onde os irmãos foram recebidos em festa. Lá, Paulo foi espancado e quase morto, preso e enviado para Cesareia Marítima, onde esteve detido durante aproximadamente um ano e meio. Foi transferido para Roma depois de apelar a César, um direito que tinha por ser cidadão romano, ao perceber que não receberia julgamento justo de seu povo. Paulo passou então a pregar na capital imperial35 .
O Incidente em Antioquia[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Incidente em Antioquia e Epístola aos Gálatas
Apesar do acordo encontrado no Concílio de Jerusalém, como tinha entendido Paulo, o apóstolo relata como ele depois confrontou publicamente Pedro, no que ficou conhecido como "Incidente em Antioquia", por causa da relutância dele em realizar suas refeições com os cristãos gentios em Antioquia36 .
Escrevendo depois sobre o incidente, relata ter dito a Pedro e os demais presentes «Se tu, sendo judeu, vives como gentio, e não como judeu, como obrigas os gentios a viver como os judeus?» (Gálatas 2:11-14). Paulo também menciona que até mesmo Barnabé, seu companheiro de viagem até aquele momento, ficou do lado de Pedro36 [nota l].
O resultado final do incidente permanece incerto. A Enciclopédia Católica afirma que "o relato de Paulo sobre o incidente não deixa dúvidas de que Pedro viu justiça na reprimenda". Em contraste, a obra "From Jesus to Christianity", de L. Michael White, alega que "o confronto com Pedro foi uma falha completa, uma bravata política, e Paulo logo deixou Antioquia como persona non grata para nunca mais voltar"37 .
Visitas a Jerusalém nos Atos e nas Epístolas[editar | editar código-fonte]
Esta tabela foi adaptada da obra de White, From Jesus to Christianity29 . Este pareamento entre as viagens de Paulo como narradas nos Atos e nas Epístolas não é consenso entre os acadêmicos.
Atos dos Apóstolos | Epístolas |
| |
|
|
| |
|
|
Prisão e morte[editar | editar código-fonte]
Paulo chegou em Jerusalém em 57 com uma coleta de dinheiro que tinha feito para a comunidade local4 e, segundo Atos, ele foi recebido calorosamente. Porém, o relato continua afirmando que ele foi interrogado por Tiago por ensinar a «...todos os judeus que estão entre os gentios a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não circuncidem seus filhos nem andem segundo os nossos ritos» (Atos 21:22). Paulo então realizou um ritual de purificação para não dar aos judeus nenhum motivo para acusá-lo por não seguir os mandamentos da Lei4 .
Paulo porém continuava a pregar contra a circuncisão, contra as restrições alimentares e contra os requerimentos da Torá e isto provocou o rompimento final com os judeus4 . Paulo causou um alvoroço ao aparecer no Templo e somente escapou da morte por ter sido preso4 . Ele foi então mantido prisioneiro por dois anos emCesareia até que um novo governador reabrisse seu caso em 594 . Quando Paulo foi acusado de traição apelou ao César, alegando seu direito, como cidadão romano, de ser levado a um tribunal apropriado e de se defender das acusações4 .
Atos 28:1 relata que no caminho para Roma, Paulo sofreu um naufrágio em "Melite" (Malta)4 , onde ele se encontrou com Públio[nota o1] e foi recebido pelos habitantes da ilha com "muita humanidade"[nota p1]. Ele chegou a Roma por volta do ano 60 e passou mais dois anos em prisão domiciliar[nota q1]. Contando esta vez, Paulo passou entre cinco e seis anos preso em celas ou prisioneiro em casa.
Ireneu de Lyon acreditava que Pedro e Paulo tinham sido os fundadores da Igreja de Roma, sendo eles a nominarem São Lino como bispo e sucessor:
“ | ...Igreja fundada e organizada em Roma pelos dois mais gloriosos apóstolos, Pedro e Paulo; também [ensinando] a fé pregada aos homens, que chegou aos nossos dias através da sucessão dos bispos....Os abençoados apóstolos, então, tendo fundado e abençoado a Igreja, entregaram nas mãos de Lino o episcopado. | ” |
Paulo, porém, não foi bispo de Roma e nem levou o cristianismo para lá, pois já havia cristãos em Roma quando ele chegou lá[nota r1]. É evidente também que Paulo já tinha escrito uma epístola para a Igreja de Roma antes de ter visitado a cidade[nota o]. Porém, Paulo pode ter tido um importante papel na formação da Igreja na capital romana.
Tradição sobre a morte de Paulo[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Santa Tradição
Nem a Bíblia e nem outra história qualquer conta explicitamente como ou quando Paulo morreu. De acordo com a tradição cristã, Paulo foi decapitado em Roma durante o reino do imperador Nero em meados dos anos 60 na Abadia das Três Fontes (em italiano: Tre Fontane)39 . O tratamento mais "humano" dado a Paulo, em contraste com a crucificação invertida de São Pedro, foi graças à sua cidadania romana40 .
Vários autores cristãos da Antiguidade já propuseram mais detalhes sobre a morte de Paulo. I Clemente, uma carta escrita pelo bispo de Roma, Clemente, por volta do ano 90 d.C. relata o seguinte sobre Paulo41 :
“ | "Por causa de inveja e brigas, Paulo, pelo exemplo, mostrou a recompensa da resistência paciente. Após ele ter sido preso por sete vezes, ter sido exilado, apedrejado e ter pregado no ocidente e no oriente, ele recebeu o reconhecimento que era o prêmio da sua fé, tendo ensinado a retidão para o mundo inteiro e tendo chegado aos confins do ocidente. E quando ele já tinha dado seu testemunho perante os governantes, partiu deste mundo e foi para um lugar sagrado, tendo encontrado um notável padrão de resistência paciente. | ” |
— I Clemente, Clemente de Roma.
|
Comentando sobre esta passagem, Raymond Brown escreve que, ainda que ela não afirme categoricamente que Paulo foi martirizado em Roma, "...algo assim é a mais provável interpretação".42
Eusébio de Cesareia, que escreveu no século IV d.C., afirma que Paulo foi decapitado durante o reino do imperador romano Nero43 . Este evento tem sido datado ou no ano de 64 d.C., quando Roma foi devastada por um incêndio, ou alguns anos depois, em 67 d.C. A festa de São Pedro e São Paulo, da Igreja Católica, é comemorada em 29 de junho, o que pode refletir uma data tradicional para o seu martírio. Outras fontes também apontaram uma tradição de que Pedro e Paulo teriam morrido no mesmo dia (e, possivelmente, no mesmo ano)44 .
O apócrifo Atos de Pedro sugere que Paulo sobreviveu a Roma e viajou para o oeste, para a Hispânia45 . Alguns mantém o ponto de vista que ele poderia ter visitado a Grécia e a Ásia Menor após a sua viagem à Hispânia e que ele pode ter sido finalmente preso em Troas e enviado a Roma para ser executado46 (veja-se a discussão acima sobre as epístolas a Timóteo).
Túmulo e relíquias[editar | editar código-fonte]
A tradição cristã mantém que Paulo foi enterrado com São Pedro ad Catacumbas na Via Ápia e lá permaneceu até seu corpo ser levado para a Basílica de São Paulo Extra-Muros, em Roma. O venerável Beda, em sua Historia ecclesiastica gentis Anglorum, escreveu que o Papa Vitaliano, em 665, deu algumas relíquias de Paulo (incluindo a cruz feita com as correntes que o prenderam) ao rei Oswiu da Nortúmbria, no norte da Inglaterra47 .
Ainda segundo a tradição, o túmulo de Paulo estaria localizado na Basílica de São Paulo Extra-Muros, em Roma48 . Escavações foram realizadas conforme o relato feito em um comunicado da Agência Católica Internacional de Imprensa (APIC - Agence de Presse Internationale Catholique), de 17 de fevereiro de 200549 :
“ | Um sarcófago que pode conter as relíquias do apóstolo Paulo foi identificado na Basílica de São Paulo Extra-Muros, de acordo com Giorgio Filippi, chefe do departamento epigráfico do Museu do Vaticano.
Sob o altar elevado, está uma laje de mármore do século IV, que sempre esteve visível, contém uma inscrição PAULO APOSTOLO MART (Paulo Apóstolo Mártir). A placa tem três furos e provavelmente está relacionada com o culto funerário de São Paulo. De acordo com Giorgio Filippi, esses buracos foram usados para a "criação de relíquias" por meio de simples contato com o túmulo do apóstolo.
Ao longo da Via Ostiense, um santuário foi erguido sobre o túmulo do apóstolo Paulo ainda no século I d.C. Como já fizera com São Pedro, o imperador romano Constantino, começou, no início do século IV, a construir uma basílica para abrigar o túmulo. Então, em 386, meio século após a do imperador e por conta do afluxo de peregrinos, uma basílica ainda maior foi construída por ordem dos imperadores Valentiniano II, Teodósio I e Arcádio. | ” |
Em junho de 2009 o Papa Bento XVI anunciou os resultados das escavações ali realizadas. O sarcófago em si não foi aberto, mas foi examinado por meio de uma sonda e revelou pedaços de incenso e de linho, azul e púrpura, assim como pequenos fragmentos de osso, que foram datados por radiocarbono como sendo do século I ou II d.C. De acordo com o Vaticano, isto é uma evidência a favor da tradição de que ali está efetivamente o túmulo de Paulo.50 .
Obras[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Epístolas paulinas
Quatorze epístolas do Novo Testamento são atribuídas a Paulo, das quais sete têm a autoria quase que universalmente aceita, enquanto que as outras sete são disputadas: Efésios, Colossenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, Tito e Hebreus. Destas, quatro são consideradas como sendo de outro autor que não Paulo por razões textuais e gramaticais, enquanto que as outras três são disputadas por alguns acadêmicos2 . Paulo aparentemente ditou todas as suas epístolas (exceto Gálatas) através de um secretário (ou amanuense), que geralmente parafraseava o tom de sua mensagem, como era a prática entre os escribas do século I d.C.2 :316-32051 .
Estas epístolas circularam entre as comunidades cristãs e eram lidas em público por membros da igreja, juntamente com outras obras52 . Elas foram citadas ainda no século I, por volta de 96 d.C., por Clemente de Roma em sua epístola Clemente aos Coríntios41 .
Atribuição de suas obras[editar | editar código-fonte]
As epístolas paulinas foram na sua maioria escritas para igrejas que Paulo visitou e o apóstolo era um grande viajante. Ele passou por Chipre, por toda a Ásia Menor, pela Grécia, Creta e Roma. Elas estão repletas de exposições sobre o que os cristãos deveriam acreditar e como deveriam viver, ao passo que ele não relata ao destinatário (e aos leitores modernos) muito sobre a vida de Jesus. Suas mais explícitas referências são passagens sobre a Última Ceia[nota s1] e a crucificação e ressurreição[nota t1]. As referências aos ensinamentos de Jesus são também esparsos[nota u1], levantando a questão, ainda em disputa, sobre o quão consistente é seu relato sobre a fé com o que está nos quatro evangelhos canônicos, os Atos e a Epístola de Tiago. O ponto de vista de que o Cristo de Paulo é diferente do Jesus histórico foi proposta pelo teólogo Adolf Harnack53 . De toda maneira, ele nos dá o primeiro relato escrito do que é ser cristão e da espiritualidade cristã.
Das catorze cartas atribuídas a Paulo e incluídas no cânone do Novo Testamento, há pouca ou nenhuma disputa de que Paulo tenha escrito pelo menos sete54 :p. 411:
- Epístola aos Romanos
- Primeira Epístola aos Coríntios
- Segunda Epístola aos Coríntios
- Epístola aos Gálatas
- Epístola aos Filipenses
- Primeira Epístola aos Tessalonicenses
- Epístola a Filêmon
A Epístola aos Hebreus, que foi atribuída a ele ainda na antiguidade, já era questionada na época, e atualmente não é considerada como tendo sido escrita por ele pela maior parte dos especialistas (vejaAntilegomena). A autoria das demais epístolas tem variados graus de disputa a respeito da autoria55 .
A autenticidade da Epístola aos Colossenses tem sido questionada56 por conter uma descrição de Jesus não encontrada em nenhuma outra de Paulo, descrevendo-o como a "imagem do Deus invisível"[nota v1], uma cristologia que só tem paralelo no Evangelho de João[nota w1]. Evidências internas demonstram uma conexão próxima com a Epístola aos Efésios57 , que é muito similar a Colossenses (dos 155 versículos, 78 são idênticos57 ), mas quase sem referências pessoais. O estilo de Colossenses é único entre as epístolas paulinas, não se encontrando a ênfase na cruz que se vê nas demais e nem referência à Segunda vinda de Cristo, além de uma exaltação do casamento que contrasta com a encontrada em 1 Coríntios 7:8-9. Finalmente, segundo R.E. Brown, ela exalta a Igreja de uma forma que só se tornaria comum numa segunda geração de cristãos, "construída sobre a fundação deixada pelos apóstolos e profetas", já passada58 . Os defensores da autoria paulina argumentam que ela foi escrita para ser lida uma quantidade grande de igrejas (daí a similaridade com Efésios) e marca um estágio final do desenvolvimento de Paulo de Tarso. Deve ser lembrado também que a porção moral da epístola, que é composta dos dois últimos capítulos, tem uma afinidade muito maior com os trechos equivalentes em outras epístolas enquanto que o restante casa perfeitamente com os detalhes que conhecemos sobre a vida de Paulo, dando-nos ainda mais pistas sobre ela57 . Ela confirma, por exemplo, que ele estava preso quando a escreveu[nota x1].
As epístolas pastorais, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Epístola a Tito também já tiveram a autoria questionada. As três principais razões são:
- As diferenças em vocabulário, estilo e teologia em relação às demais obras de Paulo. Os defensores da autenticidade afirma que elas foram provavelmente escritas em nome do apóstolo sob sua autoridade por algum de seus discípulos, a quem ele teria explicado claramente o que deveria ser escrito, ou a quem ele havia passado um sumário por escrito dos pontos a serem desenvolvidos, e que, uma vez escritas, Paulo as teria lido, aprovado e assinado46 .
- A dificuldade de alinhá-las com a biografia conhecida de Paulo59 . Estas epístolas, assim como as dirigidas aos Colossenses e aos Efésios, foram escritas no período em que Paulo estava preso, mas ao contrário delas, afirmam que o apóstolo foi solto e viajou depois disso. Os defensores argumentam que Paulo foi preso pela primeira vez não por algum crime contra os romanos, mas para salvá-lo da prisão. Em Filêmom, ele parece ter a esperança de ser libertado logo[nota y1] e haveria bastante tempo para ele ter visitado Creta e escrever as epístolas a Timóteo antes de sua segunda - e final - prisão pelos romanos46 .
- Finalmente, foram levantadas diversas objeções sobre o estado avançado da Igreja que a epístola deixa transparecer. Novamente, os defensores alegam que a epístola usa termos como "bispo", "diácono" e "padres" como sinônimos para indicar os que foram legados pelos apóstolos com a missão evangélica e não no sentido organizacional que termo viria a adquirir nos anos seguintes. Alegam também que se estas epístolas fossem mesmo, como alegam os críticos, uma defesa da sucessão apostólica pelos bispos, elas já deveriam ter sido atacadas como fraudes na antiguidade, argumenta que não encontra nenhum suporte evidencial46 .
O principal argumento contra a autoria de Paulo da Segunda Epístola aos Tessalonicenses é que a sua escatologia parece contradizer a da Primeira Epístola aos Tessalonicenses60 . Enquanto a primeira epístola parece indicar que a parousia é iminente[nota z1], na segunda ele a coloca num futuro desconhecido[nota a2], o que implicaria num "erro" do apóstolo em uma epístola que, segundo os crentes, teve inspiração divina. A defesa principal é que a frase mais polêmica, «Então nós que estivermos vivos, e formos deixados, seremos arrebatados em nuvens...» (1 Tessalonicenses 4:17) teve tradução problemática já na Vulgata (em latim: Nos, qui vivimus, qui residui sumus), mas que o texto original em grego não deixa dúvidas, hemeis oi zontes oi paraleipomenoi, ama syn autois arpagesometha, que seria melhor traduzido como "Nós, se estivermos vivos - se deixados para trás - [na terra], seremos arrebatados..."60 .
Redenção[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Expiação
A teologia da redenção foi um dos principais assuntos abordados por Paulo61 . Paulo ensinou que os cristãos foram redimidos da Lei (veja supersessionismo) e do pecado pela morte de Jesus e sua ressurreição61. Sua morte foi uma expiação e, pelo sangue de Cristo, a paz foi estabelecida entre Deus e o homem61 . Pelo batismo, um cristão toma sua parte na morte de Jesus e na sua vitória sobre a morte, recebendo, gratuitamente, uma renovada condição de filho de Deus61 .
Relação com o judaísmo[editar | editar código-fonte]
A teologia de Paulo sobre o evangelho acelerou a separação da seita messiânica dos cristãos do judaísmo, algo que Paulo não desejava4 . Ele escreveu que somente a fé em Cristo (como Messias) era suficiente e decisiva para a salvação, tanto de judeus quanto de gentios, tornando o cisma entre os cristãos e os judeus não só inevitável, mas permanente4 . Ele argumentou que os gentios convertidos não precisavam se tornar judeus ou ser circuncidados, nem tampouco seguir as leis alimentares4 . Porém, em Romanos, ele insiste numa visão positiva do valor da Lei Mosaica como um guia moral[nota b2].
Escatologia[editar | editar código-fonte]
Veja também: Escatologia cristã e Segunda vinda de Cristo
De acordo com Ehrman, Paulo acreditava que Jesus iria retornar ainda durante a sua vida11 . Ele afirma que Paulo acreditava que os cristãos que tinham morrido nesse meio tempo seriam ressucitados para poder participar do Reino de Deus. Acreditava também, segundo ele, que os salvos seriam transformados e assumiriam formas sobrenaturais11 .
O ensinamento de Paulo sobre o fim do mundo aparece muito claramente nas suas epístolas à igreja de Tessalônica. Muito perseguidos, é possível que eles tenham escrito para o apóstolo primeiro perguntando sobre os que já tinham morrido e sobre o que deveriam esperar no final. Paulo então os assegura que os mortos se levantarão primeiro e serão seguidos pelos que ainda estão vivos[nota c2]. Veja a discussão mais acima sobre as epístolas aos tessalonicenses, o que pode sugerir uma iminência do fim, mas ele não foi específico sobre a cronologia e encoraja seus ouvintes a terem paciência na epístola seguinte62 . O final dos tempos será uma batalha entre Jesus e o "Homem da iniquidade" [nota p], cuja conclusão será o triunfo final de Cristo.
Papel das mulheres[editar | editar código-fonte]
Para uma discussão sobre uma mulher entre os apóstolos: Júnia
Um verso na Primeira Epístola a Timóteo[nota d2], tradicionalmente atribuída a Paulo (vide acima), é frequentemente utilizada como maior fonte de autoridade na bíblia para que às mulheres seja vedado o sacramento da ordem, além de outras posições de liderança e ministério no cristianismo. A Epístola a Timóteo é também muitas vezes utilizada por muitas igrejas para negar-lhes o voto em assuntos eclesiásticos e posições de ensino para público adulto e também a permissão para o trabalho missionário63 .
“ | 11A mulher aprenda em silêncio com toda a sujeição; 12pois não permito à mulher que ensine, nem que tenha domínio sobre o homem; mas que esteja em silêncio.
13Pois Adão foi formado primeiro, depois Eva.
14Adão não foi seduzido, mas a mulher é que, deixando-se iludir, caiu na transgressão; | ” |
Esta passagem parece estar dizendo que as mulheres não devem ter na igreja nenhum papel de liderança frente aos homens64 . Se ela também proíbe as mulheres de ensinar outras mulheres ou crianças é duvidoso, pois até mesmo as igrejas católicas - que proíbem o sacerdócio feminino - permitem que abadessas ensinem e assumam posições de liderança sobre outras mulheres. Qualquer interpretação desta parte das escrituras tem que se confrontar com as dificuldades teológicas, contextuais, sintáticas e léxicas destas poucas palavras65 .
O teólogo J. R. Daniel Kirk encontrou um importante papel para as mulheres na igreja antiga, como por exemplo quando Paulo elogia Febe por seu trabalho como diaconisa[nota e2] e também Júnia[nota f2], considerada por alguns como sendo a única mulher citada no Novo Testamento entre os apóstolos66 67 . Kirk aponta para estudos recentes que levaram alguns a concluir que a passagem que obriga as mulheres a "ficarem caladas nas igrejas" em 1 Coríntios 14:34 foi uma adição posterior, aparentemente por um autor diferente e não era parte da carta original de Paulo à igreja de Corinto. Outros, como Giancarlo Biguzzi, alegam que a restrição de Paulo sobre as mulheres em Coríntios é genuína, mas aplica-se ao caso particular de proibi-las de fazerem perguntas ou de conversar, e não uma proibição generalizada contra as mulheres falarem, pois em 1 Coríntios 11:5 Paulo afirma o direito das mulheres de profetizar68 .
O terceiro exemplo de Kirk de uma visão mais inclusiva está em «Não pode haver judeu nem grego, não pode haver escravo nem livre, não pode haver homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus» (Gálatas 3:28). Ao anunciar um fim dentro da igreja das divisões que eram tão comuns no mundo todo, ele conclui destacando que"...havia mulheres do Novo Testamento que ensinaram e tinham autoridade na igreja antiga e que estes ensinamentos e esta autoridade eram sancionadas por Paulo e que o apóstolo mesmo oferece um paradigma teológico dentro do qual a superação da subjugação da mulher é um resultado esperado"69 .
Influência no cristianismo[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Paulinismo
A influência de Paulo no pensamento cristão é possivelmente o mais importante dentre todos os outros autores do Novo Testamento4 . Paulo declarou que sua fé em Cristo tornou a Torá desnecessária para a salvação, exaltou a igreja cristã como sendo o corpo de Cristo e mostrou o mundo fora da igreja como estando sob julgamento4 .
Tradição oriental[editar | editar código-fonte]
No oriente, os padres da Igreja reduziram a eleição divina presente Romanos 9:11 à onisciência de Deus4 e o tema da predestinação presente na teologia ocidental não aparece no oriente4 .
Tradição ocidental[editar | editar código-fonte]
As obras fundamentais de Agostinho sobre a "boa nova" como um presente (graça), sobre a moralidade como a vida no Espírito, sobre a predestinação e sobre o pecado original se baseiam todas em Paulo, especialmente na Epístola aos Romanos4 .
Durante a Reforma protestante, Martinho Lutero expressou a doutrina de Paulo sobre a fé como elemento mais importante como justificação para a sua doutrina da sola fide (apenas a fé)4 .
Visões críticas[editar | editar código-fonte]
Elaine Pagels, professora de religião na Universidade de Princeton e uma autoridade reconhecida sobre o gnosticismo, argumenta que Paulo era um gnóstico e que as epístolas pastorais, antignósticas, são falsificações "pseudo-paulinas", escritas para refutar esta crença ainda na antiguidade70 .
O acadêmico britânico e judeu Hyam Maccoby argumenta que o Paulo como descrito nos Atos dos Apóstolos e o Paulo que aparece em suas próprias obras são pessoas muito diferentes. Algumas dificuldades foram apontadas no relato de sua vida, por exemplo. O Paulo dos Atos está muito mais interessado na história factual e menos na teologia e ideias como a justificação pela fé não estão ali, assim como não estão as referências ao Espírito, de acordo com Maccoby. Ele também afirma que não existem referências aJoão Batista nas epístolas paulinas, enquanto Paulo o menciona diversas vezes nos Atos71 . Maccoby teoriza ainda que Paulo sintetizou o judaísmo, o gnosticismo e o misticismo para um cristianismo como uma religião com um salvador cósmico. De acordo com ele, o farisaísmo de Paulo foi sua própria invenção e que ele, na verdade, teria se associado com os saduceus. Maccoby atribui ainda as origens do antissemitismo cristão a Paulo e alega que a visão das mulheres que o apóstolo defendia, embora inconsistente, refletia seu gnosticismo (em seus aspectos misóginos)71 .
Outros autores lembram que linguagem nos discursos de Paulo é muito parecida com a de Lucas no estilo. Além disso, George Shillington escreve que o autor dos Atos provavelmente criou os discursos de acordo com este estilo e eles contêm sua marca teológica e literária72 . Contrariamente, o historiador e apologista cristão Christopher Price argumenta que o estilo de Lucas nos Atos representa o estilo dos historiadores da época que reconhecidamente relatavam discursos em suas obras73 .
F. C. Baur (1792–1860), professor de teologia em Tubinga, na Alemanha, o primeiro acadêmico a criticar os Atos e as epístolas paulinas, e fundador da Escola de Tubinga de teologia, argumentou que Paulo, como o "Apóstolo dos gentios", estava em violenta oposição com os doze apóstolos originais. Baur considera os Atos como uma obra tardia e pouco confiável74 . O debate que ele iniciou continua até hoje, com Adolf Deissmann75 (1866 - 1937) e Richard Reitzenstein76 (1861–1931) enfatizando a herança grega de Paulo e Albert Schweitzer destacando a sua dependência do Judaísmo77 .
O professor Robert Eisenman da Universidade da Califórnia em Long Beach, argumenta que Paulo era membro da família de Herodes, o Grande78 . Eisenman faz uma conexão entre Paulo e um indivíduo identificado por Flávio Josefo como "Saulus", um "parente de Agripa"79 . Outro elemento bastante citado como suporte a esta tese está em «Saudai a Herodião, meu compatriota.» (Romanos 16:11) (em latim:Salutate Herodionem cognatum meum.).
Entre os críticos do apóstolo Paulo também está Thomas Jefferson, um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos, que escreveu que Paulo foi o "primeiro que corrompeu as doutrinas de Jesus"80 .
F.F. Powell argumenta que Paulo, em suas epístolas, fez uso de muitas ideias do filósofo grego Platão, chegando até mesmo a usar as mesmas metáforas e a mesma linguagem81 . Por exemplo, em Fedro, Platão colocou Sócrates dizendo que os ideais celestes são percebidos como "se através de um vidro, vagamente"82 . Estas palavras são ecoadas por Paulo em «Pois agora vemos como por um espelho em enigma» (1 Coríntios 13:12).
Ver também[editar | editar código-fonte]
Notas[editar | editar código-fonte]
- [nota a] ^ Atos 22:3.
- [nota b] ^ Atos 8:1; Atos 9:13; Atos 9:21; Atos 26:10.
- [nota c] ^ Atos 9:1 e seguintes.
- [nota d] ^ «Por isso ele é mediador de uma nova aliança, para que, tendo intervindo a morte para a redenção das transgressões que havia debaixo da primeira aliança, os que têm sido chamados, recebam a promessa da eterna herança.» (Hebreus 9:15).
- [nota e] ^ «circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus. Quanto à Lei, fui fariseu;» (Filipenses 3:5).
- [nota f] ^ Veja também «quanto ao zelo, persegui a igreja, tendo-me tornado irrepreensível quanto à justiça que há na Lei.» (Filipenses 3:6) e «Ouvistes falar do meu modo de viver no judaísmo em outro tempo, de como perseguia excessivamente a igreja de Deus e a assolava,» (Gálatas 1:13).
- [nota g] ^ Principalmente «Tendo recebido autoridade dos principais sacerdotes, eu não somente encarcerei muitos santos, como também dei o meu voto contra estes quando os matavam;» (Atos 26:10), mas também Atos 9:13.
- [nota h] ^ Atos 9:1-31, Atos 22:1-22 e Atos 26:9-24.
- [nota i] ^ «pois eu nem o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas sim mediante a revelação de Jesus Cristo.»(Gálatas 1:12).
- [nota j] ^ «Somente ouviram dizer: Aquele que dantes nos perseguia, agora prega a fé que outrora combatia;»(Gálatas 1:23).
- [nota k] ^ «...e em Antioquia os discípulos pela primeira vez foram chamados cristãos» (Atos 11:26).
- [nota l] ^ «Pois antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios; mas quando eles vieram, subtraía-se e separava-se temendo os que eram da circuncisão. Os outros judeus também dissimularam juntamente com ele, de modo que até Barnabé foi levado com eles na sua dissimulação.» (Gálatas 2:12-13)
- [nota m] ^ Paulo não diz claramente que esta foi a sua segunda visita. Em Gálatas, ele lista três importantes encontros com Pedro e este foi o segundo de sua lista. O terceiro encontro se deu em Antioquia. Por outro lado, ele também não nega claramente ter visitado Jerusalém entre a sua "primeira" e "segunda" visitas.
- [nota n] ^ Note que Paulo apenas escreve que ele estava a caminho de Jerusalém, ou apenas planejando a visita. Ele pode ou não ter feito visitas adicionais após esta visita, se é que ele de fato esteve lá desta vez.
- [nota o] ^ Principalmente nos versículos «todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados para serem santos» (Romanos 1:7) e «assim, quanto é em mim, estou pronto para anunciar o Evangelho também a vós que estais em Roma.» (Romanos 1:7), entre outras citações na Epístola aos Romanos.
- [nota p] ^ «Ninguém de modo algum vos engane; porque o dia não chegará sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição, aquele que se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou é objeto de adoração, de sorte que se assenta no santuário de Deus, ostentando-se como Deus»(2 Tessalonicenses 2:3-4)
- [nota q] ^ Como Jesus é chamado por Paulo em «mas dos apóstolos não vi a nenhum, senão a Tiago, irmão do Senhor.» (Gálatas 1:19). Para uma discussão mais ampla sobre o assunto, veja Tiago, o Justo e Irmãos de Jesus83 .
- [nota r] ^ Atos 22:3
- [nota s] ^ Como em Romanos 2:16-26
- [nota t] ^ Romanos 9-11
- [nota u] ^ Gálatas 1:17
- [nota v] ^ Gálatas 1:13-24
- [nota w] ^ Gálatas 2:1-10
- [nota x] ^ Atos 11:26
- [nota y] ^ Atos 15:22
- [nota z] ^ Atos 15:30-35
- [nota a1] ^ Atos 16:16-34
- [nota b1] ^ Atos 17:14
- [nota c1] ^ Atos 17:34
- [nota d1] ^ Atos 9:23-27
- [nota e1] ^ Atos 1:18-20
- [nota f1] ^ Atos 11:29-30 e Atos 12:25
- [nota g1] ^ Atos 15:1-19
- [nota h1] ^ Atos 15:36-40
- [nota i1] ^ Gálatas 2:1-10
- [nota j1] ^ Gálatas 2:11-14
- [nota k1] ^ Atos 18:21-22
- [nota l1] ^ Atos 21:17 e seguintes
- [nota m1] ^ Atos 24:17
- [nota n1] ^ Romanos 15:25, 2 Coríntios 8:-9 e 1 Coríntios 16:1-3
- [nota o1] ^ Atos 28:7
- [nota p1] ^ Atos 28:2
- [nota q1] ^ Atos 28:16
- [nota r1] ^ Atos 28:14-15
- [nota s1] ^ 1 Coríntios 11:17-34
- [nota t1] ^ 1 Coríntios 15:1
- [nota u1] ^ 1 Coríntios 7:10-11 e 1 Coríntios 9:14
- [nota v1] ^ Colossenses 1:15
- [nota w1] ^ João 1:1-14
- [nota x1] ^ Colossenses 4:3; Colossenses 4:10
- [nota y1] ^ Filemon 1:22
- [nota z1] ^ 1 Tessalonicenses 4:14 até 1 Tessalonicenses 5:13
- [nota a2] ^ 2 Tessalonicenses 2:2-12
- [nota b2] ^ Romanos 2:12 e seguintes
- [nota c2] ^ 1 Tessalonicenses 4:16 e seguintes
- [nota d2] ^ 1 Timóteo 2:11-14
- [nota e2] ^ Romanos 16:1
- [nota f2] ^ mais adiante, em Romanos 16:7
Referências
- ↑ Peter and Paul. In the Footsteps of Paul . Tarsus . 1 (em inglês) PBS. Visitado em 17/04/2011.
- ↑ a b c d e f Harris, Stephen L. Understanding the Bible (em inglês). Palo Alto: Mayfield, 1985. ISBN 978-1-55934-655-9
- ↑ a b c São Paulo (em inglês) Catholic Forum. Visitado em 21/04/2011.
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac Cross, F. L., ed.. The Oxford Dictionary of the Christian Church: artigo: Paul, St (em inglês). New York: Oxford University Press, 2005.
- ↑ "The Canon Debate," McDonald & Sanders editors, 2002, capítulo 32, página 577, por James D. G. Dunn:"Tiago, irmão de Jesus, e Paulo, as duas mais importantes lideranças [além de Pedro] no Cristianismo do século I"
- ↑ a b Paul (em inglês) Encyclopædia Britannica (11.ª edição). Visitado em 17/04/2011.
- ↑ Walton, Steve. Leadership and Lifestyle: The Portrait of Paul in the Miletus Speech and 1 Thessalonians(em inglês). [S.l.]: Cambridge University Press, 2000. p. 3. ISBN 0521780063
- ↑ Hare, Douglas R. A.. In: John Knox. Chapters in a Life of Paul, revised edition: Introduction (em inglês). [S.l.]: Mercer University Press, 1987. Capítulo: xxii. , p. 135.
- ↑ Bauer lexicon; do The New Testament of Our Lord and Saviour Jesus Christ: According to the Textus Receptus (em inglês). Cambridge: University Press, 1876.
- ↑ Saul (em inglês) Behind the Names. Visitado em 17/04/2011.
- ↑ a b c Ehrman, Bart. Peter, Paul, and Mary Magdalene: The Followers of Jesus in History and Legend (em inglês). USA: Oxford University Press, 2006. ISBN 0-19-530013-0
- ↑ Paulus (em inglês) Surname Database. Visitado em 22/04/2011.
- ↑ Veja, por exemplo, Lewis Loflin. The Apostle Paul Founder of Christianity (em inglês). Visitado em 22/04/2011.
- ↑ Saint Paul (em inglês) Vatican.va. Visitado em 22/04/2011.
- ↑ Scott M. McDonough. (verão de 2006). "Small change: Saul to Paul, again" (em inglês). Journal of Biblical Literature 125 (2): 390–391. citado em Peter Nathan (07/06/2007). Why Paul Changed His Name (em inglês)Vision.org. Visitado em 22/04/2011.: "...Acts 13 holds the key. This chapter contains the only reference in the New Testament to Israel’s first king, Saul, the son of Kish. There is more than one commonality between Paul/Saul and the ancient king. King Saul persecuted David, whom God had anointed to replace him. In a similar way, Saul persecuted the one he later understood to be the true Son of David. By changing his name from Saul to Paul, he distanced himself from the actions and mindset of his namesake"
- ↑ Bromiley, Geoffrey William. International Standard Bible Encyclopedia: A-D (International Standard Bible Encyclopedia (Wbeerdmans)). [S.l.]: Wm. B. Eerdmans Publishing Company, 1979. p. 689. ISBN 0-8028-3781-6
- ↑ Barnett, Paul. Jesus, the Rise of Early Christianity: A History of New Testament Times. [S.l.]: InterVarsity Press, 2002. p. 21. ISBN 0-8308-2699-8
- ↑ Niswonger, Richard L. New Testament History. [S.l.]: Zondervan Publishing Company, 1993. p. 200. ISBN 0-310-31201-9
- ↑ Horrell, David G. An Introduction to the Study of Paul (em inglês). New York: T&T Clark, 2006. p. 30. ISBN 0-567-04083-6
- ↑ Martin Hengel e Anna Maria Schwemer. In: Trad. John Bowden. Paul Between Damascus and Antioch: The Unknown Years (em inglês). Westminster: John Knox Press, 1997. ISBN 0-664-25736-4
- ↑ Kirsopp Lake. The earlier Epistles of St. Paul, their motive and origin (em inglês). Londres: [s.n.], 1911. p. 320-323.
- ↑ Wright, N.T.. (PDF) Paul, Arabia and Elijah (em inglês). [S.l.: s.n.].
- ↑ Martin Hengel. (2002). "Paul in Arabia" (em inglês). Bulletin for Biblical Research 12 (1): 47-66.
- ↑ Barnett, Paul. The Birth Of Christianity: The First Twenty Years (em inglês). [S.l.]: Eerdmans Publishing Co., 2005. p. 200. ISBN 0-8028-2781-0
- ↑ Bruce, F. F.. Paul: Apostle of the Free Spirit (em inglês). [S.l.]: Paternoster, 1980. p. 151.
- ↑ Ogg, George. Peake's Commentary on the Bible: Chronology of the New Testament (em inglês). [S.l.]: Nelson, 1963.
- ↑ Barnett, Paul. The Birth Of Christianity: The First Twenty Years (em inglês). [S.l.]: Eerdmans Publishing Co., 2005. p. 83. ISBN 0-8028-2781-0
- ↑ Map of first missionary journey (em inglês) Biblestudy.org. Visitado em 17/04/2011.
- ↑ a b White, L. Michael. From Jesus to Christianity (em inglês). [S.l.]: HarperCollins, 2004. 148–149 p. ISBN 0060526556
- ↑ a b Map of second missionary journey (em inglês) Biblestudy.org. Visitado em 17/04/2011.
- ↑ Murphy-O'Connor, Jerome. Paul: His Story (em inglês). [S.l.: s.n.], 2005. p. 247. ISBN 9780199283842Página visitada em 18/04/2011.
- ↑ Map of third missionary journey (em inglês) Biblestudy.org. Visitado em 17/04/2011.
- ↑ A critical and exegetical commentary on the Epistle to the Galatians (em inglês). [S.l.: s.n.], 1977. ISBN 9780567050298 Página visitada em 18/04/2011.
- ↑ "Durazzo (Albania)" na edição de 1913 da Catholic Encyclopedia (em inglês)., uma publicação agora emdomínio público.
- ↑ Paul to Rome (em inglês) Biblestudy.org. Visitado em 17/04/2011.
- ↑ a b "Judaizers" na edição de 1913 da Catholic Encyclopedia (em inglês)., uma publicação agora emdomínio público.
- ↑ White, L. Michael. From Jesus to Christianity (em inglês). [S.l.]: HarperSanFrancisco, 2004. p. 170. ISBN 0060526556
- ↑ Ireneu. Adversus Haereses: A refutation of the heretics, from the fact that, in the various Churches, a perpetual succession of bishops was kept up. (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 3. , vol. III.
- ↑ "Abbey of Saints Vincent and Anastasius" na edição de 1913 da Catholic Encyclopedia (em inglês)., uma publicação agora em domínio público.
- ↑ HOW and WHERE did the Apostle Paul die? (em inglês) Bible Study. Visitado em 18/04/2011.
- ↑ a b I Clemente 47:1 (em inglês) Earlychristianwritings.com (02/02/2006). Visitado em 19/11/2010.
- ↑ Brown, Raymond Edward; John Paul Meier. Antioch and Rome: New Testament Cradles of Catholic Christianity. Mahwah, NJ: Paulist Press, 1983. p. 124. ISBB 0809125323
- ↑ Eusébio cita Dionísio de Corinto em Eusébio de Cesareia. História Eclesiástica: The Persecution under Nero in which Paul and Peter were honored at Rome with Martyrdom in Behalf of Religion. (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 25. , vol. II.
- ↑ Lactâncio, João Crisóstomo e Sulpício Severo concordam com a alegação de Eusébio de que Pedro e Paulo morreram sob Nero. Lactâncio. "Sobre a forma como os perseguidores morreram" (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: II. ,; João Crisóstomo. Sobre a inferioridade da mente (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 4. ,;Sulpício Severo, Chronica II 28–29
- ↑ James, M.R.. The Apocryphal New Testament: Translation and Notes (em inglês). Oxford: Clarendon Press, 1924., Atos de Pedro (texto completo) em EarlyChristianWritings.com
- ↑ a b c d "Epistles to Timothy and Titus" na edição de 1913 da Catholic Encyclopedia (em inglês)., uma publicação agora em domínio público.
- ↑ Beda. História eclesiástica do povo inglês: How the priest Wighard was sent from Britain to Rome, to be ordained archbishop; of his death there, and of the letters of the Apostolic Pope giving an account thereof. [667 A.D.] (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: 29. , vol. 3.
- ↑ (2007) "" (em francês). Le Monde de la Bible (178).
- ↑ a b Rome : Des archéologues du Vatican ont identifié le tombeau de saint Paul sous la basilique (em francês) Apic (17/02/2005). Visitado em 21/04/2011.
- ↑ St Paul's tomb unearthed in Rome (em inglês) BBC News (08/12/2006). Visitado em 18/04/2011.
- ↑ Joseph Barber Lightfoot, em seu "Commentary on the Epistle to the Galatians" escreveu: "Neste ponto [Gálatas 6:11 ] o apóstolo toma a caneta de seu amanuensis e o parágrafo final foi escrito pela sua mão. A partir do tempo que suas cartas passaram a ser falsificadas em seu nome (2 Tessalonicenses 2:2 e 2 Tessalonicenses 3:17) parece que se tornou seu costume finalizar com algumas palavras escritas com sua própria letra como precaução contra elas. No caso em questão, ele escreveu um parágrafo inteiro, resumindo as principais lições da epístola em sentenças concisas, ansiosas e desconexas. Ele escreveu também em letras grandes, negritas (em grego: pelikois grammasin, de forma que sua letra pode refletir a sua energia e a determinação de sua alma.
- ↑ "Scripture" na edição de 1913 da Catholic Encyclopedia (em inglês)., uma publicação agora em domínio público. (seção Epistle)
- ↑ Williamson, Clark M.. A guest in the house of Israel: post-Holocaust church theology (em inglês). [S.l.]: Westminster John Knox Press, 1993. 344 páginas p. p. 184. Página visitada em 24/05/2011.
- ↑ Ehrman, Bart D.. The New Testament: A Historical Introduction to the Early Christian Writings (em inglês). New York: Oxford, 2004. ISBN 0-19-515462-2
- ↑ Embora Hebreus quase certamente não tenha sido escrita por Paulo, ela tem sido parte das epístolas paulinas "desde o início", cf. Wallace, Daniel B.. Hebrews: Introduction, Argument, and Outline. (em inglês). [S.l.: s.n.].
- ↑ MacDonald, Margaret Y. Sacra Pagina: Colossians and Ephesians (em inglês). [S.l.]: Liturgical Press, 2000.ISBN 978-0-8146-5819-2
- ↑ a b c "Epistle to the Colossians" na edição de 1913 da Catholic Encyclopedia (em inglês)., uma publicação agora em domínio público.
- ↑ Brown, R. E. The Churches the Apostles left behind (em inglês). [S.l.: s.n.]. p. 48.
- ↑ Barrett, C. K. The Pastoral Epistles (em inglês). [S.l.: s.n.]. 4 e seguintes p.
- ↑ a b "Epistles to the Thessalonians" na edição de 1913 da Catholic Encyclopedia (em inglês)., uma publicação agora em domínio público.
- ↑ a b c d Cross, F. L., ed.. The Oxford Dictionary of the Christian Church: artigo: Atonement (em inglês). New York: Oxford University Press, 2005.
- ↑ Rowlands, Christopher. Christian Origins. [S.l.]: SPCK, 1985. p. 113.
- ↑ I Suffer Not a Woman (em inglês). [S.l.]: Baker Book House, 1992. ISBN 0-8010-5250-5
- ↑ Wright, N.T. (16/12/2009). The Biblical Basis for Women’s Service in the Church (em inglês) Christians for Bible Equality. Visitado em 21/04/2011.
- ↑ Moore, Terri D (30/08/2009). Chapter Six: Conclusions on 1 Timothy 2:15. (em inglês) bible.org. Visitado em 21/04/2011.
- ↑ Burer, Michael e Daniel B. Wallace. (2001). "Was Junia Really an Apostle? A Re-Examination of Rom 16.7"(em inglês). New Testament Studies (47): 76-91.
- ↑ Nicole, Roger. (primavera de 2006). "The Inerrancy of Scripture" (em inglês). Priscilla Papers 20 (2).
- ↑ Giguzzi, Giancarlo. (2004). "Paolo, un apostolo contro le donne?" (em inglês). Credere Oggi: in dialogo con San Paolo e le sue lettere (124): 95-107. Edizioni Messaggero Padova. Visitado em 21/04/2011.
- ↑ Kirk, J.R. Daniel. Was Paul a Misogynist? (em inglês) Emergent Village. Visitado em 21/04/2011.
- ↑ Pagels, Elaine. The Gnostic Gospels (em inglês). [S.l.]: Vintage Publishers, 1989. p. 62.
- ↑ a b Maccoby, Hyam. The Mythmaker: Paul and the Invention of Christianity (em inglês). [S.l.: s.n.], 1986. Capítulo: 1. ,
- ↑ Shillington, V. George. An introduction to the study of Luke-Acts (em inglês). [S.l.]: Continuum International Publishing Group. p. 18 id = ISBN 0567030539.
- ↑ Price, Christopher. (2003). "The Speeches in Acts" (em inglês). Christian Colligation of Apologetics Debate Research & Evangelism. Visitado em 21/04/2011.
- ↑ Baur, F. C.. The Church History of the First Three Centuries: Conflicts (em inglês). [S.l.: s.n.]. Página visitada em 24/05/2011.
- ↑ Deissmann, Adolf. Paul: A Study in Social and Religious History (em inglês). New York, NY: Harper & Bros, 1957.
- ↑ Ridderbos, Herman N.. Paul: an outline of his theology (em inglês). [S.l.]: Wm. B. Eerdmans Publishing, 1997. Página visitada em 24/05/2011.
- ↑ Paul in Recent Research (em inglês) Bible Interpretation. Visitado em 24/05/2011.
- ↑ (primavera de 1996) "Journal of Higher Criticism" (em inglês) 3 (1): 110-122. Visitado em 21/04/2011.
- ↑ Flávio Josefo. Antiguidades Judaicas: CONCERNING ALBINUS UNDER WHOSE PROCURATORSHIP JAMES WAS SLAIN; AS ALSO WHAT EDIFICES WERE BUILT BY AGRIPPA (em inglês). [S.l.: s.n.]. Capítulo: XX.9:4. ,
- ↑ In: H. A. Washington. The Writings of Thomas Jefferson: Being his Autobiography, Correspondence, Reports, Messages, Addresses, and Other Writings, Official and Private: From the Original Manuscripts, Deposited in the Department of State, With Explanatory Nites, Tables of Contents, and a Copious Index to Each Volume, as well as a General Index to the Whole (em inglês). Washington, D.C.: Order of the Joint Committee of Congress on the Library, 1854. vol. VII.
- ↑ Powell, F. F.. Saint Paul's Homage to Plato (em inglês) Worldandi.com. Visitado em 21/04/2011.
- ↑ Platão. Benjamin Jowett: Phaedrus (em inglês). Visitado em 21/04/2011.
- ↑ Em Comentários sobre Gálatas 1:19 (em inglês) Biblos.com. Visitado em 01/05/2011., por exemplo, é possível encontrar a versão deste texto em grego e em latim, assim como o comentário feito em traduções bíblicas para diversas línguas e denominações cristãs diferentes.
Bibliografia[editar | editar código-fonte]
- Étienne Trocmé. L'enfance du christianisme (em francês). [S.l.]: Hachette, 1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário