Escassez é o substantivo feminino que indica aqualidade de algo que é escasso. É sinônimo de falta,carência ou insuficiência.
O adjetivo escasso tem a sua origem no latimexcarpsus, palavra usada para indicar algo em pouca quantidade.
A escassez de recursos naturais remete para uma situação ou condição em que há pouca disponibilidade de um determinado recurso. Normalmente, o conceito de escassez está relacionado com recursos naturais não renováveis, como minérios, por exemplo.
Algumas vezes, a palavra escassez é usada para indicar uma situação de pobreza. Ex: Ela estava passando grandes dificuldades, por causa da escassez.
Escassez na economia
No âmbito da economia, a escassez remete para um bem que é limitado. Assim, frequentemente um consumidor não pode usufruir de todos os bens que deseja, tendo muitas vezes que escolher umas coisas em detrimento de outras.
Quando a demanda de um determinado bem é maior do que a sua oferta no mercado, é comum dizer que estamos perante a escassez desse bem. Assim, é possível referir que escassez é o contrário de excedente.
Dizer que um produto é escasso não é necessariamente a mesma coisa que dizer que ele é raro, mas significa que ele está disponível em quantidades limitadas e o seu acesso não é livre.
Em vários casos, um produto é escasso quando o seu preço é inferior ao que é estabelecido pela oferta e demanda. Por esse motivo, muitas vezes as empresas aumentam o seu preço, com o objetivo de equilibrar a sua situação no mercado.
Escassez de água
Tendo em conta a importância da água na vida do ser humano, é razoável dizer que a escassez de água doce é um dos problemas mais sérios da atualidade. Isto porque a tendência em muitos locais é que a demanda seja maior que a oferta ou que a água não tenha uma norma de qualidade aceitável.
De toda a água no nosso planeta, apenas 2,5% é água doce e aproximadamente 40% das pessoas não têm acesso à quantidade que realmente precisam.
O Brasil é abundante em água, contendo por volta de 12% da água doce nos seus rios. Apesar disso, se não for feito um planejamento adequado, a situação tem tendência a piorar, graças à urbanização não planejada e fora do controle, a poluição causada por empresas e a exploração inadequada dos recursos hídricos.
Em economia, escassez é um termo que descreve uma disparidade entre a quantidade demandada de um produto ou serviço e o montante fornecido no mercado[1] . Especificamente, a escassez ocorre quando há excesso de demanda e, portanto, é o oposto de um excedente[2] .
Escassez econômica está fortemente relacionada ao
preço de um produto ou item, pois, quando este está abaixo do preço corrente determinado pela oferta e demanda, haverá uma escassez do item sub-valorizado. Na maioria dos casos, a escassez obriga as empresas a aumentar o preço de um produto até que ele atinja o equilíbrio de mercado. Às vezes, porém, as forças externas causam um prolongamento da escassez em outras palavras, há algo impedindo o aumento dos preços ou o equilíbrio da oferta e da demanda
[3] .
No uso comum, a "escassez" pode se referir a uma situação em que a maioria das pessoas são incapazes de encontrar um bem desejado a um preço acessível. Para o aproveitamento econômico de "escassez", no entanto, a disponibilidade de um bem para a maioria das pessoas não é uma questão: Se as pessoas desejam ter um certo bem, mas não podem pagar o preço de
mercado, seu desejo não é contado como parte da demanda
[4] .
No caso de intervenção governamental no mercado, há sempre um
trade-off, com efeitos positivos e negativos. Por exemplo, estabelecer um preço máximo a um determinado produto pode provocar uma escassez, mas irá permitir que uma determinada parcela da população adquira um produto que possivelmente não iriam conseguir arcar em decorrência do custo. Escassez econômica é geralmente vista como um fenômeno indesejável, uma vez que leva à ineficiência econômica. Na ausência de um mecanismo de preços, os recursos são menos propensos a serem distribuídos de acordo com a utilidade das pessoas. Os custos de transação e os custos de oportunidade, também significam desperdícios no processo de distribuição. Ambos esses fatores contribuem para uma diminuição na riqueza agregada
[5] .
Mas em geral, independentemente de sua causa, a escassez pode resultar em:
- Surgimento de mercados negros - os mercados ilegais nos quais os produtos que não estão disponíveis nos mercados convencionais são vendidos, ou em que os produtos com excesso de demanda são vendidos a preços mais elevados do que no mercado convencional[6] .
- Controles artificiais sobre a demanda, como o racionamento.
- Métodos não monetários de negociação, como tempo (por exemplo, filas), o nepotismo, ou até mesmo violência.
- A discriminação de preços[7] .
- A incapacidade de adquirir um produto.
- União Soviética
Na antiga
União Soviética durante a década de
1980, os preços estavam artificialmente baixos por decreto. Cidadãos soviéticos esperavam na fila para adquirir vários produtos e serviços que tinham seus preços controlados, tais como carros, apartamentos, ou alguns tipos de roupas
[8] . Do ponto de vista de quem espera na fila, essas mercadorias eram "escassas", e alguns deles estavam dispostos a pagar mais do que o teto oficial dos preços, mas foram legalmente proibidos de fazê-lo. Este método para determinar a alocação de bens escassos é conhecido como um "racionamento"
[9] .
- Brasil
Durante o
Plano Cruzado no Brasil houve a tática de
Congelamento de preços[10] . O plano começou a fracassar exatamente devido ao desequlíbrio dos preços relativos da economia. Por não equalizarem o valor presente dos preços, muitos produtores que corrigiam seus preços entre dia 1 a 15 dos mês, ficaram com o preço tabelado abaixo da rentabilidade desejada ou até mesmo abaixo do custo de produção: algo que ou inviabilizava a venda dos produtos para o consumo, ou levava a uma queda na sua qualidade. Saíram beneficiadas, as empresas que reajustaram seus preços nos dias anteriores ao plano.
Como o congelamento não permitiu o ajuste dos preços sujeitos à sazonalidade, houve um desequilíbrio de preços. E como resultado disso, vieram o desabastecimento de bens e o surgimento de
ágio para compra de produtos escassos, principalmente os que se encontravam na entressafra (carne e leite) e de mercados oligopolizados (
automóveis)
[11] .
Garrett Hardin enfatizou que uma escassez de oferta pode muito bem ser vista como uma
longage ou excesso da demanda. Por exemplo, a escassez de alimentos pode bem ser apenas o resultado do que podemos chamar de
longage de pessoas (superpopulação). Este autor argumenta que a questão da escassez poderia ser melhor tratada a partir deste ponto de vista
[12] [13] .
Referências
[Esconder]
Economia |
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Geral | Portal de economia e negócios · Geral · Economia por regiãoEscassez é o problema econômico fundamental de se ter desejos humanos praticamente infinitos em um mundo de recursos limitados. Ele postula que a sociedade tem meios de produção e recursos insuficientes para atender aos desejos e necessidades de todos os seres humanos. Uma concepção errônea sobre a escassesz é que um item tem que ser importante para ser considerado escasso. Entretanto, isso não é verdade, já que para algo ser escasso é preciso que ele seja difícil de se obter, de se produzir, ou ambos. Resumindo, o custo de produção de um bem determina se ele é escasso ou não. Por exemplo, apesar do ar que respiramos ser mais importante do que diamantes, ele é mais barato de se obter justamente por ser abundante e ter zero custo de produção. Diamantes, por outro lado, tem um custo altíssimo de produção; eles precisam ser achados e lapidados, e ambos os processos custam muito caro. Além disso, a Lei da Escassez implica que nem todos os objetivos e necessidades da sociedade podem ser atingidos ao mesmo tempo; escolhas e decisões são necessárias em prol de um bem em detrimento de outros. Em um texto muito influente e dominante até os dias de hoje, Lionel Robbins define Economia como sendo "a ciência que estuda o comportamento humano como um relacionamento entre objetivos e meios escassos, que podem ter usos variados." [1]
Na biologia a noção de escassez está ligada a extinção de espécies ou a ameaça de extinção de animais e plantas do meio natural.
É verdade que a escassez alicerça toda a teoria económica que é leccionada nas universidades e institutos por todo o mundo, porém, Peter Drucker na obra A Sociedade Pós Capitalista, [2] diz-nos que temos estado a evoluir para um modelo econômico onde se manterão alguns elementos típicos das sociedades capitalistas. A economia como ciência estuda os mecanismos de otimização dos recursos escassos, os três fatores produtivos clássicos, terra, trabalho e capital, no futuro a economia será entendida como a ciência que estuda a otimização de um único recurso que cria valor e que não está condicionado pela escassez, antes goza de uma abundância inesgotável. Esse recurso é o saber, o conhecimento, sendo que essa riqueza resultará da capacidade da sua aplicação nos produtos e nos serviços. Nas suas palavras, esse será o advento do Pós Capitalismo.
Na economia tudo está pautado na busca de produzir o máximo de bens e serviços com os recursos limitados disponíveis, pois, como já destacado não é possível à produção de uma quantidade infinita de cada bem capaz de satisfazer completamente aos desejos humanos. Uma vez que os nossos desejos materiais são virtualmente ilimitados e insaciáveis e os recursos produtivos, escassos, assim, não podemos ter tudo o que desejamos e, portanto, é imperativo que o homem faça escolhas.
Logo, um dos objetos de estudo da ciência econômica é a escassez, porque esta consiste no problema econômico por excelência. Conseqüentemente, a escassez de recursos de produção resulta na escassez dos bens. Afirmar que os bens são econômicos implica que eles são relativamente raros ou limitados. Ora, mas o fato de existir um bem em pouca quantidade não o define como escasso. É preciso, então, que esse bem seja desejado, procurado. A escassez só existe se houver procura (ou demanda) para a obtenção do bem. Ora, mas poderíamos nos perguntar por que um determinado bem é procurado (ou demandado). Um bem é demandado porque tem a capacidade de satisfazer a uma necessidade humana, ou seja, tem utilidade. Um bem é procurado porque é útil. Assim, os bens econômicos, são aqueles escassos em quantidade; dada sua procura, e apropriáveis. Os bens econômicos têm como característica a utilidade, a escassez e a possibilidade de transferência. Os bens livres, por outro lado, são aqueles disponíveis em quantidade suficiente para satisfazer a todo o mundo; portanto, ilimitados em quantidade ou muito abundantes e nada apropriáveis.
Mas o que seriam então as necessidades humanas? Esse poderia ser um conceito relativo, vago e filosófico, já que os desejos dos indivíduos não são fixos. Mas para a economia as necessidades humanas relevantes são aqueles desejos que envolvam a escolha de um bem econômico capaz de contribuir para a sobrevivência ou para a realização social do indivíduo.
As necessidades podem ser classificadas em: a) Básicas ou primárias: indispensáveis para nossa sobrevivência ou sem as quais nossa vida será insuportável. Exemplo: alimentação, saúde, habitação, vestuário, entre outros. b) Necessidades secundárias: desejadas pelo convívio social. Exemplo: educação, transporte, lazer e turismo.
Escassez artificial é quando direitos de propriedade intelectual e contratos de licença, entre outros mecanismos, permitem que a produção de um item seja artificialmente diminuída. Antes desse decreto o item era abundante, seu custo de produção era zero, após a instituição desses direitos de propriedade foi criando um monopólio e isso gera o retorno financeiro a empresa que o criou.
O maior exemplo na atualidade são os softwares, onde existe um grande custo para produzir a cópia "mestre", já as demais podem ser produzidas por um custo insignificante.
A escassez é definida como limitação de meios em relação a fins possíveis, é um conceito analítico abstrato enquanto pobreza é um conceito subjetivo e pratico que é classificado como falta do mínimo de recursos para satisfazer as necessidades humanas, a definição do que seriam essas necessidades é puramente subjetiva.
A escassez, assim como várias premissas do pensamento socioeconômico dominante no século XX, são questionadas por autores como Hazel Henderson e outros. A escassez é refutada pela inesgotabilidade de dois insumos fundamentais: as energias renováveis e a capacidade humana de produzir inovações tecnológicas. O pressuposto da escassez, apesar da sua fragilidade, é conveniente em particular para as teorias que priorizam a concorrência, a acumulação individual e a dominação.
Escassez em biologia e ecologia está relacionado ao desaparecimento de espécies, subespécies ou grupos de espécies, ou seja, a extinção. O momento da extinção é geralmente considerado sendo a morte do último indivíduo da espécie. Em espécies com reprodução sexuada, extinção de uma espécie é geralmente inevitável quando há apenas um indivíduo da espécie restando, ou apenas indivíduos de um mesmo sexo. A extinção não é um evento incomum no tempo geológico - espécies são criadas pela especiação e desaparecem pela extinção [3] .
Atualmente muitos ambientalistas e governos estão preocupados com a extinção de espécies devido à intervenção humana. As causas da extinção incluem poluição, destruição do habitat, e introdução de novos predadores. Espécies ameaçadas são espécies que estão em perigo de extinção. Extintas na natureza é uma expressão usada para espécies que só existem em cativeiro.
A escassez na geologia, se refere principalmente á fertilidade do solo. O solo funciona como alicerce da vida terrestre. Os micro e macro nutrientes, assim como boa porção da água que plantas necessitam, estão nos solos. Se um dos elementos necessários à vida não estiver presente, ou estiver em número insuficiente para aquele bioma, o solo está infértil e deve ser artificialmente corrigido. Muitas vezes, é o próprio homem que torna o solo infértil, através da erosão ou exploração acelerada. A devastação de áreas impróprias ao cultivo e a criação de animais é a principal causa de exaustão no solo [4] .
O efeito mais catastrófico da exaustão geológica é a desertificação que está acontecendo em diversas regiões do planeta, mas com destaque para o mar de Aral e o nordeste brasileiro. A escassez geológica fará milhões de pessoas se mudarem de suas localidades e irá diminuir a produção mundial de alimentos se alcançar regiões produtivas como é o caso do Cerrado brasileiro
A escassez ainda se relacinona com diversos campos de estudo, sendo que o principal campo relacionado é a economia. Nos campos da demografia e da genética também há compos específicos de estudo sobre a escassez.
Referências
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