quarta-feira, 23 de setembro de 2015

PETRÓLEO

O petróleo é uma substância oleosa, inflamável, com cheiro característico e, em geral, menos densa que a água e com cor variando entre o negro e o castanho escuro.
Embora objeto de muitas discussões no passado, hoje tem-se como certa a sua origem orgânica, sendo uma combinação de moléculas de carbono e hidrogênio.
Admite-se que esta origem esteja ligada à decomposição dos seres que compõem o plâncton - organismos em suspensão nas águas doces ou salgadas, tais como protozoários, celenterados e outros - causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias.
Estes seres decompostos foram, ao longo de milhões de anos, se acumulando no fundo dos mares e dos lagos, sendo pressionados pelos movimentos da crosta terrestre e transformaram-se na substância oleosa que é o petróleo.
Ao contrário do que se pensa, o petróleo não permanece na rocha que foi gerado - a rocha matriz - mas desloca-se até encontrar um terreno apropriado para se concentrar.
Estes terrenos são denominados bacias sedimentares, formadas por camadas ou lençóis porosos de areia, arenitos ou calcários. O petróleo aloja-se ali, ocupando os poros rochosos como forma "lagos". Ele acumula-se, formando jazidas. Ali são encontrados o gás natural, na parte mais alta, e petróleo e água nas mais baixas.
PROGRAMA DESCUBRA O PETRÓLEO
1. Formação
A idade do nosso planeta, a Terra, é calculada em bilhões de anos. As jazidas de petróleo, não tão idosas, também têm idades fabulosas, que variam de um a quatrocentos milhões de anos.
Durante esse período, aconteceram grandes e inúmeros fenômenos, como erupções vulcânicas, deslocamento dos pólos, separação dos continentes, movimentação dos oceanos e ação dos rios, acomodando a crosta terrestre.
Com isso, grandes quantidades de restos vegetais e animais se depositaram no fundo dos mares e lagos, sendo soterrados pelos movimentos da crosta terrestre sob a pressão das camadas de rochas e pela ação do calor. Esses restos orgânicos foram se decompondo até se transformarem em petróleo.
2. Geologia
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Aos detritos de rochas, resultantes da erosão da crosta terrestre pela ação da natureza, dá-se o nome de sedimentos.
Por longo tempo, os sedimentos foram se acumulando em camadas, dando origem àsrochas sedimentares. As diversas camadas dessas rochas formam as bacias sedimentares.
O petróleo só poderá ser encontrado em áreas onde houve acumulação de restos orgânicos e rochas sedimentares.
Todavia, depois de formado, o petróleo não se acumula na rocha em que foi gerado. Ele passa através dos poros das rochas, até encontrar uma outra rocha que o aprisione, formando a jazida.
A jazida é, então, uma rocha cujos poros são ocupados pelo petróleo. No entanto, isso não significa que toda rocha sedimentar contenha uma jazida. Sua busca é tarefa árdua, difícil e exige muita paciência.
3. Atividade
3.1. Exploração
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O ponto de partida na busca do petróleo é aExploração, que realiza os estudos preliminares para a localização de uma jazida.
Nesta fase é necessário analisar muito bem o solo e o subsolo, mediante aplicações de conhecimentos de Geologia e de Geofísica, entre outros.
A geologia realiza estudos na superfície que permitem um exame detalhado das camadas de rochas onde possa haver acumulação de petróleo. Quando se esgotam as fontes de estudos e pesquisas de Geologia, iniciam-se, então, as explorações Geofísicas no subsolo. A Geofísica, mediante o emprego de certos princípios da física, faz uma verdadeira radiografia do subsolo.
Um dos métodos mais utilizados é o da Sísmica. Compreende verdadeiros terremotos artificiais, provocados, quase sempre, por meio de explosivos, produzindo ondas que se chocam contra a crosta terrestre e voltam à superfície, sendo captadas por instrumentos que registram determinadas informações de interesse do Geofísico.
3.2. Perfuração
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perfuração é a segunda fase na busca do petróleo. Ela ocorre em locais previamente determinados pelas pesquisas Geológicas e Geofísicas.
Para tanto, perfura-se um poço - o Poço Pioneiro - mediante o uso de uma sonda (ou Torre de Perfuração) que é o equipamento utilizado para perfurar poços. Esse trabalho é feito através de uma Torre que sustenta a coluna de perfuração, formada por vários tubos. Na ponta do primeiro tubo encontra-se a broca, que, triturando a rocha, abre o caminho das camadas subterrâneas. Comprovada a existência de petróleo, outros poços são perfurados para se avaliar a extensão da jazida. Essa avaliação é que vai determinar se é comercialmente viável, ou não, produzir o petróleo descoberto. Caso positivo, o número de poços perfurados forma um Campo de Petróleo.
3.3. Produção
Revelando-se comercial, começa a fase da Produção naquele Campo. Nesta fase, o óleo pode vir à superfície espontaneamente, impelido pela pressão interna dos gases. Nesses casos temos os chamados Poços Surgentes.
Para controlar esse óleo usa-se, então, um conjunto de válvulas denominado Árvore de Natal.
Quando, entretanto, a pressão fica reduzida, são empregados processos mecânicos, como oCavalo de Pau, equipamento usado para bombear o petróleo para a superfície, além de outros.
Os trabalhos em mar seguem os mesmos critérios aplicados em terra, mas utilizam equipamentos especiais de perfuração e produção: as Plataformas e os Navios-Sonda.
Junto à descoberta do petróleo pode ocorrer, também, a do Gás Natural. Isso acontece, principalmente, nas bacias sedimentares brasileiras, onde o gás natural, muitas vezes, encontra-se dissolvido no petróleo, sendo separado durante as operações de produção. Tecnicamente chama-se a isto de Gás Associado ao Petróleo.
O petróleo e o gás descobertos não são totalmente produzidos. Boa parte deles fica em disponibilidade para futuras produções, em determinado momento. São chamadas Reservas de Petróleo e de Gás.
Dos campos de produção, seja em terra ou mar, o petróleo e o gás seguem para o parque de armazenamento, onde ficam estocados. Este parque é uma grande área na qual se encontram instalados diversos tanques que se interligam por meio de tubulações.
3.4. Refino
Uma Refinaria é como uma grande fábrica, cheia de equipamentos complexos e diversificados, pelos quais o petróleo vai sendo submetido a diversos processos para a obtenção de muitos derivados. Refinar petróleo é, portanto, separar suas frações, processá-lo, transformando-o em produtos de grande utilidade: os derivados de petróleo.
A instalação de uma Refinaria obedece a diversos fatores técnicos, dos quais destacam-se a sua localização nas proximidades de uma região onde haja grande consumo de derivados e/ou nas proximidades das áreas produtoras de petróleo.
A Petrobrás possui 11 refinarias, estrategicamente localizadas do norte ao sul do País. Responsáveis pelo processamento de milhões de barris diários de petróleo, essas refinarias suprem nosso mercado com todos os derivados que podem ser obtidos a partir do petróleo nacional ou importado: gasolina, óleos combustíveis, além de outros.
3.5. Transporte
O transporte na indústria petrolífera se realiza por OleodutosGasodutos, Navios Petroleirose Terminais Marítimos.
Oleodutos e Gasodutos são sistemas que transportam, respectivamente, o óleo e o gás, por meio de dutos (tubos) subterrâneos. Navios Petroleiros transportam gases, petróleo e seus derivados e produtos químicos.
Terminais Marítimos são instalações portuárias para a transferência da carga dos navios para a terra e vice-versa.
Instalados estrategicamente em diversos pontos do País, a Petrobrás dispõe de 8 Terminais, uma rede de dutos e uma ampla frota de Navios Petroleiros.
PETRÓLEO NO MUNDO
Não se sabe quando despertaram a atenção do homem, mas o fato é que o petróleo, assim como o asfalto e o betume, eram conhecidos desde os primórdios da civilização.
Nabucodonosor usou o betume como material de liga nas construções dos célebres Jardins Suspensos da Babilônia. Foi também utilizado para impermeabilizar a Arca de Noé. Os egípcios o usaram para embalsamar os mortos e na construção de pirâmides, enquanto gregos e romanos dele lançaram mão para fins bélicos.
Só no século 18, porém, é que o petróleo começou a ser usado comercialmente, na indústria farmacêutica e na iluminação. Como medicamento, serviu de tônico cardíaco e remédio para cálculos renais, enquanto seu uso externo combatia dores, cãimbra e outras moléstias.
Até a metade do século passado, não havia ainda a idéia, ousada para a época, da perfuração de poços petrolíferos. As primeiras tentativas aconteceram nos Estados Unidos, com Edwin L. Drake. Lutou com diversas dificuldades técnicas, chegando mesmo a ser cognominado de "Drake, o louco". Após meses de perfuração, Drake encontra o petróleo, a 27 de agosto de 1859.
Passados cinco anos, achavam-se constituídas, nos Estados Unidos, nada menos que 543 companhias entregues ao novo e rendoso ramo de atividades. Na Europa floresceu, em paralelo á fase de Drake, uma reduzida indústria de petróleo, que sofreu a dura competição do carvão, linhita, turfa e alcatrão - matérias-primas então entendidas como nobre.
Naquela época, as zonas urbanas usavam velas de cera, lâmpadas de óleo de baleia e iluminação por gás e carvão. Enquanto isso, no campo, o povo despertava com o sol e dormia ao escurecer por falta de iluminação noturna.
Assim, as lâmpadas de querosene, por seu baixo preço, abriram novas perspectivas ao homem do campo, principalmente, permitindo que pudesse ler e escrever á noite.
A invenção dos motores á gasolina e a diesel, no século passado, fez com que outros derivados, até então desprezados, passassem a ter novas aplicações.
Assim, ao longo do tempo, o petróleo foi se impondo como fonte de energia eficaz. Hoje, além de grande utilização dos seus derivados, com o advento da petroquímica, centenas de novos produtos foram surgindo, muitos deles diariamente utilizados, como os plásticos, borrachas sintéticas, tintas, corantes, adesivos, solventes, detergentes, explosivos, produtos farmacêuticos, cosméticos, etc. Com isso, o petróleo além de produzir combustível e energia, passou a ser imprescindível a utilidade e comodidades da vida de hoje.
PETRÓLEO NO BRASIL
A história do petróleo no Brasil pode ser dividida em três fases distintas:
1º Até 1938, com as explorações sob o regime da livre iniciativa. Neste período, a primeira sondagem profunda foi realizada entre 1892 e 1896, no Município de Bofete, Estado de São Paulo, por Eugênio Ferreira Camargo.
2º Nacionalização das riquezas do nosso subsolo, pelo Governo e a criação do Conselho Nacional do Petróleo, em 1938.
3º Estabelecimento do monopólio estatal, durante o Governo do Presidente Getúlio Vargas que, a 3 de outubro de 1953, promulgou a Lei 2004, criando a Petrobrás. Foi uma fase marcante na história do nosso petróleo, pelo fato da Petrobrás ter nascido do debate democrático, atendendo aos anseios do povo brasileiro e defendida por diversos partidos políticos.
Hoje, aos 35 anos de existência, e sempre voltada para os interesses do País, a Petrobrás implantou uma grande indústria petrolífera, reconhecida e respeitada em todo o mundo.
FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA
Com a crise do petróleo, em 1973, vários foram os problemas surgidos para os países consumidores, entre eles o racionamento de combustíveis e o desemprego. Com isso, foram intensificados os trabalhos de exploração de novos campos petrolíferos e, também, o desenvolvimento de programas alternativos para a geração de energia.
São as fontes alternativas de energia, ou seja, a utilização de outras matérias-primas, produtoras de energia, que não o petróleo. No Brasil, vários programas nesse sentido foram desenvolvidos de modo a se reduzir a dependência externa para o abastecimento de energia.
Hoje, o País conta, além da expansão da energia elétrica, com a exploração e produção do xisto (rocha da qual se produz óleo e gás), o aproveitamento de vegetais (dos quais a cana-de-açúcar, que produz álcool é a mais importante), a energia solar, nuclear e dos ventos.
BREVE RELATO SOBRE A DESCOBERTA DO PETRÓLEO NO BRASIL
(fonte: apostilas da Petrobras)
A história do petróleo no Brasil começou na Bahia, onde, no ano de 1858, o decreto n.º 2266 assinado pelo Marquês de Olinda, concedeu a José Barros Pimentel o direito de extrair mineral betuminoso para fabricação de querosene de iluminação, em terrenos situados nas margens do Rio Marau, na Província da Bahia. No ano seguinte, em 1859, o inglês Samuel Allport, durante a construção da Estrada de Ferro Leste Brasileiro, observou o gotejamento de óleo em Lobato, no subúrbio de Salvador.
Em 1930, setenta anos depois e após vários poços perfurados sem sucesso em alguns estados brasileiros, o Engenheiro Agrônomo Manoel Inácio Bastos, realizando uma caçada nos arredores de Lobato, tomou conhecimento que os moradores usavam uma lama preta, oleosa para iluminar suas residências. A partir de então retornou ao local várias vezes para pesquisas e coletas de amostras, com as quais procurou interessar pessoas influentes, porém sem sucesso, sendo considerado como "maníaco". Em 1932 foi até o Rio de Janeiro, onde foi recebido pelo Presidente Getúlio Vargas, a quem entregou o relatório sobre a ocorrência de Lobato. Finalmente, em 1933 o Engenheiro Bastos conseguiu empolgar o Presidente da Bolsa de Mercadorias da Bahia, Sr. Oscar Cordeiro, o qual passou a empreender campanhas visando a definição da existência de petróleo em bases comerciais na área. Diante da polêmica formada, com apaixonantes debates nos meios de comunicação, o Diretor-Geral do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, Avelino Inácio de Oliveira, resolveu em 1937 pela perfuração de poços na área de Lobato, sendo que os dois primeiros não obtiveram êxito.
Em 29 de julho de 1938, já sob a jurisdição do recém-criado Conselho Nacional de Petróleo - CNP, foi iniciada a perfuração do poço DNPM-163, em Lobato, que viria a ser o descobridor de petróleo no Brasil, quando no dia 21 de janeiro de 1939, o petróleo apresentou-se ocupando parte da coluna de perfuração.
O poço DNPM-163, apesar de ter sido considerado antieconômico, foi de importância fundamental para o desenvolvimento da atividade petrolífera no Estado da Bahia. A partir do resultado desse poço, houve uma grande concentração de esforços na Bacia do Recôncavo, resultando na descoberta da primeira acumulação comercial de petróleo do país, o Campo de Candeias, em 1941.
A constatação de petróleo na Bacia do Recôncavo viabilizou a exploração de outras bacias sedimentares terrestres, primeiramente pelo CNP e, posteriormente, pela PETROBRÁS. O petróleo continua sendo descoberto e explorado na plataforma continental e nos mais distantes rincões do subsolo nacional; recentemente tivemos a inauguração das instalações de escoamento de petróleo no Campo de Rio Urucu, na longínqua Bacia do Alto Amazonas.O petróleo é um líquido natural, inflamável, oleoso, de cheiro característico e com densidade menor que a da água. É uma mistura complexa de hidrocarbonetos, ou seja, de substâncias orgânicas formadas apenas por hidrogênio e carbono. Na sua mai-oria são hidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e aromáticos.
     O petróleo pode conter também quantidades pequenas de nitrogênio, oxigênio, compostos de enxofre e íons metálicos, principalmente de níquel e vanádio.
     Sua cor pode variar do incolor ao marrom ou preto, passando pelo verde e marrom-claro.
     É a principal fonte de energia da atualidade, daí sua enorme importância.
     Existem petróleos leves, médios e pesados, além de óleos extraídos de areias impregnadas de alcatrão.
     A palavra petróleo vem do latim petroleum, de petrus (pedra) e oleum (óleo).
Origem

     Das muitas teorias sobre o surgimento do petróleo, a mais aceita diz que ele se formou a partir da decomposição de matéria orgânico (principalmente algas), decomposição esta causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias. Esses seres te-riam se acumulado no fundo dos mares e lagos e, com o passar de milhões de anos, o peso dos sedimentos sobre eles depositados teria promovido compactação e aquecimento, levando às transformações que deram origem ao petróleo. A temperatura mínima para deflagrar esse processo é 49 ºC, mas ela pode chegar a 177 ºC. Isso corresponde a profundidades de 1.500 e 6.400 metros, respectivamente. Se a matéria orgânica for levada a profundidades maiores, ou seja, submetida a temperaturas superiores a 177º C, transforma-se em gás ou grafita.
     Esse processo de formação é, como se viu, extremamente lento, daí se considerar o petróleo um recurso não renovável.
     A rocha onde o petróleo se forma é chamada de rocha geradora. Dela, ele migra para cima até ficar aprisionado na rocha reservatório (se não chegar até à superfície), de onde é extraído. As rochas geradoras mais comuns são folhelhos negros.
Jazidas
Ao contrário do que muitos pensam, o petróleo não é encontrado na natureza como um lago subterrâneo ou preenchendo grandes cavidades nas rochas. Ele é um líqui-do que ocorre entre os grãos de rochas sedimentares porosas e permeáveis, como a-renitos, por exemplo, ou em cavidades interconectadas de rochas como calcário. Uma jazida de petróleo assemelha-se, portanto, muito mais a uma esponja encharcada do que a uma caverna com líquido.
     Como ele tende sempre a migrar para cima, atravessando as rochas que o recobrem através de fraturas ou espaços entre os grãos, acabará chegando à superfície da Terra se não encontrar no caminho uma rocha impermeável (rocha capeadora) que o detenha. Se a encontra, forma-se a jazida. Folhelhos e camadas de sal são rochas capeadoras comuns.
     Nesta situação, diz-se que há uma armadilha ou trapa (do inglês trap) estratigráfica. Mas, o óleo pode ser contido também, em sua ascensão, por uma deformação da rocha, caso em que se diz haver uma trapa estrutural.
     Não sendo barrado em sua migração, o petróleo chega à superfície, onde começa a perder seus componentes voláteis, transformando-se em asfalto natural. Asfaltos desse tipo foram usados pela humanidade já três mil anos antes de Cristo.
     Como as camadas de rocha do continente podem se estender mar a dentro, jazidas de petróleo podem ser encontradas no fundo do mar. E é justamente de poços submarinos que vem a maior parte da produção brasileira desse combustível fóssil.
     Na rocha reservatório, é comum haver água salgada, acima dela o petróleo e acima do petróleo, gás natural.
Pesquisa

     O petróleo é um recurso natural abundante, porém sua pesquisa envolve elevados custos e estudos complexos. Há setecentas bacias sedimentares no mundo, das quais cerca de metade foram pelo menos parcialmente exploradas em busca desse combustível.
     Esses estudos começam selecionando as bacias sedimentares onde há maior pro-babilidade de se encontrar petróleo. Para isso, reúnem-se geólogos, geofísicos e paleontólogos, entre outros especialistas. O estudo é realizado com levantamentos geofí-sicos, tanto aéreos quanto terrestres, que podem ser de três tipos diferentes: levantamentos sísmicos, que consistem em provocar pequenos abalos sísmicos, os quais são registrados em sismógrafos, e que mostram a estrutura das rochas subjacentes na-quela região; levantamentos gravimétricos, que medem variações na aceleração da gravidade, e magnetométricos, que registram variações nas propriedades magnéticas das rochas.
     Nessa pesquisa, usam-se tanto fotografias aéreas convencionais quanto imagens de satélite.
     Isso tudo define se existem, na área estudada, estruturas geológicas favoráveis à concentração de petróleo. Existindo, são feitos furos de sonda, chamados poços exploratórios, pois só eles confirmarão ou não a existência do petróleo. Numa fase ante-rior, quando ainda pouco se sabe sobre a geologia de uma região, pode ser feito um poço estratigráfico, com a finalidade apenas de conhecer a sequência de rochas da área. Neste caso, toda a sequência atravessada pela sonda é amostrada. Nos poços exploratórios, alguns intervalos podem não ser amostrados, por já se saber que não têm interesse para a pesquisa.
     Encontrado o petróleo, fazem-se outros poços nas redondezas, para definir os limites da jazida e avaliar o volume das reservas.
     Cerca de 30% dos poços exploratórios e 80% dos poços de desenvolvimento encontram petróleo. Nesse aspecto, a taxa de sucesso da Petrobras está entre as me-lhores do mundo.
     Na execução de furos de sonda para petróleo, usa-se o método de sondagem chamado rotary.
     Como em toda sondagem de superfície, os poços são, sempre que possível, verticais, mas, se necessário, podem ser inclinados. A coroa, peça que corta a rocha, é presa a uma haste metálica com nove metros de comprimento, que gira continuamente. Quando a haste está totalmente introduzida no subsolo, outra é acoplada a ela e a perfuração prossegue, sempre com acréscimos de novas hastes. Há vários tipos de coroa, mas a mais usada na indústria petrolífera é formada por três cones denteados.
     Este conjunto de coroa e hastes, junto coma as peças que conectam uma haste à seguinte, é chamado de composição.
     A coroa aquece-se devido ao atrito contra a rocha e, para resfriá-la, circula entre a composição e as paredes do furo a lama de sondagem, uma mistura composta principalmente de água e bentonita (um tipo de argila), que serve também para trazer até à superfície os fragmentos de rocha que a coroa vai produzindo. Esses fragmentos são analisados pelos geólogos, para saber que tipo de rocha a coroa está atravessando. Eles os descrevem, anotando a profundidade de onde vieram. Essa descrição é o perfil descritivo do furo de sonda. Furos de uma mesma área têm seus perfis comparados, o que permite ter uma visão tridimensional da sequência de rochas da área. Esse trabalho é chamado de correlação estratigráfica.
     A lama de sondagem tem outra importante função: impedir que a água subterrânea e o gás ou petróleo eventualmente encontrados deixem as rochas em que estão e cheguem, à superfície durante a fase de perfuração. Mas, se mesmo havendo a lama isso ocorrer, dispositivos chamados blowout preventers, instalados na boca do poço, impedem que eles jorrem para fora do poço.
     Poços perfurados na plataforma continental, como são a maioria dos poços da Petrobras, usam plataformas de perfuração apoiadas no fundo do mar, com colunas de até 300 m de altura. Mas, se forem em águas profundas, usam-se plataformas flutu-antes.
     Concluída a perfuração, o poço deve ser completado. Ele recebe um revestimento de cimento em toda a sua extensão, par evitar que fluidos saiam das rochas quando for removida a lama de sondagem. Depois, na profundidade correspondente ao hori-zonte portador de óleo o revestimento é rompido com explosivos, de modo que o pe-tróleo possa sair da rocha para dentro do poço.
     Caso o petróleo esteja sob pressão e suba até à superfície espontaneamente, é instalado um conjunto de engrenagens, na boca do poço, chamado árvore-de-natal; se não houver pressão suficiente que justifique isso, o que acontece na maioria das ve-zes, é instalado o cavalo-de-pau, equipamento que vai bombear o petróleo até à superfície.
Extração

     O sistema de extração do petróleo utiliza os poços exploratórios, feitos na fase de pesquisa e os poços de desenvolvimento, feitos após a descoberta do óleo e visando à produção. A extração é influenciada pela quantidade de gás acumulado na jazida. Se ela for grande, poderá empurrar o óleo até à superfície, sem necessidade de bombeamento, pelo menos na fase inicial de produção, bastando instalar uma tubulação que comunique o poço com o exterior. Se a pressão do gás for fraca ou nula, será preciso ajuda de bombas de extração. Mesmo assim, quase 50% do petróleo existente na jazida ficam retidos no fundo dela, não sendo possível sua total extração.
     O uso da pressão do gás para empurrar o petróleo exige que os poços sejam perfurados no local adequado, pois se forem feitos na parte mais alta da jazida, o gás sairá sem empurrar o óleo.
Transporte

     Do poço, o petróleo é transportado para uma refinaria ou para outro local, como um porto, onde será embarcado. Para isso, usam-se tubulações com diâmetros que va-riam entre 5 cm e 1,22 m, chamadas oleodutos.
     Para transporte a longa distância, através do mar, a melhor opção são os navios petroleiros, navios-tanques de grandes dimensões.
O refino

     O petróleo bruto, tal como sai do poço, não tem aplicação direta. Para utilizá-lo, é preciso fracioná-lo em seus diversos componentes, processo que é chamado de refino ou destilação fracionada. Para isso, aproveitam-se os diferentes pontos de ebulição das substâncias que o compõem, separando-as para que sejam convertidas em produtos finais.
     O processo começa pela dessalinização do petróleo bruto, ou seja, a eliminação dos sais minerais. Depois, o óleo é aquecido a 320 °C em fornos de fogo direto e passa para as unidades de fracionamento, onde podem ocorrer até três etapas diferentes.
     A etapa principal é realizada na coluna atmosférica: o petróleo aquecido é introduzido na parte inferior da coluna junto com vapor de água para facilitar a destilação. Desta coluna, surgem as frações ou extrações laterais, que ainda terão de ser transformadas para obter os produtos finais desejados.
     A maioria dos produtos é, a seguir, objeto de tratamentos suplementares para melhorar sua qualidade: reforma catalítica e hidrodessulfuração (onde há geração de enxofre em pó). É obtida finalmente toda uma série de produtos, que atendem às ne-cessidades dos consumidores: carburantes, solventes, gasolinas especiais, combustíveis e produtos diversos. Durante o processo de refino, ocorrem ainda inúmeras operações unitárias, de maneira a minimizar as perdas do processo.
     O gás natural após um beneficiamento muito simples e já está pronto para uso como combustível.
Principais produtores de petróleo

     Das jazidas conhecidas atualmente, as mais importantes estão no Oriente Médio, Rússia e repúblicas do Cáucaso, Estados Unidos, América Central e na região setentri-onal da América do Sul.
     Atualmente, os dez maiores produtores de petróleo do mundo são Rússia, Estados Unidos, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, México e Inglaterra.
     A produção e comercialização de petróleo é medida em barris, equivalendo um barril a 159 litros.
Petróleo no Brasil
No Brasil, a primeira sondagem foi realizada em São Paulo, entre 1892-1896, por Eugênio Ferreira de Camargo. Ela atingiu a profundidade de 488 metros, mas o poço produziu somente água sulfurosa. Foi somente em 1938 que se descobriu óleo, em Lobato, na Bahia.
     Seguiram-se as descobertas da bacia Sergipe-Alagoas e em 1968 foi descoberto o primeiro campo petrolífero na plataforma continental brasileira, em Sergipe.
     A Petrobras foi criada em 1954, com o apoio de uma intensa campanha popular e com o objetivo de monopolizar a exploração e refino do petróleo no Brasil. A partir daí, muitos poços foram perfurados.
     Atualmente, a bacia de Campos (figura no alto) possui as maiores reservas conhecidas no país, todos em águas profundas (mais de 800 metros de lâmina d’água).
     A Petrobras está entre as maiores companhias petrolíferas do mundo, e o petróleo é uma das principais commodities minerais produzidas pelo Brasil.
Tipos de petróleo

     Petróleo Brent: é petróleo na sua forma bruta (cru) sem passar pelo sistema de refino. É produzido na região do mar do Norte, proveniente dos sistemas de exploração petrolífera de Brent e Ninian.
     Petróleo light: óleo leve, sem impurezas, que já passou pelo sistema de refino. É o mais valioso, porque produz mais gasolina.
     Petróleo naftênico: petróleo com grande quantidade de hidrocarbonetos naftênicos.
     Petróleo parafínico: petróleo com grande concentração de hidrocarbonetos parafínicos.
     Petróleo aromático: óleo com grande concentração de hidrocarbonetos aromáticos.
Usos

     Cerca de 90% do petróleo é utilizado com fins energéticos, seja nas centrais termoelétricas, seja como combustível para os meios de transporte ou fornos industriais. Dos 10% restantes, são extraídos os produtos que abastecerão as indústrias (60% das matérias-primas utilizadas na indústria mundial vêm do petróleo).
     O elenco de seus derivados é simplesmente infindável. O refino do petróleo envolve quatro fases, na primeira das quais são produzidos combustíveis e a nafta, esta a matéria-prima para toda a cadeia de produção de resinas plásticas.
     Entre os combustíveis obtidos, estão gás de cozinha, usado para aquecer, cozinhar, fabricar plásticos; benzina; gasolina; querosene para motores de jatos e tratores e que é também material inicial para a fabricação de outros produtos; gasóleo ou diesel destilado, usado como diesel e óleo combustível, além de ser um intermediário para fabricação de outros produtos, e óleos e graxas lubrificantes; petróleo pesado ou óleo combustível.
     Com a nafta, é produzida a segunda geração de produtos do setor, os petroquímicos básicos, como eteno, propeno, benzeno e tolueno, e os petroquímicos intermediários, como o cicloexano e o sulfato de amônia.
     O eteno, nome comercial do etileno, é matéria-prima para a produção de polímeros como o polietileno tereftalado (PET, usado na fabricação de garrafas) e o polivinil cloreto (PVC, usado em tubos e conexões para água, por exemplo). As garrafas PET são usadas principalmente para refrigerantes (80%). O restante serve para embalar água mineral (10%), óleos (6%) e outros produtos.
     As resinas plásticas são usadas pelas indústrias de brinquedos; adesivos; caixas d'água; lonas; frascos de soro; tampas para alimentos; calçados; pneus; tintas; tampas para refrigerantes; frascos para água sanitária, amaciantes, alvejantes, desinfetantes, xampus, desodorantes, maionese, adoçantes, etc; filmes para fraldas descartáveis e coletores de lixo, entre outros.
     Além do refino, há o setor da Petroquímica. Este compreende três gerações de produtos. Na 1ª, são produzidos materiais básicos, como eteno, propeno, butadieno, etc. Na 2ª geração, fabricam-se os petroquímicos finais, como polietileno (PE), polipropileno (PP), polivinilcloreto (PVC) – chamados de termoplásticos -, poliésteres, óxi-do de etileno, etc. Na 3ª, os produtos finais são quimicamente modificados para o consumo final.
     A indústria do plástico é o setor que movimenta a maior quantidade de produtos petroquímicos, por suas inúmeras aplicações. O polipropileno, por exemplo, é usado em brinquedos; copos; recipientes para alimentos, para remédios e para produtos químicos; carcaças para eletrodomésticos; fibras; sacos de ráfia; tubos para cargas de canetas esferográficas; carpetes; seringas; material hospitalar esterilizável; peças para máquinas de lavar; pranchas de bodyboard e autopeças (pára-choques, pedais, carcaças de baterias, interior de estofos, lanternas, ventoinhas, ventiladores, peças diversas no habitáculo). Atualmente, há uma tendência de se utilizar somente o polipropileno no interior dos automóveis, para facilitar a reciclagem do material por ocasião do sucateamento do veículo.
     O acrílico é também um termoplástico (polimetil-metacrilato), rígido e transparente.
     São ainda obtidos do petróleo medicamentos, borracha sintética, tecidos sintéticos (nylon, elastômero, lã-fria, etc.), coque, asfalto, alcatrão, breu, ceras, parafina, vernizes, resinas, fósforos, filmes fotográficos, vaselina e até mesmo chicletes.

Importância econômica e política

     Sem dúvida, petróleo é sinônimo de riqueza e poder para um país. O combustível se tornou ainda mais valorizado após a criação da OPEP (Organização dos Países Ex-portadores de Petróleo), que nasceu com o fim de controlar preços e volumes de produção e pressionar o mercado. O petróleo já foi motivo de guerras, como a Primeira Guerra do Golfo, a Guerra Irã-Iraque, a luta pela independência da Chechênia e a invasão do Iraque pelos Estados Unidos, em 2003.
ATENÇÃO !
  • Embora seja comum ouvir-se e ler-se na mídia que foi “descoberto” um poço de petróleo, obviamente isso é um equívoco. O que se descobre é uma jazida de petróleo. O poço é uma perfuração feita no subsolo por uma empresa petrolífera em busca do produto ou para sua extração.
  • Outro erro comum é pensar que, quando a sonda encontra o petróleo, ele jorra para cima. Se isso acontecer, é porque algo de muito errado aconteceu. O equipamento de perfuração está projetado para prever o aparecimento repentino de óleo sob pres-são e evitar que ele jorre. Afinal, petróleo que jorra para o céu é petróleo que se perde. Esse jorro de petróleo acontecia nos primeiros tempos da pesquisa petrolífera, lá no início do século XX.
CURIOSIDADES
  • O petróleo é um negócio tão rentável que se costuma dizer que o melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada e que o segundo melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo mal administrada.
  • O primeiro poço de petróleo foi aberto nos Estados Unidos, no estado da Pensilvânia, em 1859. Tinha apenas 21 metros de profundidade, ao contrário dos atuais, que chegam a ultrapassar 6.000 metros. Ele e outros dos primeiros poços foram abertos, na verdade, em áreas aonde o petróleo chegou até à superfície (oil seeps, em inglês). 
  • Até ao início do século XX, acreditava-se que o petróleo fluía, no subsolo, como um rio subterrâneo.
FONTES CONSULTADAS
Compton’s Interactive Encyclopedia. Compton’s NewMedia, 1994.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Petr%C3%B3leo, acessado em 26 .06.2009.
http://www.brasilescola.com/geografia/petroleo.htm. acessado em 26 .06.2009.
http://www.suapesquisa.com/geografia/petroleo, acessado em 26 .06.2009.
TAIOLI, Fabio – Recursos Energéticos. In: TEIXEIRA, Wilson et al. org. Decifrando a Terra.
São Paulo: Oficina de Textos, 2000. 568p. il. p. 475-480.

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