O colesterol pode ser considerado um tipo de lipídio (gordura) produzido em nosso organismo. O colesterol está presente em alimentos de origem animal (carne, leite integral, ovos etc.). Em nosso organismo, o colesterol desempenha funções essenciais, como produção de hormônio e vitamina D. No entanto, o excesso de colesterol no sangue é prejudicial e aumenta o risco de desenvolverdoenças cardiovasculares. Em nosso sangue, existem dois tipos de colesterol:
- LDL colesterol: conhecido como "ruim", ele pode se depositar nas artérias e provocar o seu entupimento
- HDL colesterol: conhecido como "bom", retira o excesso de colesterol para fora das artérias, impedindo o seu depósito e diminuindo a formação da placa de gordura.
Tipos
Podemos dizer que existem vários tipos de colesterol circulando no sangue. O total da soma de todos eles chama-se "Colesterol Total". Como visto, colesterol é uma espécie de "gordura do sangue" e, como gorduras não se misturam com líquidos, o colesterol é insolúvel no sangue. Por isso, o colesterol precisa da "carona" de certas proteínas para cumprir as suas funções.
SAIBA MAIS
A associação entre proteínas e colesterol dá origem às chamadas lipoproteínas. Essas, sim, são aptas a viajar por todo o organismo via corrente sanguínea. As lipoproteínas - ou apenas colesterol - assumem algumas formas, sendo divididas em "bom colesterol" (HDL - high density, ou alta densidade) e "mau colesterol" (LDL - low density ou baixa densidade).
Pesquisas provaram que o bom colesterol (HDL) retira o colesterol das células e facilita a sua eliminação do organismo. Por isso, é benéfico. Já o mau colesterol (LDL) faz o inverso: ajuda o colesterol a entrar nas células, fazendo com que o excesso seja acumulado nas artérias sob a forma de placas de gordura. Justamente por isso, traz diversos malefícios.
Fatores de risco
Muitos fatores podem contribuir para o aumento do colesterol, como tendências genéticas ou hereditárias, obesidade e atividade física reduzida. No entanto, um dos fatores mais comuns é a dieta.
SAIBA MAIS
A dieta rica em colesterol inclui grandes quantidades de alimentos de origem animal: óleos, leite não desnatado e ovos. As gorduras, sobretudo as saturadas, contribuem para o problema do colesterol elevado.
A gordura saturada é um tipo de gordura que, quando ingerida, aumenta a quantidade de colesterol no organismo. Está presente, principalmente, em alimentos de origem animal. A carne vermelha, mesmo quando aparentemente "magra", possui moléculas de colesterol entre as suas fibras e deve ser evitada. As margarinas light ou diet devem ser as escolhidas em substituição à manteiga.
As gorduras insaturadas estão presentes, principalmente, em alimentos de origem vegetal. Elas são essenciais ao organismo, mas o corpo humano não tem condição de produzi-las. É por isso que é necessário consumi-las na alimentação. A substituição de gorduras saturadas por insaturadas na dieta pode auxiliar a reduzir o colesterol no sangue. Quando quiser preparar um pão mais saboroso, prefira margarina light ou diet à manteiga.
sintomas
Sintomas de Colesterol
O colesterol alto não apresenta sintomas, por isso, quem tem aterosclerose eobesidade, possui história de morte na família por infarto, é sedentário e/ou alimenta-se com ingestão exagerada de gorduras saturadas tem mais chances de ter colesterol alto. A aterosclerose não produz qualquer tipo de sintoma até que ocorra a obstrução de uma ou mais artérias.
diagnóstico e exames
Diagnóstico de Colesterol
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os níveis ideais de colesterol no sangue devem ser:
- Pacientes de alto risco: LDL abaixo de 70 mg/dL
- Pacientes de risco intermediário: LDL abaixo de 100 mg/dL
- Pacientes com baixo risco devem ter seus limites de colesterol individualizados pelo médico.
São condições de alto risco:
- Doença aterosclerótica arterial coronária, cerebrovascular ou obstrutiva periférica, com manifestações clínicas (eventos CV).
- Ateroclerose na forma subclínica, significativa, documentada por metodologia diagnóstica.
- Procedimentos de revascularização arterial.
- Diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2.
- Doença renal crônica.
- Hipercolesterolemia familiar (HF).
São considerados como de baixo risco aqueles com probabilidade menor que 5% de apresentarem os principais eventos cardiovasculares (doença arterial coronariana, AVC, doença arterial obstrutiva periférica ou insuficiência cardíaca) em 10 anos. Os pacientes classificados nessa categoria e que apresentem histórico familiar de doença cardiovascular prematura serão reclassificados para risco intermediário.
São considerados como de risco intermediário homens com risco calculado entre 5% e 20% e mulheres com risco calculado entre 5% e 10% de ocorrência de algum dos eventos citados.
São considerados de alto risco aqueles probabilidade de evento cardiovascular acima de 20% para homens e acima de 10% para mulheres no período de 10 anos.
Nos indivíduos de risco intermediário deve-se utilizar os fatores agravantes, que quando presentes (pelo menos um desses) reclassificam o indivíduo para a condição de alto risco:
- História Familiar de doença arterial coronária prematura (parente de primeiro grau masculino com menor de 55 anos ou feminino com menos de 65 anos)
- Critérios de Síndrome metabólica de acordo com a International Diabetes Federation (IDF)
- Microalbuminúria (30-300 µg/min) ou macroalbuminúria (>300 µg/min)
- Hipertrofia Ventricular Esquerda
- Proteína-C-Reativa de alta sensibilidade acima de 2 mg/dL
- Espessura íntima-média de carótidas acima de 100
- Escore de cálcio coronário acima de 100
- Índice tornozelo-braquial (ITB) abaixo de 0,9.
tratamento e cuidados
Tratamento de Colesterol
Existem remédios para controlar o colesterol alto, mas a aterosclerose só melhora com uma mudança mais significativa no estilo de vida. Reduzir o estresse, praticar exercícios físicos, manter a pressão arterial estável e o peso sob controle, são fundamentais para controlar o colesterol. As pessoas que tem diabetes devem ficar mais atentas.
Medicamentos para Colesterol
Os medicamentos mais usados para o tratamento de colesterol são:
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
convivendo (prognóstico)
Complicações possíveis
Níveis elevados de colesterol estão associados a doenças coronarianas e aterosclerose. As recomendações habituais são para uma ingestão diária de colesterol inferior a 300 mg, quantidade que representa cerca de 50% da quantidade ingerida pelos norte-americanos.
O colesterol, popularmente chamado de gordura do sangue, é uma substância gordurosa, esbranquiçada e sem odor. Não existe nos vegetais, apenas no organismo dos animais. Em pequenas quantidades, é necessário para algumas funções do organismo; em excesso, causa problemas.
Encontrado em todas as células do organismo, o colesterol é utilizado para a produção de muitas substâncias importantes, incluindo alguns hormônios e ácidos biliares.
Aterosclerose
É o endurecimento das paredes dos vasos causado pela deposição de gordura e colesterol. Existe uma predisposição genética que, combinada com o fumo, o estresse, a vida sedentária e a pressão alta, pode levar à doença.
prevenção
Prevenção
Além de uma alimentação equilibrada, há outras maneiras de evitar o aumento do colesterol e, até mesmo, diminuí-lo:
- Fazer exercícios físicos: a atividade física pode ajudálo a emagrecer e a diminuir as tensões. Controlando o peso, fazendo exercício ou praticando esporte, você se sente melhor e diminui o risco de infarto e os níveis de colesterol no sangue
- Não fumar: o cigarro é um fator de risco para doença coronária. Aliado ao colesterol, multiplica os riscos
- Evitar o estresse: uma vida menos estressada também diminui o risco de infarto e redução do colesterol. Procure transformar as suas atividades diárias em algo que lhe dê satisfação
- Fazer uma dieta com baixos níveis de gordura e colesterol: seja rigoroso no controle da alimentação.
Lembre-se de que todos os alimentos de origem animal têm colesterol. Portanto, dê preferência a alimentos de origem vegetal: frutas, verduras, legumes e grãos. Quem tem predisposição ao colesterol alto deve seguir as mesmas recomendações descritas no tratamento: manter hábitos de vida saudáveis, evitar o fumo e controlar o colesterol e a pressão arterial. Sugestões de hábitos:
- Coma mais frutas e vegetais
- Coma mais peixe grelhado ou assado e menos carnes fritas
- Coma uma variedade de alimentos ricos em fibras, como aveia, pães integrais e maçãs. As fibras ajudam a reduzir as taxas de colesterol
- Limite a ingestão de gorduras saturadas, como gordura de derivados de leite
- Limite os alimentos ricos em colesterol, como gema de ovo e fígado
- Utilize derivados de leite pobres em gordura: leite desnatado, iogurte desnatado e sorvetes light
- Evite frituras.
Os cuidados com a alimentação devem ser redobrados por pessoas com diabetes, pois estas apresentam riscos de manifestações da aterosclerose de três a quatro vezes maior que as pessoas não-diabéticas. Há alimentos que ajudam a reduzir as taxas de colesterol no sangue, assim como também existem os que devem ser evitados. Para isso, preste atenção nas duas listas abaixo:
Alimentos ricos em colesterol:
- Bacon
- Chantilly
- Ovas de peixes
- Biscoitos amanteigados
- Doces cremosos
- Pele de aves
- Camarão
- Queijos amarelos
- Carnes vermelhas "gordas"
- Gema de ovos
- Sorvetes cremosos
- Creme de leite
- Lagosta
- Vísceras.
Alimentos que ajudam a reduzir o colesterol:
- Aipo
- Couve-de-bruxelas
- Bagaço da laranja
- Ameixa preta
- Ameixa preta
- Couve-flor
- Mamão
- Amora
- Damasco
- Mandioca
- Azeite de oliva
- Ervilha
- Pão integral
- Aveia
- Farelo de aveia
- PêraColesterol é uma substância gordurosa encontrada naturalmente no seu corpo. Ele tem o papel vital de manter cada célula do corpo funcionado adequadamente. Entretanto, o acúmulo de colesterol no sangue pode aumentar o risco de doenças do coração.- See more at: http://www.becel.com.br/proactiv/o-que-e-colesterol/#sthash.IVymgZQI.dpuf
- Cenoura
- Farelo de trigo
- Pêssego
- Cereais integrais
- Feijão
- Quiabo
- Cevada
- Figo
- Vegetais folhosos.
Pronto, você já sabe o que é o colesterol e como evitá-lo. Na próxima vez que for fazer suas compras, opte por alimentos que ajudem a diminuir o colesterol e pense duas vezes antes de faltar à academia. Seu corpo agradece duplamente!Colesterol é um álcool policíclico de cadeia longa, usualmente considerado um esteroide, encontrado nas membranas celulares e transportado no plasmasanguíneo de todos os animais. É um componente essencial das membranas celulares dos mamíferos. O colesterol é o principal esterol sintetizado pelos animais, mas pequenas quantidades são também sintetizadas por outros eucariotas, como plantas e fungos.
Não existe colesterol em nenhum produto de origem vegetal. Plantas apresentam um tipo de composto similar chamado de fitosterol.
A maior parte do colesterol presente no corpo é sintetizada pelo próprio organismo, sendo apenas uma pequena parte adquirida pela dieta. Portanto, ao contrário de como se pensava antigamente, o nível de colesterol no sangue não aumenta se não ingerido quantidades adicionais de colesterol através da dieta (a menos, claro, que haja um distúrbio genético). O colesterol é mais abundante nos tecidos que mais sintetizam ou têm membranas densamente agrupadas em maior número, como o fígado, medula espinhal, cérebro e placas ateromatosas (nas artérias). O colesterol tem um papel central em muitos processos bioquímicos, mas é mais conhecido pela associação existente entre doenças cardiovasculares e as diversas lipoproteínas que o transportam, e os altos níveis de colesterol no sangue (hipercolesterolemia).
O colesterol é insolúvel em água e, consequentemente, insolúvel no sangue. Para ser transportado através da corrente sanguínea ele liga-se a diversos tipos de lipoproteínas, partículas esféricas que tem sua superfície exterior composta principalmente por proteínas hidrossolúveis. Existem vários tipos de lipoproteínas, e elas são classificadas de acordo com a sua densidade. As duas principais lipoproteínas usadas para diagnóstico dos níveis de colesterol são:
- lipoproteínas de baixa densidade (Low Density Lipoproteins ou LDL): acredita-se que são a classe maléfica ao ser humano, por serem capazes de transportar o colesterol do fígado até as células de vários outros tecidos. Nos últimos anos, o termo (de certa forma impreciso) "colesterol ruim" ou "colesterol mau" tem sido usado para referir ao LDL que, de acordo com a hipótese de Rudolf Virchow, acredita-se ter ações danosas (formação de placas ateroscleróticas nos vasos sanguíneos).
- lipoproteínas de alta densidade (High Density Lipoproteins ou HDL): acredita-se que são capazes de absorver os cristais de colesterol, que começam a ser depositados nas paredes arteriais/veias (retardando o processo arterosclerótico). Tem sido usado o termo "colesterol bom" para referir ao HDL, que se acredita que tem ações benéficas.
Índice
[esconder]Fórmula e estrutura química[editar | editar código-fonte]
Os elementos presentes na formula química do colesterol são o carbono, o oxigênio e o hidrogênio A estrutura química do colesterol é arranjada em quatro anéis A, B, C e D. Ela assemelha-se às estruturas químicas de todos as hormonas que ele origina: progesterona, testosterona e cortisol.
Fisiologia[editar | editar código-fonte]
Função[editar | editar código-fonte]
O colesterol é necessário para construir e manter as membranas celulares; regula a fluidez da membrana em diversas faixas de temperatura. O grupo hidroxilpresente no colesterol interage com as cabeças fosfato da membrana celular, enquanto a maior parte dos esteroides e da cadeia de hidrocarbonetos estão mergulhados no interior da membrana. Algumas pesquisas recentes indicam que o colesterol pode atuar como um antioxidante.[2] O colesterol também ajuda na fabricação da bílis (que é armazenada na vesícula biliar e ajuda a digerir gorduras), e também é importante para o metabolismo das vitaminas lipossolúveis, incluindo as vitaminas A, D, E e K. Ele é o principal precursor para a síntese de vitamina D e de vários hormônios esteroides (que incluem o cortisol e a aldosteronanas glândulas suprarrenais, e os hormônios sexuais progesterona, os diversos estrógenos, testosterona e derivados).
Recentemente, o colesterol também tem sido relacionado a processos de sinalização celular, pela hipótese seria um dos componentes das chamadas "jangadas lipídicas" na membrana plasmática. Também reduz a permeabilidade da membrana plasmática aos íons de hidrogênio e sódio.[3]
Síntese e ingestão[editar | editar código-fonte]
O colesterol é necessário para o funcionamento normal da membrana plasmática de células de mamíferos, sendo sintetizado no retículo endoplasmático das células ou derivado da dieta, sendo que na segunda fonte é transportado pela via sanguínea pelas lipoproteínas de baixa densidade e é incorporado pelas células através de endocitose mediada por receptores em fossas cobertas de clatrina na membrana plasmática, e então hidrolizados em lisossomas.
O colesterol é sintetizado primariamente da acetil CoA através da cascata da HMG-CoA redutase em diversas células e tecidos. Cerca de 20 a 25% da produção total diária (~1 g/dia) ocorre no fígado; outros locais de maior taxa de síntese incluem os intestinos, glândulas adrenais e órgãos reprodutivos. Em uma pessoa de cerca de 68 kg, a quantidade total de colesterol é de 35 g, a produção interna típica diária é de cerca de 1 g e a ingesta é de 200 a 300 mg. Do colesterol liberado ao intestino com a produção de bile, 92-97% é reabsorvido e reciclado via circulação entero-hepática.
Etapas principais da síntese do colesterol:
- A acetil-CoA se converte em mevalonato: a ingestão de ácidos graxos saturados da cadeia longa produz hipercolesterolemia.
- O mevalonato após reações sucessivas se transforma em lanosterol.
- O lanosterol se converte em colesterol após 21 etapas adicionais. Esse esteroide é sintetizado pelo fígado. Através de um processo homeostático quanto maior for a ingestão de colesterol, menor será a quantidade sintetizada pelo fígado. Além disto, o colesterol ingerido em quantidades excessivas não consegue ser eliminado em forma de ácidos biliares e o mecanismo de excreção se torna insuficiente.
Konrad Bloch e Feodor Lynen dividiram o Nobel de Fisiologia ou Medicina de 1964, pelas suas descobertas sobre os mecanismos de regulação do colesterol e metabolismo de ácidos graxos.
Regulação[editar | editar código-fonte]
A biossíntese do colesterol é regulada diretamente pelos níveis presentes do mesmo, apesar dos mecanismos de homeostase envolvidos ainda serem apenas parcialmente compreendidos. Uma alta ingestão de colesterol da dieta leva a uma redução global na produção endógena, enquanto que uma ingestão reduzida leva ao efeito oposto. O principal mecanismo regulatório é a sensibilidade do colesterol intracelular noretículo endoplasmático pela proteína de ligação ao elemento de resposta a esterol (SREBP). Na presença do colesterol, a SREBP se liga a outras duas proteínas: SCAP (SREBP-cleavage activating protein) eInsig1. Quando os níveis de colesterol caem, a Insig-1 se dissocia do complexo SREBP-SCAP, permitindo que o complexo migre para o aparelho de Golgi, onde a SREBP é clivada pela S1P e S2P (site 1/2 protease), duas enzimas que são ativadas pela SCAP quando os níveis de colesterol estão baixos. A SREBP clivada então migra para o núcleo e age como um fator de transcrição para se ligar ao elemento regulatório de esterol (SRE) de diversos genes para estimular sua transcrição. Entre os genes transcritos estão o receptor LDL e o HMG-CoA redutase. O primeiro procura por LDL circulante na corrente sanguínea, ao passo que o HMG-CoA redutase leva a uma produção endógena aumentada de colesterol.[4]
Uma grande parte deste mecanismo foi esclarecida pelo Dr. Michael S. Brown e Dr. Joseph L. Goldstein nos anos 1970s. Eles receberam o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina por seu trabalho em 1985.[4]
A quantidade média de colesterol no sangue varia com a idade, tipicamente aumentando gradualmente até a pessoa chegar aos sessenta anos de idade. Parece haver variações sazonais nos níveis de colesterol em humanos, aumentando, em média, no inverno.[5]
Excreção[editar | editar código-fonte]
O colesterol é excretado do fígado na bile e é reabsorvido nos intestinos. Dentro de certas circunstâncias, quando está mais concentrado, como na vesícula biliar, ele se cristaliza e é um dos principais constituintes da maioria das pedras na vesícula biliar, embora possam ser formadas, menos frequentemente, pedras de lecitina e bilirrubina na vesícula biliar.
Fluidos corporais[editar | editar código-fonte]
O colesterol é minimamente solúvel em água; não podendo se dissolver e ser transportado diretamente na corrente sanguínea, que é à base de água. Ao invés, ele é transportado na corrente sanguínea pelaslipoproteínas, que são solúveis em água e carregam o colesterol e triglicerídios internamente. As apolipoproteínas que formam a superfície de uma dada partícula de lipoproteína determinam de que células o colesterol será removido e para onde ele será fornecido.
As maiores lipoproteínas, que transportam principalmente gorduras da mucosa intestinal para o fígado, são chamadas de quilomícrons. Elas carregam principalmente gorduras na forma de triglicerídios e colesterol. No fígado, as partículas de quilomícron liberam triglicerídios e um pouco de colesterol. O fígado converte os metabólitos dos alimentos não queimados em lipoproteínas de densidade muito baixa (VLDL) e secreta-as no plasma onde são convertidas em partículas de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e ácidos graxos não-esterificados, que podem afetar outras células do corpo. Em indivíduos saudáveis, as relativamente poucas partículas de LDL são de tamanho grande. Em contraste, números aumentados de partículas de LDL de baixa densidade (sdLDL) são fortemente associados com a presença de doença ateromatosa nas artérias. Por esta razão, o LDL é considerado o "colesterol ruim".
O programa nacional de educação sobre o colesterol nos Estados Unidos, de 1987, sugere que o níveis de colesterol total no sangue sejam:
- <200 mg/dl colesterol sanguíneo total normal
- 200–239 mg/dl limite de colesterol total
- >240 mg/dl colesterol total alto
As partículas de lipoproteína de alta densidade (HDL) transportam colesterol de volta para o fígado para a excreção, mas variam consideravelmente em sua efetividade em fazer isto. Geralmente é chamada de "colesterol bom", pois ter partículas grandes de HDL em grandes quantidades traz benefícios à saúde. Em contraste, ter pequenas quantidades de partículas grandes de HDL está associado a progressão de doenças com ateromas no interior das artérias.
Importância clínica[editar | editar código-fonte]
Hipercolesterolemia[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Hipercolesterolemia
O termo hipercolesterolemia refere-se a níveis aumentados de colesterol na corrente sanguínea. Condições com elevadas concentrações de partículas LDL oxidadas, especialmente partículas LDL pequenas, estão associadas com a formação de ateromas nas paredes das artérias, uma condição conhecida como aterosclerose, que é a principal causa de doença coronariana cardíaca e outras formas de doença cardíaca. Em contraste, as partículas de HDL (especialmente HDL grandes) têm sido identificadas como um mecanismo pelo qual o colesterol e mediadores inflamatórios podem ser removidos do ateroma. As taxas aumentadas de HDL estão relacionadas a taxas menores de progressão e até mesmo regressão dos ateromas.
Os níveis elevados de frações de lipoproteínas, LDL, IDL e VLDL são considerados aterogênicos (propensos a causas aterosclerose). Os níveis destas frações, ao invés do nível de colesterol total, se relacionam com o aumento e a progressão de aterosclerose. Desta maneira, o nível de colesterol total pode estar dentro dos limites normais, embora composto principalmente de pequenas partículas de LDL e de HDL, o que, sob estas condições, faria com que as taxas de crescimento de ateromas continuariam altas. Em contraste, entretanto, se o número de partículas LDL é baixo (principalmente de partículas grandes) e uma grande porcentagem de partículas de HDL é grande, então as taxas de crescimento de ateromas são geralmente baixas, até mesmo negativas, para qualquer concentração de colesterol total.
Estes efeitos são ainda mais complicados pela concentração relativa de dimetilarginina assimétrica (ADMA) no endotélio, já que a ADMA "regula para baixo" ("down-regulation") a produção de óxido nítrico, um relaxante do endotélio. Consequentemente, níveis altos de ADMA, associados com níveis aumentados de LDL oxidadas proporcionam um fator de risco aumentado à doença cardiovascular. A Associação Americana do Coração relaciona os seguintes níveis de colesterol sanguíneos totais em jejum e o risco para doenças cardíacas:[6]
Nível em mg/dL | Nível em mmol/L | Risco de doença cardíaca |
<200 | <5,2 | Nível desejável: menor risco de doença cardíaca |
200-239 | 5,2-6,2 | Limiar de alto risco |
>240 | >6,2 | Nível não-desejável: alto risco |
Entretanto, como os métodos atuais de exames determinam o colesterol LDL ("ruim") e o HDL ("bom") separadamente, este modo simplístico de se avaliar o nível de colesterol se tornou obsoleto. O nível desejável de colesterol LDL é menos do que 100 mg/dL (2,6 mmol/L), embora um novo alvo de <70 mg/dl pode ser considerado para indivíduos em alto risco baseado em alguns dos testes mencionados acima. O nível ideal de colesterol HDL é de >60 mg/dl(1.56mmol/l) . Uma proporção de colesterol total para o HDL — outra forma útil de medição — de menos de 5:1 acredita-se ser saudável. Como nota, os valores típicos de LDL para criança antes que os estágios iniciais de ateroma comecem a se desenvolver é 35 mg/dL.
Os pacientes devem estar conscientes que a maioria dos métodos de examinação para LDL não medem realmente o LDL em seus sangue, uma partícula de tamanho muito menor. Por razões de custo, os valores de LDL têm sido estimados usando-se a fórmula Friedewald: [colesterol total] − [HDL total] − 20% do valor de triglicerídios = LDL estimado. A base disto é que o colesterol total é definido como a soma de HDL, LDL e VLDL. Geralmente somente o colesterol total, o HDL e os triglicerídios são realmente medidos. O VLDL é estimado a quinta parte (1/5) dos triglicerídios. É importante estar em jejum por pelo menos 8-12 horas antes do exame de sangue porque os níveis de triglicerídios variam significativamente com a ingesta de alimentos.
Cada vez mais existem evidências clínicas que fortemente sustentam o maior valor de predição dos exames mais sofisticados que medem tanto as concentrações de partículas de LDL e HDL e tamanho, ao contrário dos exames comuns citados acima.
Hipocolesterolemia[editar | editar código-fonte]
Ver artigo principal: Hipocolesterolemia
Os níveis anormalmente baixos de colesterol são chamados de hipocolesterolemia. As pesquisas sobre as causas desta condição são relativamentes limitadas: enquanto alguns estudos sugerem uma relação com a depressão, câncer e hemorragia cerebral, ainda não se sabe ao certo se os níveis baixos de colesterol são a causa destas condições ou se são um epifenômeno.[1]
Fontes na dieta[editar | editar código-fonte]
Na alimentação humana, o colesterol é encontrado nas gorduras animais: todos os alimentos que contêm gorduras animais possuem colesterol, ao passo que os alimentos que não contêm gorduras animais são isentos de colesterol ou possuem quantidades inexpressivas. As principais fontes de colesterol na dieta incluem os ovos, carne de vaca e galinha.[7]
Deve-se observar, no entanto, que o colesterol pode ser sintetizado no organismo humano em grandes quantidades, mesmo com uma dieta vegetariana ou pobre em colesterol, como resultado de distúrbios no metabolismo. Portanto, elevações pequenas nos níveis de colesterol podem ser inicialmente tratadas apenas com mudança dos hábitos alimentares, mas hipercolesterolemias severas geralmente exigem a associação com tratamento farmacológico.
Produtos vegetais (como linhaça e amendoim) também contêm compostos como o colesterol, os fitoesteróis, que são sugeridos para diminuir os níveis de colesterol no sangue.[8]
Cristais líquidos colestéricos[editar | editar código-fonte]
Alguns derivados do colesterol geram a fase colestérica cristalina líquida. A fase colestérica é na verdade uma fase nemática quiral, e muda de cor quando a temperatura é alterada. Dessa maneira, os derivados do colesterol são geralmente usados em termômetros de cristal líquido e em corantes e tintas sensíveis à temperatura.
Imagens adicionais[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ ab Safety (MSDS) data for cholesterol. Visitado em 2007-10-20.
- ↑ Smith LL. Another cholesterol hypothesis: cholesterol as antioxidant. Free Radic Biol Med 1991;11:47-61. PMID 1937129.
- ↑ Haines, TH. Do sterols reduce proton and sodium leaks through lipid bilayers? Prog Lipid Res 2001:40:299 – 324. PMID 11412894.
- ↑ ab Anderson RG. (2003). "Joe Goldstein and Mike Brown: from cholesterol homeostasis to new paradigms in membrane biology.". Trends Cell Biol 13: 534 – 9. PMID 14507481.
- ↑ Ockene IS, Chiriboga DE, Stanek EJ 3rd, Harmatz MG, Nicolosi R, Saperia G, Well AD, Freedson P, Merriam PA, Reed G, Ma Y, Matthews CE, Hebert JR. (2004). "Seasonal variation in serum cholesterol levels: treatment implications and possible mechanisms.". Arch Intern Med 164: 863 – 70. PMID 15111372.
- ↑ "About cholesterol" - American Heart Association.
- ↑ Nutrition and Your Health: Dietary Guidelines for Americans. Table E-18. Dietary Sources of Cholesterol Listed in Decreasing Order.
- ↑ Ostlund RE, Racette, SB, and Stenson WF (2003). "Inhibition of cholesterol absorption by phytosterol-replete wheat germ compared with phytosterol-depleted wheat germ". Am J Clin Nutr 77 (6): 1385–1589. PMID 12791614.
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